Rodrigo postou um comentário que demonstra lucidez e ponderação – virtudes fundamentais para um sábio:

Fernando,
Eu na verdade me restringi ao post, e o pessoal da Montfort analisou o vídeo, nesse aspecto eu é que fui apressado, mesmo assim, não custava perguntar o que ele quis dizer com isso, aliás é o que você está fazendo e haja paciência, eu mesmo fico chocado na hora, mas depois eu penso bem e tento analisar com mais calma.
Acredito que se temos a Santa Inquisição como referência em relação aos procedimentos de se julgar uma heresia, temos que concordar que seria precipitado declarar o Pe. Joãozinho como herege pertinaz mesmo que ele tenha dito isso no vídeo.
Dê um tempo para que as pessoas se retratem, atualmente a má formação dos sacerdotes é algo latente, visto que muitos deles desconhecem tópicos básicos do catecismo, que dirá então dos pontos mais avançados da filosofia escolástica? Às vezes esse tempo de se retratar pode demorar, não é de um dia para o outro que uma pessoa muda toda sua cosmovisão da existência, eu que o diga, pois fui ateu a maior parte da minha vida, só por graça de Deus me converti há um ano.
Não estou dizendo que a má formação justifique tal ignorância, mas sendo uma realidade inegável, penso eu que precisamos ter mais paciência, esse é apenas um modo que eu acho mais adequado de fazer as coisas, não digo que a Montfort está errada nesse caso, no entanto, creio que eles tenham uma sede excessiva de apontar erros dos outros, criticam bastante e poucas vezes (sim existem vezes que eles fazem isso) eu os vejo tentarem ajudar as pessoas a se libertarem do erro DE FORMA CARIDOSA e PACIENTE, é só patada e mais patada.
Essa sede de buscar heresias a todo momento pode fazer com que nos precipitemos ao julgar alguém, o que não quer dizer necessariamente que o Pe. João tenha dito a frase de maneira ortodoxa, é claro que a presença eucarística jamais pode ter um sentido análogo já que o próprio sentido do termo nos obriga a tomar Cristo no sentido substancial.
Andei vendo os últimos tópicos e o Pe. João citou uma frase da encíclica do Papa Bento XVI dizendo que se comungamos bem, somos o próprio Cristo, e para mim é óbvio que o Papa (não sei se foi o Papa ou Santo Agostinho) disse isso em sentido análogo, senão Adão e Eva seriam deuses e a missa seria a renovação do pecado original, o que é certamente absurdo.
Mas minha dúvida continua apesar de tudo, gostaria de saber se o Pe. João acredita que o Papa disse tal frase querendo dizer que seríamos Cristo substancialmente e também o que ele quis dizer naquele vídeo dizendo que o irmão é presença eucarística? Isso foi estranho mesmo, mas ainda custo a acreditar que o Pe. João seja panteísta ou defenda um gnosticismo que ache que todos temos uma partícula divina e basta que a Eucarístia desperte isso, ainda aposto que ele tenha falado isso para agradar o Pe. Fabio ou então uma força de expressão indevida, como não posso julgar a consciência alheia, fica difícil saber até aonde vai essa intencionalidade do Pe. João em declarar uma heresia, por isso, que temos que ter cuidado em dizer que X ou Y é herege, a não ser que haja algo muito explícito e recorrente como no caso do Pe. Fabio de Melo, eu mesmo talvez deveria ter mais paciência com esse último, mas confesso que minha paciência esgotou pela postura totalitarista de não querer ouvir os outros que ele tem apresentado e ao mesmo tempo exaltar essa qualidade nos seus programas, essa hipocrisia me assusta realmente, aliás, diga-se de passagem, é uma hipocrisia típica dos relativistas que se dizem tolerantes.
Por último, eu duvido que as pessoas mais simples conseguem compreender o conceito de transubstanciação de forma filosófica e creio que elas entendem perfeitamente o “ser Cristo” no sentido análogo. Para nós, leigos ou sacerdotes, o importante é imitarmos Cristo, se os teólogos mais moderninhos pensam diferente, eles é que estão viajando na maionese e dependendo do caso até excomungados automaticamente.

15 Comentários

  1. Pingback: RCC Brasil

  2. “Já há algum tempo, mas com insistência maior depois que os falsos amigos se revelaram, temos sido censurados por “fazer polêmica”. Esta censura foi feita a outros antes de nós, entre outros, ao Abbé Berto, fundador das dominicanas do Espírito Santo (Pontallec, Saint Cloud…). Sua resposta é bonita demais para continuar na sombra. A resposta data de junho de 1956. Como é longa, extraímos de lá algumas passagens.” (Pe. Laguerie, diretor de “Le Chardonnet”).

