Assisto TV e uma criança ao meu lado não deixa mudar o canal. Após o segundo episódio de Pica-pau, sem sucesso, tento mudar o canal. Desisti. Fiquei inquieto percebendo que as histórias do “inofensivo” pássaro, na verdade são lições de sadismo infantil. Criado em 1940 pelo cartunista, Walter Lantz, o Pica-Pau primeiro se chamou Knock Knock. O personagem seria o adversário do Andy Panda e sua família. Era uma vilão que fazia buracos no telhado da casa da família Panda. Depois mudaram o nome dele para Woody Woopdecker. É um dos desenhos de maior sucesso da história, capaz de entreter pais, filhos e netos.

Seu criador faleceu em 1 em seus novos 1999. De lá para cá a Universal Studios não tem conseguido mais sucesso com a trama em seus novos episódios. O que você acha. O Pica-Pau é um desenho violento?

37 Comentários

  1. Complicado Padre Joãozinho!Comecei a prestar atenção em certos desenhos, que foram base para minha infância e percebi muita violência sim!Mas quando não se tem consciência disso, quais os efeitos desta violência?Aí vem aquela história da mensagem subliminar que tanto Padre Léo gostava de pregar…

    A percepção subliminar é a capacidade do ser humano de captar de forma inconsciente mensagens ou estímulos fracos demais para provocar uma resposta consciente. Segundo a hipótese, o subconsciente é capaz de perceber, interpretar e guardar uma quantidade muito maior de dados que o consciente.

    A persuasão subliminar seria a capacidade que uma mensagem teria de influenciar o receptor. Segundo a hipótese, toda mensagem subliminar tem um determinado grau de persuasão, e pode vir a influenciar tanto as vontades de uma forma imediata (fazendo por exemplo, uma pessoa sentir vontade de beber ou comer algo), como até mesmo a personalidade ou gostos pessoais de alguém a longo prazo (mudando o seu comportamento, transformando uma pessoa tímida em extrovertida). Esse grau de persuasão deveria variar de acordo com o tempo de exposição à mensagem, e a personalidade do receptor.

  2. Sergio Souza

    É realmente muito complicado! A Juliana lembrou muito bem do padre Léo. Lembro-me de uma pregação em que desmascarava aquilo que havia por trás dos desenhos da Disney.

    Eu quando pequeno amava Caverna do Dragão, He-Man e She-Ra, mas já ouvi pregadores falando das seduções e das culturas anti-cristãs que esses desenhos transmitiam.

    Pica-Pau é violento! A exagerada malandragem do Pernalonga! O Bob Esponja é suspeito! Outros desenhos como Yu-Gi-Oh invocam nomes demoníacos. Dargon Ball-Z tem um tal de Mister Satã…

    Há toda uma atmosfera a favor desses desenhos, e por mais que você queira coibir essa cultura em casa, nossos filhos se encontram com esses personagens nas escolas.

    Eu procuro estar com meu filho e procuro junto com ele tirar as lições desses desenhos. Graças a Deus que ele se convenceu, feliz da vida, que Dragon Ball-Z e Yu-Gi-Oh nem pensar!

    Em particular o Pica-Pau, graças a Deus, nós saturamos, porque é uma overdose desse desenho! Toda hora que eu ligo a TV, em qualquer horário está lá o Pica Pau. Desse jeito não há criança que aguente mesmo!(risos)

    Agora cabe a nós pais sentar com eles e procurar orientá-los sobre os maus comportamentos desses personagens.

    Deus nos abençoe!

    P.S Eu acho o pica-pau um desenho violento!

  3. Maria Inês

    Padre,

    um dia um dos meus meninos perguntou: porque o picapau nunca faz alguém feliz?

    Maria Inês

  4. Eu acho violento; fez parte da minha infância, mas se hoje tivesse um filho, acho que não indicaria para que assistisse. Não sei quanto à Caverna do Dragão que o Sérgio falou porque dizem que foi inspirado na obra “O senhor dos anéis” de Tolkien, que é interessante.

    Os desenhos de origem ou idéia japonesa, em sua maioria, trazem idéias de violência e uma “magia” um tanto estranha demais. Eu amava ver o desenho da Sakura, uns sete anos atrás (tenho 18). Há um tempo estive revendo uns capítulos e vi como são um tanto ofensivos não pela idéia de luta do bem contra o mal, mas por mexer com cartas, com uma magia estranha… Enfim, eu fiquei um tanto com um pé atrás e achei a mesma coisa que com o Pica-Pau: fez parte da minha infância, mas eu não acho que ia querer um filho assistindo.

    Acho que hoje em dia falta um pouco de responsabilidade nessas pessoas que fazem desenhos, que criam livros infantis e juvenis porque não estão agregando valores e esse deve ser o principal objetivo de quem trabalha produzindo para um público como esse: ajudar a formar uma geração cad vez mais renovada e responsável, com valores, conceitos…

    As crianças são expostas à violência nos jogos e nos desenhos que podiam abordar outras coisas ou apenas de outras maneiras, quem sabe. Os jovens têm muitos livros vazios para lerem, livros que basicamente são imprestáveis.

    A obra de Harry Potter até tem a intenção de abordar valores, de mostrar o amor e coisas do tipo, mas vai recorrer à magia, a um poder que poderia ser dado a alguns ou coisa assim. Acho que nem mergulha na fantasia para agregar valores por meio dela (como C.S. Lewis em “Nárnia”, Exupèry com “O Pequeno Príncipe” ou o próprio Tolkien, com “O senhor dos Anéis”) nem fica na realidade do jovens do mundo todo como o Pedro Bandeira costuma fazer e tem alguns livros realmente bons. O problema não é na fantasia, mas na maneira em que se transmite os valores.

    O livro dos vampiros é amplamente fraco em conceitos, também tentando misturar realidade com fantasia e inserindo os jovens em contextos alienados. A personagem principal é fraca, muito manipulável, pelo pouco que agüentei ler, e o rapaz do livro é como um príncipe encantado. A idéia suposta de castidade, segundo há quem diga que passa-se no livro, fica muito pra lá do segundo plano porque aliena as meninas como se elas fossem achar um cara maravilhoso e perfeito, assim como fazem-nas se basearem numa personagem fraca, muito manipulável e alienada, sem valor, que larga tudo à qualquer hora por um cara, como se avida fosse só ele e esse não é um bom exemplo, um bom ensinamento por parte da autora…

    Muitas vezes os seriados chamados infantis levam crianaçs a se sentirem adolescentes antes da hora fazendo-os perderem a infância e vindo sentir as conseqüências no futuro. Se não agrega valores, melhor que não tire e isso de ficar em cima do muro, entre fantasia e realidade, é algo muito alienativo: ou de um lado ou do outro, na minha humilde opinião.

    Francamente, enquanto não houver gente de responsabilidade para fazer obras de qualidade, sejam na literatura, nos desenhos, nos cinemas ou nos jogos, para os jovens e as crianças, teremos uma geração do futuro muito alienada, isolada e vazia em valores e conceitos. por isso achei muito interessante o livro do Papa para as crinaças, cheio de imaginação com o gato contando sua história, assim como os livros infantis do Gabriel Chalita, que têm a aberta inteção de agregar valores às crianças.

