Este BLOG, deste que foi criado, sempre foi um espaço aberto para o debate. No entando existem aqui algumas normas de conduta que devo explicitar. Normalmente publico todos os comentários, mesmo aqueles que manifestam posições contrárias às minhas. Esta diversidade nos faz crescer. Não publico comentários com palavras de baixo calão, ou que firam as normas básicas da boa educação. Apelidos desrespeitosos, palavras agressivas, preconceito, atitudes ilegais, racismo… são expressões que sou obrigado a deletar. Também primamos aqui pela autoralidade. Tenho percebido que alguns comentários são apenas colagem de outros BLOGs. Daqui para frente serei mais severo na aprovação deste tipo de comentário. Se quiser deixar sua opinião, escreva sua idéia com clareza e educação. Devo dizer que alguns comentários são realmente bons e mostram um espírito de pesquisa e amor à sabedoria. Outros buscam apenas a provocação vazia. Não são cristãos. Pouparei meus leitores deste tipo de provocação inútil.
Agradeço a todos os frequentadores deste espaço. Ultimamente os debates têm sido quentes. Isto é bom. Mas vamos manter o nível e crescer juntos. Quem não quiser seguir estas regras tem toda a liberdade para criar seu próprio BLOG. Tenho dito!

Temos 81 senadores e 513 deputados federais, portanto o voto de um senador vale muito mais do que de um deputado.  As duas casas do Congresso Nacional têm exatamente a mesma finalidade. Isto nos faz questionar se a prática da democracia precisa mesmo desta repetição de debates. O que temos visto ultimamente é que o senado federal é palco de tristes episódios. A tentativa de moralização esbarrou na afirmação sínica de que “não dou bola para a opinião pública”. Isto não passaria pela mente de um canditado durante a campanha. Mas como já está eleito é fácil fazer afirmações ocas e anti-democráticas como esta.

Na Inglaterra a Câmara dos Lords corresponde ao nosso Senado, mas tem um significado mais figurativo, como a Rainha. Quem decide mesmo é a Câmara dos Comuns.

Não são todos os países do mundo que têm duas casas legislativas; Israel e Portugal, por exemplo, têm somente a câmara de deputados. Mesmo no Brasil, não passa pela nossa cabeça ter um senado municipal ou estadual. Nossa estrutura política se inspirou no ordenamento francês e norte-americano. Desde o seu início o Senado, diga-se a verdade, atendeu a representar as oligarquias. O atual quadro do nosso senado é exatamente o mesmo. Os recentes escândalos mostram isso. Há senadores que estão sentados naquela cadeira há mais de quarenta anos e representam o interesse de Oligarquias regionais.

Por que não poderíamos simplesmente extinguir o Senado no Brasil? Pode parecer uma idéia absurda, pois nascemos e ele já estava aí. Mas precisamos do Senado? Ele custa cerca de R$ 6 bilhões por ano. Faça os cálculos e verá o que seria possível fazer com este dinheiro sem grande prejuízo para o debate nacional. Cada estado precisa mesmo três senadores?

 

Beatriz pergunta sobre o significado do “Limbo”. Recentemente o papa declarou que essa hipótese teológica não faz parte essencial de nossa fé. Na verdade ele já havia dito isso quando prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, na década de 1980, em entrevista ao jornalista Vittorio Messori.

Pe Joãozinho e Pe Fábio,

Semana passada vocês usaram uma palavra, durante o programa, que me
despertou a atenção, “Limbo”, se eu não estou enganada foi isso mesmo?
Por acaso, essa semana comecei a ler “A Divina Comédia” de Dante
Alighieri, e no livro fala também de um lugar chamado “Limbo”. Vocês
podem explicar melhor o que é isso? Eu nunca havia prestado atenção
nesta palavra, e agora lendo o livro fiquei curiosa.