    POLÊMICA E CARIDADE

    Abbé Berto

    Vós que educais crianças, em lugar de deplorar minha violência, fazei violentos. Os violentos podem se tornar mártires; os falsos caridosos nunca o serão; serão mortos sem que testemunhem, e são vistos tão transbordantes de caridade para com o carrasco, que lhe fazem o favor de entregar o rebanho com uma mão enquanto mantêm a outra na consciência.

    Chega ao ponto que mais lhe desagradou em meu artigo: a rudeza do tom, segundo o senhor, pouco caridoso. Sobre esse ponto não concedo nada. Se a caridade é o que o senhor diz, é preciso rasgar páginas inteiras do Evangelho, desde a palha e o pó dos “hipócritas”, até a chave da ciência que os “duces cæci et stulti” guardam em seus bolsos, para acabar com as serpentes, “genimina viperarum”. Ou será que o senhor usa dois pesos e duas medidas? Era caridade para São Jerônimo tratar Santo Agostinho de “abóbora”, “cucurbitarius”, Rufino de “asno de duas patas”, “asinus bipes”, enquanto que seria falta de caridade de minha parte alegrar meus leitores evocando o “bípede implume” de Platão, expressão que aplico tanto a mim quanto a meus adversários, já que sou homem como eles, ao passo que São Jerônimo não aplica a si, com certeza, “o asno de duas patas” que ele lançou a Rufino. A menos que o senhor prefira dizer que São Jerônimo também faltou à caridade, o que o faria contra toda a Igreja, e contra a evidência, pois a Igreja e a evidência proclamam que esse vulcão de invectivas ardia de caridade.

    Ele e não eu? Infelizmente é a pura verdade, mas para dize-lo, é preciso escrutar minhas intenções, o que também não é evangélico, e ir além do meu comportamento literário, já que minhas expressões não são mais fortes do que “sepulcros caiados” que está no Evangelho, e que “borrou-se nas calças” que está na carta para Eustochium.

    O senhor se escandaliza por encontrar a invectiva numa publicação que se intitula católica. É, simplesmente, porque a invectiva é católica, como prova o Evangelho; como provam não só os onze volumes de São Jerônimo em Migne como cem outros tomos de Patrologia. Ela não é, por si mesma, em todos os casos contrária à caridade. A caridade transcende a invectiva e a mansidão das palavras, ela “impera” sobre uma e outra, conforme as circunstâncias. Verdadeiramente, “o Evangelho só fala de caridade?” Muito bem, estou de acordo; no entanto ele contém invectivas, portanto as invectivas não são, por si mesmas, contrárias à caridade do Evangelho. E quanto a uma caridade que não é a do Evangelho, pouco me importa faltar-lhe.

    Mantenho, pois, absolutamente, meu direito à invectiva; repilo absolutamente a censura de falta de caridade fundada unicamente sobre o uso da invectiva; digo que essa censura procede de um erro sobre a própria natureza da caridade. Pode-se, é verdade, faltar à caridade na invectiva, e eu posso ter tido essa infelicidade; mas pode-se também faltar à caridade na mansidão, e condenar a invectiva em nome da caridade não está de acordo com a noção de caridade que o Evangelho do dulcíssimo e terrível Senhor Jesus no dá e da qual nos mostra a prática.

    Veuillot é cheio de invectivas e se pode dizer que São Pio X canonizou não a sua pessoa mas o seu modo de ser. O Breve de 1913 é minha carta magna e a ela me atenho.

    Mas Veuillot era leigo! Sim e daí? Interdizer ao padre, porque é padre, a invectiva é aceitar uma imagem convencional e artificial do padre, que tem sua origem em outro lugar que não é o Evangelho nem a Igreja, sendo a imagem mundana do padre, ou melhor, sua caricatura, benevolente, untuosa, efeminada. Não quero me parecer com essa caricatura degradante; quero ter ao alcance de minha mão o chicote de que se serviu o Soberano Padre, único modelo verdadeiro dos padres ministeriais. Posso ter usado pouco caridosamente esse chicote de caridade, pouco evangelicamente esse chicote evangélico, pouco sacerdotalmente esse chicote sacerdotal; mas ele é o chicote de caridade, é evangélico, é sacerdotal, e eu tenho duplamente como padre, o dever de conserva-lo em uso, porque duas vezes, como padre, tenho o dever de revestir-me com a semelhança de Jesus.

