Ontem citei de passagem uma frase de Santo Agostinho na conclusão de sua obra magna “De Trinitate”. Este gênio da teologia e da língua latina é mais que atual. O binômio fundamental de sua obra é o mesmo que tem pautado o magistério de Bento XVI: Caritas in veritate. Recebi alguns comentários, nem sempre bem humorados, de pessoas que denunciam o fato de pegar uma frase fora de contexto. Estranho é que estas pessoas tem feito o mesmo com minhas palavras. Temos que tomar cuidado para não julgar apressadamente alguem considerando-o como herege. Esta é uma missão das autoridades competentes da Igreja. Até o momento ensino com MISSIO CANONICA concedida pelo meu bispo. Estes críticos ensinam em nome de que autoridade canônica? Reproduzo abaixo dois comentários, que considero de valor, para que você possa entender melhor o que estou dizendo. Aliás, a frase “dilige et quod vis fac”, de Santo Agostinho tem sido muito utilizada de modo deturpado. De fato precisamos definir antes de tudo o que é o amor na acepção cristã. Isto o Santo Padre não tem cansado de fazer. Suas três encíclicas vão nesta direção.

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Santo Agostinho também diz: “Ama e fazes o que queres.” Recentemente este pensamento de Santo Agostinho, foi utilizado em uma campanha pelas “Católicas” pelo direito de decidir, onde defendiam (salvo engano), o amor entre pessoas do mesmo sexo. Sabemos que o pensamento é bem restrito ao significado da palavra amor, dentro da cultura católica. Contudo, como diz o mesmo Santo: “Que morte pior há para a alma, do que a liberdade do erro” ?

Havendo liberdade para o erro, perde se a distinção entre certo e errado, o que produz a mentalidade: “Quem nos fará ver o bem?”

Nosso tempo é bem interessante, tudo de um certo modo, são desdobramentos da verdade (até mesmo o uso que a CDD faz do pensamento…), não existe mais mentira, mas um processo de evolução para a verdade, tudo muito subjetivo.

Por fim, alguém poderá dizer que as “”Católicas” pelo direito de decidir”, também não pensaram a fé?

Pensar a fé, todos pensam, mas o que importa é a finalidade com que se pensa a fé. Na história da Igreja, todos os hereges, pensaram a fé para modificá-la, e todos os apologistas católicos pensaram a fé para defender a sua unidade, não seus desdobramentos. Se tivéssemos tido a defesa dos desdobramentos da verdade nos primórdios do cristianismo, não teríamos tido tantos mártires. Teríamos tido ecumenismo e diálogo inter-religioso…

Caríssimo,

Santo Agostinho pensava a fé sim (“eu creio para compreender e compreendo para crer melhor”, Sermão 43, 7, 9), contudo sem estar separado da Igreja (Roma locuta, causa finita est (Sermão 131,10), diferentemente da moça que escreveu que a Igreja é falha e nos impinge mentiras(?). Vale lembrar o que dissera nosso querido Papa Bento XVI lembrando Santo Agostinho: “mas tende confiança: a Igreja é santa e incorruptível (cf. Ef 5,27). Dizia Santo Agostinho: “Vacilará a Igreja se vacila o seu fundamento, mas poderá talvez Cristo vacilar? Visto que Cristo não vacila, a Igreja permanecerá intacta até o fim dos tempos” (Enarrationes in Psalmos, 103,2,5; PL, 37, 1353)

Santo Agostinho, ia além: “é de importância capital para a salvação dos homens que estejam unidos pelo dogma, antes de estarem pelo culto.” (Santo Agostinho, 1, De Vera religione)

Sua benção Pe,

Att!

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Agradeço aos autores destes comentários inteligentes. Espero que possamos manter o nível da reflexão sem julgar (e condenar) apressadamente o interlocutor.

Grato

Dr. Pe. João Carlos Almeida, scj

20 Comentários

  1. Bom Dia
    Nossa! Deus age de forma maravilhosa na nossa vida mesmo, né?
    Eu ontem estive na Canção Nova para me consultar com um padre sobre uma situação que estou enfrentando. Eu sou solteira, católica praticante. E me apaixonei por um rapaz evangélico Batista. ( fervoroso!) OLha o conflito! Ele está apaixonado também … Temos uma sintonia incrível, coisa que nunca senti por ninguém… Mas o pastor da igreja dele o orientou sobre a qustão que os evangélicos dizem sobre o “Jugo Desigual”.. Bem o senhor pode imaginar como estou me sentindo… Ontem até.. foi bacana a conversa.. mas ainda me sinto muito desconfortável….
    dai eu abri a sua página e a primeira musica que ouço é : “não tenho vergonha de ser católico.. somos universais!” Puxa! Obrigada .. estou em lágrimas… Pois penso assim.. eu acredito nas mesmas verdades que ele.. Jesus é filho de Deus ..morreu na cruz para nos salvar e ressuscitou no terceiro dia.. ponto ( é claro de forma simplista!)..O resto é acessorio ..que gera brigas e discussões infundadas entre nós cristão!!!! Mas a questão é: como desistir desse sentimento? eu sei que será muito dificil ele entender a nossa doutrina..pois são conduzidos a pensar e a criticarem o catolicismo.. eu nem discuto.. não vale a pena perdermos os poucos momentos que estamos juntos.. ( diga-se bem longe em termos fiicos.. porq ele tem medo de se aproximar e perder o controle…!!!) discutindo doutrina..
    Peço oração, pois realmente estou sofrendo… e tenho certeza de que ele também…
    Sua benção..
    Obrigada.. por existir…

  2. jaqueline costa

    O padre joazinho e o padre fábio de melo, sao execelentes!!!!

  3. Caríssimo,

    Meu comentário não teve o intuito de julgar a consciência da Laura, apenas comentei sobre suas palavras, ou seja, falei de uma argumentação externa, não entrei na esfera individual de sua consciência. Palavras objetivas podem ser questionadas, como a afirmação da Laura de que a Igreja é falha, impinge mentiras e ritualismos; a individualidade dela eu não posso questionar, porque é algo subjetivo. Se alguém defende idéias contrárias à fé católica de forma clara, o faz de forma direta, algo diferente seria se ela apenas pensasse isso e eu presumisse, entrando numa região totalmente desconhecida a mim, que eu não poderia constatar. Se ela acreditasse que a Igreja é tudo aquilo que ela escreveu, sem no entanto externar isso, seria totalmente ilícito eu comentar algo sobre.

    Eu entendi o escreveste sobre julgarem suas palavras. Com efeito, há no blog dos Cruzados de Maria (que igualmente comentaram no seu post anterior), uma matéria intitulada: “Pe. Fábio e Pe. Joãozinho sustentam a heresia luterana da consubstanciação”. Mas, de qualquer forma, creio ser coerente observar a clareza da argumentação de Renato Salles e não sua suposta falta de autoridade para comentar o assunto. Algo que aprendi com o blog tomista Contra impugnantes, é que “não importa quem diz, mas a validade do que se diz” e as únicas autoridades que o Doutor Angélico aceita são a da Sagrada Escritura e a do Magistério da Igreja. Se o que o nosso amigo Renato Salles escreveu está em conformidade com o que sempre disse a Igreja, creio ser legítima sua crítica às suas palavras e a do Pe. Fábio e, sinceramente não acredito que eles tomaram frases suas isoladas. Eu não comentei sobre este assunto porque não tenho conhecimento teológico suficiente para tal. ;)

    Por fim, talvez poderíamos lembrar aqui o que diz Santo Agostinho sobre o amor e suas duas cidades: “Dois amores fundaram duas cidades, a saber: o amor próprio levado até o desprezo de Deus, a terrena; o amor a Deus levado até ao desprezo de si próprio, a celestial”.

    Sua benção Pe.,

    Att!

  4. Pe. Joãozinho boa tarde!
    Amei seu post de Santo Agostinho.

    “Ama e fazes o que queres.”

    Eu interpreto pelo modo primeiro amar no amor de Deus…é como se fosse a expressão: Só quem está preso em Deus pode está solto ao mundo”

    Realmente quem ama e o amor vem de Deus….el ñ quer dizer o amor profano….fazes o queres e com certeza esse querer não é um querer qualquer é um querer sábio.

