Começa em instantes um retiro de aprofundamento e discernimento de carisma que prego para o grupo musical VIDA RELUZ. Pelos idos de 1995 promovi a gravação do primeiro disco desta banda que se tornou referência nacional. Depois outros padres acompanharam o grupo. Agora, às vésperas de lançar mais um CD, desta vez pela Canção Nova, o grupo resolveu dar uma parada para aprofundar as razões da fé.

NOTÍCIA QUENTE:

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 21 de agosto de 2009 (ZENIT.org).- Expoentes cristãos das diferentes confissões publicaram um documento no qual superam a dialética que no passado opunha o anúncio do Evangelho (a missão) ao diálogo ecumênico.

Trata-se dos materiais redigidos pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos e pela Comissão Fé e Constituição, do Conselho Mundial de Igrejas, por ocasião da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e para todo o ano de 2010.

O documento, recém-publicado, está dedicado ao tema “missão e unidade”, inspirando-se na frase do Evangelho de São Lucas (24, 48): “Vós sois testemunhas disso”.

Como explica a Introdução, “nem todos associam a proposta missionária e a preocupação da unidade dos cristãos”.

De fato, em algumas regiões do planeta, um dos problemas mais sérios que o diálogo ecumênico sofreu nas últimas décadas deveu-se precisamente à chegada de missionários de diferentes confissões cristãs, vistos em ocasiões como uma “concorrência”.

O documento, no entanto, pergunta: “Não estão unidos o compromisso missionário da Igreja e seu compromisso ecumênico?”.

“Pelo nosso batismo, já formamos um único corpo e estamos chamados a viver em comunhão. Deus nos fez irmãos e irmãs em Jesus Cristo. Não é este o testemunho fundamental que devemos apresentar?”, continua interrogando o texto.

“Sem negar as rivalidades entre missionários enviados por diferentes igrejas”, o documento reconhece que “os que estiveram na avançada da missão foram talvez os primeiros a tomar consciência da tragédia que representava a divisão dos cristãos”.

Por este motivo, o documento reconhece que frequentemente os missionários no passado foram autênticos mestres de ecumenismo.

“Se na Europa eram habituais as separações eclesiais, o escândalo da desunião aparecia de maneira óbvia aos missionários encarregados de anunciar o Evangelho em populações que não conheciam nada de Cristo”, esclarece.

“Certas rupturas eclesiais que tinham indicado a história do cristianismo não estavam sem fundamento teológico – reconhece. Mas também se caracterizavam pelo contexto (histórico, político, intelectual) que as haviam feito nascer. Portanto, podia permitir-se exportar estas divisões aos povos que desconhecem Cristo?”

“No frescor dos começos, as novas igrejas locais não podiam ser tachadas pela defasagem entre a mensagem de amor que queriam viver e a separação efetiva dos discípulos de Cristo. Como fazer compreender a reconciliação oferecida em Jesus Cristo se os próprios batizados podiam ignorar-se ou combater-se?”, perguntam-se os redatores do documento.

“Como os grupos cristãos que vivem na hostilidade mútua podem – de forma confiável – pregar um só Senhor, uma só fé, um só batismo?”, insiste.

Portanto, a melhor maneira de promover a unidade dos cristãos, conclui o texto, consiste em anunciar Cristo.

“O Evangelho não é um luxo em nossa humanidade ferida pelas divisões; o Evangelho não pode ser anunciado por vozes discordantes”, afirma o documento.

Nesta ocasião, os promotores da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, da Comissão Fé e Constituição do Conselho Ecumênico das Igrejas e do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos confiaram a preparação destes textos a expoentes das igrejas cristãs da Escócia.

A decisão pretende recordar o centenário da Conferência Missionária de Edimburgo, em 1910, que no verão deste ano reuniu os delegados oficiais das sociedades missionárias protestantes e do anglicanismo, às quais se uniu um convidado ortodoxo.

Em junho de 2010, celebrar-se-á em Edimburgo o centenário da Conferência Missionária (www.edinburgh2010.org), como ocasião para intercambiar práticas missionárias entre os membros de diversas tradições eclesiais.

