No Capítulo cinco, Osmar Cavaca, formado em física e em teologia dogmática, lança o olhar da antropologia teológica: “Imago Dei, imago Christi”; em uma tradução livre: Jesus Cristo é a imagem de Deus! É a mesma temática do capítulo anterior, com algumas inevitáveis repetições. Mas a leitura dos dois enfoques revelará nuanças que apenas a diversidade de perspectivas é capaz de identificar. O ser humano, feito no sexto dia, aparece como obra inacabada. Ainda há o que fazer. O Criador marca a identidade humana com o dom da sua imagem e semelhança, junto com a tarefa de completar a obra criada. Em uma reflexão teologicamente madura, profunda e bem documentada Cavaca conduz o leitor a compreender os diversos significados possíveis da imago Dei e as conseqüências negativas de “apropriar-se” egoisticamente deste dom; descreve também o que chama de “desapropriação” da imago Dei, onde, segundo ele, reside a salvação. É o que se realizou em Jesus de Nazaré por meio de sua Encarnação, que representou um esvaziamento de si (quênosis) para, passando pela morte de cruz, alcançar a glória. Ele é a realização mais perfeita da imago Dei. Esta dinâmica de “esvaziamento obediente” é praticamente sinônimo do que, nos capítulos anteriores, aparecia como solidariedade, relacionalidade ou interatividade. Vemos, assim, que os diversos autores, cada qual com seu método e conjunto de saberes, vão encontrando um ponto de convergência: comunicação é a dinâmica de construir a comunhão por meio da solidariedade!