    Os pais precisam estar sempre atentos ao que os filhos vêem, precisam assistir desenhos com eles, precisam incentivar a jogos que, por exemplo, em vez da luta, sejam de corrida, de velocidade, de coisas assim. Disponibilizar livros bons tanto infantis quanto juvenis para os filhos – e vale a pena os pais lerem para os filhos na infância tanto a bíblia infantil quanto livros que realmente tenham um caráter formador, com valores, que sirvam para o futuro dos filhos, porque isso pode ser decisivo pro tipo de textos, de livros que os filhos lerão no futuro, isso pode contribuir para as escolhas que farão.

    Anne

  5. Simone Teixeira

    Pe. Joãozinho,

    A maioria dos desenhos animados é violenta! Pica-pau, Pernalonga, Patolino, Piu-piu e por aí vai… A corrida maluca mostra alguém que sempre quer dar golpe; 101 Dálmatas e a cruela-cruel; desenhos japoneses de luta, as meninas super poderosas…
    A maior dificuldade é que as crianças se habituam tanto à esse tipo de “aventura”, que desenhos sem violência não lhes prendem a atenção: são água com açucar. O mesmo acontece com jogos da internet. É um grande desafio educar crianças e jovens hoje. Na nossa época, a violência do Pica-pau não influenciava tanto porque a realidade não era tão violenta como hoje. A gente tinha mais ou menos em mente que “aquilo era irreal” e que o mundo era melhor. Hoje, o desenho é um aperitivo para uma violência maior no dia-a-dia. Meu filho de 18 anos pensa realmente que a morte é apenas uma forma de se preservar as espécies mais fortes. Que é melhor que as coisas aconteçam com os outros que com ele… Eu fico espantada com sua insensibilidade diante dos absurdos de nosso mundo atual… Tudo é normal e segue a lei natural.
    Grande abraço,

    Simone.

  6. Elaine Mendes

    Olá Padre,

    Há um desenho do Pica-Pau “O Barbeiro de Sevilha” que me faz sentir muita pena do personagem que é barbeado, porém foi através deste desenho que conheci essa ópera.

    É violento porque há muitas quedas e batidas entre os personagens, tornando a agressão ao outro algo banal.

    Penso que o problema não é ter ou não ter cenas de violência, pois ela faz parte das nossas vidas, mas apresentá-las de uma forma que a torne presença constante. Por qualquer bobagem se bate, morde e chuta o outro, porém o que deve ser passado à criança é que no desenho animado ninguém fica com um edema cerebral ou aleijado quando se cai de um precipício, lembra-se do Coiote do Papa-léguas? Pois é, às vezes p/ a criança conhecer a violência ou o personagem ruim é preciso tornar a violência explícita, mas não fatal.

    Sua benção

  7. Padre Joãozinho

    O desenho do pica-pau e o chaves são violentos, mas o que hoje está isento de violencia?!
    Eu me preocupo muito mais com as agressões subjetivas que são mais difíceis de reconhecer e de serem curadas porque agem no inconsciente das pessoas.
    Esses e outros seriados fizeram parte da minha infância, eu assisti programas com apresentadoras sexy, desenhos violentos, brinquei com armas de plastico, mas saber que minha mãe e meu pai me observavam da janela o quintal com amor, não fez de mim e de meus amigos marginais. Hoje vejo crianças assistindo programas super educativos e com raiva contida no peito e nos gritos que alguma babá ou avó vai tentar acalmar pois os pais ali não estão!

  8. Pe. não gosto….e nem quero que Bianca assista…um sejeito que sempre quer se dar bem.
    Graças a Deus o Discovery Kids é bem mais pedagógico para as crianças!!!
    Uma braço fraterno!

  9. http://www.permanencia.org.br/revista/Pensamento/thibon1.htm

    JUVENTUDE E VIOLÊNCIA

    Gustave Thibon

    “Os Jovens de agora são assim: pensam isto, querem aquilo” — é o que se ouve dizer em toda parte. Pois eu confesso que desconfio “a priori” desses mitos da juventude. Primeiro, por causa de sua excessiva simplificação: eles, na verdade, não se aplicam mais que a certa parcela da juventude, cuja importância é impossível avaliar. Segundo, porque são elaborados, a maior parte das vezes, por adultos ou velhos que lançam sobre os “caçulas” a luz de suas esperanças ou a sombra de seus rancores.

    A Juventude com um J maiúsculo não me impressiona mais que o Progresso com P grande. Mas que espécie de progresso e que jovens? Pois, graças aos céus e malgrado a influência crescente dos “mass-media” que tendem a substituir pelo protótipo mecânico o arquétipo ideal, a natureza que “se compraz na diversidade” não moldou todos os jovens na mesma forma. Um “fã” de Johnny Halliday e o autor da carta a André Maurois divulgada recentemente nas “Nouvelles Littéraires” nasceram na mesma época mas parecem não pertencer à mesma espécie. E entre esses dois extremos todos os intermediários são possíveis.

    DOMINANTE DE NOSSA ÉPOCA: A REVOLTA

    Existem, nas idéias e nos costumes, dominantes que são peculiares a cada época — como, por exemplo, a libertinagem durante a Regência, o culto da Razão no tempo do humanismo, a apologia da sensibilidade e do irracional no século do romantismo etc. Ora, uma das dominantes de nossa época é a revolta, em todos os domínios, contra os valores tradicionais; revolta que se traduz pela exaltação e prática da violência.

    Esse fenômeno se observa em todas as ordens do humano e do social.

    Na ordem da amizade, por exemplo. Em muitos meios, a amizade degenerou em camaradagem vulgar e brutal. A integração na turma (e tal palavra não significa necessariamente uma associação de malfeitores) substitui a intimidade entre as pessoas e o intercâmbio de idéias e sentimentos. Ora, a turma busca muito freqüentemente distrações e aventuras mais ou menos sofisticadas de agressividade, e essa violência se multiplica em virtude do gregarismo. O aumento da delinqüência juvenil (blusões pretos ou amarelos) prende-se a essa corrupção do vínculo social. Um fenômeno tipicamente moderno é o dos delitos coletivos cuja multiplicação causa apreensão aos criminologistas. Até no vício e no crime, observa-se essa absorção do indivíduo pela turma…

    No plano da sexualidade, muitos jovens se presumem insensíveis, “libertos”, e desprezam indistintamente não apenas a exaltação romântica ou o sentimentalismo sem graça das épocas precedentes, como também tudo o que se relaciona com a ternura ou com o ideal. O coração e a alma afiguram-se-lhes anacronismos e as relações sexuais reduzem-se, para eles, a “conjunções carnais” sem amor e sem mistério ou a manifestações elementares do desejo de potência. Seu ideal é o do macho, não o do amoroso. Observa-se evolução análoga entre certo número de moças cínicas e desavergonhadas, para as quais a rejeição incondicionada dos preconceitos substitui e suprime toda reflexão.

