Agradeço ao Gederson pelo comentário inteligente ao meu post do texto de JOSEPH RATZINGER. Aos poucos as coisas vão ficando bastante claras, sem que seja preciso utilizar de ataques pessoais. Lamento que esta seja a última postagem deste zeloso comentarista do BLOG. Vai fazer falta!
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“Na atual teologia é sempre mais evidente que emerge, em primeiro plano, a contraposição entre o aspecto cristológico e o pneumatológico da Igreja. A partir disso se afirma que o sacramento está correlacionado com a linha cristológico-encarnacional, à qual depois se deveria somar a linha pneumatológico-carismática. É correto dizer a este respeito que se deve fazer distinção entre Cristo e Espírito. Ao contrário, como não se pode tratar as três pessoas da Trindade como uma comunidade de três deuses, mas se deve entender como um único Deus na tríade relacional das Pessoas, assim também a distinção entre Cristo e o Espírito é correta somente se, graças à sua diversidade, conseguimos entender melhor a sua unidade.”
Prezado Pe Joãozinho,
Salve Maria!
No segundo parágrafo, fala-se em teologia atual e no encerramento do texto em aprofundamento da noção de Sucessão Apostólica. Posso estar errado, mas isto aponta a doutrina da evolução do dogma, como princípio e fim.
O destaque do segundo parágrafo, deve-se ao fato de todo texto se basear, na distinção entre o aspecto cristológico e pneumatológico da Igreja. Isto é, para quem conheci um pouco da história do Cardeal Ratzinger, a introdução de sua tese de Doutorado: a teologia da história de São Boaventura, em confronto com a de Joaquim de Fiore (Condenada pela Igreja), e que também foi assumida pelo Concílio Vaticano:
“A obscura noção de “Igreja do Cristo” como “mistério trinitário”, a obscura eclesiologia trinitária, segundo a qual há uma sucessão da Igreja do Pai para a Igreja do Filho e, portanto, para a Igreja do Espírito Santo (Lumen Gentium 2-4); noção desconhecida do depósito da fé e graças à qual, deformando santo Irineu (adv. Haer. III, 24,1), se professa abertamente um rejuvenescimento e uma renovação da Igreja por obra do Espírito Santo, como se estivéssemos em uma terceira idade final da própria Igreja (LG 4); perspectiva que parece reafirmar erros de Joaquim de Fiore condenados pelo Concílio de Latrão (1215), décimo segundo da série de concílios ecumênicos (DZ 431-3 / 803-807).” Sinopse dos Erros do Concílio
Vaticano II (2) http://www.fsspx-brasil.com.br/page%2005-2a.htm
A tese de Joaquim de Fiore poderia ser entendida, como uma Igreja que é o Corpo do Pai, outra que é o Corpo do Filho e outra ainda, que é, o Corpo do Espírito Santo. Tal doutrina é realmente estranha ao depósito da fé. Além de tudo é, uma tese notoriamente falsa. A era do Espírito, começou quando o Verbo se fez Carne. São Pedro, no sermão de Pentecostes, nos diz o seguinte:
Mas cumpre-se o que foi dito pelo profeta Joel:
Acontecerá nos últimos dias – é Deus quem fala -, que derramarei do meu Espírito sobre todo ser vivo: profetizarão os vossos filhos e as vossas filhas. Os vossos jovens terão visões, e os vossos anciãos sonharão. At 2,17
O Cardeal Ratzinger (Hoje Bento XVI), diz que a Igreja do Espírito, começa com São Francisco de Assis, apenas no Século XIII, com São Francisco de Assis. Quando na verdade, ela começa com o Pentecostes.
Quanto a dizer que o sacramento está correlacionado com a linha cristológico-encarnacional, à qual depois se deveria somar a linha pneumatológico-carismática, é algo no mínimo estranho. Porque na verdade o sacramento antes da descida do Espírito Santo, existia em potência, após Pentecostes, é feita a passagem da potência para o ato, pelo Espírito Santo. Nosso Senhor recomendou aos discípulos que aguardassem o Espírito Santo.
Na continuação, ele escreve sobre a diversidade existente na Santíssima Trindade. Particularmente, eu pelo menos, sei apenas que são pessoas distintas, mas são iguais, mas então, onde estará esta diversidade?
Outro ponto problemático:
“O “Jesus histórico” se faz importante para sempre, justamente porque sua carne é transformada com a Ressurreição, de modo que agora Ele pode, com a força do Espírito Santo, fazer-se presente em todos os lugares e em todos os tempos, como admiravelmente mostram os discursos de despedida de Jesus no Evangelho de João (cf. particularmente Jo 14,28: “Vou mas voltarei para vós”).”
O texto deve ser antigo, porque ele repete neste trecho, os mesmos repetidos no seu livro “Introdução ao Cristianismo.” Neste mesmo livro, ele da créditos, a parábola do palhaço do circo de Kiekergaard, sem perceber no entanto que, a parábola do palhaço, é análoga a vida dos Profetas do AT. Se riram do palhaço que noticiava o incêndio no circo, no At, por exemplo, jogaram Jeremias em um poço, porque anunciava que Israel seria incendiado pela Babilônia. Igualite, liberte e fraternité, não é algo novo. Na sociedade israelense do At, todos eram iguais, somente os Profetas eram diferentes, por isto, todos foram mortos!
Veja só, Nosso Senhor, diz no Evangelho que, “Antes de Abraão, EU SOU”, mas o Cardeal Ratzinger, diz que ele é, apenas depois da ressurreição. Será que antes da Ressurreição, ele não era onisciente, onipresente e onipotente?
Por fim, cito as defesas antigas feitas no livro “Introdução ao Cristianismo”, mas antes me despeço, agradecendo por tudo, este será minha última postagem. Fique com Deus.
Abraço
Gederson