Esta é a foto da acolhida do povo de Simões Filho, com seu pároco, Pe. Gilvan, no aeroporto de Salvador. Participarei da missa às 17h e na sequência o show 19h.
Diego Fernandes é meu conterrâneo… o sotaque se percebe de longe: É CATARINENSE. É um destes evangelizadores da nova geração que procura fazer a síntese entre fé e compromisso social; céu e terra; ciência e religião; poema e canção. Procura fazer isso com uma liguagem que os jovens realmente entendem. Tenho acompanhado o seu trabalho de evangelizador itinerante, estudioso de comunicação e psicologia; jovem que tem uma linguagem que pega os jovens “na veia”. Não estamos somente diante de mais um rostinho bonito, com liguagem irreverente que canta canções piedosas com melodias migradas de algum tipo de estilo profano. Aí está um jovem que estuda muito para falar (ou cantar) pouco. Nem seria necessário falar muito de seu novo CD NÃO DESISTA DE VIVER. É simplesmente soberano. As letras são claras, simples e diretas; os arranjos de bom gosto; a interpretação original; bom português; poesia e teologia irretocáveis. É um CD verdadeiro!
O disco é um discreto e poético relato de confissões. Diego grava como “Ovelha ferida” que pecou e pede “Converte-me, Senhor”; ele gritou em “Dança de Avivamento” que a tempestade foi acalmada; reconheceu o pecado sabendo que a graça é “Infinitamente mais”; foi humilhado por muitos, mas “enquanto a multidão jogava pedras, Deus o levantou do chão”; se confessou, cumpriu a penitência e agora pode “recomeçar sabendo que “Deus se apaixonou por mim”… É sustento, abrigo, fortaleza, esconderijo…”. É o Deus da cura e da Libertação. É “quase um pecado” não ouvir este CD (aviso aos pseudo-ortodoxos de plantão: isto é uma metáfora!)
É um disco verdadeiro gravado pela jovem gravadora ATRAÇÃO, de São Paulo, que grava músicas populares e que tem uma linha de CDs cristãos (http://www.fastcommerce.com.br/sistema/home.asp?IDLoja=1342&1ST=1&Y=2409534737824). Ali se encontram gravações de católicos e evangélicos. É uma novidade neste meio. Se quiser conseguir um raro exemplar mande e-mail diretamente para o Diego: contato@diegofernandes.com Impossível ouvir com o coração e não sentir vontade de fazer um bom exame de consciência e procurar um sacerdote para fazer sua confissão em festa como filho que volta para a casa do Pai.
No Capítulo seis, José Knob, outro representante da teologia dogmática, faz a pergunta que já estava latejando no discurso feito até aqui: “como falar de Deus num mundo secular?” Isto lembra o antigo lamento do povo de Deus no exílio: “como podemos cantar a Deus em uma terra estrangeira?” Lembra também a provocação de Gustavo Gutiérrez em sua clássica leitura do Livro de Jó: como “Falar de Deus a partir do sofrimento do pobre”? Nosso discurso precisa ser situado, ou será mera ideologia com frágil tintura religiosa. O método teológico exige engajamento. Mais uma vez a solidariedade aparece, desta vez, como pressuposto metodológico de todo discurso conseqüente. Em estilo tão coloquial quanto profundo o autor lembra alguns princípios irrenunciáveis do discurso religioso, hoje. Transitando entre algumas questões filosóficas pertinentes à reflexão teológica, o autor enfrenta a incômoda pergunta: Deus criou o homem à sua imagem, ou somos nós que recriamos Deus a cada dia segundo a nossa imaginação? O autor ensaia uma lista de argumentos para afirmar que a religião bíblica não é pura projeção da mente humana. Para aprofundar o seu discurso recorre à distinção entre fé e religião. Jesus provoca uma “ruptura” com o sistema religioso de seu tempo e reafirma a fé, expressa na categoria de “reino de Deus”. A verdadeira imagem de Deus é revelada como libertadora. Já não estamos no terreno do deus terrível que pede o sacrifício de Isaac, mas no âmbito do Abbá, revelado por Jesus. O autor conclui de modo moderno e surpreendente: “Abbá é a senha de acesso à experiência religiosa de Jesus.”