    O entusiasmo pelos esportes brutais e perigosos (praticados freqüentemente sem preparação e sem prudência) provém do mesmo estado de espírito. Penso aqui nos riscos gratuitos que assumem — com inconcebível leviandade — tantos jovens “mordidos” pelo alpinismo, pela espeleologia, pela natação, pela navegação a vela, e também nos perigos mortais a que eles expõem seus eventuais salvadores. E nesse delírio de velocidade (a porcentagem dos acidentes causados por jovens é de uma cruel eloqüência) que viola (entre pessoas aliás inofensivas) o mandamento eterno: “não matarás”.

    A moda artística e literária não escapa a essa falsa norma. Seu imperativo essencial é surpreender, chocar, desnudar, ultrapassar todo limite e infringir toda regra. Assistimos, em todos os domínios, ao desencadeamento da violência e da disformidade: danças selvagens, música epiléptica, cenas de histeria coletiva nas manifestações duma “vedette” da canção, sacrifício da palavra na poesia e da imagem e da cor na pintura, etc. Nem esqueçamos esse fenômeno sociológico sem precedente que constitui o sucesso sempre crescente da literatura policial e dos filmes de terror, nos quais os instintos sádicos que habitam o coração do homem encontram cada dia que passa novo alimento.

    O “INSENSÍVEL”: UM FROUXO QUE BANCA O FORTE

    Esse gosto pela violência não deve ser interpretado como manifestação anárquica duma vitalidade incontida. Foi assim, talvez, em certas épocas, como na Antiguidade ou na Renascença, quando a violência se aliava freqüentemente ao poder criador. Salvo raras exceções, trata-se mais, hoje, de compensar uma fraqueza que imita os sentimentos e os gestos da força. O “insensível” é um frouxo que banca o forte: suas manifestações de violência são como a planta espinhosa que brota num solo ingrato, ou como a erupção de um vulcão em vias de se extingüir.

    Note-se que essa epidemia de violência causa estragos precisamente numa época em que os homens sedentos de segurança automática, se encontram cada vez mais desarmados para enfrentar os percalços e os deveres duma existência normal. Quanto mais eles se expõem ao risco artificial e estéril, tanto mais eles necessitam de segurança contra o risco natural e fecundo.

    Se retomarmos, um a um, os exemplos citados acima, encontraremos em todos os mesmos sintomas (e os mesmos disfarces) duma fraqueza ávida de sensações fortes.

    O fenômeno da turma explica-se pela inaptidão de estabelecer verdadeiras amizades e de criar verdadeiros grupos. O desmoronamento das estruturas liberta o elemento bruto. Seres incapazes de se unirem tendo em vista um fim comum positivo, isto é, visando a alguma coisa, juntam-se contra isto ou aquilo, e sua revolta, convertida em lei e fim supremo, não rende nada.

    A sexualidade? Esses adoradores desenfreados da carne são, quase sempre, incapazes não apenas de amar profunda e duradouramente, mas até de sentir uma paixão autêntica. “O amor está tanto mais doente quanto nossa civilização se tornou mais afrodisíaca”, dizia Bergson. A sexualidade — reduzida a seus componentes elementares (e por isso mesmo já desnaturada, pois o homem pode imitar tudo do animal, menos a inocência dos instintos) — não une mais, não vincula mais; é uma troca à flor da pele, um “bem de consumo” que não exige nenhum investimento. Ora, a vida sem preocupações foi sempre negócio dos pobres, não dos ricos.

    O que prova o caráter artificial dessa exaltação do sexo é que ela coincide com o desaparecimento progressivo das diferenças sexuais. Cruzei outro dia com um casal que ia no meu caminho: a moça, de calças compridas, traços rudes e cabelos curtos; o rapaz, com imensa cabeleira ondulada. Tratei de senhor a moça e de senhorita o rapaz e quando me tiraram do engano, devo ter feito grande esforço para dar crédito às suas palavras. Pensei que no termo da decadência, a confusão dos sexos estivesse reproduzindo, a seu modo, o andrógino primitivo de Platão…

    Irei mais longe: esse frenesi do sexo, para muitos de nossos contemporâneos, não chega até os atos. É mais uma obsessão do espírito que uma necessidade do corpo: exerce-se (se assim posso expressar-me) por procuração: inúmeros indivíduos buscam no relato ou no espetáculo dos amores dos outros (quer se trate de personagens reais ou fictícios) uma concepção imaginária para a esterilidade de sua própria existência. Assim se explica o sucesso desmesurado do erotismo na literatura (aí se compreendendo as numerosas produções pseudo-científicas consagradas aos problemas sexuais) e em todos os outros meios de informação: cinema, televisão, publicidade, etc. Essa excitação cerebral não conhece limites porque não tem realidade. Tudo é possível, com efeito, no plano do sonho e da ficção. Tal como as proliferações cancerosas em torno do órgão que elas próprias devoram, o erotismo representa a degenerescência hipertrófica da sexualidade normal. Parodiando a frase cérebre de Pascal, um jovem filósofo americano escreveu que, no mundo moderno, “a sexualidade tem sua circunferência em toda parte e o seu centro em nenhuma”.

    A mesma confusão de desespero e impotência se encontra no gosto pelos esportes violentos e, intensamente, no delírio automobilístico que faz, todo ano, milhares de vítimas entre as quais inocentes que pagam pelos pecadores. O simples fato de se tornar necessária, para demonstrar a exaltação do poder, a intervenção de um engenho mecânico é já um sinal de fraqueza. Esse jovem louco que percorre as estradas multiplicando as “finas” e as “curvas fechadas” cede ao mais miserável dos reflexos de facilidade. E — coisa aparentemente estranha, mas profundamente lógica — esse ousado nas estradas não é, na maior parte das vezes, senão um tímido na vida. Eu soube, recentemente, da morte de um moço de vinte anos, em conseqüência de uma ultrapassagem forçada. Fisicamente indolente a ponto de recuar diante de um passeio a pé de alguns quilômetros, preguiçoso nos estudos, indiferente a todos os problemas sociais e políticos, exceto ao pré-salário dos estudantes e, ao mesmo tempo, inibido diante das mulheres e receoso das responsabilidades do casamento, ele não tinha energia a não ser para calcar, sem dó, o acelerador.

    É preciso lembrar também, pois se relacionam diretamente com nosso tema da violência, esses acessos de furor animal, que vão das injúrias às “vias de fato”, provocados por uma insignificante recusa de preferência ou pelo mais leve engarrafamento. Os psicólogos já analisaram as causas e os efeitos dessa barbárie motorizada: realmente, tudo se passa como se o espírito cavalheiresco diminuísse em função do número de cavalos-vapor de que dispõe o novo centauro tecnológico.

    O mesmo reflexo de compensação e de fuga se revela nas produções literárias ou artísticas. O vitríolo parece aí água de rosa, o exagero disfarça mal a vulgaridade. Aludindo a esse novo conformismo da violência e do vício, Camus já fazia notar que a repetição de episódios obscenos em tantos romances contemporâneos tornava sua leitura tão fastidiosa quanto a dum manual de bom tom. Acode-nos à memória a observação de Talleyrand: “tudo o que é exagerado é insignificante”. Mas os piores instintos de libertinagem e de crueldade, demasiado tímidos para se exprimirem em atos, encontram uma satisfação ilusória nessa expulsão de horrores e de torpezas — cadáveres imaginários oferecidos a abutres empalhados. As proezas de sadismo, outrora reservadas a monstros que se eliminavam como animais ferozes ou a tiranos célebres como Nero, Tamerlão ou Hitler foram colocadas democraticamente ao alcance de todas as imaginações: no país das palavras e dos sonhos, toda gente é rei.

