Quando estive no Cerco de Jericó, na semana passada em Jundiaí, dei uma breve entrevista, que recebi agora e posto para partilhar com você.

O talentoso João Carlos de Almeida, 45 anos, mais conhecido como padre
Joãozinho, optou pelo sacerdócio ainda muito jovem, aos 11 anos.
Atualmente, ele é o diretor da Faculdade Dehoniana de Taubaté e professor
de teologia. Essas são suas atividades diárias. “”A minha paróquia, é o
mundo, pois ele não para. Sou um missionário e viajo muito”, diz.
Acompanhe abaixo, a entrevista que o quinto pregador do Cerco de Jericó,
do mês de julho, da paróquia Cristo Redentor de Várzea Paulista, concedeu
à Pascom (Pastoral da Comunicação).

– Com qual idade o senhor lançou o primeiro CD? Como aconteceu?
Pe. Joãozinho:
Eu componho desde os 12 anos, mas não acho tão importante
gravar músicas em plástico, o que acho importante é gravar música no
coração do povo. Por exemplo: em 1995, gravei um CD chamado Adoremos 95 e
tinha lá uma música chamada Jericó Cairá que foi cantada aqui no Cerco, e
há outras tantas músicas que eu fiz e nunca gravei em disco e ouço por aí.
Ontem mesmo, eu estava lá no interior do Maranhão e o povo da comunidade
em que eu estava cantou “santo, mil vezes santo. Senhor do universo,
glória a Deus nos altos céus”, está música não está gravada em CD, está no
coração dos fiéis. No entanto, o primeiro CD que gravei, foi em meados de
1989, de lá para cá são 30 Cds gravados.
– Dê exemplos de cantores que já gravaram músicas suas:
Pe. Joãozinho:
Vários interpretes já gravaram músicas minhas: pe. Marcelo
Rossi, Isaías do Rio de Janeiro, e muitos outros. Porém, sou um defensor
da autoralidade. Eu mesmo não tenho o costume de gravar músicas de
outros. A melodia é uma mensagem, então, quando uma pessoa decide gravar
uma, é necessário ter o que dizer. Agora, estou ajudando a gravar um CD em
Curitiba muito legal: ao invés de pedirem músicas de outros para gravar,
eles as criaram e chamaram os músicos. O Laércio, a Adriele, eu e outros,
estamos gravando, inclusive tem uma sobre a família. Essa é uma
experiência nova.
– A música tem um poder de evangelização muito grande. Por outro lado,
existem as “músicas do mundo”, que não falam sobre Deus. O senhor acredita
que é negativo para os fiéis ouvirem este tipo de melodia?
Pe. Joãozinho:
Não acredito muito nesta história de música do mundo. Quando
Jesus veio para a terra e o verbo se encarnou, o profano deixou de
existir. A palavra profano, significa o que está fora da igreja, fora do
templo. Na idade média havia um teatro sacro que era apresentado dentro da
igreja e o profano na frente do templo. Então, a afirmação correta é que
há músicas que são próprias para serem cantadas fora da igreja e outras
ideais para serem cantadas dentro da igreja. Nem sempre as melodias
religiosas são próprias para serem cantadas na missa. Elas não são
litúrgicas, necessariamente. E nem sempre as músicas profanas, aquelas que
foram compostas, por exemplo, para bailes, são negativas. Eu não veria
nenhum problema em cantar em um show Bailes da Vida, do Milton Nascimento.
Agora, é claro que há músicas por aí cuja letra exibe uma mensagem
imprópria, como alguns funks e forrós que simplesmente não dá para cantar
e nem para ouvir. Portanto, não é por ser músico do mundo ou da igreja que
são santos ou pecadores.
– Qual a sua maior expectativa para esse CD Sou feliz por ser católico,
lançado agora em 2009?
Pe. Joãozinho:
É uma experiência nova, pois nasceu no meio do povo e está
voltando para o povo, através dos shows. Depois dessa paróquia, estou indo
cantar no interior do Ceará e de lá para o Porto Franco, no Maranhão e,
posteriormente, para Canguaretama, No Rio Grande do Norte. Então acho que esta região me inspira. E a minha expectativa é que, de fato, as pessoas descubram o CD, principalmente, por não ser de gravadora. Esse é um CD gravado de forma independente, para tornar possível transmitir a mensagem por um processo de comunicação menos burocratizado. O que resulta também em um CD com preço acessível para todos.
– Qual a importância, em sua opinião, de um evento como esse na vida das
pessoas?
Pe. Joãozinho:
O Cerco de Jericó da paróquia Cristo Redentor impressiona pela
aderência das pessoas. Os fiéis vem de corpo e alma, suor, sangue,
lágrimas e tudo. Então, de fato, para alguns é uma oportunidade única de
voltar para a igreja, a impressão que eu tenho é que o Cerco de Jericó é
uma grande porta. Esse ano o símbolo foi a chave, inclusive para trazer de
volta para a Igreja Católica os evangélicos.
– Padre, qual a melhor forma de vencer as tribulações e perseguições do
mundo?
Pe. Joãozinho:
É importante cada pessoa ter o seu refúgio. Uma igreja é um
refúgio. Outro ponto imprescindível é manter-se na graça, na bênção. Paulo
já nos deu a armadura do cristão (Efésios 6,11), e nós temos que usar esta
armadura. O cristão que vai para qualquer lugar desarmado (sem oração),
vai sem estar em estado de graça. É um soldado que vai sem o colete à
prova de balas. Ele vai para o combate despreparado e, com certeza, será
morto. A nossa armadura é o poder do Espírito, na verdade.
– Padre, deixa uma mensagem para todos aqueles que lerão esta entrevista:
Pe. Joãozinho:
Deixarei um resumo de minha pregação cantada. Foram canções,
atrás de canções, mas por trás disso tinha uma mensagem, que se resume em
duas coisas: Jesus saiu de uma sinagoga e entrou na casa de Pedro para
curar sua sogra (Lucas 4,38), ou seja, entra na minha casa, na minha vida
e faz um milagre na Igreja e na família. Esses são dois grandes problemas:
quando a igreja deixa de ser família e a família deixa de ser igreja.
Que esta paróquia seja cada vez mais uma família e que as famílias desta
paróquia sejam cada vez mais um santuário de vida.

Por: Rafaela Argolo

Cheguei pelas 15h em Natal. Dois casais de Canguaretama já me aguardavam no aeroporto. Chovia. Ainda foi possível chegar a tempo de participar da Missa em memória dos 30 mártires que foram mortos há quase 400 anos por holandeses e índios na capela da pequena fazenda. Várias autoridades estavam presentes, inclusive a governadora. Ainda hoje a pequena capela fica em uma fazenda, longe do centro urbano. A missa foi presidida pelo arcebispo, Dom Matias. No momento estou em repouso em uma pousada da região. Amanhã é dia de repouso total. Merecido. O show de evangelização será no sábado.

Nesta sequência de Shows de evangelização nosso próximo destino é a cidade de Canguaretama, No Rio Grande do Norte. Ontem o show em Porto Franco abrilhantou a EXPOFRAN. As autoridades civis e religiosas se fizeram em peso. Terminou tarde… após meia-noite. Depois disso pude experimentar a deliciosa carne de sol da região. Agora já estou no aeroporto com toda a banda que me acompanha. É hora de partir.