Afirmei, como afirmou o Concílio Vaticano II, que a Igreja é Sacramento universal de salvação. Alguém questionou a expressão clássica e seu significado. Veja o que diz o Catecismo da Igreja Católica:

A IGREJA SACRAMENTO UNIVERSAL DA SALVAÇÃO

774. A palavra grega mysterion foi traduzida em latim por dois termos: mysterium e sacramentum. Na segunda interpretação, o termo sacramentum exprime prevalentemente o sinal visível da realidade oculta da salvação, indicada pelo termo mysterium. Neste sentido, o próprio Cristo é o mistério da salvação: «Nem há outro mistério senão Cristo (200). A obra salvífica da sua humanidade santa e santificadora é o sacramento da salvação, que se manifesta e actua nos sacramentos da Igreja (que as Igrejas do Oriente chamam também «os santos mistérios»). Os sete sacramentos são os sinais e os instrumentos pelos quais o Espírito Santo derrama a graça de Cristo, que é a Cabeça, na Igreja que é o seu Corpo. A Igreja possui, pois, e comunica a graça invisível que significa: e é neste sentido analógico que é chamada «sacramento».

775 «A Igreja em Cristo é como que o sacramento ou sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano» (201). Ser sacramento da união íntima do homem com Deus, eis a primeira finalidade da Igreja. E porque a comunhão dos homens entre si radica na união com Deus, a Igreja é, também, o sacramento da unidade do género humano. Nela, esta unidade já começou, pois reúne homens «de toda a nação, raça, povo e língua» (Ap 7, 9). A Igreja é, ao mesmo tempo, «sinal e instrumento» da plena realização desta unidade, que ainda há-de vir.

776. Como sacramento, a Igreja é instrumento de Cristo. «É assumida por Ele como instrumento da redenção universal»(202), «o sacramento universal da salvação»(203), pelo qual o mesmo Cristo «manifesta e simultaneamente actualiza o mistério do amor de Deus pelos homens»(204). É o «projecto visível do amor de Deus para com a humanidade»(205), segundo o qual Deus quer «que todo o género humano forme um só povo de Deus, se una num só Corpo de Cristo e se edifique num só templo do Espírito Santo»(206).

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O COMENTÁRIO QUE RECEBI:

Padre Joãozinho,
quanto tempo que eu não aparecia por aqui, hein?!

Mas, afinal a Igreja É SACRAMENTO universal de salvação?

A Lumen Gentium não fala isso peremptoriamente.

“Mas porque a Igreja, em Cristo, é COMO QUE o sacramento, ou sinal, e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano, pretende ela, na sequência dos anteriores Concílios, pôr de manifesto com maior insistência, aos fiéis e a todo o mundo, a sua natureza e missão universal.” (Lumen Gentium, nº 1)

Mas o que significa isso? Esse vago ‘como que’?

Trento infalivelmente definiu que existem somente 7 (SETE) sacramento, nada mais.

“Se alguém disser que os sacramentos da Nova Lei não foram todos instituídos por Jesus Cristo Nosso Senhor, ou que são mais ou menos do que sete, a saber, Batismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência, Extrema Unção, Ordem e Matrimônio, ou também que algum destes não é verdadeiro e propriamente sacramento, seja anátema” (Concílio de Trento, Cânones sobre os Sacramentos em Geral, Secção VII, 8 de Março de 1547, Cânon 1. Denzinger 844).

Padre Joãozinho, meu caro, você só está dando ainda mais motivos para o professor Orlando Fedeli continuar duvidando – talvez ele nem duvide mais – de sua ortodoxia.

Att!

Impressionante como existem “protestantes” católicos. Depois de algum tempo de debates aqui no BLO eles finalmente reconhecem que não conseguem aceitar o Concílio Vaticano II e se reconhecem como “protestantes” contrários ao atual Magistério da Igreja. Um deles acaba de dizer que não mais visitará o BLOG. Que pena. O debate estava interessante e sereno.

Pe. Joãozinho,

Agora ficou complicado!

V. Rev. pergunta o que vem a ser a Igreja?

Estava me convencendo – no início das discussões – que se tratava apenas de um pequeno “escorregão” em palavras ditas em conversa informal de um programa de televisão!

Mas percebo que a situação de V. Rev. vai se complicar!

“O QUE É A IGREJA? Se a consideramos somente uma BARCA INSTITUCIONAL, então quem estiver inscrito na INSTITUIÇÃO se salva… os outros não. Algumas igrejas evangélicas também caem neste erro de alguns tradicionalistas católicos. Isto não é DOGMA da Igreja Católica. A Igreja vai além de sua dimensão visível, institucional. Ela é MISTÉRIO; é SACRAMENTO UNIVERSAL DE SALVAÇÃO (Lumen Gentium). Neste sentido é preciso entender as diversas figuras da Igreja: videira, luz, sacramento, corpo místico etc.”