    O caráter artificial dessas elocubrações manifesta-se, quase sempre, no contraste entre as obras e os autores. Lembrar-me-ei por muito tempo duma conversa que mantive certa ocasião com um escritor português. “Eu li (dizia-me ele) um romance bem representativo da “nouvelle vague”. Logo à primeira página, um estupro; pouco mais adiante, um incesto, depois um homicídio e nessa toada, o resto do livro. O herói do romance era pintado como um personagem tão inumano quão super-humano, uma espécie de arcanjo não só da revolta como do mal. Eu quis conhecer o autor — e topei com um homem franzino, incolor e longiforme, calvo, portador de óculos, todo abotoadinho, muito organizado em sua conduta e em seu trabalho, demasiadamente ligado à sua velha “mamãezinha” e com todas as aparências de um impotente sexual. Esse fabricante de super-homens era um granfininho…”

    Quanto à corrida em direção ao informe e ao disforme, que estraga todas as artes (música, dança, poesia, pintura, escultura) nós aí encontramos a mesma manifestação de impotência. A beleza — que é o objeto da arte — exclui radicalmente a violência; os opostos se encontram, “ligados por uma harmonia”. A música explosiva, as danças convulsivas, a poesia que desnatura a linguagem, a pintura e a escultura onde a caricatura ocupa o lugar da expressão — todos esses atentados sacrílegos contra as regras e os fins da arte surgem como violações estéreis. A violência desfigura o que ela é incapaz de transfigurar. “O despudor ocupa-lhes o lugar do gênio (como se disse a propósito de certos artistas): desprezando as aparências, eles crêem ir além das aparências; mutilando o visível, eles têm a ilusão de descobrir o invisível”. Quando, na realidade (e tal é o segredo da grande arte) é a perfeição da aparência que nos eleva além da aparência, é a obra finita que nos revela o infinito…

    RAIZ METAFÍSICA DA FUGA NA VIOLÊNCIA

    Se procurarmos a raiz metafísica dessa fuga na violência, nós a encontraremos no declínio da vida interior e dos valores especulativos, donde provém em linha reta, os dois grandes pecados do mundo moderno: a idolatria da ação exterior e o culto da novidade.

    A idolatria da ação. É um elogio incondicional dizer de alguém que é um homem de ação ou que é “dinâmico”. Só que nos esquecemos de precisar qual o gênero de ação ou a qualidade de força de que se trata.

    O culto da novidade. O valor se define não em relação a modelos transcendentes (bem ou mal, verdadeiro ou falso, belo ou feio), mas em termos de “para a frente” e “para trás”. Sêneca, falando dos representantes da “nouvelle vague” romana, já escrevia: “mutantur non in melius, sed in aliud”; eles procuram não o que há de melhor, mas o que há de novo.

    Não há nada mais fácil de se admitir do que esses dois desvios conterem o germe e a justificação do espírito de violência.

    Comecemos pelo ativismo. Toda ação, visando à modificação do mundo exterior e à afirmação de nosso poder sobre os seres e as coisas, não será sadia e fecunda se não for iluminada e guiada por uma luz interior que se situa acima do tempo. O homem que não age seguindo um modelo ideal cai na mania da ação pela ação: o movimento não tem mais outro fim que ele mesmo. Afinal, a ação se torna como uma droga: um excitante para o “eu” (no sentido pascaliano do termo) e um narcótico para a alma. Não há mais fim e, por conseguinte, não há mais critério.

    Podemos dizer outro tanto da inovação e da moda. A novidade não é nem um bem nem um mal em si mesma; ela é bem ou mal conforme nos aproxime ou nos afaste de nossa própria natureza e de nosso destino. Mas, se esse critério se esvaece, onde encontraremos nós a justificação para uma mudança senão na própria mudança?

    E eis aí a porta aberta à violência sob todas as suas formas. Aquele que é incapaz de se afirmar por uma ação positiva e criadora tem sempre o recurso de se refugiar numa ação negativa e destruidora. A violência é o melhor álibi do impotente e do mal sucedido. É, com efeito, mais fácil estuprar uma jovem do que construir um lar, pisar um acelerador do que dirigir a existência pelas rudes avenidas do trabalho e do devotamento, massacrar formas e cores do que pintar uma tela de Wermer ou de Velásquez. Mutilar, devastar, destruir dão, sem grande custo, a embriaguez da força e podem mesmo conduzir à glória — essa falsa glória publicitária que se prende hoje ao escândalo e ao crime mais do que à beleza e à virtude. Renovando a façanha de Eróstrato, o jovem americano que acaba de massacrar covardemente seis moças responde aos inquisidores: “eu quis ser alguém”. Cito um caso limite, mas perfeitamente lógico. Num século em que o dinamismo e a eficácia se tornaram os valores supremos, os fautores da violência forçam até às últimas conseqüências a lei dum mundo sem lei — tanto mais que neste mesmo século em que a renúncia e a esperança são cada vez menos ensinadas e praticadas, em que cada um quer auferir quanto antes os resultados de sua ação, os efeitos da violência são mais satisfatórios, por seu caráter imediato e espetacular, do que os dum trabalho positivo e de largo fôlego. O efeito dum soco inscreve-se instantaneamente no rosto de quem o recebe, mas longos meses têm de decorrer entre a semeadura e a colheita. Demais, a colheita está sempre ameaçada, é incerta, ao passo que a violência atinge infalivelmente o seu objetivo.

    Provindo duma erosão da substância humana, o recurso à violência se faz acompanhar necessariamente duma queda vertical da liberdade. Fala-se, sem cessar, de evasão, de libertação. Mas, evadir-se de onde? Libertar-se de que? A força das coisas é una como Deus é um: não há nada que possa ser estranho ao universo e às suas leis. Langlade-Demoyen faz notar muito justamente que, em nosso mundo, encontramos cada vez mais revoltas e cada vez menos liberdade. Nada mais normal: é contra a liberdade que se revolta! Pois a verdadeira liberdade é antes de tudo obediência a uma ordem ao mesmo tempo interior e superior ao homem: parece Deo libertas est, dizia Sêneca. Basta ver de que miseráveis conformismos são presas esses jovens que não cessam de berrar e de imitar os outros; basta ver por que servilismo eles trocaram a disciplina; basta ver a que modas infelizes e nati-mortas eles imolam os costumes seculares. É ser livre repelir a tradição e agitar-se a qualquer impulso da propaganda, gritar atrás de Johnny ou deixar crescer o cabelo como Antoine, ler “Playboy” e repudiar os clássicos? Não quero intrometer-me em domínios muito diversos mas ao mesmo tempo afins no que concerne à influência da moda: senão eu poderia falar desses católicos de vanguarda que devoram, sem uma sombra de senso crítico, vagos trechos de Teilhard de Chardin e torcem o nariz diante de Santo Tomás, ou para os quais a obsessão da pílula substitui a meditação sobre os mistérios da fé.