    É verdade que são padres, religiosos os que encontro, em meu caminho. Mas se eles fazem uma obra nefasta, a caridade me ordena deixá-los realizá-la porque são padres ou religiosos? Ao contrário, me ordena impedir que o seu caráter religioso proteja seus empreendimentos. Ao mesmo tempo, me ordena, é verdade, respeitar neles aquilo que permanece respeitável, suas vidas privadas, das quais não trato nunca, suas intenções, que não presumo nunca perversas, a pureza de sua fé que não me arrogo nunca o direito de contestar.

    Quanto ao mais, a caridade que me obriga a amá-los como meu próximo, me impõe como um dever odiá-los “perfecto odio” como publicistas, se pregam uma teologia inexata, se têm uma pastoral funesta, se têm um estilo ridículo, se seu juízo é falso, se têm o gosto sofisticado, e raciocinam contra o bom senso, se confundem o unívoco e o análogo, a geometria e a finura, o essencial e o existencial, sobretudo se, enfim, conseguiram uma audiência bastante grande para semear a desordem em muitos espíritos, para atrapalhar uma grande quantidade de cabeças fracas. É lastimável, é doloroso que padres e religiosos que se metem a escrever dêem o espetáculo de uma ou de outra dessas disformidades ou de várias ao mesmo tempo; mas se o dão, a caridade impõe uma indignação tanto maior quanto maior a indecência da parte deles, e tanto mais saudável quanto mais urgente tirar-lhes o crédito.

    (Transcrito de “Le Chardonnet”, n° 42, republicado em PERMANÊNCIA n° 252-253, Nov.-Dez. de 1989.)

  3. Já havia lido esse artigo, não lembro em qual blog e concordo em gênero, número e grau.
    Não sei se isso foi dirigido a mim que adotou um tom mais conciliador, eu disse que na MINHA OPINIÃO, QUE NADA VALE PARA O MAGISTÉRIO DA IGREJA, eu acho melhor, a princípio, uma correção mais paciente, sem invenctivas (que significa expressão violenta e injuriosa; objurgatória:).
    Mas não disse que usar invectivas é mal por si mesmo, senão Jesus não as teria usado contra os fariseus, e nem sempre Jesus usou expressões violentas, tudo depende das circunstâncias como disse o próprio Abbé Berto no texto.
    Como eu disse, eu particularmente não gosto de usá-las de forma frequente, é o meu jeito, o que não significa que um dia eu não vá usar e discorde de quem usa da forma devida.

  4. Essa resposta do Rodrigo é para mim?!

    Para variar Pe Joãozinho não esclarece as coisas e usa os comentários de seus leitores para enrolar. Incrível! Enquanto isso não sabemos se Pe Joãozinho é gnóstico, panteísta ou católico…

    Sua benção Pe.,
    Att!

  5. Rita Xavier

    Oi padre Joaozinho, sua bênção!

    Sou leiga, nunca estudei teologia e etc, sou uma simples estudante universitária de 25 anos…enfim! Acompanho este blog diariamente, e é uma riqueza as opiniões das pessoas, os seus posts, isso me informa e me ajuda em conhecer cada vez mais a fé católica. Na minha humilde opinião (perdão se o que vou dizer é certo ou não), o padre Joaozinho ‘apenas’ quis dizer que quando recebemos a Eucaristia, somos motivados a vivermos no nosso dia-a-dia Cristo, exercitando o amor, a tolerância, o perdão, a humildade, enfim, tudo o que o Nosso Senhor nos ensinou para sermos santos e estarmos de acordo com a vontade de Deus, o Pai de misericórdia!!!

    E isso, a meu ver, é único! Sentir que Jesus está comigo, TODOS os dias, em tudo na minha vida; erro muito, sou pecadora, pequena, muito limitada; mas mesmo assim Ele me ama, e ai eu tento melhorar, ao menos. Enfim!!!!

    É isso.

    Abraços,

    Rita.

    PS: mas afinal, senhor padre, com todo o respeito…qual a sua posição quanto a isso? Mantém o que disse no post que suscitou essa polêmica?