    Um abraço fraterno!!!! Pe. Joãozinho precisamos do senhor na tv..nem que seja 1x por semana, por favor não nos abandone…hehehehe

    ANA VALESKA – FORTALEZA

  5. Padre, quando o senhor disse que a virgindade de Maria após o parto não é tão importante fiquei confusa, pois acredito na SEMPRE VIRGEM MARIA. Poderia me ajudar a entender, por gentileza, pois já tive algumas discussões com pessoas não católicas sobre os possíveis irmãos de Jesus.
    Parabéns pelo programa de ontem…percebe-se que o senhor faz bem ao coração do Pe Fábio, retirando-lhe o olhar melancólico, alicerçando sua missão…felicidades tb no próximo dia dos pais…como padre recebeste o dom da paternidade adotiva dos filhos de Deus…como disse o colega no site da Canção Nova:”Adotar é doar seu tempo, doar seu espaço e é acima de tudo entender o sentido da palavra “família”. (Júlio Brebal
    Missionário da Comunidade Canção Nova”)…acredito que tenha vivido bem esta vocação…Deus abençoe!
    Sua benção,

  6. Pingback: RCC Brasil

  7. Maria de Fátima

    Olá boa tarde!

    Gosto muito de assistir a canção nova! Nas quintas-feiras em especial…amo padre Fábio de Melo,MINHA ALMA RECONHECE A SUA VOZ…adorei o debate de ontem sobre aquele livro A Cabana,que relata a trindade tão incrivelmente,acho que está na hora das pessoas tomarem consciencia de que o nosso Deus trino está em muitas outras situações…
    Estarei esperando que façam um programa juntos falando sobre Maria Madalena,esta discípula fiel de Jesus o Cristo.

    Um forte abraço,
    Mª de Fátima.

  8. Padre Joãozinho, concordo que não devemos julgar apressadamente alguém, considerando-o um herege. Na “Imitação” aprendemos:

    “Não procures saber quem disse, mas o que foi dito.”

    Se o que é dito, trata-se de uma heresia, a pessoa que a diz, pode ser ou não, herege. Isto vai depender do grau de consciência da pessoa. Salvo engano, Santo Agostinho, dizia que existem pessoas que dizem heresias, sem, no entanto serem hereges. Além disso, tradicionalmente, cabe, somente ao magistério da Igreja julgar se alguém é, ou não é, herege. Contudo, desde de 1965, parece que descobriram com Chesterton que a ortodoxia, é a heresia, ou seja, não existe além do tradicionalismo católico, algo a ser evitado na Igreja pós-conciliar. Razão pela qual nenhum grupo, além dos vinculados ao tradicionalismo católico, sofreram tantas e tão duras sanções, ao ponto até mesmo do Cardeal Ratzinger (Hoje Bento XVI), dizer que os tradicionalistas católicos são tratados como leprosos. De fato o somos, em nosso país, a CNBB nos trata como lixo; defende o direito dos índios e dos quilombolas, alegando o argumento da minoria “desprotegida”, mas nega (ou impõe restrições) ao católico, o direito legítimo de terem a celebração da Missa Tridentina. É uma postura que nega as raízes latinas da Igreja (O mesmo não se observa na Igreja Ortdoxa. Os maronitas que tem o Rito na língua aramaica, celebraram na CN, o Rito Maronita em Aramaico…).

    Não ensinamos, e não temos a pretensão ao ensino, nós questionamos, é diferente. Sabemos muito bem onde vai parar (Com todo respeito), a legalidade farisaica. A Igreja do Carmo em Belo Horizonte, uma das mais belas e ricas de nossa capital, tem de católica apenas o edifício. O Frei Gilvander e Cláudio Van Ballen, que tem também a MISSIO CANÔNICA concedida por Dom Walmor, não ensinam nada absolutamente de católico, nesta Igreja que é efetivamente, um cento MARXISTA (eles tem até Rito próprio: http://cruzadosmaria.blogspot.com/2009/07/o-escandaloso-rito-propio-da-igreja-do.html). Ainda temos aqui a PUC, promovendo o homossexualismo em cursos de extensão (http://cruzadosmaria.blogspot.com/2009/05/escandalo-puc-minas-promove.html). Há nível nacional, o Sr. pode ler no blog do Professor Angueth (http://angueth.blogspot.com/), os comentários do Folheto “O Domingo”, já deixaram de ser católicos, a muito tempo. Isto sem contar o apoio da CNBB ao MST colocando em dúvida o mandamento que nos manda “10º MANDAMENTO: NÃO COBIÇARÁS OS BENS ALHEIOS.” E tudo com o MISSIO CANÔNICA, que sem a devida vigilância, acaba por centralizar a atenção dos fiéis, em “quem diz”, não no “que foi dito.” Se o Sr. der uma passeada pelos blog’s tradicionalistas que o criticam (Como também ao Pe Fábio Melo), constatará que as pessoas que defendem tanto o Sr. (como o Pe Fábio Melo), defendem exatamente, o Padre Joãozinho e o Padre Fábio Melo (Quem diz), não defendem os ensinamentos que recebem (O que foi dito).

    Quanto ao “Ama e fazes o que queiras”, a princípio, o fazer aquilo quer quando se ama, não exclui a temperança e nenhuma das virtudes cristãs. Penso que assim deve ser entendido o pensamento de Santo Agostinho, que também dizia: “A virtude dos pagãos, são tremendos vícios.” Pedindo perdão novamente, por algum excesso que possa ferir sua sensibilidade, me despeço. Fique com Deus.

    Respeitosamente,

    P.S.: Agradeço as considerações quanto ao meu comentário, obrigado!

  9. Boa noite, pe. João Carlos
    Assisti ao programa Direção Espiritual ontem e gostei muito.Nada como um programa religioso onde os assuntos sejam abordados a partir de uma reflexão consciente,embasada,contextualizada sem perder a sabedoria e espiritualidade.
    Acredito que a abordagem simplificada de questões religiosas geram mais dúvidas do que a análise profunda,haja vista o fato de muitos migrarem para outras denominações porque não conheceram a doutrina católica na essência,o que realmente seja a eucaristia,etc.
    Como educadora tenho o costume de dizer aos meus alunos do Ensino Médio que “pensar”(infelizmente) é uma atividade quase em extinção,ninguém ousa mais utilizar este atributo divino.”Pensar faz bem à saúde” é o meu lema.
    O senhor disse acima que alguns denunciam o perigo de “pegar uma frase fora de contexto”,mas há outro fato que considero ainda mais nocivo:
    Quando uma pessoa pega uma frase ou uma palavra de alguém e colocam-na em outro contexto.E foi o que essas “Católicas” fizeram. Elas “pegaram uma frase” e utilizaram-na em outro contexto.
    Logo,essas mulheres não “pensaram a fé” apenas aproveitaram-se de um pensamento de um doutor da igreja e agluitinando-o ao seu discurso “aparentemente teológico” tentaram obter algum respaldo para os seus objetivos.
    Não fizeram desdobramentos de verdade,mas apropriação de uma verdade em um contexto subjetivo que interessava somente a elas.
    Nem todos pensam a fé,pois isso exige estudo,aplicação,sabedoria,
    idoneidade,no caso dos padres,respaldo das autoridades eclesiais e muitos utilizam as metáforas,a descontextualização para seus objetivos,no mínimo, discutíveis haja vista a ploriferação religiosa.
    Posso estar enganada, mas creio que os hereges do passado que quiseram modificar a fé contribuíram para que a base católica fosse ainda mais solidificada e aprofundada,pois quando alguém lança dúvidas sobre algum mandamento da igreja, as autoridades reúnem-se,fazem a releitura do assunto e confrontam a “heresia” com a verdade cristã e apontam as falhas dos “hereges”.
    Dizem que a sombra é necessária para que a luz ilumine ainda mais.
    A igreja é santa porque a “cabeça” assim o é(Jesus),mas os membros(nós)são falhos,somos humanos em busca de santidade e não da perfeição,pois perfeito,só um,Deus.
    Portanto, programas como o de ontem faz-se necessário para que os que possuem dúvidas possam ser esclarecidos,ainda mais com dois sacerdotes espiritualizados,competentes,sempre em busca do conhecimento,autorizados pelos seu superiores, consequentemente pela igreja para fazê-lo.
    Espero que os senhores possam realmente apresentarem esse programa.
    P.S. Ando pensando na frequencia com que as pessoas estão utilizando o termo “herege”,daqui a pouco estarão “condenando os outros à fogueira”.
    Talvez eu seja uma das primeiras a “experimentá-la”,alguns alunos exigirão um julgamento para mim. Motivo:reprovação,alegarão falta de amor da minha parte.
    Respeitosamente,um abraço.