    Não resisto ao prazer de citar as seguintes linhas em que Bossuet descreve admiravelmente essa instabilidade na escravidão que dá a ilusão da liberdade. Bossuet fala do “mundano”: “Esse movimento perpétuo que lhe acarreta mil dificuldades não deixa de satisfazê-lo pela impressão que lhe dá de uma liberdade errante. Como a árvore que o vento parece acariciar brincando com suas folhas, embora esse vento não a acaricie sem agitá-la e jogá-la ora de um lado ora do outro, com grande inconstância, vós diríeis que se alegra com a liberdade de seu movimento, igualmente, embora os homens do mundo não tenham liberdade verdadeira, sendo quase sempre constrangidos a ceder aos diversos usos que os impelem como o vento, eles julgam, contudo, gozar duma certa liberdade e paz, fazendo vagar de um e de outro lado seus desejos confusos e incertos.”

    VIOLÊNCIA, FORTALEZA, ANTI-CONFORMISMO

    A virtude da fortaleza implica os dois traços seguintes: o domínio de si e a independência com relação às opiniões e arrebatamentos da multidão (si omnes, ego non: se todos, eu não — proclama uma velha divisa aristocrática). Ora, todos os fenômenos de violência que nós relacionamos se situam nos antípodas desse duplo ideal: seu caráter passivo e gregário salta aos olhos. Eles procedem ou dum abandono anárquico aos impulsos elementares ou (e essas duas reações são estreitamente ligadas) duma docilidade mecânica para com os movimentos da multidão, naquilo que eles têm de mais efêmero e vão. Há um parentesco profundo entre a ovelha negra e os carneiros de Panurgo. E é em função dessa dupla carência que esses seres, tão largamente abertos às modas, às ideologias e a todas as correntes da história que no fundo não levam a nada, se refugiam automaticamente no individualismo mais tacanho e cego quando se cogita das grandes questões concernentes à natureza do homem e da sociedade: a profissão, a família, a pátria, a religião. Esse jovem “insensível” que ostenta uma virilidade de fachada nos lugares de diversão vive agarrado a seus pais e se comporta como um “eunuco” diante das dificuldades da existência. Esse descabeçado que maneja o voltante com a inconsciência da criança montada num carrinho de brinquedo dá mostra da mesma fraqueza na vida real: dir-se-ia que ele enfrenta todos os riscos para melhor fugir a todas as responsabilidades. E eu não quero evocar aqueles franceses de ontem que, ajoelhados diante da Trindade do médio eleitor (carro, férias, televisão), talvez se envergonhassem de ignorar o último filme de Brigitte Bardot, mas se quedaram insensíveis diante da agonia física e moral de seus irmãos da Argélia.

    Essa afinidade entre a violência vazia e a inconsciência frente às realidades nada tem que deva surpreender-nos. Há entre a violência e a frouxidão uma diferença de grau e não de natureza. Um pneu estufado não tem outra superioridade senão a de estar cheio de vento. E o menor acidente exterior basta para pô-lo em evidência. Assim, a violência cega e a frouxidão se revezam freqüentemente num mesmo indivíduo, conforme os humores e as circunstâncias. São Pedro comprovou à sua custa essa lei psicológica quando, após desembainhar a espada contra os servos do Sumo Sacerdote, renegou miseravelmente seu Mestre…

    Toda esta conversa não deve ser interpretada como uma condenação absoluta e universal da violência sob todas as suas formas. Santo Tomás nos ensina que o exercício do “irascível” pode ser legítimo e benéfico na medida em que se obedeça à razão. Doutro lado, a virtude da fortaleza implica, em certas circunstâncias (educação das crianças, guerra justa, repressão da delinqüencia etc.) o uso da violência. A violência sadia é aquela que pomos ao serviço do bem e que dirigimos contra o mal. E, antes de tudo, contra o mal que está em nós; enquanto a violência que nós exercemos sobre os outros é freqüentemente negativa e maléfica. Não é por acaso que a expressão “violentar-se” é quase sempre entendida num sentido favorável. É por aí que se precisa começar: como poderemos nós modificar para melhor o que quer que exista no mundo e entre nossos semelhantes, se não soubermos modificar-nos a nós mesmos?

    Tal é o “caminho da liberdade” que se abre aos jovens. Essa liberdade — tão exaltada em palavras e tão achincalhada nos fatos — não se desenvolve nem pela anarquia individual nem pelo mimetismo social, mas pelos esforços e sacrifícios que uma obediência ativa às leis eternas exige. É necessário, com efeito, mais liberdade para fazer o bem que para sucumbir ao mal, para afirmar um ideal que para ceder a um impulso. O alpinista que escala uma montanha faz a cada instante uma opção para não cair e concentra toda sua energia nesse objetivo, mas absolutamente ele não tem necessidade de opção nem de energia para deixar-se rolar no abismo.

    E quanto aos jovens que apreciam a luta e o risco e que sentem borbulharem dentro de si instintos revolucionários, que eles se tranqüilizem: a solução que lhes propomos é a menos confortável. Pois no mundo em que vivemos — neste mundo que tem por regra o desregramento, em que os paradoxos se tornaram preceitos e os escândalos convenções, em que as pressões sociais funcionam no sentido da destruição da sociedade, em que as instituições repousam na violação das leis não escritas; — diante dessa ordem estabelecida que é a negação da ordem eterna, eles encontrarão facilmente a oportunidade para exercitar suas faculdades de combate, pois o anticonformismo e o respeito aos comandos imutáveis vão hoje de braços dados, e aquele que quiser obedecer à razão e a Deus encontrará mais obstáculos e se exporá a mais perigos que aquele que delira com o seu século e se ajoelha diante dos seus ídolos. Neste mundo transtornado, o combate mais duro e o maior risco estão do lado dos defensores da ordem contra o caos e da sabedoria contra a loucura.

    (Traduzido e Publicado em “Hora Presente”, maio de 71)

  10. Michelli Brainer

    Padre, sua bênção.

    Assim q li sua enquete, lembrei tb do Pe. Leo falando sobre os desenhos da Disney.
    Acho um pouco de exagero, embora concorde q muitas das coisas q ele falou sobre Pato Donald e cia tenham sentido.
    Mas se for parar pra pensar, nenhum desenho animado está livre de reprovações sejam morais ou doutrinárias.

    E mesmo os mais antigos, os da “última infância feliz” (como costumamos dizer ) talvez tenham pontos de reprovação se formos analisar minuciosamente.
    Cavalo de Fogo, Caverna do Dragão, He-Man, Supertiras, Zé Colmeia, Flintstones e tantos outros…

    Concordo q há violência no Pica-pau, mas não creio q seja tão reprovável quanto os desenhos japoneses q além de hiper violentos fazem tanta alusão a magias, deuses, etc.