O projeto inicial do documento foi preparado por um grupo ecumênico da Escócia constituído pela associação Action of Churches Together en Scotland (ACTS), a partir do convite da Conferência dos Bispos católicos.

Ainda sobre a questão do “ódio de Deus”, parece que finalmente estamos chegando à reta compreensão. Pedro se desculpa dizendo que utilizou a tradução da Bíblia da Ave Maria. De fato esta tradução, feita há tempos por monges belgas, sempre teve mais uma finalidade orante e não exegética. Atualmente é bem mais seguro utilizarmos a tradução aprovada pela CNBB, ou irmos diretamente aos originais. Com um fôlego a mais posto aqui diversas traduções do polêmico versículo 9 do capítulo 14 do Livro da Sabedoria. Veja que entre a VULGATA e a NEO VULGATA, só mudou a pontuação (problemática em textos gregos). A tradução italiana é muito boa. Já a tradução argentina mantém a forma equívoca. Podemos ver que a tradução da CNBB preferiu a tradução italiana.

VULGATA

[…] similiter autem odio sunt Deo impius et impietas ejus

 

NEO-VULGATA

Similiter autem odio sunt Deo impius et impietas eius:

 

TRADUÇÃO DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL ITALIANA:

Perché sono ugualmente in odio a Dio l’empio e la sua empietà;

 

TRADUÇÃO DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL ARGENTINA

Porque Dios detesta igualmente al impío y su impiedad

 

TRADUÇÃO DA CNBB:

Dessa forma são odiosos para Deus tanto o ímpio como a sua impiedade:

 

TRADUÇÃO DA NOVA BÍBLIA AMERICANA

Equally odious to God are the evildoer and his evil deed;

 

ORIGINAL GREGO TRANSLITERADO:

en isw gar mishta qew kai o asebwn kai h asebeia autou

 

Pedro está atendo à reflexão. Apesar de apressadamente ele rotular as pessoas, reconheço que ele tem um “certo” conhecimento. A “vulgata” é a tradução da Bíblia em latim, por São Jerônimo. É uma obra monumental. Recentemente a Igreja Católica aprovou a revisão desta tradução publicando a NEO-VULGATA. Esta é a tradução que todo católico em comunhão com o Santo Padre deve utilizar, o que, naturalmente, não é o caso do Sr. Pedro. Para notícia, publico aqui (em latim) a Constituição Apostólica do Papa João Paulo II, que determinou o uso do NEO-VULGATA. Certamente Pedro não terá dificuldade de ler em latim.

  CONSTITUTIO APOSTOLICA

QUA NOVA VULGATA BIBLIORUM SACRORUM EDITIO

“TYPICA” DECLARATUR ET PROMULGATUR

 

 

IOANNES PAULUS EPISCOPUS

SERVUS SERVORUM DEI

AD PERPETUAM REI MEMORIAM

 

 

SCRIPTURARUM THESAURUS, quo salvificus nuntius a Deo hominibus datus continetur — ait enim recte s. Augustinus: “ de illa civitate unde peregrinamur, litterae nobis venerunt: ipsae sunt… quae nos hortantur ut bene vivamus ” (Enarr. in ps. XC, s. 2,1: PL 37, 1159) — ab Ecclesia merito semper summo in honore est habitus singularique diligentia custoditus. Quae quidem ab ipsis initiis suis numquam desiit curare, ut populus christianus quam amplissima frueretur facultate Dei verbum percipiendi, praesertim in sacra Liturgia, in qua celebranda “ maximum est sacrae Scripturae momentum ” (Conc. Vat. II, Const. Sacros. Conc., n. 24).

 

Ecclesia ergo in partibus occidentalibus illam ceteris versionibus anteposuit, quae Vulgata solet appellari quaeque maximam partem a s. Hieronymo, doctore praeclaro, confecta, “ tot saeculorum usu in ipsa Ecclesia probata ” est (Conc. Trid., sess. IV; Enchir. Bibl., n. 21). Tam egregiae existimationi documento est etiam cura eius textum ad criticam rationem apparandi, ac quidem per editionem, quae secundum altiorem doctrinam adhuc concinnatur a monachis Abbatiae S. Hieronymi in Urbe, a Pio XI, Decessore Nostro fel. rec., ad hoc institutae (Const. Apost. Inter praecipuas, 15 Iun. 1933; A.A.S. XXVI, 1934, pp. 85 ss.).

