Hoje a noite faço um momento de VOZ E VIOLÃO em Santa Cruz do Rio Pardo. Volto depois de um ano. Amanhã darei pela primeira vez a nova palestra sobre liderança que está na sequência das SETE VIRTUE=DES DO LÍDER AMOROSO.

Decidimos hoje prorrogar o início das aulas para o dia 10 de agosto. Seguimos a orientação do Ministério da Saúde e do SEMESP (sindicato). Esperamos que com a passagem deste tempo frio seja menor o risco de contágio do novo surto de gripe.

Hoje o dia foi tão intenso que nem foi possível deixar registro no BLOG. Pela manhã estive reunido com a comissão que prepara a Assembléia de nossa província religiosa para setembro. Na parte da tarde fui à Loyola para verificar os preparativos para a publicação de um próximo livro: capa, correção, diagramação, marketing, lançamento… Aguarde!!!

A décima segunda das doze invocações de Maria como “Rainha” saúda a Mãe de Deus como “Rainha da Paz”, em latim Regina Pacis. Não poderia ser diferente, já que ela é a mãe do “príncipe da paz” (cf. Is 9,5).

Ela experimentou na própria carne a violência que o pecado provoca no mundo. Quando apresentou seu filho no tempo ouviu a profecia do velho Simeão: “Este menino será causa de queda e de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição e a ti, uma espada traspassará tua alma! — e assim serão revelados os pensamentos de muitos corações” (Lc 2,34-35). Esta espada tocou o fundo da alma de Maria no momento em que viu seu filho na cruz. Não é difícil imaginar sua dor no momento em que recebeu no colo seu filho já sem vida. Mas qual teria sido a sua reação? Desespero? Com certeza que não! Foi de uma dolorosa serenidade.

A genialidade de Michelangelo Buonarroti – artista do renascimento italiano – soube representar esta atitude na clássica imagem da Pietà. O que chama a atenção para quem observa bem esta escultura, conservada no Vaticano, é que o rosto não tem nada a ver com uma mulher de quarenta e cinco anos. Parece mais uma menina de 16 anos. Isto contrastou com o gênero próprio da época que costumava retratar a dor de Jesus e de Maria com cores bastante fortes e expressivas da crueldade. Michelangelo mostrou com sua arte que, mesmo na dor maior, Maria permaneceu sendo Rainha da Paz.

            Por meio de Maria recebemos a Paz que nossos primeiros pais perderam no início da criação por causa do pecado. Santo Irineu dizia que o nó da desobediência de Eva foi desfeita pela obediência de Maria. Se o salário do pecado foi a dor, a violência e a morte, por meio do sim de Maria chegou até nós, em Jesus, a salvação e a paz.

            A imagem do Apocalipse retrata bastante bem a Rainha da Paz: “Então apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida com o sol, tendo a lua debaixo dos pés e, sobre a cabeça, uma coroa de doze estrelas. Estava grávida e gritava em dores de parto, atormentada para dar à luz. Então apareceu outro sinal no céu: um grande Dragão, avermelhado como fogo. Tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete diademas. Com a cauda, varreu a terça parte das estrelas do céu, atirando-as sobre a terra. O Dragão parou diante da Mulher que estava para dar à luz, pronto para devorar o seu Filho, logo que ela o desse à luz. E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro. Mas o filho foi levado para junto de Deus e do seu trono. A mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar, para que aí fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias.” (Ap 12, 1-6). Estas imagens fortes mostram que nossa vida é um combate espiritual. Maria e a Igreja se confundem na figura desta “mulher do apocalipse”. Na verdade Maria é um ícone no qual vemos a própria imagem da nossa humanidade redimida e da Igreja que busca vencer com a força do Espírito.

A devoção recente à Nossa Senhora Rainha da Paz parece ter sua origem em 1085, na cidade de Toledo, libertada das mãos dos Mouros. Vivemos, hoje, em um mundo muito violento. A segurança é um dos maiores desejos de nossas famílias. Toda criança sabe muito bem onde encontrará um refúgio seguro: no colo da mãe. Ao invocarmos Maria como “Rainha da Paz”, na verdade pedimos seu colo, intercessão e exemplo. Aquela que viveu até o drama da morte do seu filho sem perder a paz vai nos ensinar o caminho para garantir paz entre marido e mulher, entre jovens e idosos, paz na ruas e praças, paz nas cidades e nos campos.

Se o seu coração anda agitado e impaciente; se o stress tomou conta de seus dias e de suas noites, peça a intercessão da mãe: Rainha da Paz, rogai por nós!