    Penso q se formos proibir nossas crianças d assitirem todos os programas/desenhos ditos infantis q nossa tv aberta oferece, estaríamos tentando criar pqnos seres em redomas.

    Minha opinião é q os mais violentos sejam realmente proibidos… Quanto aos outros (Pica-pau e adjascências), uma orientação às crianças sobre quais os procedimentos corretos do ponto de vista moral e religioso bastaria.

    O grande problema é quando os pais utilizam a tv como uma babá eletrônica. LArgam os guris na frente da tv e acham ótimo por não terem o trabalho d estar junto orientando e educando.

  11. Sim, com certeza é violento. As atitudes do Pica Pau são egocêntricas. Primeiro é ele, depois ele e mais ele. É um desenho que fez parte da minha infânca, mas com certeza hoje não recomendo a nenhuma criança. Mas não são só os desenhos do Pica Pau, mas também os do Tom e Jerry, que acho até pior do que o Pica Pau. Sua frieza, sua maldade, são incriveis……O Padre Léo, em suas pregações muitas vezes nos alertou sôbre a essência, ou melhor o conteúdo destes desenhos e assim como o Pato Donald, Tio Patinhas, etc…..
    É violento sim e contém muitas informações, que ficam no subsconciente. Um abraço à todos.

  12. Bom domingo a todos!
    Bom domingo, Padre!
    Sim, o desenho do Pica-pau e muito violento. E acredito que tambem sao muito violentos boa parte dos desenhos infantis que fizeram parte de minha infancia: “Tom & Jerry”, “Chaves” (Seu Madruga sempre apanhando da Dona Florinda, so para citar um exemplo do que acontecia neste programa), “Chapolin”, “Perna Longa” e tantos outros. Outro programa que eu assistia e que somente hoje percebo nele violencia e vicios era “Os Trapalhoes” (o Mussum sempre bebado, o Didi muito malandro, o verdadeiro “esperto”, o Zacarias era o tonto em que todos passavam a perna, o Dede competindo com o Didi no quesito malandragem).
    Lembremo-nos das apresentadoras infantis que no fim das contas queriam mesmo era vender os seus produtos e os dos seus patrocinadores.
    Acho que gracas a elas vemos hoje meninas de 4 anos maquiadas, vestidas como mulheres adultas.
    Fora aqueles famigerados grupos do tipo “E o tchan” que estavam sempre batendo ponto nos programas infantis, destruindo o mundo infantil e construindo no lugar um mundo sensual e vulgar.
    Agradeco ao bom Deus porque durante a minha infancia nao existiam essas apresentadoras ainda….
    Felizmente eu tambem assitia “Sitio do Pica Pau Amarelo” (a 1a versao), “Pluft o fantasminha”, “Daniel Azulay” e “Plim Plim”.
    Meu pai me levava muito ao teatro para assistir pecas infantis.
    Acho uma temeridade deixar uma crianca na frente da TV sozinha, a merce de programas deste tipo e da publicidade covarde voltada para o publico infantil.
    Meu filho tem 2 anos e meio e assiste muito pouco a TV, passamos dias sem liga-la e quando assiste algo eu estou ao seu lado.
    Moramos em Michigan e a televisao publica daqui tem uma programacao muito boa voltada para as criancas. Nao ha propragandas e os desenhos sao instrutivos e edificantes. Ensinam valores como amizade, tolerancia, aceitacao, respeito. Ha inclusive alguns com personagens com alguma limitacao fisica e personagens de varias etnias, personagens idosos, etc.
    No Brasil ele so assistia a TV Cultura de SP.
    Como eu nao estou trabalhando eu posso me dar ao luxo de acompanhar meu filho em todas as suas atividades.
    Mas ha mulheres que nao podem abrir mao de seu trabalho e ai entregam seus filhos aos cuidados de terceiros.
    Conheci uma mae que deixava o filho com uma baba e se deu conta que ele ficava diante da TV o dia todo porque ele contava para ela (a mae) toda a programacao da TV Globo, inclusive as novelas (ele sabia os nomes dos personagens).
    Veja que perigo!
    Outra coisa que eu faco para afastar meu filho da TV : leva-lo em bibliotecas. Aqui as bibliotecas tem espacos reservados para as criancas brincarem a vontade e terem seu primeiro contato com a literatura. Alem dos livros ha brinquedos, atividades artesanais, etc.
    Padre, cada vez mais eu percebo o quanto e dificil educar uma crianca. As vezes eu me pergunto se nao ha uma verdadeira competicao entre o desejo dos pais de tornarem seus filhos pessoas de bem e o mundo querendo o contrario.
    Que possamos estar muito atentos.
    Como recomendou o Mestre Jesus : “Vigiai e orai!”.
    Um bom dia a todos!
    Katia.

  13. Assim como Tom Jerry e outros desenhos, Pica Pau acho extremamente violento…temos que saber o que nossas crianças estão assistindo…

  14. Cleverson Catore

    Creio que o tipo de violência parece ser outro. Nos desenhos animados a noção de vida e morte é precária. Por exemplo, não se tem noção de que uma bomba faria um estrago enorme na vida real, diferentemente do desenho animando. Daí a pior violência causada pela animação, a um primeiro olhar inofensiva, é a tendência egoísta de satisfazer desejos a todo o custo não se importando o meio que se usa para isto. Ou seja, valem todos os meios para se atingir determinados fins. Quer queiramos ou não a sociedade na qual estamos inseridos leva consigo essas mazelas do individualismo, da violência e da falta de critérios éticos para conseguir determinados objetivos. O desenho, em si, parece refletir e reforçar essa mentalidade principalmente em que ainda não tem determinados critérios de discernimento, no caso as crianças.
    Uma sugestão de leitura para entender melhor o problema levantado seria a dissertação de mestrado em psicologia:

    KASPRZAK, Rosele Gurski. Desenho animado em tempo de violência: uma contribuição para pensar a construção de valores sócio-morais em crianças pré-escolares, Porto Alegre:UFRS,1997.

    Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/16432

  15. Olá Padre Joãozinho

    Pica Pau é violento sim !

    Também assisti este desenho muitas vezes até decorar quando era criança e acho que ele só ensina as crianças a fazer traquinagem, mas em tudo ainda é bem melhor que os desenhos atuais que mostram adoração a demônio, “R.P.G” disfarçado e até mensagens subliminares escondinas na trama dos desenhos.

    A história do Pica pau é o que é, na verdade é aquilo que se vé, mas hoje já fazem desenhos visando uma doutrinação ada criança para o futuro e isto eu acho muito perigoso.

    Hoje, as pessoas nos EUA, ficam chateadas porque perderam o emprego, pegam uma arma vão até o serviço e saem matando todos que aparecem pela frente, o outro briga na escola e faz a mesma coisa, um outro arruma uma metralhadora vai até o cinema e atira em direção ao público. Venham me dizer que estas atitudes não são influência de filmes de violência que enchem nossas mentes todos os dias ? É claro que sim ! Mas os psicologos querem encontrar o defito dentro da cabeça dos malucos, mas como se eles estouram seu miolos logo em seguida.

    A violência está aí em nossas ruas, mas acho que existiria muito menos violência se não fosse propagado tanto isso em filmes e desenhos.