 

Aetate autem nostra Concilium Vaticanum II, honorem confirmans editioni illi, quam Vulgatam vocant, tributum (Const. Dei verbum, n. 22), atque eo contendens, ut in Liturgia Horarum facilior esset intellectus Psalterii, statuit, ut huius recognoscendi opus, feliciter inchoatum, “ quamprimum perduceretur ad finem, respectu habito latinitatis christianae necnon totius traditionis Ecclesiae ” (Const. Sacros. Conc., n. 91).

 

His omnibus Paulus Vl, Decessor Noster rec. mem., motus est, ut antequam eidem Concilio finis imponeretur, id est die XXIX mensis Novembris anno MCMLXV, peculiarem Pontificiam Commissionem constitueret, cuius esset universalis eiusdem Synodi iussum perficere atque omnes Sacrae Scripturae libros recognoscere, ut Ecclesia praedita esset editione Latina, quam progredientia studia biblica postularent quaeque potissimum rei liturgicae inserviret.

 

In qua recognitione efficienda “ ad verbum ratio habita est veteris textus editionis Vulgatae, ubi videlicet primigenii textus accurate referuntur, quales in hodiernis editionibus, ad criticam rationem exactis, referuntur; prudenter vero ille est emendatus, ubi de iis deflectit vel minus recte eosdem interpretatur. Quam ob rem Latinitas biblica christiana est adhibita, ita ut aequa aestimatio traditionis cum iustis postulationibus artis criticae, his temporibus vigentis, temperaretur ” (cfr. Alloc. Pauli VI, 23 Dec. 1966; A.A.S. LIX, 1967, pp. 53 s.).

 

Textus, ex hac ipsa recognitione exortus, quae quidem impensior fuit in quibusdam libris Veteris Testamenti, quibus s. Hieronymus manus non admovit, ab anno MCMLXIX ad annum MCMLXXVII seiunctis voluminibus est editus, nunc vero editione “ typica ”, uno volumine comprehensa, proponitur. Haec Nova Vulgata editio etiam huiusmodi esse poterit, ut ad eam versiones vulgares referantur, quae usui liturgico et pastorali destinantur; atque, ut verbis utamur Pauli VI, Decessoris Nostri, “ cogitare licet eam certum quoddam fundamentum esse, in quo studia biblica… innitantur, maxime ubi bibliothecae, specialibus disciplinis patentes, difficilius consuli possunt et congruentium studiorum diffusio est impeditior ” (cfr. Alloc., 22 Dec. 1977; cfr. diarium L’Osservatore Romano, 23 Dec. 1977, p. 1).

 

Praeteritis temporibus Ecclesia arbitrabatur veterem Vulgatam editionem sufficere atque ad verbum Dei populo christiano impertiendum affatim valere: quod quidem eo satius iam efficere poterit haec Nova Vulgata editio.

Itaque opus, quod Paulus VI vehementer optavit neque ad finem absolutum potuit videre, quod Ioannes Paulus I studiosa voluntate est prosecutus, qui Pentateuchi libros, a praedicta Pontificia Commissione recognitos, sacrorum Antistitibus in urbem “ Puebla ” congressuris muneri mittere statuerat quodque Nosmet ipsi una cum multis ex orbe catholico valde exspectavimus, typis excusum Ecclesiae iam tradere gaudemus.

 

Quae cum ita sint, Nos harum Litterarum vi Novam Vulgatam Bibliorum Sacrorum editionem “ typicam ” declaramus et promulgamus, praesertim in sacra Liturgia utendam, sed et aliis rebus, ut diximus, accommodatam.

 

Volumus denique, ut haec Constitutio Nostra firma et efficax semper sit et ab omnibus, ad quos pertinet, religiose servetur, contrariis quibuslibet nihil obstantibus.