A décima primeira das doze invocações de Maria como “Rainha” saúda a Mãe de Deus como “Rainha do Santo Rosário”, em latim Regina Sacratissimi Rosarii. Ela foi inserida oficialmente na Ladainha Lauretana pelo Papa Leão XIII, em 10 de dezembro de 1883, apesar de que já era utilizada pelo povo a mais de duzentos anos.   De fato a Ladainha e o Rosário são “devoções irmãs” que utilizam a repetição de verdades da fé como pedagogia espiritual. O sentido não está propriamente na repetição, mas na meditação e contemplação dos mistérios de nossa salvação, ou seja, no Mistério Pascal de Jesus Cristo. Este é o verdadeiro centro da Ladainha e do Rosário. Na verdade não rezamos “para” Maria mas “com” Maria. Ela não é o destino final de nossa viagem, mas uma placa de beira de estrada que aponta a entrada correta para o céu! Quem já errou a entrada sabe como a indicação do caminho correta pode ser importante, principalmente quando estamos em um país estranho.

O Papa João Paulo II colocou Ladainha e Rosário lado a lado na conclusão de sua última Carta Apostólica: “Rosarium Virginis Mariae”. Ali ele diz de maneira muito bela: “O Rosário, de fato, apesar de sua fisionomia mariana, é uma prece de coração cristológico” (RVM, 1). Ele diz ainda que no  e Rosário é toda a Igreja que “recorda Cristo com Maria”, “anuncia Cristo com Maria” encontra Cristo pela “via de Maria”.

            Algumas pessoas costumam fazer críticas ao Rosário e à Ladainha. A mais comum é que é uma oração monótona e repetitiva. Os que dizem isso normalmente não aprenderam corretamente esta “técnica de contemplação”. Certa vez gravei um disco com a oração do Rosário. No terceiro mistério, ao perceber que sempre eram repetidas as ave-marias, o técnico de som me chamou em um canto e perguntou: – “Padre, vai ser sempre assim… a mesma coisa?” Eu respondi que cada ave-maria era diferente pois as pessoas estavam rezando enquanto meditavam uma cena da vida de Jesus. Não é o mesmo dizer “ave-maria” em Belém e diante da cruz. Ele respondeu que sua máquina só registrava os sons e não os pensamentos. Seria mais fácil gravar uma ave-maria e depois simplesmente fazer uma montagem. Insisti que deveríamos gravar daquele jeito. Hoje, passados dez anos, este técnico continua rezando o “terço” que ele próprio gravou e entendeu que até as máquinas de gravação registram sentimentos e pensamentos.

            Na Ladainha utilizamos a mesma dinâmica do Rosário, só que com uma variação. O Rosário nos conduz a contemplação dos diversos mistérios da vida de Cristo. A Ladainha é nos leva a uma dinâmica catequese mariana, que acaba por nos conduzir ao mesmo ponto: o mistério de Jesus Cristo. Por isso, estas meditações podem ser muito úteis para que a recitação desta prece não se torne monótona e automática. Maria é nossa catequista quando rezamos a Ladainha.

            Outras pessoas dizem que o Rosário é uma oração ultrapassada. Será que a Ladainha também está condenada aos lábios dos idosos? Com certeza que não. Já está terminando o racionalismo da modernidade que só reza aquilo que entende. A razão é um dom precioso, mas nem de longe é o único caminho para chegar a Deus. Aliás, costuma ser uma estrada mais longa e cheia de pedras. Os intelectuais sofrem ao tentar entender os mistérios do céu. Poetas e profetas chegam mais rápido. Nossa juventude hoje tende a rejeitar as formulas artificiais da prece moderna. Por isso muitos preferem crer de um jeito mais oriental. O corpo reza… o murmúrio é orante… a respiração nos re-liga no sagrado… tudo em nós pede o complemento divino. É muito fácil rezar a Ladainha desta maneira. Nada de pressa. É preciso ritmo… rito! Tente gravar a Ladainha com sua própria voz em seu aparelho de MP3 e depois rezar ouvindo enquanto faz sua caminhada diária. Verá que isto lhe trará mais saúde para o corpo e para a alma.

Rainha do Santo Rosário, rogai por nós!

A décima das doze invocações de Maria como “Rainha” saúda a Mãe de Deus como “Rainha assunta ao céu”, em latim Regina in Coelum Assumpta. O final da ladainha acena para o mais recente dos dogmas marianos: a assunção de Maria. Pessoalmente tenho um grande carinho por este dogma, pois minha mãe nasceu na véspera da festa da Assunção – 15 de agosto – e se chama Maria da Glória. Nasci e vivi minha infância na cidade de Brusque, em Santa Catarina, onde temos o Santuário de Azambuja, que celebra todos os anos com grande solenidade a festa da Assunção.  