    Uma novidade, tem gente que afirma que não tem como manter seus filhos quietos em casa sem que eles fiquem assistindo dssenhos violentos ou jogando video Game de luta, meus filhos quase não assistiram estes desenhos e quase não jogaram video game, nunca os proibi de nada, até comprei video game, mas nunca comprei nenhum jogo de violência ou luta, “Existem muitas outras opções sabiam ?”, cadê a sua autoridade de Pai e Mãe ? Ouvi muita choradeira e reclamações, mas não duravam muito tempo, hoje sei bem qual foi a diferença que essa violência encubada faz na vida deles, graças a Deus eles não a possuem e sei que um filho meu não cometeria uma violência desmedida sem fundamento algum, é mais provável que sofram violência e se calem para não piorar as coisas ou correr risco de morte.

    A frase “VIOLÊNCIA GERA VIOLÊNCIA” é real e se sonhamos morar num mundo de paz e amor precisamos de “PAZ E AMOR PARA GERAR MAIS PAZ E AMOR”, sei que retirar esta violência do coração do ser humano não parece uma tarefa assim tão fácil, haja visto os próprios cristãos lutando em uma “GUERRA SANTA” ou uma Cruzada sem fim para salvar cada um a sua própria “igreja” particular.
    .
    Vamos evitar ao máximo a violência que nos cerca.
    .
    Paz para todos.

  16. Sergio Souza

    Li várias opiniões aqui…

    Então respondamos: Que desenhos da TV seriam adequados para as crianças?

  17. Maria Inês

    Padre,

    No meu comentário acima coloquei uma pergunta de meu filho…
    essa pergunta é fruto da Palavra de Vida vivida mês a mês também com as crianças…
    Veja deste mês pv_gen4_Setembro_09.pdf

    para ver de outros meses http://www.teens4unity.net

    Maria Inês

  18. Gederson, esse texto é de 71! Não sou estudioso, mas ouço dizer que a geração de hoje é bastante diferente da dessa época aí desse texto que vc copiou e colou aqui, que hoje é mais conservadora, mais família e tal… Fora que o assunto aqui não são adolescentes nem pré-adolescentes, são crianças. E histórias fantásticas para crianças (onde animais falam etc). Acho que dessa vez vc errou na relevância da citação em relação ao post.

  19. Minha opcão de TV para a minha filha incialmente foi a Discovery Kids com os Backyardgans, com o Pocoyo, Barney, enfim, bem infantis mesmo, até o dia em que ela já maiorzinha conheceu o Pica-pau e o Tom e Jerry. Ela ainda gosta muito daqueles infantis, mas fica vidrada nos outros desenhos, é como o Pe. falou, tento tirar mas nem sempre consigo. Coloco o timer e faço um acordo, quando apagar a TV a gente desliga, ta? e dá certo na maior parte das vezes, só assim, ela deixa de assistir.
    Compramos uma série de desenhos biblicos que anteriormente passavam pelas manhãs de domingo no SBT. São adoráveis, mas poucos episódios. Vale a pena conhecer.
    Ela assiste os desenhos cristãos, mas no entanto não deixa de ver o que os outros amiguinhos assistem.
    Respondendo: o desenho do picapau é violento sim, e eu particularmente nunca fui muito apreciadora dele, gostava mais da corrida maluca e dos Flintones e os Jetsons.

  20. Caro Jether,
    Salve Maria!

    O Pica Pau, surgiu em 1940. Em 1971, pelo menos duas gerações de crianças, já haviam assistido ao desenho do Pica Pau, assim como muitos outros desenhos, produtos de uma cultura meramente comercial. Será que a geração de hoje, é diferente da geração adúltera e perversa do Século I? Existe algo de novo debaixo do sol, além da encarnação do Verbo?

    Quanto a animais que falam, não se pode tirar das crianças, o lúdico. Ramon Llull, um dos grandes autores medievais escreveu o livro das bestas, que basicamente consistia em uma analogia entre o reino dos homens e o dos animais. Fique com Deus.

    Abraço

  21. Sobre o lúdico, há no site do Prof. Jean Lauand, um excelente texto, intitulado: “Deus Ludens – O Lúdico no Pensamento de Tomás de Aquino e na Pedagogia Medieval.” http://www.hottopos.com/notand7/jeanludus.htm

    O site tem um material muito bom. Fiquem com Deus.

    Abraços

  22. Gederson,

    Seu comentário é interessante e faz pensar: “… desde o século I a novidade abaixo do sol foi a encarnação do Verbo…”.

    E olhe que nem sobre o que o Verbo encarnado nos disse por vezes conseguimos entrar em acordo…

    “Quando voltar, porventura ainda encontrarei homens de fé…”

    Por vezes parecemos carros na lama, aumentamos a tração, aumentamos os pneus, mas continuamos derrapando…

    Forte abraço

    Edmundo

  23. Sergio Souza

    Eh! No entanto, para as nossas crianças de hoje, que desenhos animados elas deveriam assistir, ou simplesmente vamos proibi-las terminantemente de assistir a qualquer um? Será que sendo todos violentos ou de cultura meramente comercial, não há uma lista de bons desenhos animados, adequados para as faixas etárias das crianças?

  24. Sergio Souza

    Padre Joãozinho,

    Sugiro que o senhor retome aqui qual o real sentido do seu questionamento:

    “O que você acha. O Pica-Pau é um desenho violento?”

    Porque tem se desviado bastante e alguns posts, com todo respeito, têm se mostrado sem objetividade.

    Creio que o tema fora aqui colocado para debatermos o conteúdo passado pelo desenho do pica-pau e outros desenhos animados, além disso, levantarmos alternativas para que as nossas crianças assistam à programas saudáveis.

    Voltemos ao cerne da questão colocado pelo padre Joãozinho.

  25. Caro Edmundo,

    agradeço seu comentário. As discordâncias muitas vezes se dão pela existência do joio e do trigo na Igreja. Onde pode se contemplar claramente o que Ele diz:

    Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Vim trazer não a paz, mas a espada.
    Eu vim trazer a divisão entre o filho e o pai, entre a filha e a mãe, entre a nora e a sogra,e os inimigos do homem serão as pessoas de sua própria casa.
    Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho mais que a mim, não é digno de mim.
    Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim.
    Aquele que tentar salvar a sua vida, perdê-la-á. Aquele que a perder, por minha causa, reencontrá-la-á. Mt 10, 34-39

    Sobre o carro de lama, isto se dá, porque talvez já estejamos na grande tribulação. Se olharmos a nosso redor, veremos “o progresso da iniquidade” consumado pelo “esfriamento do amor, no coração de muitos.” A distância entre a nossa cultura e a cultura cristã, pode ser medida pelo “marketing pessoal”, que dispensa as diante dos homens, as duas testemunhas.

    Por fim, repito a palavra de Nosso Senhor que você reproduziu:

    “Pensará o filho do homem, encontrar fé na face da terra, quando retornar?”

    Fique com Deus.