 

 

Datum Romae, apud S. Petrum, die XXV mensis APRILIS in festo s. Marci Evangelistae, anno MCMLXXIX, Pontificatus Nostri primo.

 

 

IOANNES PAULUS PP. II

 

 

Pedro nos deu uma oportunidade para refletir sobre a maneira certa de interpretar a Bíblia. Segundo ele a frase do livro da Sabedoria leva a acreditar que Deus odeia com ódio relativo: “Deus odeia igualmente o ímpio e a impiedade” (Sab. XIV, 9). Vejamos o que diz a Dei Verbum sobre  intepretação da Sagrada Escritura:

“Interpretação da Sagrada Escritura

12. Como, porém, Deus na Sagrada Escritura falou por meio dos homens e à maneira humana (6), o intérprete da Sagrada Escritura, para saber o que Ele quis comunicar-nos, deve investigar com atenção o que os hagiógrafos realmente quiseram significar e que aprouve a Deus manifestar por meio das suas palavras.

Para descobrir a intenção dos hagiógrafos, devem ser tidos também em conta, entre outras coisas, os «géneros literários». Com efeito, a verdade é proposta e expressa de modos diversos, segundo se trata de géneros histéricos, proféticos, poéticos ou outros. Importa, além disso, que o intérprete busque o sentido que o hagiógrafo em determinadas circunstâncias, segundo as condições do seu tempo e da sua cultura, pretendeu exprimir e de facto exprimiu servindo se os géneros literários então usados (7). Com efeito, para entender rectamente o que autor sagrado quis afirmar, deve atender-se convenientemente, quer aos modos nativos de sentir, dizer ou narrar em uso nos tempos do hagiógrafo, quer àqueles que costumavam empregar-se frequentemente nas relações entre os homens de então (8).

Mas, como a Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com o mesmo espírito com que foi escrita (9), não menos atenção se deve dar, na investigação do recto sentido dos textos sagrados, ao contexto e à unidade de toda a Escritura, tendo em conta a Tradição viva de toda a Igreja e a analogia da fé. Cabe aos exegetas trabalhar, de harmonia com estas regras, por entender e expor mais profundamente o sentido da Escritura, para que, mercê deste estudo de algum modo preparatório, amadureça o juízo da Igreja. Com efeito, tudo quanto diz respeito à interpretação da Escritura, está sujeito ao juízo último da Igreja, que tem o divino mandato e o ministério de guardar e interpretar a palavra de Deus (10).”

É claro que, considerados os gêneros literários, a cultura do redator e a unidade da Sagrada Escritura, jamais poderíamos tomar ao pé-da-letra a afirmação de que DEUS ODEIA o ímpio.

Vejamos a tradução oficial da Igreja Católica (Neo-vulgata) em sua tradução para o português brasileiro, aprovada pela CNBB:

Bendito é, pois, o lenho que se emprega corretamente,
8. maldito, porém, aquilo que é feito por mãos humanas e aquele que o fez: este, porque o fabricou, e aquele, porque, sendo corruptível, foi chamado deus!
9. Dessa forma são odiosos para Deus tanto o ímpio como a sua impiedade:
10. por isso, tanto aquilo que foi feito, como aquele que o fez, serão atormentados.
11. Assim, também para os ídolos das nações haverá julgamento porque, entre as criaturas de Deus, transformaram-se em abominação e em tentação para as pessoas, em armadilha para os pés dos insensatos.
12. Pois o princípio da prostituição é a invenção dos ídolos e a sua descoberta foi a corrupção da vida:
13. eles não existiam desde o princípio e não existirão para sempre.

 

 

Você percebe que o esforço de tradução contextualizada oferece oportunidades hermenênticas mais coerentes com o sentido inspirado do texto. Aqui não se fala que “Deus odeia”, mas que “são odiosos para Deus”. Genial. É isso mesmo. Não é Deus quem odia. É o ímpio, o pecador, que se torna odioso para Deus. O mal, desta forma, não tem origem em Deus, mas naquele que pratica a impiedade. Deus o ama, apesar de ele ser odioso. É odioso, mas não é odiado.

Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça!

Pedro procura explicar sua afirmação que questionei em um post anterior. Agora radicaliza com uma afirmação difícil de digerir. Posto sua afirmação original e depois a correção do autor que veio em comentário seguinte:

… se pecamos, atraimos sobre nós a cólera e o desagrado de Deus, que nos odeia com ódio relativo, castigando em nós o pecado cometido, mas visando a nossa conversão… e se morremos em pecado mortal, vamos para o inferno – nós e nossos pecados, que ficarão presentes por toda a eternidade…

um erro de minha parte, o que quis dizer foi:

… se pecamos, atraimos sobre nós a cólera e o desagrado de Deus, (o que nos ensina o catecismo romano) que nos odeia com ódio relativo (o que ensina o livro de sabedoria na biblia, dizendo que Deus odeia o impio e sua impiedade), castigando em nós o pecado cometido, mas visando a nossa conversão… e se morremos em pecado mortal, vamos para o inferno – nós e nossos pecados, que ficarão presentes por toda a eternidade (presente em nossa consciência – esse é o acrescimo que eu queria fazer na minha primeira postagem e pela pressa, acabei me descuidando)

Grato por ter me dado uma segunda chance de me corrigir…

Não retiro nada do que eu disse…

quem ler todos os meus posts, verá como o Senhor é tendencioso, tirando as citações de seus contextos e as distorcendo ao sabor de suas heresias…

Mas pq então não me ensinas a doutrina correta…

Já que o Sr. usa de seu precioso tempo de Sacerdote para distorcer meus textos, pq não me ensinas aonde erro e em que devo crer com fé divina e católica.

Prometo mudar aquilo que eu creio, que diz o livro da Sabedoria, que ensina o Catecismo Romano, etc…

Espero que me ensines a doutrina correta…

o que crer para mim é muito importante… já que se:

“Se nossa opinião a respeito de Deus não for conforme ao que ele é, nosso esforço nos levará, forçosamente, não para a bem-aventurança, mas em direção à vacuidade” (S. Agostinho, O Livre-Arbítrio, Livro III, III, 21, 59, pág. 218)

Conto com seus ensinamentos para me tirar do erro.

Despeço-me

Recebi um longo e interessante comentário de uma garota, que diz ter 18 anos, e escreve sua defesa ao site Montfort. Pela maturidade com que esta garota escreve chego a duvidar que tenha somente 18 anos. De qualquer maneira, por uma questão de honestidade, posto para todos a reflexão de Gabriela:

DEUS contigo Pe. João!

A vossa bênção!

Meu nome é Gabriela e tenho 18 anos.

Gostaria de tratar sobre a questão Montfort com toda a caridade possível. Quero tratar deste assunto com amor para que possamos coversar de forma amistosa sobre tal assunto.

Primeiramente, quero dizer que quando eu comecei na Igreja (o que faz uns 3 anos) eu comecei um tanto desnorteada e algumas pessoas indicaram-me a RCC para que eu pudesse me firmar. Tudo bem, eu segui o conselho. Resumindo, através da RCC e Canção Nova eu me tornei a tradicionalista que sou hoje e como tradicionalista, busco defender a verdadeira Fé, e busco lutar para que se mantenha a tradição. Ora, isso é bíblico.