V. Rev. prega como um protestante, e não como um padre. Ouvi estas mesmas palavras, que V. Rev. usa, de um pastor de uma dessas seitas protestantes no Estado de Santa Catarina.

A partir de hoje, deixo de visitar seu blog.

V. Fé não é católica.

Ao final de meus comments sempre finalizei com um “PAX”, como ensinado por nosso Senhor: “ofereça a paz!”!

Mas não retornando a PAX, sacudo minhas sandálias dessa “cidade”, para que nem o pó dela o leve comigo.

Fernando Firmino

Responde a rumores que circulam na mídia

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 27 de agosto de 2009 (ZENIT.org).- O colaborador mais próximo de Bento XVI desmentiu os rumores promovidos pela mídia, que assegura uma suposta intenção do Papa de “retroceder” no caminho de aplicação do Concílio Vaticano II.

O cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado, em uma entrevista concedida à edição italiana de L’Osservatore Romano do dia 28 de agosto, esclarece debates surgidos por revelações de supostos documentos, desmentidos pela Santa Sé, interpretados como uma volta atrás por parte do Papa, sobretudo em matéria litúrgica.

“Para compreender as intenções e a ação de governo de Bento XVI, é necessário remontar-se à sua história pessoal – uma experiência variada que lhe permitiu passar pela Igreja conciliar como autêntico protagonista – e, uma vez eleito Papa, lembrar também do discurso de inauguração do pontificado, do dirigiu à Cúria Romana no dia 22 de dezembro de 2005 e dos atos precisos que ele quis e confirmou (às vezes pacientemente explicados)”, começa dizendo o purpurado.

“As demais elucubrações e rumores sobre supostos documentos de retrocesso são pura invenção, segundo um clichê apresentado continuamente com obstinação.”

O cardeal cita “algumas instâncias do Concílio Vaticano II que o Papa promoveu constantemente com inteligência e profundidade de pensamento”.

Em particular, “a relação mais compreensiva instaurada com as igrejas ortodoxas e orientais, o diálogo com o judaísmo e com o islã, com uma recíproca atração, que suscitaram respostas e aprofundamentos como nunca antes teriam sido registrados, purificando a memória e abrindo-se às riquezas do outro”.

“Além disso, agrada-me sublinhar a relação direta e fraterna, assim como paternal, com todos os membros do colégio episcopal nas visitas ad limina e nas demais numerosas ocasiões de contato.”

“É preciso recordar a prática que empreendeu de intervenções livres na assembleia dos sínodos, com respostas pontuais e reflexões do próprio pontífice.”

“Não podemos esquecer tampouco do contato direto instaurado com os superiores dos dicastérios da Cúria Romana, com quem ele estabeleceu encontros periódicos de audiência.”

A reforma, uma questão de coração

No que se refere à “reforma da Igreja”, o cardeal considera “que é sobretudo uma questão de interioridade e santidade”.

Por este motivo, assegura, o Papa se concentra em recordar “a fonte da Palavra de Deus, a lei evangélica e o coração da vida da Igreja: Jesus, o Senhor conhecido, amado, adorado e imitado”.

É por isso que ele está preparando neste momento o segundo volume do seu livro “Jesus de Nazaré”.

No concernente às intervenções do Papa sobre a Cúria Romana, o cardeal explica que, no tempo que tem de pontificado, Bento XVI “realizou 70 nomeações de superiores dos diferentes dicastérios” vaticanos, sem contar as de bispos e núncios no mundo.

Neste sentido, anuncia para um futuro próximo “nomeações importantes” nas quais estarão representadas as “novas Igrejas: a África já ofereceu e oferecerá excelentes candidatos”, afirma.

O cardeal adverte sobre o erro de atribuir ao Papa todos os problemas da Igreja no mundo e todas as declarações dos seus representantes.

“Uma correta informação exige que se atribua a cada um (unicuique suum) a própria responsabilidade pelos fatos e palavras, sobretudo quando estes contradizem abertamente os ensinamentos e exemplos do Papa”, recorda aos jornalistas.

Cerca de 150 simpáticas pessoas começam nesta manhã o curso sobre Pastoral da Acolhida, promovido por Edições Loyola. É bom participar de um evento de qualidade. A Loyola prima por isso. Os colaboradores sorridentes e eficazes;  o ambiente climatizado; o conteúdo bem preparado e expresso em apostila; tudo isso acolhe. Não basta abrir a porta ou dar um sorriso. É preciso pensar a acolhida como dimensão que atravessa todas as pastorais.