Veja o que o Jaime disse em um dos comentários sobre o meu post de ontem:

Padre, o senhor está insinuando a heresia panteista de Teilhard de Chardin. Quem foram os seus mestres?

Jaime

Nosso amigo Bruno acaba postar uma explicação sobre suas reais convicções. Ontem ele condenou nosso post sobre a Eucaristia:

Caríssimos irmãos na fé;

Creio que tive algumas palavras mal interpretadas por alguns, pelo que tornam-se necessários alguns esclarecimentos:

1- Creio na presença real, substancial, em corpo, sangue, alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia, segundo ensina a Santa Igreja.

2- Creio que o pão e o vinho, mediante a consagração feita pelo sacerdote “in persona Christi” muda-se, pelo Poder Divino, em verdadeiro corpo e sangue de Cristo em sentido próprio e real, mantendo apenas as aparências e propriedades físico/químicas (acidentes) de pão e vinho, para que, falhando os sentidos, rendamos homenagem a Deus mediante a fé em sua palavra.

3- Creio que durante a comunhão ingerimos Cristo Eucarístico, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, oculto sob os acidentes de pão e vinho, logrando através deste ato uma íntima união com o Verbo Encarnado, que mediante este Santíssimo Sacramento visita com sua Graça nosso e corpo e nossa alma de maneira especialíssima, fortalecendo a ambos em tudo aquilo que é necessário, útil e salutar para nossa felicidade temporal e (principalmente) eterna, para o bem da Igreja e para a maior Glória de Deus.

4- O que não admito, antes repudio como contrário a Fé (e se estou errado me corrijam por amor à Verdade que é Cristo), é que “comendo Cristo, viramos Cristo” em sentido próprio, real, substancial… Creio que é dever do cristão permitir e colaborar para que Cristo “seja” (no sentido de habitar, dirigir) em nós de modo “que já não seja eu quem vive, mas Cristo que vive em mim”.Todo cristão deve aspirar a ser “um com Deus” (isto é, está em acordo, em comunhão, em cumplicidade com Deus, de forma análoga a que somos convidados a “ser um” com a Igreja ou com nosso cônjuge, ou alguém acha que pessoas casadas viram irmãos siameses com o mesmos genes e tipo sanguíneo?)mas jamais a ser “um Deus com Deus”. Por isso creio – apoiado no pouco que conheço da Doutrina Católica – ser pecaminoso e diabólico pretender ser “o próprio” Cristo, ser “o próprio” Deus… Isso é cair na lábia da serpente que prometeu a nossos pais; “sereis como deuses”! E vejam no que deu! Além disso, não consta no meu catecismo que, durante a comunhão, ou em qualquer porvir, alcançaremos uma “união hipostática” com a Divindade. Que eu saiba “fusão com a divindade” é coisa para hindus e certos grupos espíritas e “new age”, e não para católicos que acreditam (ou devem acreditar) na comunhão íntima e sobrenatural entre criatura e Criador, sem confusão de essência ou substância entre um e outro.
Ou será que os protestantes estão certos quando afirmam que adoramos os santos? Acaso não deveríamos adora-los se crêssemos que eles são substancialmente (e não por analogia com o amor que há entre as Pessoas da Trindade, como creio ser o ensinamento eclesiástico)”um com Cristo como Cristo é um com o Pai”? Acaso Cristo não é Deus?
Mas não! Embora Cristo seja Deus verdadeiro, os santos não são Deus – embora estejam “em Cristo” – por que eles estão em Cristo e Cristo está neles de forma análoga, e não idêntica, à forma como Cristo está no Pai e o Pai está em Cristo. Devemos estar “em Cristo” como, sem sermos “a Caridade” ou parte dela, estamos “na Caridade” quando amamos nosso próximo como a nós mesmos por amor a Deus. Sinceramente, não vejo como isso não possa ser claro para todos.
“Mas sendo partes do Corpo Místico, não somos parte de Cristo?” Alguém poderia objetar…
Porém, ainda aqui, há uma confusão de esferas… Somos “partes de Cristo” enquanto partes reais do Corpo Místico que é a Igreja, denominada de “Corpo Místico” não por ser substancialmente o mesmo corpo que foi pregado na cruz e ressuscitou (como ocorre com a Eucaristia), mas por ter Cristo por Cabeça, e a Graça (que emana de Cristo) como fonte de sua atividade. Somos, em verdade, partes do Corpo Místico, mas o Corpo Místico só é corpo de Cristo na medida em que possui Cristo por cabeça. Entre o Corpo Místico e o Corpo Físico de Cristo não há identidade de substância, mas comunhão entre realidades distintas, porém análogas e interligadas. Caso contrário todas as pessoas em estado de graça seriam tão dignas de adoração, enquanto partes substanciais de Cristo, quanto o Sagrado Coração de Jesus, o que é absurdo!
Cristo habita seu Corpo Místico através da Graça, mas em seu Corpo Humano (e, por conseguinte, Eucarístico, já que são o mesmo) habita “substancialmente a plenitude da Divindade”, em união hipostática, coisa que não ocorre com o Corpo Místico. O Verbo não se fez Corpo Místico. Ele se fez carne e instituiu um Corpo Místico, uma Comunhão de Santos, em unidade espiritual com Ele através da ação do Espírito Santo em seus membros.
Então, fico por aqui… Espero ter conseguido ser mais claro desta vez…
Se em alguma coisa cometi erro ou falei falsidade, peço aos irmãos que apontem-me onde errei para que eu me corrija e me retrate como convém a alguém que tenta ser um bom cristão. Que vossas palavras possam me ajudar a fazer algum progresso no bem… Mas se falei com razão e justeza, que os irmãos não endureçam o coração, mas antes se corrijam por amor ao nosso Pai que é Caridade, mas que também é Verdade!
Procuremos ouvir o que diz a Igreja por meio de seu Magistério tradicional e extraordinário pois só ela é “coluna e fundamento da verdade”.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento do Altar!