  10. Luciana,
    Se você pega a doutrina do Sacramento da eucaristia (que é dogmática), e a tenta explicar através da filosofia moderna, por exemplo, ela será retirada de um contexto imutável, para ser introduzida, em um contexto mutável (Evolucionista, onde a verdade sobre a Eucaristia, amanhã, não será o que é hoje). Isto sem contar que ela absorve, a incogniscibilidade desta mesma filosofia, e torna-se o “Mistério Pascal.” Assim, a consagração já não é feita pela fórmula, mas pela epíclese. Razão pela qual não se dá muita importância a palavra “por muitos”, e em seu lugar, é colocada “por todos” que persiste nas Igrejas de nosso país, apesar do Papa ter ordenado a correção na tradução (Embora na Bíblia se possa ler as palavras corretas).

    O efeito da tentativa de se sintetizar, a eternidade e a temporalidade, a partir de juízos e formulações do próprio do tempo, torna a verdade, filha de seu tempo (Galileu Galilei), e não filha dos tempos de Jesus da Galiléia. O reflexo disto na tradição da Igreja, é como vemos, antagônica a bela definição de Chesterton:
    “É óbvio que a tradição é apenas a democracia estendida ao longo do tempo. É confiar num consenso de vozes humanas comuns em vez de confiar em algum registro isolado ou arbitrário.”

    O que terá acontecido, com a porta estreita, para ficar tão larga?

    O contexto das “Católicas pelo direito para decidir” é em essência, o mesmo contexto de se pegar uma verdade, e utilizar-se do sofisma da afetação pelo tempo para modificar sua formulação (os modernistas é quem valorizam a fórmula intelectual, leia a Pascendi Dominici Gregis). O tempo, não corrompe a verdade expressa pela palavra, apenas lhe dá, um significado mentiroso que não corresponde a sua realidade. Candidato, por exemplo, tem sua origem no Latim; “Candidatus” que significa puro, cândido, límpido, etc. A palavra continua com o mesmo significado, embora os candidatos signifiquem exatamente o oposto. Quem se corrompeu pelo tempo, a palavra, ou o homem? Quem deve se adequar a quem?

    Karl Barth, um teólogo protestante (muito ruim), antes da CDD, pensou o funcionamento básico deste modo de pensar a fé. Buscando embasamento em Protágoras, deu-lhe, uma formulação cristã. Sentenciou que após a encarnação de Cristo, “o homem tornou-se a medida das coisas que são, e das coisas que não são.” Isto esta na essência da doutrina modernista da encarnação da verdade revelada, em todos os povos e culturas. Cristo disse que viriam falsos profetas dizendo que ele estaria aqui ou acolá. Portanto não é de se admirar que embora o Magistério pré-conciliar tenha prescrevido condenações contra o comunismo, protestantismo, humanismo (“todo humanismo é inumano, que todo humanismo é antropocêntrico e ateu; que somente submetendo-se o homem à Divindade, reconhecendo seu nada sob o abismo da imensidade divina, é como pode recuperar a sua dignidade. Não é pensando em reabilitar a criatura humana que se pode ir ao Criador, porque então Deus se converte em simples meio de dignificar o homem. É por Deus mesmo que devemos ir a Deus. E em sua luz ver sua luz.” Leopoldo Palácios ), socialismo, ateísmo, etc, existam autoridades (em sua maioria) que possuam apenas uma afetividade católica, enquanto a sua racionalidade, esta vinculada a uma destas correntes de pensamento modernas. Se a verdade liberta, porque procurar a racionalidade católica na filosofia moderna, e não na filosofia da Igreja? Mais interessante ainda é fazer a comparação com a obra de Santo Agostinho e Santo Tomás, que passaram a filosofia de Aristóteles e Platão pelo critério da cruz, antes de batizar e transcender ambas as filosofias.

    Pensar de fato, é um ato de louvar a Deus. Contudo em Santo Agostinho, o pensamento não condiciona a existência, mas é a existência quem condiciona o pensamento e a ela deve se adequar. O liberalismo filosófico é, invenção de Descartes, não do Bispo de Hipona. É do contexto cartesiano (sempre citado pelo Pe Fábio Melo), que surge a veemente crítica de Chesterton:

    “É ocioso falar constantemente da alternativa da razão e da fé. A razão é já de per si uma matéria de fé. É um ato de fé o afirmar que os nossos pensamentos têm qualquer relação com a realidade” Ortodoxia

    Para ilustrar a máxima, Chesterton, utiliza-se dos muitos Napolões Bonapartes existentes mundo afora, onde a existência, não condiciona o pensamento, eles pensam, e logo existem (como Napoleões). Não sou eu, através de meu pensamento que devo condicionar a fé, mas é a fé quem deve condicionar, o meu pensar, a realidade, é Cristo, não eu. Para ser Cristão, devo me negar a mim mesmo, para que Cristo habite em mim. Neste ângulo, aprofunda-se ainda mais o pensar a fé… Portanto, é melhor dar o assentimento da inteligência e da vontade a verdade revelada do que pensá-la, em busca de uma verdade desejada (Um desdobramento).

    O mesmo Santo Agostinho diz que “a verdade não é minha e tua para que possa ser, tua e minha.” No desdobramento da verdade, vemos a verdade sendo “católica” e protestante, ou a verdade é da Igreja da qual Cristo é o cabeça e tem seu corpo Santo Incorruptível, pois não existe nenhuma condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus (São Paulo). Ou a verdade é, da Igreja que tem o homem decaído no pecado por cabeça, e seu corpo corruptível e santo somente pela fé (Necessitando de constantes reformas – Ecclesia Semper Reformanda). Se Cristo lhes perguntarem se a Igreja é Santa, responderão a quem nos ensinou a dizer SIM SIM NÃO NÃO, com as palavras, Sim Não?

    A resposta que receberam, será bem simples:

    Como os membros do corpo podem pecar, contra a cabeça?

    Se isto acontecesse analogamente ao nosso corpo, ele é deficiente… Então trata-se de uma analogia possível ao Corpo de Cristo?

    Há meu ver este conceito, é fruto da concepção corrompida da relação entre a graça e a lei, por parte do Protestantismo. Porque se o homem é pecador e santo, ele não é nada, Nietzsche (como filho de Pastor Protestante) e sua obra, são o produto exato desta forma de pensar a fé (niilismo). Maritain diz (+ou-) que, o protestante rechaçará como inútil uma graça que não transforma, que é somente um manto pelo qual se escondem os pecados… a crítica dele, é muito boa.

    Por fim, é normal atualmente as pessoas pensarem na quantidade, até mesmo com que freqüência as palavras são ditas. Pois o número, é, quem tem feito quase tudo atualmente, e pelo visto, também tem sido objeto de preocupações, e pesadelos com fogueiras… mas qual das duas?

    Bom, decidi que esta é minha última postagem aqui, agradeço ao Padre Joãozinho pelo espaço, e digo que não tenho intenção de julgá-lo ou condená-lo, se pareceu isto, peço humildemente perdão, tanto pela minha ignorância, como também pelas minhas deficiências. Vou tentar escrever e participar menos de debates, para estudar mais, realmente deixo muito a desejar, ai de mim se não fosse Deus!!

    Fiquem com Deus.