Eu não sou ninguém para falar nada Padre, pois sou só uma leiga e grande pecadora, sobretudo sou mulher e deveria manter-me em silêncio. Porém, se é lícito que se procure questionar algo que pode não estar certo, então não vou me omitir. Digo que vi com o passar do tempo que a RCC continha demasiados abusos. As missas-show é um deles. Digo, fiz parte da RCC, mas nunca me senti bem participando de uma missa assim. Imaginemos por que: ” há uma pessoa, cuja sua última esperança, está na Santa Missa e na Sagrada Comunhão. A pessoa perdeu a chance de meditar e participar piedosamente da Santa Missa porque a bateria, a guitarra e o piano não permitiram que ela pudesse encontrar-se com Jesus. Sem contar com os berros do vocalista do Ministério de música. Não seria, pois, conveniente, celebrar uma Missa como ela sempre foi celebrada? Com cantos lícitos à tal momento e uma Missa onde se obtém o devido respeito? Onde verdadeiramente Cristo é o centro? Certamente que há muitas pessoas que vão as missas-show para participarem piedosamente da Missa (se o conseguirem) mas nota-se que muitas vão em busca de novidades, mas a Missa é algo santo, assim como DEUS é santo, portanto, é imutável, não tem que haver novidades. A Palavra de DEUS é imutável. Tudo quanto foi ensinado é imutável. Mas hoje em dia parece que a imutabilidade de tudo que é sagrado foi deixada de lado, assim como os Sacrários. Vejo que até mesmo o Sacramento da Confissão perdeu a sua sacramentalidade e hoje mais se parece com uma consulta ao psicólogo.

Sou a favor do retorno da Tradição, por tudo quanto aprendi na Montfort, vi que a Tradição não deve ser mantida só porque é bonita, mas porque é uma verdade de Fé. É o verdadeiro catolicismo. E quando se mantém a verdade, tudo por consequência se torna belo.

Já cometi erros grandes nesta vida Padre, mas eles me ajudaram a crescer muito e hoje, repugnar o pecado, repugnar as heresias e ofensas contra a Igreja e contra Cristo.

Hoje se perdeu o sentido do que seria a Santa Missa. A Santa Missa não é somente de ação de graças, louvor, ou só comemoração do sacrífício. Já li um Padre dizendo que a Igreja de antigamente era “fria e retardada”. Já vi muitos dizendo que se necessita de uma Missa alegre, que a Igreja perderia muitos fiéis porque não entenderiam nada de latim, que é chato um Padre celebrando de costas para o povo, que a Igreja deve se modernizar, pois, a sociedade se moderniza e a Igreja acompanha. Isso tudo é absurdo!

1º Missa alegre: existe alegria maior que participar piedosamente da Santa Missa? Lembrando: 950. Cân. 3. Se alguém disser que o sacrifício da Missa é somente de louvor e ação de graças, ou mera comemoração do sacrifício consumado na cruz, mas que não é propiciatório, ou que só aproveita ao que comunga, e que não se deve oferecer pelos vivos e defuntos, pelos pecados, penas, satisfações e outras necessidades — seja excomungado [cfr. n° 940].
Concílio Ecumênico de Trento

2º A Igreja perderia muitos fiéis por não entenderem o latim: Ora, missal português-latim existe para isso.

3º É chato um Padre celebrando de costas para o povo: e muito mais lícito certamente. O Sacerdote deve estar voltado para DEUS. Ou acaso a Missa não passa de um teatro onde se cultua aos homens ao invés de DEUS? É o que vemos hoje. Infelizmente. Muitos sacerdotes não fazem nem questão de celebrar a Missa que temos hoje de modo mais conveniente.

4º A Igreja deve se modernizar, pois, a sociedade se moderniza e a Igreja acompanha: isso não tem lógica, pois a Igreja é a Igreja de Cristo, a verdadeira Igreja, Una, Santa, Católica e Apostólica, cuja Verdade lhe foi ensinada para que durasse até o final dos tempos. É tudo imutável. Cristo deixou de uma forma mas a maioria hoje mostra o contrário de tudo aquilo que ELE ensinou. O mundo, a sociedade, tudo se modernizou, mas nunca foi dito que a Igreja abandonasse suas Tadições para agradar aos homens com novidades.

Peço perdão se em algum momento faltei à caridade e à humildade. Dou graças à DEUS por ter-me feito conhecer a Montfort e o Prof. Orlando, pois, pude conhecer o verdadeiro catolicismo e a verdadeira Fé, assim como pude também conhecer melhor à Cristo e querer estar mais e mais junto DELE, sem apartar-me de Seu amor jamais.

Por hora é isso Padre João. Obrigada pelo espaço de poder estar comentando no seu blog. Obrigada por permitir-me defender a verdadeira Fé e a Montfort.

Atenciosamente,

Gabriela