Neste sábado a noite tive a oportunidade de participar de um show do Ministério FILHOS, que gravou o coro em meu novo disco, que aliás está quase saindo. Para o natal fica pronto.

Depois ainda consegui assistir a peça de teatro FAMÍLIA MUDA-SE, com a minha amiga Etty Faser no elenco. Um texto de Odilon Wagner, que também atua na peça. É uma forma bastante delicada e engraçada de falar dos atuais dramas familiares. Valeu como uma palestra.

Faz algum tempo que me faço esta pergunta. Tenho feito minhas pesquisas. Já percebi que o horário de pico nos acessos de meu BLOG é de 11h às 14h. É justamente a hora de almoço nos dias úteis. Outro dado interessante é que os acessos são notavelmente maiores nos dias de semana. Sábado e domingo baixa o número de acessos. Esta semana tive um mínimo de 300 acessos diários todos os dias de semana, sem matéria no portal. Na sexta-feira saiu materia minha no portal. Os acessos subiram para 500. Não foi tão alto. Já tive 3.000 acessos em um dia. Mas o portal linkava direto com o BLOG. Hoje, sábado, com matéria no portal, não tenho mais que 200 acessos. Abaixo da média. Tá certo que ainda são 14h50. Mas dificilmente passarão dos 400. Isto prova minha tese de que os internautas da Canção Nova majoritariamente acessam o portal e os BLOGs do seu micro no trabalho. Será que estou certo? Qual sua opinião? De onde vc acessa?

Para muitos a palavra “profano” simplesmente define o âmbito daquilo que não é “sagrado”. Outros definem esta palavra com matizes negativos. Profanar, sem dúvida é algo ruim. Mas de onde viria esta palavra? Alguém pode levar uma vida profana e ser santo?

Na Idade Média tornou-se muito popular representar as cenas do Evangelho por meio do teatro. Grande parte da população, principalmente de origem bárbara, eram analfabetos. As pinturas nas catedrais e as encenações bíblicas tinham esta função didático-catequética. O teatro era a catequese dos pobres. Este teatro, não raro, era representado dentro do templo. Enquanto isso, na praça, aconteciam outras apresentações que divertiam o povo. Imagine uma praça na frente da igreja, como grande local de aglomeração popular. Pois bem, isso aí é o pro-fano… ou seja, aquilo que acontece na frente (PRO) do FANUM, ou seja, do TEMPLO, em latim! Assim, o sagrado é aquilo que pertence ao âmbito do culto e o profano é aquilo que acontece fora do culto. Infelizmente a polissemia do termo “profano” se presta aos mais diversos tipos de eqüívoco.

Até o século IV o cristianismo era uma religião bem separada da vida política. Eram até perseguidos pelo Império Romano. Mas com a conversão do imperador Constantino, provavelmente em 312, todo o Império Romano tornou-se cristão da noite para o dia. Isto representou o fim das perseguições. Os cristãos poderiam finalmente sair das catacumbas e praticar livremente sua religião. De certa forma poderíamos dizer que a religião de Cristo também se converteu aos padrões do Império ao receber o título de “religião oficial”. Os efeitos deste fato duraram nada mais nada menos do que até o final do século 19. Em Portugal, Espanha e Brasil esta união entre Igreja e Estado era denominada de “padroado”. O Imperador tinha o poder até de nomear bispos. Os religiosos, por sua vez, tinham assento cativo na corte. Isto confundia os âmbitos do sagrado e do profano.

Hoje, vemos o papa Bento 16 reafirmar categoricamente que é preciso respeitar a dimensão laica. A moeda tem duas faces. Devemos dar a Deus o que é de Deus e a César o que é de César; ou seja, a vida tem uma dimensão que deve ser vivida no tempo, no culto, na prece, no sagrado. Mas existem coisas santas que estão na praça, no quotidiano. Sacralizar a o profano pode ser tão ruim quanto profanar o sagrado. É preciso viver a santidade na igreja e no ponto de ônibus. A Encarnação do Verbo tocou todas as dimensões da nossa existência. O profano, portanto, não é ruim, nem pecaminoso. Este tipo de equívoco semântico leva algumas pessoas a pensarem que o fato de terem se convertido exige que deixem de ouvir “música profana”. Conheci um garoto que tocava em barzinhos. Um dia ele me pediu que “consagrasse” seu violão, pois daquele dia em diante aquele intrumento sagrado somente poderia tocar na igreja. Dei a bênção e esperei para ver no que daria aquilo. Algum tempo perguntei como ele estava. A resposta foi inusitada. Disse que estava sendo fiel. Aquele violão só tocava na igreja. Teve que compra outro instrumento para tocar no barzinho… Cômico!