    Abraços

  11. Bom dia, pe. João Carlos
    Como o amigo acima referiu-se a mim farei umas breves considerações,não tenho o hábito de postar comentários,apenas os faço quando os assuntos são polêmicos.
    Inicialmente,não sou adepta à falsa modéstia,não fiz curso teológico,meus argumentos não se baseiam em pensadores sejam religiosos ou não,embora tenha lido muitos,mas na leitura bíblica,nos ensinamentos que recebi na igreja,no meu conhecimento adquirido através de minha formação.
    Confesso que sou admiradora do ministério dos padres do Sagrado Coração de Jesus não só pela espiritualidade, mas pela também pelo fato de sempre estimularem os cristãos ao estudo.
    Fiquei mais de vinte anos afastada da igreja por várias razões,a atitude dos que estavam à frente, teria,excelente,prática,zero.
    Não viviam o que pregavam.
    Quase fui “impedida” de receber a primeira Eucaristia por uma freira porque não conseguia recitar o Salve Rainha sem “gaguejar’
    E para os “esquecidos” ficar em frente ao sacrário para decorar a oração.
    O santíssimo tornara-se local de castigo.O ano inteiro que passei frequentando a catequeze seria desconsiderado porque “travava” nos “degredados filhos de Eva”.
    Eu tinha apenas 7 anos e passei a noite em claro para decorar essa oração e se não fosse uma catequista que tomou-me a oração não teria participado da primeira Comunhão.
    Há ministros de Eucaristia aqui que possuem relações ilícitas e outras coisas mais que não citarei em respeito à seriedade do blog.Logo,os membros do corpo pecam contra a cabeça…
    O fato de formamos o Corpo de Cristo não significa que estamos isentos da condenação, muito pelo contrário…Os nossos atos pesarão em muito para a salvação e isso é bíblico.
    Penso que recuperar a atitude humana dentro do contexto religioso é uma necessidade.
    Na minha acepção, “despir o velho e revestir o novo” perpassa não só a ritualidade,espiritualidade,mas também as atitudes.Não há como desmembrá-las.
    EU NÃO ACREDITO que um ser humano que não tenha “transformado” suas atitudes possa algum dia dizer “Cristo vive em mim”.
    Eliminar a arrogância, egoísmo,falta de amor ao próximo,fazer da matéria fonte de vida,etc.
    Assim,estou negando a mim mesmo,as minhas vontades e dando voz aos valores de Cristo; mortifico as práticas humanas imperfeitas e assumo as celestiais, o amor a Deus e ao próximo,a caridade na verdade(Jesus),o Céu é nossa casa,mas devemos combater as injustiças enquanto estamos por aqui,etc.E essa porta é estreita,
    falo por mim…Logicamente, não conseguirei isso somente pelo meu esforço, mas através de Jesus, lendo sua palavra, colocando-a em prática, participando dos sacramentos,etc.
    E quanto à fogueira,fiz referência à da precipitação, o julgamento deixo para Deus, uma vez que sou uma pecadora assumida em busca de santidade e não da perfeição.
    Não me preocupo com “inimigo”,inferno,pois trabalhar minhas imperfeições sob a luz de Deus consome demais o meu tempo.
    Jamais tive pesadelos dessa natureza uma vez que as mudanças
    ocorridas nos “piores” demoram, mas quando se realizam são genuínas e para sempre,diferentemente daqueles que se consideram “puros”…Foi o que ocorreu com Pedro,negou Cristo três vezes,Jesus não desistiu dele e a transformação aconteceu…
    Tornou-se o primeiro Papa…Certa vez, enviei um e-mail ao pe. Fábio onde escrevi que talvez esse fosse o fato de Jesus preferir os “piores”,não escondemos nossos atos de Deus,mas quando nos transformamos é para sempre e como só Deus vê o coração…
    E se Deus me perguntasse se a igreja é santa diria ,a igreja, sim,os homens(nós) que compoem-na,não.Sem medo de errar…
    Finalizando,quando fiz a primeira Comunhão, o padre, hoje é bispo em Campos, explicou-nos como sendo “transubstanciação”, o pão e o vinho “trasmaterializam-se” em “corpo sangue” de Cristo.
    Mas isto exigiria de nós um ato de fé,acreditar realmente nesta “transformação”.
    Certa vez, meu pai,um liguista antigo,faleceu dia 28 de junho contou-nos um fato ocorrido num encontro nacional da Liga Católica.
    A reflexão do encontro foi sobre Eucaristia. O diretor espiritual do movimento, logicamente, um padre,fez uma experiência.
    Celebrou duas missas num mesmo dia e distribuiu a hóstia.Em uma delas não fez o ato da consagração e após a missa, no momento de estudo, perguntou se algum dos presentes sentira alguma diferença e que levantasse o braço…Somente o meu pai levantou…
    Após esse encontro, o meu pai sempre dizia que os católicos que mudam de religião é porque nunca acreditaram que recebiam o “corpo e sangue” de Cristo na Eucaristia, não acreditaram na “transubstanciação”,pois esta prática religiosa só existe na igreja católica…
    Até breve.

  12. Luciana, antes de lhe responder (vai demorar um pouquinho, porque ainda proporei uma questão para o Pe Joãozinho e o Pe Fábio Melo, se puderem, responder no programa), lembrei me de um texto, sobre Santo Agostinho e Déscartes, que retransmito para sua reflexão, a do Padre Joãozinho (Se possível a do Pe Fábio Melo também) e de todos. Segue abaixo, fique com Deus.

    SER. CORAÇÃO. CONSCIÊNCIA

    L Cogito
    Disse Santo Agostinho: “Somos, conhecemos que somos e amamos esse ser e esse conhecer.” Disse Descartes: “Penso, logo existo.” Entre o sum ergo cogito de Santo Agostinho e o cogito ergo sum de Descartes, além da inversão, há concordância; em ambos, correspondência entre o ser e o pensar. Parmênides os identificava.
    Considerando só serem propriamente entes os entes espirituais, anjo e homem, dos demais poder ser dito que existem mas não são, e legitima-se a recíproca implicação: o sum implica o cogito, o cogito implica o sum.
    Nosso conhecimento conceituai limita-se ao ente. O ser fica além desse horizonte. Nosso próprio ser, porém, presente em nós mesmos, desvela-se na transparência do espírito. É intuitivo. Somos sempre conscientes do próprio ser, do eu; somos pessoas. Interrompida essa consciência, cessaria o homem de ser.
    Para haver conhecimento, é necessário o conhecedor e o conhecido. O fundamento do conhecedor é a autoconsciência, o sum, o cogito; do conhecido, o ente. Não estaria assim no seu point de départ o Descartes desastroso, se não assimilasse, identificasse a condição, o status do conteúdo da consciência exercida com a desse conteúdo quando objetivado, inserido já não no domínio da consciência, mas no domínio da intencionalidade.
    Na fórmula de Descartes é insinuada a precedência do cogito.
    A atividade abstrativa da inteligência apreende a essência das coisas, as quais não nas ideias, mas pelas ideias são conhecidas. Não são pois as ideias intuitivas, mas intencionais. Tendemos ao objeto conhecido ou desejado por atos intencionais.

    Conhecemos que conhecemos e amamos o amor, por nossa consciência intencional, a qual, sem se reduzir à consciência do eu, dela tem dependência causal.
    Descartes, em seu caminho (ida), atravessa a fluida presença intencional das ideias, nelas expandindo sua dúvida metódica. Detém-se ao esbarrar na resistente presença intuitiva do cogito, áosum.
    Descartes, continuando seu caminho (volta), deslumbra-se com a claridade das ideias. Já não as deprecia com dúvidas, e lhes concede a condição devida ao primordial sum; dirá: as ideias são intuitivas.
    É aí que está o Descartes desastroso; sem escapatória.
    “Ideias intuitivas”, no homem, não têm compromisso com a realidade; a metafísica, sem fundamento no real, será um liberado jogo das ideias, denominado por Maritain ideosofia, aproximadamente a Vernunft de Kant.
    Na fórmula de Santo Agostinho há a precedência do sum.

    II. Analogia Trinitária
    O ser será o fundamento da filosofia de Santo Tomás, na qual alcançará a metafísica sua maior elevação: “o ser é o ato de todos os atos, a perfeição de todas as perfeições”; “Deus é o sumo ser subsistente”; “o ente é o que tem o ser”.
    Sugere o cogito de Santo Agostinho a analogia à Santíssima Trindade. São os analogantes o Pai, o Filho e o Espírito Santo; representam os analogados o somos, o inteligimos, o amamos.
    É adequado e comum interpretar aí representados o ser, a inteligência e a vontade. Mais adequado, porém, parece o ser, a consciência de ser (do eu) e a união (amor) do ser e da consciência de ser, integrados na trinitária unidade do eu. A indissolúvel união do ser e da consciência de ser é um analogado do Espírito Santo.
    Em Deus as relações de paternidade, de filiação e de mútua aspiração se realizam entre pessoas perfeitas. Pessoas que, em unidade substancial, gozam total felicidade. Nada lhes é acrescentável.
    O homem, porém, deve aperfeiçoar-se em ser, conhecer e amar. Não é auto-suficiente para alcançar sua felicidade. Depende de outros entes do universo: anjos, homens, animais, vegetais e entes físicos. A interação do homem com o universo físico é foi ta através do corpo. É, porém, o espírito que fará tender o homem às coisas do universo.

