Márcio me mandou um comentário em que procura indicar um ponto em que ele acha que o Concílio Vaticano II errou. Segundo ele, inspirado em Santo Agostinho e Santo Tomás, não devemos rezar com os hereges. O que você acha? Um padre católico, ou bispo, ou até mesmo o papa, deve ou não rezar em um “culto ecumênico”, junto com um pastor protestante, ou mesmo em um congresso, junto com líderes de outras religiões?

Segue o comentário do Márcio:

Pe João, Salve Maria!

O senhor está interessado em saber se houve erros no Concílio Vaticano II?

Solicito humildemente que leia o artigo

http://intribulationepatientes…..o-parte-1/

Note bem que o concílio incentivou a oração em conjunto com os hereges.

As Sagradas Escrituras, Santo Agostinho e São Tomás de Aquino nos advertem seriamente para não o fazermos.

Não é esta uma contradição evidente entre o sábio ensinamento da Santa Igreja e as opiniões lançadas pelo Concílio Vaticano II?

Santo Agostinho, por exemplo, nos ensina:

“É de importância capital para a salvação dos homens que estejam unidos pelo dogma, antes de estarem pelo culto.” Santo Agostinho, 1, De Vera religione.

E as Sagradas Escrituras também trazem palavras claras sobre o contato com hereges:

“Acautelai-vos, para que não percais o fruto de nosso trabalho, mas antes possais receber plena recompensa. Todo aquele que caminha sem rumo e não permanece na doutrina de Cristo, não tem Deus. Quem permanece na doutrina, este possui o Pai e o Filho. Se alguém vier a vós sem trazer esta doutrina, não o recebais em vossa casa, nem o saudeis. Porque quem o saúda toma parte em suas obras más.” II Jo 1,8-11

Como pode, então, a Unitatis Redintegratio, em seu número 8, incentivar a oração em comum com os hereges, ditos “irmãos separados”?

“Em algumas circunstâncias peculiares, como por ocasião das orações prescritas «pro unitate» em reuniões ecuménicas, é lícito e até desejável que os católicos se associem aos irmãos separados na oração.(…)” UR n.8

Há muitos exemplos de ambiguidades no CV II. Mas no texto citado acima, já não se pode falar apenas em ambiguidade. É um erro, claríssimo, contido nas letras do pastoral e falível concílio.

Espero que o senhor reflita sobre a gravidade e a clareza dos erros do concílio.

AMDG,

Márcio

Depois de quase 50 anos os ituanos poderão participar novamente de uma missa solene, celebrada no rito tradicional romano anterior à reforma litúrgica de 1970.

 

A celebração será no dia 7 de setembro, na igreja de Nossa Senhora do Carmo, às 19h30 e estará a cargo do Padre Almir de Andrade, que é sacerdote da Fraternidade de São Pedro e, além de vigário de uma paróquia em Roma, trabalha na Cúria Romana. A missa terá como intenção agradecer pelos 20 anos de admissão de um grupo de membros da Congregação Mariana do Carmo, da qual Padre Almir também faz parte.

 

A missa solene é composta de um rito próprio, com várias cerimônias que a diferem das chamadas missas rezadas e cantadas. É celebrada em latim e tem a participação de outros ministros sacros (diácono e subdiácono) que auxiliam o celebrante no rito. Além disso, tem várias partes cantadas, ora pelo celebrante e seus ministros, ora pelo coro, que executa tanto as partes fixas (Kyrie, Glória, Credo, Sanctus e Agnus Dei) quanto às partes móveis (Intróito, Salmo, Gradual, Ofertório e Comunhão).

 

A celebração da missa no rito anterior à reforma litúrgica, embora jamais tenha sido abolida, tem sido mais frequente em muitos lugares graças ao motu próprio Summorum Pontificum, do Papa Bento XVI. Por esse documento, escrito “de próprio punho”, em 14 de setembro de 2007, o Papa restaurou oficialmente para toda a Igreja o uso do missal de 1962, chamando-o “Rito Romano Extraordinário”. “Não se trata de um outro rito, mas uma outra forma de um mesmo rito”, explicou o Papa aos bispos do mundo todo, quando apresentou o documento.