    Abraços

  26. Caro Sérgio,

    considerando-se que o Pica Pau é um animal racional, e suas vitímas, normalmente serem humanos, isto é, em si, uma violência. Trata-se de uma “perfeita” subversão, onde o ser humano, é apresentado como um ser irracional, e o animal, como um ser racional.

    Ainda pode se dizer que tal como outros desenhos, o Pica Pau, é um produto de uma cultura meramente comercial. Onde o fim, é o lucro e os meios são muitas vezes aquilo que agrada os instintos. Portanto se considerarmos a questão em si, o Pica Pau, é efeito de uma cultura, não sua causa. Se o que é desejado é uma alternativa para as crianças, então não é apenas o Pica Pau que deve ser evitado, mas a própria televisão e a grande maioria dos desenhos.

    Para quem gosta de estudar, recomendo a leitura do livro:

    Desligue sua TV – Lonnie Wolf
    http://www.4shared.com/file/69784188/67da4a02/Desligue_Sua_TV_-_Lonnie_Wolfe.html

    Em se tratando de crianças, a melhor alternativa, ainda são os velhos e bons livros.

    Fique com Deus.

    Abraço

  27. Padre Joaozinho, boa noite!
    Acabo de ler com horror no site BOL a noticia de que a atriz Barbara Borges, capa da revista Playboy, autografou uma revista para os filhos de Angelica e Huck.
    Ao que me consta essas criancas tem 4 anos e o mais novo acho que nem fez 2 anos ainda.
    Na pagina da dedicatoria para as duas criancas via-se a foto da atriz nua, deitada de costas.
    Esta la no site do BOL ( http://www.bol.com.br) para qualquer um ver.
    Nao devo julgar ninguem mas creio uma crianca (neste caso, 2 criancas) nao poderia jamais estar exposta a uma situacao deste tipo.
    E a gente fica discutindo se o Pica-Pau e violento…
    Sim, que o Pica-Pau e violento ninguem discorda, mas sao tantas as violencias as quais sao expostas as criancas. O Pica-Pau e so mais uma delas.
    Alguem poderia dizer que eu deveria cuidar da minha vida e deixar a dos outros em paz, mas nao e bem assim… essas pessoas sao figuras publicas e formadoras de opiniao. A noticia a qual me refiro e publica.
    Imagine quantos se deixam guiar pelo exemplo (bom ou mau) de artistas, cantores, apresentadores…
    No final das contas tudo acaba virando “normal”, “moderno”, enfim acaba tudo sendo possivel.
    Isso me da medo e muito me preocupa.
    Aqui vao as notas que estao escritas abaixo das fotos:

    “Musa da Playboy”

    “A empresária Marcia Marbá, irmã da apresentadora Angélica, esteve na sessão de autógrafos no Rio e levou um presentinho para os sobrinhos.

    Bárbara Borges, a estrela da “Playboy” de setembro, faz dedicatória para Joaquim e Benício, filhos de Angélica e Luciano Huck. Quem levou o exemplar para a atriz autografar foi a titia Marcia Marbá, irmã de Angélica, durante divulgação no Rio (17/9/09).

    A dedicatória está na foto de página dupla da loira. Será que a tia dos meninos vai entregar o presente?”

  28. Apenas para complementar o meu comentario acima aqui vai o link que da acesso a noticia e fotos na integra.

    http://fotos.noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/barbara-borges-playboy_20090918_album.jhtm?abrefoto=16

  29. tenho 9 anos e assistos todos os episodios do pica-pau ele nao e violento so quer se defender voce no lugar dele fazia o que?
    ele nao quer virar almoço de nimguem…

  30. Isabelle, 14 anos

    pe. acho o desenho do picapau violento sim. eu tenho 14 anos e gosto de jogar o jogo “THE SIMS PETS 2” e tem umas roupas de menininhas que tem desenhos de bichos com chifres. será q isso nao é de Deus? e eu queria saber pq os desenhos da disney nao sao bons. por favor pelo amor de Deus alguem me ajuda.
    Deus abençoe a todos.

  31. acho violente, mas é uma das únicas coisas que ainda tem na tv aberta para distrair por alguns momentos nossos pequenos arteiros, a gente chega cansado em casa do trabalho e uma uma forma de ficar um pouco em silencio e descansar. o pior é que a gente se acomoda e tem algo se aproveitando disso…. deus nos guarde…

  32. voces estao errados!os desenhos animados sao na maioria violentos sim,mas faz parte da infancia de toda criança!se proibirmos toda criança de assistir desenhos animados elas nao vao ter o conceito em suas cabeças que o mundo pode ser violento,mas temos que transformar essa violencia em alegria ou esperança.vejamos o desenho yu-gi-oh 5ds,eu o adoro e brinco com as cartas e ate admito que tenha partes violentas mas o personagem principal sempre fala que os laços com os amigos nos dao forças para continuar lutando e que o destino pode ser mudado por qualquer pessoa!enfim,espero que nao se irritem por eu ter esprressado minha opiniao.

  33. sou eu de novo.contrariando o Sergio Souza,a personagem Mister Satã de Dragonball-Z é um homen bom e Satã no Japão nao quer dizer o cara lá de baixo cujo nome nao podemos dizer,mas significa heroi.

  34. Entao… eu tenho 10 anos adoro pica pau… ele eh violento mas eu nao ligo!!! tenho certeza q as outras crianças tbm nao ligam… meu priminho tem 5 anos e tbm gosta e brinca de lutinha e essas coisas de menino desde antes dele começar assistir pica pau… AFINAL ACHO ISSO UMA BESTEIRA!!!

  35. Sergio Souza

    Aind assim, caro anônimo, o nome Satã é altamente incoveniente. Já imaginou um filho chegando em casa dizendo: “Eu sou fã do Mister Satã”?!

    Cuidado, “o cara lá de baixo”, como você mesmo coloca, é o sedutor do mundo! Pode muito bem pousar de “persnagem bom” ou herói, para a sua obra de sedução!

    • O Criador de Dragon Ball – Akira Toryama-sensei – usou o nome ” satan” da seguinte forma: em inglês Papai-Noel é Santa Klauss, ele simplesmente pegou o Santa e inverteu ficando satan. Além de tudo os japoneses tem uma religião diferente da nossa e nessa religião não há satan. Em Yu-ghi-oh! não são nomes demoníacos, são apenas nomes japoneses traduzidos de maneira errada na dublagem…e nem nome de demônios…

  36. olga amorim

    Bom dia
    Os desenhos e histórias infantis nem sempre são pensados de maneira educativa. Acredito que a violência faça parte do dia a dia de nossas crianças e não temos como fugir disto, está na mídia o tempo todo e as crianças vêem isto, mais do que deveriam, nos resta tentar amenizar esta violência da melhor maneira possível.
    Em se tratando do desenho do pica-pau e outros do genêro o mais preocupante é que nada parece machucar ninguém é como se a violência não tivesse consequências. É o mau pelo mau sem motivos, sem explicações. Destruo o outro apenas porque não concordo com ele. A desvalorização da vida, embora nunca ninguém morra, mostra que o importante é o que eu quero o outro não serve para nada .
    Violência sim, sem qualidade, de mal gosto temos coisas melhores para oferecer para nossas crianças.

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