Agradeço aos críticos de plantão pelo estímulo que estão me dando para estudar sempre mais. Porém não posso deixar de reafirmar que a constituição da Igreja é essecialmente Eucarística. Será que isso é heresia? Não tenho receio de afirmar que a Eucaristia nos arrasta no ato oblativo de Jesus. Não é só de modo estático que recebemos o Logos encarnado, mas ficamos envolvidos na dinâmica da sua doação. Ele arrasta-nos para dentro de Si. A conversão substancial do pão e do vinho no seu corpo e no seu sangue insere dentro da criação o princípio de uma mudança radical, como uma espécie de “fissão nuclear”, verificada no mais íntimo do ser; uma mudança destinada a suscitar um processo de transformação da realidade, cujo termo último é a transfiguração do mundo inteiro, até chegar àquela condição em que Deus seja tudo em todos. A Eucaristia é constitutiva do ser e do agir da Igreja. Por isso, a antiguidade cristã designava com as mesmas palavras — corpus Christi — o corpo nascido da Virgem Maria, o corpo eucarístico e o corpo eclesial de Cristo. Bem atestado na tradição, este dado faz crescer em nós a consciência da indissolubilidade entre Cristo e a Igreja. A beleza intrínseca da liturgia tem, como sujeito próprio, Cristo ressuscitado e glorificado no Espírito Santo, que inclui a Igreja na sua ação. Podemos até mesmo afirmar que o próprio Cristo nos assimila a si mesmo. O pão que vemos sobre o altar, santificado com a palavra de Deus, é o corpo de Cristo. O cálice, ou melhor, aquilo que o cálice contém, santificado com as palavras de Deus, é sangue de Cristo. Com estes sinais, Cristo Senhor quis nos confiar o seu corpo e o seu sangue, que derramou por nós para a remissão dos pecados. Se nós os recebemos bem, somos Aquele que recebemos. Assim, nos tornamos não apenas cristãos, mas o próprio Cristo!!!