 

A medida, que libera totalmente o uso dessa liturgia a todo padre que desejar, visa atender ao pedido de um número cada vez maior de católicos que se identificam com o simbolismo, piedade e riqueza espiritual que o antigo rito inspira. “Logo a seguir ao Concílio Vaticano II podia-se supor que o pedido do uso do missal de 1962 se limitasse à geração mais idosa que tinha crescido com ele, mas entretanto vê-se claramente que também pessoas jovens descobrem esta forma litúrgica, sentem-se atraídas por ela e nela encontram uma forma, que lhes resulta particularmente apropriada, de encontro com o Mistério da Santíssima Eucaristia”, disse o Papa.

 

A missa do dia 7 contará com a participação do Schola Cantorum da Catedral Diocesana de Nossa Senhora do Desterro, de Jundiaí, sob regência de Mário Luiz Borin. O coro, além de cantos tradicionais, executará a missa Te Deum laudamus, a duas vozes, de autoria de Lorenzo Perosi, que foi mestre-capela da Basílica de São Pedro, no Vaticano.

 

Publicado por Guilherme Martins

FONTE: http://www.itu.com.br/noticias/detalhe.asp?cod_conteudo=19576

Religiosidade Terça-feira, 1 de setembro de 2009

Olha o convite:

Boa tarde Pe. Joãozinho !

Hoje às 20:00 horas na TV Canção Nova, Programa Porta a Porta “Especial” com Pe. Joãozinho abrindo o mês da Bíblia.

Acesse : blog.cancaonova.com/myrianrios
blog.portaaporta.com

Abraços

Marcela
TV CN
Programa Porta a Porta

O debate vai ficando mais respeitoso e interessante. O estudioso leigo, Orlando Fedelli, acaba de revelar o que já sabíamos:

“Eu me recuso a aceitar esse Concílio como infalivel, e repilo tudo o que o Vaticano II “pastoralmente” ensinou contra o ensinamento de sempre da Igreja Católica.”

A questão está cada vez mais bem situada. Será que é mesmo possível que um Concílio, ainda que pastoral, tenha sido “incoerente” e até “contrário” ao ensinamento dogmático anterior da Igreja Católica? A simples hipótese causa perplexidade. Pessoalmente não consigo imaginar aonde este maravilhoso Concílio errou. Sugiro ao Sr. Orlando Fedelli que mostre e comprove estes erros.

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Vejam só que texto interessante:

De rationibus fidei (Santo Tomás de Aquino)

Capítulo IV

Como se deve entender a processão do Espírito Santo a partir do Pai e do Filho:

Deve-se considerar, ademais, que a todo conhecimento segue-se alguma operação apetitiva. De todas as operações apetitivas, o amor é o princípio. Se o amor for subtraído, não haverá gozo nem tristeza, e, consequentemente, serão também subtraídas todas as outras operações apetitivas, que, de certo modo, referem-se ao gozo e à tristeza. Existindo, pois, em Deus perfeitíssimo conhecimento, importa que nele haja também perfeito Amor, cuja processão se exprime por operação apetitiva, ao passo que a do Verbo, por operação do intelecto.

Deve-se, contudo, considerar certas diferenças entre a operação intelectual e a apetitiva, pois a operação intelectual, e absolutamente toda operação cognitiva, completa-se pelo fato de o cognoscível existir de certo modo no cognoscente, a saber, o sensível nos sentidos e o inteligível no intelecto. Já a operação apetitiva completa-se segundo certa ordem ou movimento do apetente ao objeto do apetite. Aquilo cujo princípio do próprio movimento é oculto recebe o nome de espírito, assim como o vento é dito espírito, uma vez que o sopro não aparece. Também a respiração e o movimento das artérias, procedendo de um princípio intrínseco oculto, recebem o nome de espírito. Daí que, convenientemente, na medida em que as coisas divinas podem ser significadas por palavras humanas, o Amor divino procedente recebe o nome de Espírito.

