Veja o que o Jaime disse em um dos comentários sobre o meu post de ontem:
Padre, o senhor está insinuando a heresia panteista de Teilhard de Chardin. Quem foram os seus mestres?
Jaime
Veja o que o Jaime disse em um dos comentários sobre o meu post de ontem:
Padre, o senhor está insinuando a heresia panteista de Teilhard de Chardin. Quem foram os seus mestres?
Jaime
Pingback: RCC Brasil
bom já que estão todos recebendo um post e nenhuma resposta do senhor, me diga, o pq da felicidade ao ver um Católico ir para uma seita?
Ai, meu santo… e essa história rende, hein padre???……
Triste isso…
Estás em minhas orações!
Sua bênção!
Padre Joãozinho,
o senhor poderia explicar o que seria panteísmo e também falar um pouco da história de Teilhard de Chardin? Fiquei curiosa, pois o Pe. Fábio admira muito os escritos dele, pelo menos foi o que transpareceu na entrevista do Programa do Jô.
Puxa padre, queria tanto que o senhor fizesse logo o programa “Café Teológico”, seria a oportunidade de termos uma fé mais madura.
obs. Alguns comentários meus não foram exibidos, por favor, não faço questão que os seja, mas que o senhor possa lê-los, afinal, me considero já uma aluna sua. Obrigada.
Sua benção.
Querido irmão Bruno, o senhor disse tudo o que eu gostaria de dizer. Estou muito feliz por saber que temos cristãos convictos e corajosos em defender a verdade de Cristo.
Ontem fiquei seriamente preocupada, pois se todos pensarmos que tornamos Cristo ao “comungar”, não estaremos mais em comunhão com Ele, mas tomando o lugar Dele.
Estou com 50 anos e aprendi no meu catecismo que “aquele anjo” rebelde foi lançado do céu à terra extamente por querer ser igual a Deus.
Teologia pura é inspirada pelo Espírito Santo e traz calma, serenidade e confiança ao nosso coração.
Fora disso é especulação e traz divisões.
Que o Nosso Senhor Jesus esteja sempre com o senhor.
Cristina
Padre Joãzinho,
Quanta heresia em um só lugar…
Algumas pessoas de minha familia estão ligadas a movimentos da RCC, o que acho uma coisa pessíma para a almas destas pessoas… peço a Deus que as tirem deste grupo.
A RCC, nada mais é do que um grupo de pentecostais… o pior que conseguirão se infiltrar dentro da Igreja, o que leva muitas mais almas inocentes ao erro… pois as pobres almas “pensam” que estão agindo certo…
A cada dia torna-se mais claro os erros da RCC, tantos por palvras, como por atos… de religiosos dentro da Canção Nova…
Deus a cada dia coloca a vista de todos um erro…. algo de errado que acontece na C.N!
Esta frase do senhor me deixou assustada: “Quando comungamos corretamente nos tornamos Cristo”…
Quanta heresia… é gnose… é panteísmo… o senhor já leu a respeito? O que o senhor está ensinando as pessoas é o que nossa Santa Igreja condena…
Quantas almas não estão sendo perdidad pelas informações que o senhor Padre as fornece… quantas almas estão deixando de ser santificadas e indo direto ao caminho da perdição…
Padre com todo respeito, ao invés de ajudar na salvação das almas, você com estes ensinamentos estão joagando no inferno… E que o senhor Padre tiver de se apresentar diante do Justo Juiz… como vai ser?!
O Senhor vai dizer que ao invés de ensinar o que Ele deixou para ser ensinado as pessoas, o que os Santos ensinaram… o senhor padre resolveu se modernizar… “inventou” ou foi atrás de “teologias novas”, teologos modernos… foi atrás de um ecumenismo barato e oco…
Acho que daí será tarde… não vai ter retomar… não vai como seguir a teologia de São Tómas, não vai dar para ensinar o que Santo Afonso ensinou e tantos outros santos…
Não vai dar para “imitar” o Santo Cura D´Arc…
O Senhor não terá mais tempo de salvar almas e nem salvar a sua alma…
Não seja um dos falsos pastores…
Que Deus lhe dê muita luz para que possa refletir sobre tudo isso… que Nossa Senhora interça por você Padre.