Obrigada,

Beatriz Lobo
Vitória, ES

Rodrigo postou um comentário que demonstra lucidez e ponderação – virtudes fundamentais para um sábio:

Fernando,
Eu na verdade me restringi ao post, e o pessoal da Montfort analisou o vídeo, nesse aspecto eu é que fui apressado, mesmo assim, não custava perguntar o que ele quis dizer com isso, aliás é o que você está fazendo e haja paciência, eu mesmo fico chocado na hora, mas depois eu penso bem e tento analisar com mais calma.
Acredito que se temos a Santa Inquisição como referência em relação aos procedimentos de se julgar uma heresia, temos que concordar que seria precipitado declarar o Pe. Joãozinho como herege pertinaz mesmo que ele tenha dito isso no vídeo.
Dê um tempo para que as pessoas se retratem, atualmente a má formação dos sacerdotes é algo latente, visto que muitos deles desconhecem tópicos básicos do catecismo, que dirá então dos pontos mais avançados da filosofia escolástica? Às vezes esse tempo de se retratar pode demorar, não é de um dia para o outro que uma pessoa muda toda sua cosmovisão da existência, eu que o diga, pois fui ateu a maior parte da minha vida, só por graça de Deus me converti há um ano.
Não estou dizendo que a má formação justifique tal ignorância, mas sendo uma realidade inegável, penso eu que precisamos ter mais paciência, esse é apenas um modo que eu acho mais adequado de fazer as coisas, não digo que a Montfort está errada nesse caso, no entanto, creio que eles tenham uma sede excessiva de apontar erros dos outros, criticam bastante e poucas vezes (sim existem vezes que eles fazem isso) eu os vejo tentarem ajudar as pessoas a se libertarem do erro DE FORMA CARIDOSA e PACIENTE, é só patada e mais patada.
Essa sede de buscar heresias a todo momento pode fazer com que nos precipitemos ao julgar alguém, o que não quer dizer necessariamente que o Pe. João tenha dito a frase de maneira ortodoxa, é claro que a presença eucarística jamais pode ter um sentido análogo já que o próprio sentido do termo nos obriga a tomar Cristo no sentido substancial.
Andei vendo os últimos tópicos e o Pe. João citou uma frase da encíclica do Papa Bento XVI dizendo que se comungamos bem, somos o próprio Cristo, e para mim é óbvio que o Papa (não sei se foi o Papa ou Santo Agostinho) disse isso em sentido análogo, senão Adão e Eva seriam deuses e a missa seria a renovação do pecado original, o que é certamente absurdo.
Mas minha dúvida continua apesar de tudo, gostaria de saber se o Pe. João acredita que o Papa disse tal frase querendo dizer que seríamos Cristo substancialmente e também o que ele quis dizer naquele vídeo dizendo que o irmão é presença eucarística? Isso foi estranho mesmo, mas ainda custo a acreditar que o Pe. João seja panteísta ou defenda um gnosticismo que ache que todos temos uma partícula divina e basta que a Eucarístia desperte isso, ainda aposto que ele tenha falado isso para agradar o Pe. Fabio ou então uma força de expressão indevida, como não posso julgar a consciência alheia, fica difícil saber até aonde vai essa intencionalidade do Pe. João em declarar uma heresia, por isso, que temos que ter cuidado em dizer que X ou Y é herege, a não ser que haja algo muito explícito e recorrente como no caso do Pe. Fabio de Melo, eu mesmo talvez deveria ter mais paciência com esse último, mas confesso que minha paciência esgotou pela postura totalitarista de não querer ouvir os outros que ele tem apresentado e ao mesmo tempo exaltar essa qualidade nos seus programas, essa hipocrisia me assusta realmente, aliás, diga-se de passagem, é uma hipocrisia típica dos relativistas que se dizem tolerantes.
Por último, eu duvido que as pessoas mais simples conseguem compreender o conceito de transubstanciação de forma filosófica e creio que elas entendem perfeitamente o “ser Cristo” no sentido análogo. Para nós, leigos ou sacerdotes, o importante é imitarmos Cristo, se os teólogos mais moderninhos pensam diferente, eles é que estão viajando na maionese e dependendo do caso até excomungados automaticamente.

Hoje é um daqueles dias em que Deus me concede a graça de parar para estudar no silêncio. Não são coisas muito agradáveis: regimentos, leis educacionais, processos referentes à direção da Faculdade Dehoniana. Melhor mesmo é estudar teologia. Mas nem sempre podemos fazer aquilo que gostamos. Aliás, esta lógica do gosto e da paixão podem nos fazer andar ao sabor do vento e sem disciplina. Após o dia agitado de ontem, hoje a bonança do estudo e da contemplação. Obrigado, Senhor!