Entretanto, em nós o amor procede de dupla causa: ora da natureza corporal e material, o qual muitas vezes é amor imundo, já que por ele a pureza de nossa mente é contaminada; ora da propriedade natural do espírito, como quando amamos as boas coisas inteligíveis, que convêm à razão: tal amor é puro. Já em Deus não há lugar para o amor material. Convenientemente, portanto, denominamos o seu Amor não só Espírito, mas Espírito Santo, sendo que santo denota a sua pureza. É manifesto, contudo, que nada podemos amar com amor inteligível e santo a não ser aquilo que conhecemos em ato pelo intelecto. A concepção do intelecto é o verbo, donde ser necessário que o amor tenha origem do verbo. O Verbo de Deus dizemos ser o Filho, por onde fica claro que o Espírito Santo existe a partir do Filho.

Como, no entanto, o divino inteligir é o seu próprio ser, assim também o amor de Deus é o seu ser; e como Deus sempre intelige em ato, e, inteligindo-se a si mesmo, todas as coisas intelige, assim também sempre ama em ato e ama todas as coisas amando a sua própria bondade. E como o Filho de Deus, que é o seu Verbo, é subsistente na divina natureza, coeterno ao Pai, perfeito e único, assim também é preciso que todas essas coisas sejam afirmadas do Espírito Santo.

Dito isso, podemos considerar que, uma vez que tudo o que subsiste em natureza inteligente é dito pessoa (de acordo com os latinos) e hypóstase (de acordo com os gregos), é necessário dizer que o Verbo de Deus, que denominamos Filho de Deus, é hypóstase ou pessoa; e o mesmo é preciso dizer a respeito do Espírito Santo. A ninguém é duvidoso que Deus, de quem o Verbo e o Amor procedem, seja também subsistente, de modo que possa ser dito hypóstase ou pessoa. Assim, convenientemente, dizemos haver em Deus três pessoas, a saber, a pessoa do Pai, a pessoa do Filho e a pessoa do Espírito Santo. Não dizemos que essas três pessoas são diversas em essência, já que, como foi dito acima, assim como o inteligir e o amar de Deus são o seu próprio ser, assim também o seu Verbo e o seu Amor são a sua própria essência.

Tudo o que se diz absolutamente de Deus outra coisa não é que sua própria essência. Deus não é ou grande ou poderoso ou bom acidentalmente, mas essencialmente; donde não dizemos que as três pessoas ou hypóstases são distintas em Deus por algo absoluto, mas tão somente pelas relações que provêm da processão do Verbo e do Amor. E porque chamamos a processão do Verbo de geração, da geração provêm as relações de paternidade e filiação; a pessoa do Filho distingue-se da pessoa do Pai somente pela paternidade e filiação: todas as outras coisas são predicadas comum e indiferentemente de ambos. Assim como afirmamos que o Pai é verdadeiro Deus, onipotente, eterno e outras coisas semelhantes, assim também é o Filho, e o mesmo deve-se afirmar a respeito do Espírito Santo. Já que o Pai e o Filho e o Espírito Santo não se distinguem na natureza da divindade a não ser tão somente pelas relações, convenientemente não afirmamos que as três pessoas são três deuses, mas professamos existir um só verdadeiro e perfeito Deus.

Nos homens, porém, três pessoas são ditas três homens, não um só homem, porque a natureza da humanidade, que é comum aos três, diferentemente lhes convém segundo a divisão material, que em Deus absolutamente não existe. Segue-se daí que existindo em três homens três humanidades diferentes em número, só uma essência da humanidade se encontra neles. Entretanto, nas três pessoas divinas não existem três divindades diferentes em número, mas é necessário que haja uma única e simples divindade, já que a essência do Verbo e do Amor não é outra que a essência de Deus; e, assim, confessamos, não três deuses, mas um único Deus, por causa da única e simples divindade em três pessoas.

Fonte: Tradução de Pe. Elílio Júnior em: http://padreelilio.blogspot.co…..de_08.html

O assunto de hoje é a evolução do dogma da divindade do Espírito Santo ao longo da História da Igreja. Tema difícil e intrincado, cheio de debates e busca de compreensão de como é possível crer em um só Deus em três pessoas.  A solução de Agostinho foi retomada por Tomás de Aquino e podem ser consideradas muito atuais para todos os que desejam aprofundar as razões da sua fé.