No meio de alguns comentários confusos de pessoas que conhecem fragmentos de teologia, posto um texto de João Paulo II em que o papa fala da transubstanciação:
3. O sinal sacramental por excelência das últimas realidades, já antecipadas e actualizadas na Igreja, é a Eucaristia. Nela, o Espírito, invocado na epíclese, «transubstancia» a realidade sensível do pão e do vinho na nova realidade do Corpo e Sangue de Cristo. Na Eucaristia o Senhor ressuscitado está realmente presente e, n’Ele, a humanidade e o universo assumem o selo da nova criação. Na Eucaristia são pregustadas as realidades definitivas e o mundo começa a ser aquilo que será por ocasião do advento final do Senhor.
A Eucaristia, ápice da vida cristã, plasma não só a existência pessoal do cristão, mas também a vida da comunidade eclesial e, de algum modo, da sociedade inteira. Com efeito, o povo de Deus recebe da Eucaristia aquela energia divina que o solicita a viver profundamente a comunhão de amor, significada e realizada pela participação na única mesa. Daí resulta o impulso a compartilhar, em espírito de fraternidade, também os bens materiais, orientando-os para a edificação do Reino de Deus (cf. Act 2, 42-45). A Igreja torna-se deste modo «pão repartido» para o mundo: para as pessoas, no meio das quais ela vive, especialmente para os mais necessitados. A celebração eucarística é a fonte das diversas obras de caridade e de ajuda recíproca, da acção missionária e das várias formas de testemunho cristão, através das quais o mundo é ajudado a acolher a vocação da Igreja segundo o desígnio de Deus.
Além disso, ao manter viva a vocação a não se conformar com a mentalidade do mundo presente e a viver na expectativa de Cristo «até que Ele venha», a Eucaristia ensina ao povo de Deus a via para purificar e aperfeiçoar as actividades humanas, imergindo-as no mistério pascal da cruz e ressurreição.]