Estarei sempre em minhas orações pedindo por sua verdadeira conversão
Para esclarecer o que é panteísmo:
Essa palavra vem do grego, pan, “tudo”, + Theós, “deus”, dando a entender que tudo é Deus. De acordo com o panteísmo, Deus é o cabeça da totalidade, e o mundo é o seu corpo. A forma objetivada, “panteísta”, foi cunhada pela primeira vez por John Toland, em 1705. Por sua vez, Fay atacou a filosofia de Toland, e usou a forma nominal “panteísmo”. E, desde então o termo tem sido continuamente usado. O panteísmo é uma espécie de monismo, que identifica a mente e a matéria, e que pensa que a unidade é divina. E assim, o finito e o infinito tornam-se uma e a mesma coisa, embora diferentes expressões de uma mesma coisa. O universo passa a ser auto-existente, sem começo, embora sujeito a modificações. De acordo com o panteísmo, todos os seres e toda a existência de Deus, são concebidos como um todo.
· Formas de Panteísmo mais importantes:
Hilozoísta – O divino é imanente do mundo e é caracterizado como elemento básico do mundo que empresta mudança e movimento à sua totalidade;
Imanentista – Deus faz parte do mundo e é imanente nele;
Monista absolutista – Deus é tanto absoluto quanto idêntico com o mundo;
Monista Relativista – O mundo é real e mutável. Sendo assim, Deus é imutável e não é afetado pelo mundo;
Acósmico – Deus é absoluto e constitui a totalidade da realidade;
Da identidade dos Opostos – qualquer dissertação a respeito de
Deus deve necessariamente apelar aos opostos;
Neoplatônico – Deus é absoluto em todos os aspectos, removido do mundo transcedente sobre ele.
Do ponto de vista bíblico, o panteísmo é deficiente por causa de duas considerações:
Nega a transcendência de Deus e defende Sua imanência radical, enquanto que a Bíblia apresenta um equilíbrio, onde Deus está ativo na história e na sua criação, mas não é idêntico a elas.
Tendência de identificar Deus com o mundo material, negando assim, o caráter pessoal de Deus. Nas Escrituras, Deus é retratado supremamente como uma pessoa
Bom dia,pe. João Carlos
Somente hoje li as repercussões sobre a sua postagem.
Alguns citam Santo Agostinho,mas gostaria de perguntar a esses, se o nosso santo foi herege ao dizer, em um dos seus escritos,no século quinto, que a frase dita por Jesus “Tu és Pedro e sobre ti edificarei a minha igreja” referia-se ao fato de o apóstolo ter reconhecido a divindade de Jesus quando disse “Tu és Cristo,filho de Deus vivo” e não à figura humana de Pedro? Logo,segundo Santo Agostinho a pedra da igreja era a divindade de Cristo e não a figura humana de Pedro.
Já comentei aqui o perigo de se estudar fragmentos de um pensador e não a sua obra na totalidade.Poderia falar o mesmo de Tomás de Aquino.
Inicialmente, relembremos a última ceia(que nós católicos chamamos Eucaristia), os doze apóstolos participaram, mas após receberem o “corpo e o sangue” de Cristo,um traiu,Pedro negou Cristo três vezes,os outros fugiram, só um permaneceu,João. Por quê?
Porque foi o único que se comprometeu com os ensinamentos, a Verdade Daquele que recebeu,tornou-se um outro “Cristo” em outra dimensão,por isso foi o apóstolo preferido, Jesus sabia disso o tempo todo,afinal é o único que vê o coração.
E os outros apóstolos só retomaram a coragem no apostolado,após observarem que já não eram mais os mesmos,não conseguiram voltar à antiga vida,isso é bíblico,e principalmente,as orações e o Cenáculo com Maria quando receberam o sopro do Espírito.Aqueles que criticam os carismáticos,cuidado…
Cometem alguns excessos? Certamente, mas há as autoridades competentes para corrigi-los.
Alguns postam frases em latim e sabem que o aramaico era a língua falada na região(curiosamente,nessa língua não existia o verbo ser na passagem “Isto é meu corpo…”, era “Isto,meu corpo, isto, meu sangue”);assim a primeira tradução realizada foi a grega e dessa foi feita a latina.Existem termos gregos que não possuem refente em latim e o que os tradutores fizeram? Uma adaptação.
Por exemplo,a palavra grega para fé é pitis,verbo pisteuein que significa estar em harmonia,consonância com a verdade divina.