    III. Intencionalidade e bem-aventurança
    In-tendere, tender a, corresponde a intencionar. São atos intencionais do homem: conhecer, apetecer, criar sinais e símbolos, projetar instrumentos e artefatos. A intencionalidade se superpõe à realidade entitativa. Não são usados como calendário e relógio o Sol e a Lua? Disse Heidegger que o Dasein (homem) transforma o ôntico em ontológico.
    Os atos intencionais são transitórios e descontínuos. Não seria desejável que a perfeição deles resultante fosse permanente?
    Atos geram hábitos. Hábitos permanecem. Ato bom, hábito bom, virtude. Ato mau, hábito mau, vício.
    Como o alimento é integrado ao corpo, os atos são assimilados como hábitos, qualidades que inerem e alimentam o ser substancial.
    Pela virtude, melhor realiza o homem sua essência, adquire mais ser.
    Com os atos intencionais é concomitante a consciência intencional. Não causada por esses atos nem pêlos objetos intencionados, mas derivada e dependente da consciência de ser, doeu.
    Onde saciar o homem sua sede de felicidade? Em seu ser, em sua consciência de ser, em sua consciência intencional, nos objetos intencionados?
    A união do ser e da consciência de ser é um processo de amor. Qual o maior deleite desse amor? Onde encontrar a beatitude?
    Para Aristóteles a maior felicidade consistia na imitação do Ato Puro, do pensamento que a si mesmo se pensa. Portanto, na contemplação.
    Qual contemplação? A do mais alto conhecimento especulativo: a metafísica. Nela, o que mais elevado houver: as causas que ordenam o ente e o universo, ou sejam, as substâncias separadas e os primeiros princípios.

    IV. A busca de Deus
    Santo Agostinho, pela fé e pela razão, sabe que Deus existe. Nele estará nossa beatitude: “Fizestes-nos para Vós, e o nosso coração estará inquieto até que repouse em Vós.”
    Procurará, em consequência, Santo Agostinho encontrar Deus. Onde?
    Três etapas de busca: nos objetos corpóreos, na memória, nas forças atuantes no cimo da alma, beatitude e verdade (ver F. Cayré A. A., La contemplation agostinienne, Desclet, pp. 205 a 210).

    Primeiro degrau: os objetos corpóreos

    “Eu os interroguei. A resposta foi: não somos Deus, procure-O acima de nós. Por fim, em voz forte: Foi Ele que nos fez (Salmo XCIX, 3). De todo o questionamento, ficou a beleza deles como resposta.”

    Segundo degrau: a memória

    Disse Pieper: “A memória é para Santo Agostinho a primeira realidade do espírito, da qual se originam o pensar e o querer, e, assim, constitui a imagem de Deus Pai, do qual procede o Verbo e o Espírito Santo” (in “Das Vergespann”, transcrito de Cultura e Educação na Idade Média, org. Jean Laurent, 1a ed., p. 9).
    Sendo o ser o ato dos atos, analogado de Deus Pai, infere-se alguma coincidência entre memória e ser.
    Passam os atos, ficam os hábitos. São hábitos a memória e as virtudes, qualidades que integram e aperfeiçoam o ser substancial, a mais íntima e originária realidade do homem, da qual dele tudo o mais depende.
    O que encontrará Santo Agostinho em sua memória? O passado; o presente; as coisas contempladas, não como existentes individuais, mas na pureza de suas essências (correspondentes às ideias criadoras de Deus); enfim, a si mesmo se vê, nesse mergulho em profundidade no seu ser.
    Concluiu e diz: “Deus está acima mesmo dessa memória, está além das criaturas e de nosso ser.” Para encontrá-Lo, é necessário tudo isso ultrapassar, abandonar. É a purificação, o nada de São João da Cruz

    “Nosso Deus habita uma luz inacessível” (São Paulo).
    O terceiro degrau, o último, é a porta estreita, o buraco da agulha. O impossível para o homem é possível para Deus. Sobe-se esse degrau só pela mão de Deus. Sobe-se esse degrau, só pela mão de Deus, pela graça.

    Terceiro degrau
    “Vós chamastes-me, curastes-me, rompestes-me minha surdez. Resplandescestes, brilhante, destruístes minha cegueira.

    […] Tocastes-me.”
    As forças da verdade e da sabedoria levam-no à contemplação de Deus. Como?
    Para contemplá-Lo, há a nova consciência de ser, a da filiação divina; as novas virtudes: fé, esperança, caridade, e as morais infusas, e os dons do Espírito Santo. E os atos correspondentes: a oração, as obras de misericórdia, as bem-aventuranças, a prática sacramental e, na mortificação e na compaixão, a Cruz. Esses hábitos e atos mutuamente se realimentam, e aperfeiçoam nosso novo ser, nosso novo eu.
    As obras de misericórdia são atos movidos pela graça. Atos geram hábitos. O hábito das obras de misericórdia é a virtude da caridade. Pela caridade se renova o ser, o eu. No juízo final, pelas obras de misericórdia, é o nosso eu, em sua totalidade, que será julgado.
    Seremos justos se renovados como filhos adotivos de Deus. Imperfeita a renovação nesta vida, podem purificar-nos o arrependimento movido pela graça, a penitência e os sacramentos. Na outra vida, o purgatório.
    A recusa definitiva da graça de filiação é a permanência na morte. A fixação da consciência no próprio ser, pelo amor-próprio, na altivez, no orgulho causa essa recusa, essa morte.
    A graça pertence à categoria dos acidentes, como qualidade. O acidente inere na substância, dela recebendo o ser. Sobrenatural e divina, é a graça que assume e renova o ser. Dá a Luz e a Vida (Jo l, 4,9), dá a filiação divina.
    O ser e a consciência de ser dessa filiação unem-se em uma chama viva de amor, num fulgor de verdade e de sabedoria.
    No terceiro degrau, enfim, contempla Santo Agostinho uma adequada imagem de Deus, em nós efetivada.

    V. Onde está o coração?
    Mencionam o coração o Antigo e o Novo Testamento, a teologia moral e a dogmática, a pastoral e a liturgia.
    O dicionário Conceptos Fundamentales de Ia Teologia no tópico corazón apresenta dois artigos. O primeiro, de P. Hoffmann, exibe exaustiva citação das Escrituras. É dilo ser bom ou mau o homem, se bom ou mau for seu coração;significar o coração metaforicamente a origem da inteligência, do querer e do sentir; corresponder o termo grego kardia à vida pessoal tio homem e à sua unidade interior. São concordes as citações (Mii apresentar o coração como algo muito íntimo e do qual depende o modo de ser e de agir do homem. São Paulo (Rom. 6, 17): “obedecestes de todo o coração àquela norma de doutrina sob a qual fostes chamados”. No segundo artigo, K. Rahner diz ser “o coração um conceito primário que se refere à totalidade do homem”; mais adiante, com alguma discordância, ser o coração “um símbolo real que significa o centro original do homem”.
    Mas o que é esse centro original do homem simbolizado pelo coração? Onde fica?
    Disse Pascal: “O coração tem razões que a própria razão desconhece.” Superiores às da razão?
    Razões do centro original? Procedentes do amor que une o ser e a consciência de ser, analogado do Espírito Santo? A união de amor do ser e da consciência de ser. eis aí o centro original! eis aí o coração!
    Mais perfeita fica a analogia entre o centro original e o Espírito Santo, para o homem elevado à graça, com o ser e a consciência de ser da filiação divina, com o amor sobrenatural. O centro original, o coração, não será mais só um analogado, mas privilegiada habitação do Espírito Santo.
    Com gratidão, pode-se meditar:

    Não é altivo meu CORAÇÃO (SI. 300,11),
    nele habita o ESPÍRITO SANTO;
    e une em amor
    a nova CONSCIÊNCIA DE SER,
    CRISTO vive em mim (S. Paulo, Gal. 2,20);
    e o SER,
    morada do PAI.

    Hélio Drago Romano,
    Os amigos me ensinaram
    Crede ut intelligas

  13. Padre Joãozinho, ontem disse que aquele post era minha última participação. Contudo, me lembrei do texto que postei anteriormente, e me surgiu a idéia de propor algumas questões para o Sr. e o Padre Fábio Melo, que são o questionamento do método moderno. Segue abaixo. Fique com Deus.