  6. A pessoa a que eu respondi foi o Fernando, não Luis Fernando.

  7. E de fato Luis, ele ainda não respondeu, minha intenção não é endossar o que ele disse e sim não nos precipitarmos e começarmos a chamá-lo de herege, se ele estiver mostrando comentários a favor apenas para abafar o assunto, então, peço ao Pe. João que esclareça suas afirmações sobre o “irmão é presença eucarística” e se ele acredita que somos Cristo de forma substancial quando comungamos, só isso.
    Aliás nos meus comentários, embora reconheça que haja precipitação em condená-lo como herege, eu pedi a ele para explicar isso, justamente para acabar com qualquer suspeita, se ele, o pe. João está usando isso para se esquivar é por conta dele.

  8. Luiz Fernando, este padre é uma mistura de tudo isso… gnostico, panteista, protestante…. acho que a única coisa que ele não é é Católico…

    Dê uma olhada na letra desta Música, ele até se diz Católico mais não tem noção do que é ser…

    EU SOU FELIZ POR SER CATÓLICO
    Eu sou feliz por ser católico
    Não tenho medo de dizer

    Sou evangélico, batista, protestante eu sou artista
    Levo Cristo todo… a todo irmão
    E no meu coração

    Você é feliz por ser católico
    Não tenha medo de viver
    O evangélico batismo e proteste se preciso
    Contra tudo o que oprime o coração
    Somos todos irmãos

    AVE MARIA, CHEIA DE GRAÇA
    SANTA MARIA, Mãe de DEUS e nossa mãe Tb (2x)

    Eu sou feliz por ser católico
    Não tenho medo de dizer
    Sou da congregação de CRISTO
    Eu sou crente não desisto
    Ser católico é ser universal
    Eu sou pentecostal

    Nós somos felizes e católicos
    Um só rebanho , um só pastor
    Eu tenho fé, Eucaristia
    Com Jesus e com Maria
    Sou feliz por ser Católico Cristão
    Somos todos Irmãos

    Misericordia Meu Deus deste padre, deste povo que ele vai levando a perdição…

    MP

  9. Rodrigo,

    Você é um exemplo de paciência meu caro, mas minhas palavras até já foram deturpadas neste blog para parecer que eu havia ido contra o ensino do Santo Padre Bento XVI, e com isso não me conformo. Por isso fiz aquela explicação toda naquele post, eu simplesmente queria uma resposta, mas, está difícil…

    Att!

    MP,

    Hahahaha! Que mistura para agradar gregos e troianos, hein?!

    Att!

  10. Ai ai ai Pe. como disse um dia:

    Se Deus se aposentasse ia ser uma disputa acirrada desses seres pra ficar no lugar dele…!””
    Perfeitos demais…nunca ví….hihihihhi..mtos cheios de razão.
    Se todos entrassem em um consenso veremos o reino de Deus acontecendo. Mas gostam de procurar agulhas em palheiros.

    Um abraço fraterno

    ANA VALESKA

  11. Padre Joãozinho e Rodrigo,

    na primeira postagem, o Rodrigo diz o seguinte:

    “Mas talvez nem todos prestaram atenção na pressa como o post do Pe. Joãozinho foi julgado, que apesar das confusões, não especificou se estava falando da presença de Cristo de forma análoga ou unívoca, aliás nem o próprio Cristo especificou isso quando disse que se houvesse dois ou mais reunidos em seu nome, ele estaria presente, se formos ter a pressa que o pessoal da Montfort tem em julgar os outros e aplicarmos isso a Cristo, então Cristo seria um gnóstico ou panteísta, o que seria uma grande blasfêmia.” Rodrigo

    Os princípios que definem, analogia ou a univocidade, não são particulares, são universais. Portanto, o Padre Joãozinho, não necessitava especificar; o uso da univocidade ou analogia, são evidentes para própia razão. Considerar da forma, como o Rodrigo considera, aumenta a confusão, porque ele restringe a univocidade ou a analogia, ao juízo do Padre Joãozinho que é Padre, mas não é Deus. Isto é bem próprio da filosofia moderna; Ortega Y Gasset, compara o Cogito de Descartes, ao “Faça-se a luz” do Gênesis. Quando na verdade, as coisas existem, pela definição do SER, para Descartes, existem porque ele pensa. Então o filósofo espanhol, desdobra o Cogito em: “Penso, logo tudo existe.”