Existem outras palavras que definem com maior ou menor exatidão o significado do “profano”: laico (leigo), mundo, século. A palavra “mundo” é outra que se presta aos mais diferentes eqüívocos. No Evangelho de João, mundo é o paganismo; aqueles que ainda não crêem em Jesus. Já nos documentos recentes do Magistério da Igreja, “mundo” pode significar simplesmente um âmbito da vida laica, por exemplo, mundo do trabalho, mundo da política, mundo da cultura; ainda pode ser geograficamente o “orbe terreste”. Quando alguém diz que deixou as coisas do mundo pode significar que deixou o seu trabalho “mundano”, foi para a a lua, ou simplesmente abandonou práticas pagãs. Mas podemos dizer que trabalhar vendendo carros é prática pagã? Pois bem! Um jovem senhor me disse que agora que se converteu, deixou as coisas do mundo. Parou de vender carros e começou a vender tercinhos de madeira. Ele achava que o seu trabalho era uma prática mundana. Ledo engano!

É claro que existe hoje o fenômeno da “secularização”. Isto é mais comum na Europa, mas já chega por aqui. Existem jovens que não têm nenhum conhecimento e vivência do âmbito sagrado. Sua vida é somente profana. Outro fenômeno é o “laicismo”. Aproveitando o movimento de laicização dos Estados modernos, no final do século 19, muitos teimam em aprisionar a religião dentro das igrejas e impedir que seus representantes emitam qualquer tipo de opinião na vida pública. Por exemplo, um padre nunca deveria se pronunciar a respeito do aborto. Isto é coisa para ser discutida entre deputados e senadores. Nada disso. O Igreja tem uma dimensão profana. Não se assuste com esta afirmação. Pro-fano aqui significa “fora da igreja”, “para além das paredes do templo”. Ser cristão exige ir para as praças e proclamar o Evangelho ao mundo, ao século, ao “povão” (leigo – laós – povo). Sem missionário é isso. Quando Jesus mandou descer do Monte Tabor era mais ou menos isso. Não podemos ficar apenas no louvor e na prece. É preciso transformar a missa em missão. Quer um exemplo de governante que preferiria uma Igreja presa na sacristia? Veja o que faz o atual ditador da Venezuela:

24 Nov 2007 (AFP) – O presidente venezuelano, Hugo Chávez, insultou e ameaçou na sexta-feira à noite enviar para a prisão os principais religiosos do país, caso se envolvam em ações que desestabilizem seu governo, em mais uma polêmica de seu governo.

“Reitor (Luis) Ugalde, uma vez o perdoei, mas se o fizer outra vez vai parar em (na prisão) Yare, com batina e tudo (…) E você também cardeal”, disse Chávez, a respeito de declarações do reitor da Universidade Católica Andrés Bello e do cardeal Jorge Urosa Sabino contra a reforma constitucional.

O presidente venezuelano chamou de “vagabundos”, “meliantes”, “aduladores”, “estúpidos” e “retardados mentais”, entre outras coisas, a hierarquia da Igreja, que criticou em um documento público a proposta de mudança da Constituição, que será submetida a um referendo no dia 2 de dezembro.

“São o demônio, defensores dos mais podres interesses, são uns verdadeiros vagabundos, do cardeal para baixo”, disse Chávez em um polêmico programa noturno da televisão estatal.

A Igreja venezuelana divulgou em 19 de outubro um documento no qual critica a proposta constitucional porque “limita a liberdade dos venezuelanos, incrementa excessivamente o poder do Estado, elimina a descentralização e o governo controla muitos espaços da vida cidadã”.

“Que rezem 100 pais-nossos e 100 ave-marias de joelhos”, completou um irado Chávez.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2007/11/24/ult34u193624.jhtm