    Abraço

    A questão que irei propor visa, questionar o método moderno que é tido como uma das maravilhas da ciência moderna, e encanta a muitos. O Padre Fábio Melo, em um programa, falou sobre a razão cartesiana, e sobre não termos provas da ressurreição de Cristo. Para começar este questionamento, pergunto:

    É mais fácil provar a ressurreição de Cristo, ou alguma coisa contra os políticos de Brasília?

    Efetivamente, apesar de não termos provas dos crimes, cometidos pelos políticos de Brasília, não temos fé que sejam honestos e santos. Este é um dos muitos exemplos que testemunham a deficiência do método moderno. Onde o discernimento, é tutelado pelas provas, e somente esta pode determinar se algo é, ou não é, verdadeiro. Se como cristãos não somos capazes de discernir quando alguém esta dizendo a verdade, ou esta mentindo, não é absurdo dizer que Cristo não está em nós (Aquele que é da verdade, ouve a minha voz… disto não esta excluído os cristãos), pois estaremos sujeitos a falsos Cristos e a falsos profetas.

    De Lubac (um autor heterodoxo, que foi objeto da Humani Generis), dizia que se a existência de Deus pudesse ser provada pela razão, os homens não acreditariam em Deus, continuariam a crer na razão que forneceu as provas. De fato então, se consumaria o templo para a razão, construído no iluminismo. Dito isto, passo ao segundo ponto, questionando:

    O que garante que José não esta evoluindo para Joaquim? O Dogma, ou a Carteira de Identidade?

    É um questionamento, muito pertinente, feito por Chesterton. O qual, observei na prática, quando o Padre que deu extrema-unção ao meu Tio, foi barrado no hospital, porque não estava com sua carteira de identidade, que o identificava como Padre. Embora o Padre tenha se apresentado como Padre, a pessoa que o recebeu, não acreditou que ele era Padre, necessitou que ele provasse ser Padre.

    Se a prova tem esta importância toda, o testemunho, não tem nenhuma importância, ou seja, transfere-se aquilo que o homem é, para o papel, e o homem mesmo fica vazio. E o dom da palavra, passa a não ter nenhum valor, porque não se credita mais naquilo que falamos, mas naquilo que assinamos. Razão pela qual, procuram um documento assinado por Nosso Senhor. A origem disto, esta na Sola Scriptura que pretendeu transferir a autoridade para o papel. Conseguindo no entanto, transferir a autoridade para a razão, embora os reformistas neguem que São Pedro tenha recebido razões do Pai, para testemunhar; Tu és o Cristo, Filho do Deus Vivo! Dito isto, passo ao terceiro ponto, questionando:

    Não cremos na inocência dos presidiários, que se dizem inocentes, apenas pelas provas dizerem o contrário, ou somos capazes de distinguir-lhes a culpa, sem a ausência de provas?

    Crer na inocência dos presidiários, sem a ausência de provas, seria professar o fideísmo. As provas e o testemunho têm seu devido valor, na medida certa e no lugar certo. Qual é esta medida, e qual é este lugar?
    Na tradição da Igreja, talvez possamos dizer que acreditamos no argumento da santidade. Se a palavra de quem diz é de algum Santo, ela assume automaticamente confiabilidade, por haver harmonia entre “quem diz” e o “que é dito.” Não havendo esta harmonia, não existe credibilidade. Aquele que diz deve ser o testemunho, e a prova, daquilo que se diz.

    Aplicando isto ao presidiário, veremos que aquilo que ele diz, não corresponde a quem diz. Porque o testemunho e as provas que nos fornece, dizem exatamente o contrário, e não podem ser ignorados em prol da sua justificação. Isto é muito evidente em nossa política, onde nossos políticos são justificados e mantidos pela fé que professa no povo, e pela fé que dele recebem.

    Kant (outro autor ruim), dizia “Ouse saber”, mas será que importa o saber oriundo da razão, ou o saber que faz o discernimento entre a razão verdadeira e falsa? Se as coisas são incognoscíveis como diz Kant, ele não poderia dizer isto, porque é em si mesmo um conhecimento da coisa. Além disso, sendo incognoscíveis, não se pode distinguir entre a razão verdadeira e a razão falsa. Razão pela qual, muitos professores ensinam que a única certeza que devemos ter, é que devemos duvidar de tudo. Um amigo professor, me disse que um de seus alunos ao ouvir este ensinamento de um professor universitário, perguntou-lhe:

    – Professor, o Sr. não dúvida disso?

    Evidentemente, o professor ficou sem resposta (e sem graça). A filosofia, e o método moderno são produtos finais do iluminismo. Exatamente por este motivo, as pessoas ousam saber apenas sobre coisas materiais, produtos deste mesmo contexto imanente científico. Se disséssemos, por exemplo, “ouse saber, não use camisinha”, não saberiam qual o saber que os dispensa do uso da camisinha, por estarem presos exatamente na imanência. E não se fala melhor ao homem, utilizando-se dos meios que ele utiliza, até porque se formos seguir esta lógica, os documentos da Igreja, terão mais importância do que as autoridades que os falaram, e não pelo que dizem em si, mas pelo que podem significar mediante ao livre-exame. Não cabe aqui, um outro trocadilho da sentença de Kant? Sim: “Use a palavra, não use o papel.” Claro que isto deve ser entendido dentro de um contexto restrito.

    Por fim, São Paulo diz que o homem natural não pode entender as coisas que dizem respeito ao Espírito de Deus. Porque eles tem por Logus a matéria, não o verbo que se fez Carne. Então é razão para nos questionarmos:

    O verbo ao se fazer carne, transformou a matéria em verbo, ou continua somente Ele, sendo o verbo?

    Teilhard Chardin e Karl Barth acreditam, que a encarnação divinizou e santificou a criação. Descobriram eles a pouco que era necessária apenas a encarnação do Verbo para nos salvar, a cruz então tornou-se até mesmo para Protestantes e Católicos, o mesmo motivo de escândalos que era para gregos e judeus. Contudo, a origem disto, não é nenhum dos dois, mas sim a tradição que Nosso Senhor condena nos judeus: a Cabala. Esta sim afirma a divindade do mundo, e que somos a imagem e semelhança deste. Isto é notável, por exemplo, na teologia da libertação que no fim das contas acredita que o homem é a imagem e a semelhança da sociedade na qual habita.

    Para terminar, digo que a anti-Igreja é sumamente forte na modernidade, e fornece nos uma espécie de paródia a Santíssima Trindade. Onde o mundo é o Pai, e dele somos imagem e semelhança, o Filho é a matéria, que cumpre o papel do logus e o Espírito Santo, é a Evolução, que não nos faz lembrar todas as coisas, mas sempre esta nos ofertando uma nova compreensão daquilo que é incapaz de nos lembrar. Porque o mundo, não pode conhecer o Pai, sem o Filho que promete aos que nele crêem, o Espírito Santo que não foi prometido a todos, mas tão somente aos que acreditam em Cristo.

  14. Luciana,
    Salve Maria!
    A referência a você deu-se porque, em seu comentário, você referiu-se ao que argumentei. Também não sou adepto da falsa modéstia, não fiz curso teológico, e não possuo formação acadêmica. Tirei o 2º grau, através de supletivo, estudando em casa. Talvez o único livro de Santo Agostinho que terminei de ler, foi da “Natureza do bem.” Embora tenha dois volumes sobre “A graça”, a humildade me impedi de lê-los sem orientação, pois estão muito acima da minha pequena capacidade.
    Muitas pessoas de alguma maneira se afastaram da Igreja. Também tive meu período de afastamento, também tive o meu. E embora tenha voltado a Igreja, cansei do discurso da Teologia da Libertação da Paróquia aqui perto de casa. Neste período, conheci o catolicismo tradicional, e fiquei maravilhado, tudo me pareceu, parece e me parecerá sempre novo. Nele se encontra todos os matizes do pensamento salutar de Leon Bloy, quando foi questionado a respeito da leitura de jornais:
    “Leon Bloy não lê jornais, Leon Bloy não é todo mundo; e quando quer saber das novidades, lê as epístolas de São Paulo.”
    Na minha primeira Missa Tridentina, quando ouvi o Padre dizendo:
    “Introibo ad altare Dei” (Subirei ao altar de Deus)
    E respondi com as demais pessoas:
    Ad Deum qui laetificat iuventutem meam ( Do Deus que alegra minha juventude)
    Compreendi que era uma criança, tal como os idosos que participavam da Missa. Somente na ausência do criativismo litúrgico e da participação, experimentei a contemplação. Entendi perfeitamente que se não nos tornamos como as criancinhas, não poderemos herdar o Reino dos Céus. E talvez, melhor do que ninguém, Chesterton (em Ortodoxia), tenha definido, o espírito infantil, como você pode ler:

