Fenômeno das celebridades é falta de referência a princípios e pessoas
Arcebispo brasileiro convida a valorizar as pessoas insignes da história
As figuras insignes “são diferentes das figuras plasticamente transformadas em mitos, com objetivos calculados, acirrando disputas”. Elas “estão na contramão do processo que gera celebridades – que são rastros efêmeros, com tempo curto de duração, muito curto mesmo”.
Segundo o arcebispo, o “fenômeno de mitos e celebridades é revelação da falta de referência a princípios e pessoas” da história de um povo, de famílias e de instituições, “facilitando o culto a personalidades e o sonho ilusório de conquistar lugares e condições a qualquer preço por tirania do desejo”.
“Os insignes se revelam no amor do dia a dia, fruto da paixão por uma causa, consciência clara de um serviço prestado aos outros, garantindo vida, jamais calculando reconhecimentos, menos ainda prospectando resultados e proveitos em favor de si ou de outros.”
“Os insignes não são medidos simplesmente por sua audiência, nem mesmo pelo tamanho de seus feitos”, afirma o arcebispo.
“Insigne é o autêntico e zeloso pai de família, a mãe devotada e educadora, o profissional que marca suas ações com a excelência própria de seus dons, os cidadãos honestos, os amigos.”
Para Dom Walmor, o “horizonte inspirador” de figuras insignes “é o gosto pelo serviço aos outros nutrindo sempre o sonho de melhorar a vida, fecundando o empenho pela justiça”.
“Prezam, acima de tudo, a dignidade humana e o reconhecimento da insubstituível presença amorosa de Deus”, afirma o arcebispo.
(Alexandre Ribeiro)