No latim, o substantivo fides não tem verbo e os tradutores utilizaram um correspondente,credere, cujo significado é acreditar.
Assim, crer é um ato de boa vontade,ter fé é uma atitude de acreditar e de vivência.
Nós não podemos comungar o “corpo e o sangue” de Cristo e não nos comprometermos com o evangelho, fazer o que Ele fez, amar como Ele amou,pois estarei contrariando o mandamento da igreja que diz “Não receber o seu corpo em vão”.
Temos que tornamo-nos um outro “Cristo” em outra dimensão, não no da sua perfeição, mas no sentido missionário, pois como diz São Paulo “a fé sem obras é morta” e há ainda a passagem bíblica “Tive fome e não me deste de comer,estive preso e não foste me visitar…” Isso é tornar-se um outro Jesus, seguir e praticar seus ensinamentos.
Por que a maioria dos seminários abordam as duas traduções e a CNBB editou uma bíblia que se aproxima da tradução grega?
Porque são modernistas? Não, por responsabilidade.
O evangelho de João se inicia “No princípio era o Verbo e estava junto de Deus…era a verdadeira luz…e o Verbo habitou em nós…” Poderiam dizer, mas essa é a tradução grega,passemos então à passagem do oficial em Carfanaum que pediu a Jesus não que fosse à sua casa como muitos fizeram,mas que “falasse ao Verbo” e o seu criado seria curado;logo conhecia a doutrina do Logos,Deus presente no mundo e no homem.
E o que respondeu Jesus? “Nunca encontrei tão grande fé nem mesmo em Israel”.
Logo, nas escrituras Deus não é retratado somente como uma pessoa.Há outras passagens que abordam essa temática, é só ler a bíblia.
E sabiam que essa doutrina era defendida por alguns filósofos
gregos?
Gente, há pessoas que estão querendo saber mais do que os sacerdotes, bispos,papas que estudam 20 anos e estão sempre pesquisanso.
Questionar a fé, pensar a fé é um direito, mas com seriedade e embasamento.
Um abraço.
Salve Maria!
Não entendo porque ao invés de responder às perguntas, o Pe. posta os comentários que já estão disponíveis para todos ler!
Eu sei que o Sr. não vai postar meu comentário, pois já estou acostumado…
Em todo caso quero apenas lhe dar um aviso. Se não voltar atrás no que errou vai ficar mal… Não adianta… tentar fazer ciladas usando textos do Papa sem avisar… Volte atrás. É tão simples.
Caso contrário, por falta de amor a verdade, vai se sair bem mal.
Nem deveria tocar mais no assunto, eu sei…
Mas fiquei boa parte do dia martelando o que a Ana Maria chama de seita.
Será uma referência aos nossos irmãozinhos protestantes?
Se for, talvez eu possa dizer que talvez a sua alegria, padre Joãozinho, seja a mesma que eu tive ao ver meu pai se regenerar em diversas áreas de sua vida e agora ser um digno esposo, pai e dono de casa.
Ser um homem de oração, temente a Deus e estudioso da Palavra.
Ser um homem de fé, caridoso e amoroso.
Ou seja, uma pessoa muito melhor do que era quando abria a boca para dizer q era católico (IBGE).
E assim tenho vários outros exemplos na minha família.
Se agora, no meio evangélico eles tiveram seu encontro pessoal com Nosso Senhor, LOUVADO SEJA DEUS!!!
Louvo e agradeço a Deus todos os dias pelo ser humano q meu pai se tornou e continua a se tornar (pq a conversão é diária).
Achar que o ecumenismo é uma ameaça a fé católica é, a meu ver, ter uma fé muito infantil!
Eu SEI em que e em quem acredito!
Portanto, aproximação com uma religião diferente da minha JAMAIS me será danosa, uma vez que tenho personalidade suficiente para saber separar as coisas….
Para os críticos de Teilhard de Chardin…
fonte: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=24332 – Acesso: 18-08-2009 às 16:00
Papa cita Teilhard e sua visão do cosmos como ‘hóstia viva’
Mesmo que poucos o tenham apresentado como um “papa verde”, Bento XVI acumula um impressionante currículo ambiental, desde a instalação de painéis solares no Vaticano ao convite a uma conversão ecológica. Agora, o pontífice também insinuou um possível novo olhar para um santo padroeiro não declarado da ecologia católica, o falecido jesuíta francês, cientista e filósofo Pierre Teilhard de Chardin.