Saudações em Cristo;

Bruno

Esta tarde tivemos uma singela e profunda celebração que reuniu quase 50 sacerdotes e 70 religiosos estudantes da Província Brasileira Central (BC) dos Dehonianos. Nosso novo provincial é o Pe. Mariano Weitzmann, gaúcho, doutor em teologia sistemática e mestre em teologia bíblica que há dez anos dá aula em nossa Faculdade Dehoniana, em Taubaté.

Mais um comentário sobre meu post de ontem:

Com licença, deixe-me sair em defesa do Bruno mas quem disse: “Se nós os recebemos bem, somos Aquele que recebemos. Assim, nos tornamos não apenas cristãos, mas o próprio Cristo!!!” foi o próprio Padre João em seu post de ontem… a sua indignação de certa forma é a mesma do Bruno, não podemos e nunca seremos Cristo.

Sua fraterna benção Padre!

Donizeti-Ribeirão Preto

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Recebi mais uma condenação pelo texto que postei ontem sobre Igreja e Eucaristia. Luiz Fernando afirma que manipulei o sentido das Palavras de Santo Agostinho. Leia o comentário:

“…somos Aquele que recebemos. Assim, nos tornamos não apenas cristãos, mas o próprio Cristo!”

Além de ter deturpado as palavras de Santo Agostinho como já tinha sido comentado nesse blog por mim mesmo e pelos Cruzados, um Padre, escreveu à Montfort denunciando mais manipulação na frase do Santo.

No contexto ela seria: “Se VÓS sois o corpo de Cristo e seus membros, é o Sacramento (Mysterium) do que Vós sois que está colocado na Mesa do SENHOR; é o sacramento do que VÓS sois que VÓS recebeis. E ao que VÓS sois que respondeis AMÉM, e esta resposta é a vossa assinatura. Torna-te num membro do Corpo de CRISTO, para que este AMÉM seja verdadeiro”

Em resumo a Igreja é única por ser um único Cristo, e assim como Cristo não se divide, assim quem está na única Igreja se une a CRISTO e por meio da Igreja permanecemos unidos a CRISTO.

Pe. Joãozinho está usando os três doutorados que possui para deturpar as palavras do Santo Doutor da Igreja Agostinho de Hipona, mudando a citação do plural para o singular ele queria dizer que se recebo a Eucaristia sou a Eucaristia, ou pior o que recebo nada mais é aquilo que já sou a própria Eucaristia, ou o próprio CRISTO, isto é o sacramento é só um instrumento revelador daquilo que sou e não sei, pura Gnose, como foi comentado pelo Padre à Montfort.

TRISTE, LAMENTÁVEL e DEPLORÁVEL!

Além disso eu estou tendo comentários boicotados nesse blog, por isso essa é minha última postagem, que nem sei se será publicada.

Sua benção Pe.,
Att!

Agradeço ao Bruno, frequentador deste espaço de debate, por ter lido atentamente o texto sobre a Eucaristia. Reafirmo que me identifico com cada uma das afirmações. De ontem para hoje não mudei de idéia. Destaco hoje o comentário do Bruno:

Quando comungamos corretamente nos tornamos Cristo???????? Meu Deus padre!!!! O que quis o senhor dizer com isso???? Que palavras são essas? Acaso também aqui fez-se uso da ambiguidade, de neologismos e de resignificações sob pretexto de “facilitar a compreensão”? Caso contrário, como pôde afirmar tal absurdo????!!! Nem os eleitos na eternidade, embora participantes da Divindade,”serão o próprio” Deus! Jamais seremos Deus!!!! A comunhão, como o nome diz, apenas proporciona uma maior “intimidade” com Deus, Deus é mais em nós e nós somos mais Nele – mediante a Graça – mas Criador e criatura não se confundem jamais!!!!!! Deus não é parte de nós e nem nós somos ou seremos partes Dele…. Os cristãos jamais serão Cristo, seja em particular seja tomados em conjunto! Integrar o Corpo Místico significa passar a ser “por Cristo, com Cristo e em Cristo”, jamais em “ser Cristo”, ou em ser parte substancial do próprio Cristo… Afinal, o Cristão é chamado a ser um “outro cristo”, por imitação ao modelo que é Cristo, e não o “próprio Cristo”, verbo de Deus feito carne! Deus há de ser tudo em todos, sim, mas ninguém jamais virá a ser Deus ou Cristo! A Igreja é “Corpo de Cristo” em sentido místico e moral, por analogia, pois Cristo está para a Igreja como a cabeça está para o corpo, mas o Verbo nela não encarnou-se nem “habita substancialmente”, como ocorre com o corpo e a alma de Jesus.
Creio que o senhor foi infeliz em sua última frase, seja por heterodoxia, seja por ambiguidade.
Por fim, gostaria de dizer-lhe que procurei escrever o que escrevi tentando nortear-me pela caridade que não existe fora da verdade… Meu intuito foi sobretudo oferecer meus pobres serviços em defesa da Doutrina tal como ensinada pela Santa Madre Igreja, sem intenção de condenar ou ofender pessoas ( o que não significa não condenar ideias ou palavras). Se falhei ou se me equivoquei em algo peço perdão a Deus e a vós, e não me sentirei incomodado com uma fraternal correção se cometi alguma injustiça ou imprecisão.

Santo Cura D’Ars, Rogai por nós!

Bruno

— E VOCÊ, CONCORDA COM AS RESSAVAS DO BRUNO? COM QUE FUNDAMENTAÇÃO?