            O Papa Pio XII, em 1950, definiu como dogma de fé que, terminado o curso sua vida terrena, Maria foi “elevada” ou “assumida” de corpo e alma no céu. No mesmo ano esta invocação passou a fazer parte oficialmente da Ladainha. Alguém poderia questionar o sentido destes quatro dogmas. De modo algum é uma forma simplória de elogiar Maria. Ela não foi escolhida por seus méritos, mas pela graça de Deus. Os dois primeiros dogmas, mais antigos e claramente bíblicos, indicam a natureza de Jesus Cristo e garante a verdade fundamental da salvação. Dizer que a “virgem” Maria concebeu do Espírito Santo, significa professar a fé na divindade de Jesus. Nele o “Verbo se fez carne” (Jo 1,14). O céu assumiu definitivamente a terra. Mas para que não reste dúvida da inseparabilidade da divindade e da humanidade de Jesus, dizemos que Maria é “Mãe de Deus”, ou seja, é mãe do Cristo todo, pois nele não existe um departamento humano e outro divino.

            Os dogmas da “imaculada” e da “assunção”, são bem mais recentes. Eles se referem à origem e ao destino da humanidade. Maria é ícone do povo de Deus. Olhando para ela vemos nossa identidade como em um espelho. Ela foi imaculada. Esta é a nossa origem. No princípio era a santidade original. Somente depois veio o pecado original. Um dia, no céu, seremos santos e imaculados. Todos nós queremos ser assumidos no colo de Deus. Cada um terá a sua própria “assunção”.

            Temos que superar aquela visão simplista de Maria sendo elevada por anjos para além das nuvens. Por uma questão de delicadeza teológica, a Igreja evita responder à pergunta se Maria morreu ou não. Na verdade, desde tempos muitos antigos os cristãos festejavam a festa da “Dormição de Maria”. Prefiro a tradução de “assunção” como aquela que foi “promovida”, ou “assumida”.

            Alguém me perguntou se este dogma tem fundamento bíblico. O Magnificat é fundamento suficiente. “Exulta de alegria o meu espírito em Deus, meu Salvador … / Porque fez em mim maravilhas o Onipotente” (Lc. 1, 47.49). Assumir Maria no céu foi a última das grandes Mariavilhas que Deus fez na vida de Maria. Aquela que foi concebida sem pecado e viveu cheia de graça só poderia receber o “prêmio da coroa eterna”. Mas adiante o canto de Maria dirá que Deus “derruba do trono os poderosos e eleva os humildes” (cf. Lc 1,46s). Esta “elevação” é o sentido próprio da assunção. Todos nós devemos viver esta mística em nosso dia-a-dia. Somos chamados a promover as pessoas, a praticar a solidariedade e a promoção humana. Muitos vivem em um verdadeiro inferno de dor, sofrimento, fome, injustiça, pecado. Os pobres esperam a mão solidária que os eleve. Jesus disse que quem pratica estas obras de misericórdia, ou de promoção humana, será acolhido no abraço definitivo, no reino dos céus (cf. Mt 25).

            Os dogmas não são apenas de Maria. Revelam a identidade de Cristo e a face de cada um de nós. Como disse Santo Ambrósio: “Esteja em cada um a alma de Maria a glorificar ao Senhor, esteja em cada um o espírito de Maria a exultar em Deus; se, pela carne, uma só é a mãe de Cristo, pela fé todas as almas geram a Cristo: cada uma, de fato, acolhe em si o Verbo de Deus” (Exp. ev. sec. Lucam, II, 26).       Maria é sinal de esperança, é estrela da manhã que precede o sol nascente, a luz do alto que veio nos visitar. Vamos assumir Deus e promover os irmãos e Deus nos assumirá e nos promoverá ao Reino do Céu. Rainha assunta ao céu, rogai por nós!

O domingo brasileiro é acordado com a preocupação por Felipe Massa. O quadro é estavel, mas bastante grave. Um objeto metálico de 1kg bateu em sua cabeça quando estava a 280km/hora. Foi imediatamente operado e colocado em coma induzido. Esta madrugada começou o delicado procedimento de tirá-lo deste coma induzido. Rezemos por ele, por sua família e em especial por sua esposa que está grávida. É momento de solidariedade espiritual. Esta é a corrida mais desafiadora do campeão. Esperamos vê-lo logo no podium da vida e da saúde plena.