    A sua rotina pode provir não de uma falta de vitalidade, mas de uma torrente de vida. O que eu quero dizer pode ser observado, por exemplo, nas crianças, quando descobrem algum jogo ou brincadeira de que gostam muito. Uma criança balança ritmicamente as pernas devido a um excesso, e não a uma ausência de vida. As crianças têm uma vitalidade abundante, são impetuosas e livres de espírito, e portanto querem as coisas repetidas e inalteradas. Elas sempre dizem “De novo”; e o adulto faz de novo até ficar quase morto. Os adultos não são suficientemente fortes para exultar na monotonia. Mas talvez Deus seja suficientemente forte para exultar na monotonia. É possível que Deus diga ao sol todas as manhãs: “De novo”, e diga à lua todas as noites: “De novo”. Pode ser que não seja uma necessidade automática que faz todas as margaridas iguais; pode ser que Deus faça cada margarida separadamente, e que nunca tenha cansado de fazê-las. Pode ser que Ele tenha um eterno apetite de infância; pois nós pecamos e envelhecemos, e nosso Pai é mais jovem do que nós. A repetição na Natureza pode não ser uma simples recorrência; ela pode ser um BIS de teatro. O céu pode ter pedido BIS ao pássaro que botou um ovo. Se o ser humano concebe e dá à luz um bebê humano em vez de dar à luz um peixe, ou um morcego, ou um grifo, pode ser que não seja pelo fato de estarmos fixados num destino animal sem vida ou finalidade. Pode ser que a nossa pequena tragédia tenha impressionado os deuses, que eles a admirem lá do alto das suas cintilantes galerias, e que ao final de cada drama humano o homem seja chamado uma e outra vez à boca de cena. E a repetição poderá continuar por milhares de anos, por pura escolha, e em qualquer instante poderá acabar. Os homens podem permanecer na terra por gerações e gerações, e entretanto cada nascimento poderá muito bem ser a sua última apresentação. Ortodoxia – Chesterton
    As dificuldades para conseguirmos a Missa Tridentina em nossa cidade, convidavam-nos sempre a tentar “De novo”, para termos “De novo”, aquela experiência de contemplar “o céu na terra.” A Missa Tridentina, é uma maravilha, pena que esteja esquecida pela maioria da Igreja.
    Sendo membros do corpo de Cristo, já não existe em nós nenhuma condenação (Rm 8,1). Embora persistam os pecados contra a lei, nós não somos justificados por ela, mas pela nossa fé que nos transforma e nos torna aptos a toda boa obra. Nosso Senhor envio nos o Espírito Santo, não para nos convencer de pecados contra a lei de Moisés, isto é fato, e contra fatos não existem argumentos. A missão do Espírito Santo, é Cristo mesmo, quem a revela:
    “E, quando ele vier, convencerá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do juízo. Convencerá o mundo a respeito do pecado, que consiste em não crer em mim.” Jo 16,9
    Max Weber, um autor importante para o mundo econômico, dizia que a Igreja na Idade Média era misericordiosa com os pecadores, mas implacável com os hereges. Naqueles tempos, como em todos os tempos, os homens pecavam, mas sabiam o que era pecado e as suas conseqüências. O ideal deve ser preservado, isto é necessário para o progresso, conforme ensina Chesterton (Ortodoxia):
    O Progresso deveria significar que estamos sempre querendo mudar o mundo para adaptar a uma visão definida. Realmente, hoje, significa que estamos mudando constantemente de visão. Deveria significar que conseguimos devagar, mas de modo seguro, a justiça e a piedade entre os homens: significa na verdade que estamos prontos a duvidar se a justiça e a piedade são desejáveis; uma página louca de um sofista prussiano qualquer faz os homens duvidarem.Ortodoxia
    O Progresso significaria talvez que estamos sempre em marcha para a nova Jerusalém. Significa que é a nova Jerusalém que está em marcha longe de nós. Não modificamos o real para o adaptar ao Ideal, modificamos o Ideal: é mais fácil.

    Exemplos vulgares são sempre mais simples. Suponhamos que um homem queira um certo mundo, digamos um mundo azul. Não teria nenhuma razão de se queixar da lentidão ou rapidez da tarefa; poderia se fatigar nessa transformação, poderia se esgotar até que tudo ficasse azul; passaria por aventuras heróicas, nos últimos retoques de azul sobre um tigre. Haveria sonhos feericos de um lugar azul… Mas se ele trabalhasse com afinco, esse reformador cheio de altas idéias deixaria, segundo seu ponto de vista, um mundo melhor e mais azul do que tinha encontrado.

    Se cada dia ele pintasse uma folha de erva, avançaria lentamente. Mas se cada dia modificasse sua cor favorita, então não adiantaria absolutamente. Se, depois de ter lido um novo filósofo, ele se pusesse a pintar tudo de amarelo, então o seu trabalho estaria perdido: nada teria a mostrar senão aqui e ali algum tigre azul, lembrança desagradável de sua primitiva maneira […]

    Na Igreja coexistem o joio e o trigo, isto não quer dizer que a Igreja, é santa e pecadora. Porque nenhum plantador de trigo planta juntamente o joio de maneira que possa dizer: -Minha plantação é de joio-trigo. O joio não é semeado pelo plantador de trigo, mas ele é semeado por outrem na plantação. Logo, não é certo dizer que os membros do corpo, pecam contra a cabeça. Porque tal como o publicano se humilhou e fui justificado, a Ministra da Eucaristia, também pode ser justificada, confessando seus pecados.

    Vou descansar um pouco e logo, passo a segunda parte da resposta. A experiência que você teve no Catecismo, me lembrou Santa Bernadette Sorbirous e São João Maria Vianney. Recomendo que veja o filme “A canção de Bernadette” e se puder, leia a biografia do pior Padre da França, enviado para a pior cidade da França, através de quem operou-se, um verdadeiro milagre. Os humilhados serão exaltados, e todo que se exalta, será humilhado. Fique com Deus.
    Abraço

  15. Livro sobre a Cabala e o progressismo Católico:

    http://www.nacionalismocatolico.com/de%20la%20cabala%20al%20progresismo.pdf

    “De la Cabalá al progressimo” Pe Júlio Meinvielle (1905-1973)

    Site do Padre: http://www.juliomeinvielle.org/
    Material disponibilizado:

    BIBLIOGRAFÍA

    ** ARTÍCULOS

    El comunismo en la revolución anticristiana (NUEVO)

    Prólogo y comentarios a la Carta Encíclica PACEM IN TERRIS

    Concepción católica de la economía

    Concepción católica de la política

    Discurso del Padre Julio Meinvielle en la Sociedad Rural

    Entre la Iglesia y el Tercer Reich

    Iglesia y Mundo Moderno

    De Lamennais a Maritain

    Crítica de la concepción de Maritain sobre la persona humana

    El judío en el misterio de la historia

    Que Saldrá de la España que Sangra

    En torno al progresismo cristiano

    Das Judentum im Geheimnis der Geschichte

    La libertad religiosa

  16. Maria Inês

    Ah… ” a criança evangélica” esta passagem do Evangelho que me leva a contemplação!!!!!

    Neste dia dos pais gostaria de Parabenizar todos os Pais de nosso Blog! e aos consagrados a beleza da paternidade espiritual!

    Dia 30/07 fui na catedral de Jundiaí, para a Missa de abertura das comemorações, do centenário do nosso 1º Bispo, D. Gabriel Bueno Couto que é” Servo de Deus”.
    Antes com a Comunidade dos carmelitas rezamos um terço no túmulo de D. Gabriel na cripta da catedral… e ali o Padre Provincial dos carmelitas em algumas palavras disse:

    ” Hoje nós padres temos dificuldades de falar do dom da vida às famílias, e a vida de D. Gabriel que dom foi para a sua cidade Itu, para a sua família, para a Comunidade Carmelitana, para a Diocese)…” eu estava ali com meu marido e meu caçula de 11 anos…conheci pessoalmente D. Gabriel ainda no tempo do namoro, noivado…nos grupos de jovens,senti que também naquele momento “era dom para os consagrados” por ter feito a ” escolha de Deus na vida de família, vivendo a minha vocação… ser uma família que acolheu 8 filhos!!!!