A reportagem é de John L. Allen Jr., publicada no sítio National Catholic Reporter, 28-07-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A breve referência de Bento XVI a Teilhard, no dia 24 de julho, louvando sua visão de todo o cosmos como uma “hóstia viva”, pode ser lida em múltiplos níveis – como parte de uma reaproximação do pontífice aos jesuítas, como uma instância a mais para descobrir algo positivo para se dizer a respeito dos pensadores cujos trabalhos dispararam alarmes doutrinais, como Bento XVI fez anteriormente com o rebelde teólogo suíço e ex-colega Hans Küng.
As potenciais implicações para a teologia do meio ambiente, porém, provavelmente irão gerar maior interesse entre os fãs e também entre os inimigos de Teilhard – e mais de meio século depois de sua morte em 1955, o audaz jesuíta ainda tem muitos de ambos. Os admiradores anunciam Teilhard como um pioneiro, que harmonizou o cristianismo com a teoria da evolução. Os críticos acusam que a visão otimista de Teilhard com relação à natureza flerta com o panteísmo.
O comentário de Bento XVI surgiu em uma celebração das Vésperas no dia 24 de julho, na catedral de Aosta, no norte da Itália, onde o Papa tirou suas férias de verão entre os dias 13 e 29 de julho.
Rumo ao fim de uma reflexão sobre a Carta aos Romanos, em que São Paulo escreve que o mundo, um dia, irá se tornar uma forma de liturgia viva, o Papa disse: “É a grande visão que, mais tarde, Teilhard de Chardin também teve: no fim, teremos uma verdadeira liturgia cósmica, em que o cosmos se tornará uma hóstia viva”.
“Rezemos ao Senhor para que ele nos ajude a ser sacerdotes nesse sentido”, disse o Papa, “para ajudar na transformação do mundo, em adoração a Deus, começando por nós mesmos”.
Mesmo tendo sido oferecida apenas de passagem e, sem dúvida, sujeita a interpretações exageradas, a frase de Bento XVI, no entanto, provocou manchetes na imprensa italiana sobre uma possível “reabilitação” de Teilhard, referido às vezes como o “Darwin católico”. Essa leitura parece especialmente tentadora, já que, como um teólogo consumado, Bento XVI está consciente da controvérsia que gira em torno de Teilhard e, por isso, compreende o provável impacto de uma possível referência papal.
Ao menos, a frase pareceu oferecer uma benção à exploração das ideias do falecido jesuíta. A impressão pareceu se confirmar pelo porta-voz do Vaticano, o jesuíta Pe. Federico Lombardi, que disse depois: “Até agora, ninguém sonharia dizer que Teilhard é um autor heterodoxo que não deveria ser estudado”.
O discípulo vivo mais proeminente de Teilhard na Itália, o teólogo leigo Vito Mancuso, disse aos repórteres que estava “agradavelmente surpreso” com as palavras de Bento XVI, e que elas tiveram uma “grande importância”.
Pierre Teilhard de Chardin
Teilhard, que morreu em 1955 aos 73 anos, era um jesuíta francês que estudou paleontologia e participou da descoberta dos anos 20 do “Homem de Pequim”, na China, uma descoberta que pareceu confirmar um gradual desenvolvimento das espécies humanas. Teilhard também esteve relacionado com a descoberta em 1912 do “Homem de Piltdown”, na Inglaterra, que depois foi revelado como uma fraude.
Na base de seu trabalho científico, Teilhard desenvolveu uma teologia evolucionária que afirmava que toda criação se desenvolve rumo a um “Ponto Ômega”, que ele identificava com Cristo como o Logos, ou “Palavra” de Deus. Nesse sentido, Teilhard ampliou o conceito de história da salvação para abranger não apenas pessoas individuais e a cultura humana, mas todo o universo. Em pouco tempo, o pensamento de Teilhard se tornou um ponto de partida obrigatório para qualquer abordagem católica sobre o meio ambiente.