    É neste contexto, que também se entende melhor, o prólogo do Evangelho de São João, quando ele diz que “todas as coisas foram feitas por intermédio do Verbo”, ou seja, é o verbo ser, quem define aquilo que a coisa É (Não meu pensamento), por isso a Igreja condenou o nominalismo (que se faz sumamente presente, no Cogito). Descartes, não utiliza substância em sua sentença, mas apenas o Verbo, afirma a existência ex nihilo, não a participação da natureza divina, em Cristo.

    No Evangelho, se lê que todo “exaltado será humilhado, e todo humilhado, será exaltado.” Isto faz parte da concepção católica de caridade, e dela não pode ser separada. Houve um Santo que diante da oportunidade de se humilhar, dizia que se humilhava ainda mais, para ser exaltado por Deus, em tempo oportuno. Fique com Deus.

    Abraço

    Gederson

  12. Caro Rodrigo,
    Salve Maria!

    O que postei, foi para a reflexão geral. Quanto à medida da correção, ela é proporcional, a quem é ofendido. Santo Tomás, citando São João Crisóstomo, nos dá uma noção a respeito:

    “(…) Nem vai contra a natureza da paciência atacarmos, quando necessário, quem faz o mal; porque, como disse São João Crisóstomo (Hom. Op. imperf.) acerca daquilo da Escritura – ‘Vai-te satanás’ (Mt IV,10) – sofrermos com paciência as injúrias que nos atingem, é digno de louvor; mas, é excesso de impiedade tolerar pacientemente as injúrias feitas contra Deus”. ( São Tomás de Aquino, Suma Teológica, 2a. 2ae., q. 136, a. 4, ad. 3). Retirado do blog Adversus Haereses

    Há nossa opinião, é a medida com que somos medidos pela Igreja, ela tem valor. Há crítica na medida da correção, deve ser discutida, entre aquele que corrige, e aquele que recebe a correção. Por uma questão de prudência, não ouço meus amigos, antes de responder e receber contra-respostas de meus inimigos. Se considerasse apenas o que dizem meus amigos, não precisaria me retratar diante de meu inimigo, caso tivesse cometido alguma falta. Santo Agostinho, diz algo sobre preferir seus inimigos que lhe acusam os defeitos, a seus amigos, que o encobrem. Além disso, lembro ainda a Regra de São Bento, Capítulo 45:

    Dos que erram no oratório.
    (1) Se alguém errar quando recitar um salmo, responsório, antífona ou lição, e se não se humilhar, ali mesmo, diante de todos por uma satisfação, sofra castigo maior, (2) de vez que não quis corrigir, pela humildade, a falta que cometeu por negligência. (3) As crianças por tal falta recebam pancadas.

    Um outro autor (agora me foge a memória o nome), dizia que as sociedades se fundamentam naquilo que consideram e tem por Sagrado. Se o homem é Sagrado, independentemente daquilo que ele fala, o que fala, não o contamina. Logo Nosso Senhor, quando disse que aquilo que contamina o homem, não é o que entra, mas o que saí pela boca, poderá ser Crido, como a encarnação da Verdade?

    Nem tudo depende das circunstâncias. São João Batista, não era dado a delicadeza, era também, um vulcão de invectivas. O pedido de um sinal por parte dos Judeus, a Nosso Senhor, superficialmente, também é um pedido simples que não necessita da invectiva:
    “Geração adúltera….” O sinal estava diante deles, e eles ainda pediam sinais? Deveria ele ser menos invectivo, quando chamou os apóstolos de néscios?

    Bom, a fé não pode ser substituída por um sentimento. Quando éramos como crianças, agíamos como crianças, agora que somos homens, devemos, agir e pensar como homens! Professamos fé, naquele que CALADO, carregou a Cruz até o Calvário. Portanto, não caíamos no sentimentalismo que é irmão gêmeo do coitadismo, este exemplo, não nos foi dado pelo Senhor… Fique com Deus.

    Abraço

    Gederson

  13. “Só aquele que se enraivece sem motivo se torna culpado; quem se enraivecer por um motivo justo não tem culpa alguma. Pois, se faltasse a ira, a ciência de Deus não progrediria, os julgamentos não teriam consistência e os crimes não seriam reprimidos. Mais ainda: aquele que não se encoleriza quando a razão o exige, comete um pecado grave, pois a paciência não regulada pela razão propaga os vícios, favorece as negligências e leva ao mal não somente os maus, mas sobretudo os bons” (São João Crisóstomo, Homilia XI, in Math.)