    …é belo quando existe ” o amor reciproco” eu sou um dom para o irmão…o irmão é um dom para mim… e onde existe o amor ai com certeza esta Jesus no meio!!!! e Ele … Ele faz maravilhas”
    …mesmo no mundo de hoje onde querem tirar Deus!!!!!

    Maria Inês

  17. Bom dia, pe. João Carlos
    Felitações pelo dia,afinal também é “pai” das ovelhas de Jesus.
    Hoje não é um dia muito alegre para mim.Será a primeira vez que
    esse se dia transcorrerá sem a presença de meu pai,ainda que não seja adepta a datas comemorativas…
    Faz quarenta dias que faleceu,mas parece que foi ontem.
    Os ingênuos dizem “…com o tempo passa…”,discordo cada dia que passa a dor da separação aumenta…
    Não há laços que me prendam a este mundo,exceto meu pai e minha mãe,logo uma parte de mim foi sepultada no dia 28 de junho…
    Ele está tão vivo dentro de mim,o jeito de falar, a sua risada,as marcas do seu caráter íntegro,os ensinamentos,as histórias contadas, o assobio que entoava quando chegava do trabalho,da missa, das reuniões do grupo da igreja…parece que chegará a qualquer momento…
    Entretanto o dia se arrasta, a noite se aproxima e nada…
    Como pode estar morto? É a presença na ausência como diz o poeta…
    E essa dicotomia é a razão do meu sofrimento.Reaprender a viver e
    conviver com a ausência daquele que se fez e se faz tão presente em mim…
    Fui à missa hoje e recomendo a segunda leitura aos que gostam de
    difamações,aliás, hoje é um dia propício para se entender a Eucaristia…
    Quanto ao amigo acima,nada do que escreveste mudou a minha opinião embasada na palavra de Jesus e nos ensinamentos da Igreja.Hoje não estou com vontade de dialogar,desculpe-me.
    Respeitosamente, um abraço pe. João Carlos.

  18. REVELAÇÃO/EXORTAÇÃO: Urge difundirmos na terra que Jesus Cristo já vive agindo entre nós, espargindo a luz do saber, criando Irmãos espirituais, e a nova era Cristã. Eu não minto, e a Espiritualidade que esperava pela sua volta, pode comprovar que digo a verdade. Por princípio, basta recompormos as 77 letras e os 5 sinais que compõem o titulo do 1º. livro bíblico, assim: O PRIMEIRO LIVRO DE MOISÉS CHAMADO GÊNESIS: A CRIAÇÃO DOS CÉUS E DA TERRA E DE TUDO O QUE NÊLES HÁ: Agora, pois, todos podem ver que: HÁ UM HOMEM LENDO AS VERDADES DO SEU ESPÍRITO: ÊLE É O GÊNIO CRIADOR QUE CRIA ESSA AÇÃO DE CRISTO. Dessa forma (LC.15.28) cumpriu-se a escritura que diz: (JB.14.17) – O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem conhece, vós o conheceis, porque Ele habita convosco e estará em vós. Regozijemos-nos ante a presença do Deus Vivo, e façamos jus ao poder do saber que O Nosso Senhor traz às Almas Justas, para a formação da verdadeira Cristandade. E hoje, quem quiser interagir com o Filho do Amor, deve buscar “A Bibliogênese de Israel”, que já está disponível na internet. E quem não quiser, pode continuar vivendo de esperança vã, assistindo passivamente a agonia da vida terrena, à par da auto-destruição do nosso planeta.

  19. DOANDO FÉ CONSCIENTE E VIDA ESPIRITUAL EM CRISTO:

    (GN.49.1) – AJUNTAI-VOS E EU VOS FAREI SABER O QUE VOS HÁ DE ACONTECER NOS TEMPOS VINDOUROS:(TB.12.6) – BENDIZEI AO DEUS DO CÉU, E DAÍ-LHE GLÓRIA DIANTE DE TODOS OS VIVENTES, POR TER USADO CONVOSCO DA SUA MISERICÓRDIA: O seu poder há de espiritualizar as almas de todos os Homens de bom senso, e de todas as Mulheres de boa fé; que alcançaram a verdade cientifica revelada na “EXORTAÇÃO DO SABER”; e que também já passaram a interagir com o Cristo Vivo, ao publicarem o chamamento que o nosso Pai Comum tem feito aos Filhos e Filhas do amor eterno, e que já começaram a renascer espiritualmente para a vida eterna.

    Aqueles que buscaram as boas novas na “Bibliogenese de Israel”, já vislumbraram a herança espiritual que a Providência Divina nos legou, e também já saberão se auto-reciclar na Lei do Senhor que nos impõe a recomposição da literatura bíblica, para formar os Cristãos Conscientes que hão de consumar a Profecia Sagrada, conforme já tem sido demonstrado, assim:

    (EX.) – O SEGUNDO LIVRO DE MOISÉS CHAMADO ÊXODO: OS DESCENDENTES DE JACÓ NO EGITO. Estas 60 letras e 5 sinais recompostos, revelam que: É O CONJUNTO DE EX-SEGRÊDOS: O LEGADO DE VIDA CÓSMICA E O DESTINO DOS HOMENS.

    Outro exemplo:

    (JR) – JEREMIAS: A VOCAÇÃO DE JEREMIAS. São 26 letras e 3 sinais que dizem: CRIEI A AÇÃO DO SER: VEJAM E SEJAM.

    (JB.29.22) – RECEBEI O ESPÍRITO SANTO! (1CO.11.1) – SEDE MEUS IMITADORES COMO TAMBÉM EU SOU DE CRISTO, (2JB.1.2) – POR CAUSA DA VERDADE QUE PERMANECE EM NÓS, E CONVOSCO ESTARÁ PARA SEMPRE.

    (Na verdade, Deus nos concedeu o livre arbítrio, a fim de que pudéssemos agir tanto divinamente como diabolicamente; segundo a nossa formação cristã, na proporção da nossa graça em Cristo Jesus).

  20. FORJANDO OS VERDADEIROS DISCIPULOS DE CRISTO POR AMOR À CAUSA DOS JUSTOS:
    O ESPÍRITO DOS SANTOS PROFETAS DESPERTA OS DISCIPULOS DO CRISTO VIVO, REVELANDO O QUE ESTÁ ESCONDIDO NAS PARÁBOLAS BÍBLICAS: (RM.9.1) – Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência; (RM.10.11) – porquanto a Escritura diz:
    (MT.15.18) – E chamando Jesus os seus discípulos, disse: (MC.14.41) Ainda dormis e repousais? Basta! (LC.8.10) – A vós outros é dado conhecer os mistérios do reino de Deus; aos demais, fala-se por parábolas, para que, vendo, não vejam, e, ouvindo, não entendam: (HB.12.25) – – Tende cuidado, não recuseis ao que fala; (LC.10.24) – pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis e não ouviram; (SL.78.22) – porque não creram em Deus nem confiaram na sua salvação: Vede o que o Espírito Santo nos revela ao recompormos as 116 letras e os 4 sinais, que compõem esta parábola:
    (AP.2.7) – QUEM TEM OUVIDOS OUÇA O QUE O ESPÍRITO DIZ ÀS IGREJAS:AO VENCEDOR DAR-LHE-EI QUE SE ALIMENTE DA ÀRVORE DA VIDA, QUE SE ENCONTRA NO PARAÍSO DE DEUS:
    (LC,20.17) – Que quer dizer, pois, o que está escrito? Quer dizer que hoje podemos ler, entender e saber ensinar que:
    AGORA O CRISTO VIVO ESCREVE ENSINANDO O HOMEM A SER DE DEUS: QUER QUE O ESPÍRITO QUE É DONO DA VERDADE, ESPIRITUALIZE A ALMA QUE É DONA DA JUSTIÇA:
    (JB.14.1) – Não se turbe o vosso coração, credes em Deus, crede também em mim; (EC.12.14) – porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até mesmo as que estão escondidas, quer sejam boas quer sejam más. (JÓ.33.3) – As minhas razões provam a sinceridade do meu coração, e os meus lábios proferem o puro saber: (LC.14.27) – E qualquer que não tomar a sua cruz e vir após mim, não pode ser meu discípulo: (JB.21.14) – Este é o discípulo que dá testemunho destas cousas e que as escreveu, e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro; (IS.28.26) pois o seu Deus assim o instrui devidamente e o ensina. ((1TS.5.18) – Em tudo daí graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus, para convosco.

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