Mesmo desde o começo, a teologia de Teilhard também foi vista com precaução pelos oficiais tanto da ordem jesuíta quanto do Vaticano. Dentre outras coisas, os superiores estavam preocupados com o fato de que a sua leitura otimista da natureza poderia comprometer a doutrina da Igreja sobre o pecado original. Em 1962 – sete anos após sua morte –, o escritório doutrinal do Vaticano publicou um aviso de que o seu trabalho “abunda em tais ambiguidades e, de fato, até mesmo em graves erros, de forma a ofender a doutrina católica”.
Em 1981, no 100º aniversário de nascimento de Teilhard, uma especulação explodiu com relação a uma possível reabilitação. Ela foi alimentada por uma carta publicada no L’Osservatore Romano, o jornal do Vaticano, pelo então cardeal e secretário de Estado, Agostino Casaroli, que elogiou a “impressionante ressonância de sua pesquisa, assim como do brilho de sua personalidade e da riqueza de seu pensamento”. Casaroli afirmou que Teilhard antecipou o convite de João Paulo II a “não termos medo”, a abraçar “cultura, civilização e progresso”.
Respondendo à agitação criada pela carta, o Vaticano publicou uma declaração insistindo que o veredito de 1962 sobre Teilhard ainda vigorava – até hoje, é o último pronunciamento oficial de Roma sobre Teilhard. (A declaração foi publicada em julho de 1981, quatro meses após o então cardeal Joseph Ratzinger, futuro Papa Bento XVI, assumir como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé).
Ao longo dos anos, o próprio Bento XVI pareceu às vezes ter duas opiniões à respeito.
Em seu livro de 1968 “Introdução ao Cristianismo” (Loyola, 2005), Ratzinger escreveu que o cristianismo oriental tem uma apreciação mais profunda da dimensão “cósmica e metafísica” do cristianismo do que o Ocidente, mas que o Ocidente parece estar descobrindo essa perspectiva, “especialmente como um resultado dos estímulos do trabalho de Teilhard”. Ele afirmava que Teilhard deu uma expressão autêntica à Cristologia de São Paulo.
Como Papa, Bento XVI usou ocasionalmente uma linguagem que parece refletir um toque teilhardiano. Em sua homilia da Páscoa de 2006, o pontífice se referiu à teoria da evolução descrevendo a Ressurreição como “a maior ‘mutação’, em absoluto o salto mais decisivo para uma dimensão totalmente nova, como nunca se tinha verificado na longa história da vida e dos seus avanços”.
Porém, a ambivalência de Ratzinger com relação a Teilhard é igualmente muito antiga. Em um comentário na sessão final do Concílio Vaticano II (1962-65), o jovem Ratzinger queixou-se de que a “Gaudium et Spes”, a “Constituição Pastoral sobre a Igreja no mundo atual”, minimizou a importância da realidade do pecado por causa de uma influência excessivamente “francesa” e especificamente “teilhardiana”.
Acima de tudo, a impressão é de que Bento XVI encontra muitas coisas para gostar da visão cósmica de Teilhard, mesmo que ele esteja preocupado com as interpretações adversas à fé ortodoxa.
O comentário de Bento XVI no dia 24 de julho sobre Teilhard se desenvolve com base no registro mais forte do Papa sobre meio ambiente, considerado por muitos observadores como a característica mais original de seu ensino social. Recentemente, Bento XVI dedicou uma seção de sua nova encíclica social, “Caritas in Veritate”, para fazer um convite a um aprofundamento daquilo que ele chamou de “aquela aliança entre ser humano e ambiente que deve ser espelho do amor criador de Deus, de Quem provimos e para Quem estamos a caminho”.
Em seu recente livro “Ten Commandments for the Environment: Pope Benedict XVI Speaks Out for Creation and Justice” [Dez Mandamentos para o meio ambiente: Papa Bento XVI fala sobre criação e justiça, em tradução livre], a escritora católica Woodeene Koenig-Bricker descreve Bento XVI como “o papa mais verde da história”, defendendo que ele não apenas fez fortes declarações ambientais, mas também colocou-as em prática.
Sob essa luz, poderíamos pensar se a matiz verde de Bento XVI poderia, enfim, permitir que Teilhard seja nomeado santo padroeiro da ecologia católica de jure [pela lei], assim como de facto [na prática]. Se assim for, o dia 24 de julho pode ser lembrado como o primeiro movimento para um “salto evolucionário” na reputação e no status oficial do falecido jesuíta.