  14. Muito Prezado Rodrigo

    Quão pouca importância damos à heresia! Fitamo-la e permanecemos calmos.. Tocâmo-la e não trememos. Misturamo-nos com ela e não temos medo. Vêmo-la tocar nas coisas sagradas e não temos nenhum sentido do sacrilégio. Inalamos o seu odor e não mostramos qualquer sinal de abominação ou de nojo. De entre nós, alguns simpatizam com ela e alguns até atenuam a sua culpa. Não amamos a Deus o suficiente para nos enraivecermos por causa da Sua glória. Não amamos os homens o suficiente para sermos caridosamente verdadeiros por causa das suas almas.

    Tendo perdido o tacto, o paladar, a visão e todos os sentidos das coisas celestiais, somos capazes de morar no meio desta praga odiosa, impertubavelmente tranquilos, reconciliados com a sua repulsividade, e não sem proferirmos declarações em que nos gabamos de uma admiração liberal, talvez até com uma demonstração solícita de simpatia tolerante [para com os seus promotores].

    “Senhor, por misericórdia,
    não permitas – – Ah! Não! jamais!- que eu faça um
    ato mau por covardia. Que eu tenha a audácia de
    proclamar com voz clara a verdade. Por mais sozinho
    que eu esteja, que eu tenha a graça de testemunhar a
    verdadeira Fé sem hesitar Dai-me, se for preciso
    desagradar um poderoso senhor, para fazê-lo bem,
    dai-me uma linguagem franca para maldizê-lo, sem
    falso respeito. Que eu prefira mais que o prazer um
    coração sincero. Antes sofrer uma vida amarga do
    que mentir”

    In baculo cruce et in virga Virgine
    Mauro

  15. Luis Fernando,

    Eu tento apenas não julgar de forma precipitada, achei que o pessoal da Montfort poderia agir de outra forma but… é visível que o Pe. João distorceu suas palavras, só se você fosse um sedevacantista da vida é que seria contra o ensino do Papa Bento XVI, coisa que claramente você não é.
    Aliás ele podia ter lido seu blog, muito bom por sinal, para ver que de sedevacantista ou contra o Papa Bento XVI você não tem nada.
    O Pe. João deveria pedir desculpas para você pelo equívoco tão evidente, o Pe. João, que parece ser uma pessoa sábia, é que me surpreendeu negativamente ao distorcer as suas palavras para parecer que você não segue o Papa.

    Gederson

    Confesso que não entendi aonde fiz a confusão e deixei a questão da univocidade e analogia ao juízo do Pe. João, mas se deu a entender isso, não foi minha intenção e peço desculpas, talvez na ânsia de querer esclarecer as coisas numa boa, eu tenha dado margem para o Pe. João se esquivar. Aliás, a univocidade ou analogia são evidentes pela própria razão, como você disse, mas os modernistas e outros hereges costumam distorcer certos termos com tanta frequencia, que até isso talvez eles consigam complicar para pessoas que estão iniciando na fé como eu e outros daqui do blog.
    Aliás, muito boa a frase que você citou!

    Mauro,

    Posso ter usado um tom errado e até me expressado mal, quero deixar claro que não gosto de dar voltas e amenizar a gravidade de uma heresia, embora eu tenha dado margem para isso e me arrependo, antes tivesse deixado essa tarefa para pessoas mais experientes como você, o Luis Fernando e o Gederson.
    Só estava tentando ver se essa era a intenção do Pe. João, por isso que a princípio não achei tão grave, mas pelo visto não fui bem sucedido, pois a cada post do referido padre elogiando minha conduta, aumentavam as dúvidas de todos, inclusive a minha.
    É realmente abominável achar que podemos ser Cristo substancialmente ou que temos essa capacidade adormecida dentro de nós, o gnosticismo é um dos grandes inimigos do catolicismo, sem dúvida e apresentá-lo de maneira sutil pode ser ainda mais devastador e perigoso, é menos pior um herege que deixa claro que acredita que sua heresia é a mais pura ortodoxia do que aquele que fica dando voltas para fazer média com todo mundo, que é exatamente o comportamento dos modernistas.

    Que Deus abençoe a todos e que as coisas fiquem claras SEM DAR VOLTAS!

  16. Livia S. M. Oliveira

    Prezado Rodrigo, indico-lhe este livro que pode lhe ajudar a se aprofundar ainda mais no que diz respeito a Eucaristia. Fique na paz. Grande abraço. Lívia LIVRO: “O SEGREDO DA SAGRADA EUCARISTIA” AUTOR: PROF. FELIPE AQUINO ED. CLEOFAS

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.