Diante daquela polêmica recorrente de dizer que os católicos “adoram” Maria, recebi um comentário sereno de um irmão evangélico:

Realmente nós evangélicos temos carinho e respeito por Maria conforme o que as escrituras sagradas dizem sobre ela na Bíblia.

Com certeza foi uma mulher abençoada, mas não rainha e nem intercessora.

“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; NIGUÉM VEM AI PAI SENÃO POR MIM.” João 14:6

“Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular. E NÃO HÁ SALVAÇÃO EM NENHUM OUTRO; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” Atos 4:11,12

“Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus…” 1 Timóteo 2:5

tem tanto versículos na bíblia que compravam a única autoridade à Jesus Cristo, por isso eu convido aos católicos a lerem a bíblia, estuda-la, buscar compromisso com Deus e a verdade divina.

Eu oro por todos vocês e espero que Deus toque vossos corações, para pelo menos lerem na bíblia esses versículos aqui citados, e tenho certeza que o espírito Santo se encarrega do resto.

Um abraço à todos os irmão.
Paz do Senhor

Respeitando a Mãe e reconhecendo as verdades bíblicas sobre ela, este irmão argumenta que ela não é Rainha nem intercessora. Bem! Na verdade o dogma de que Maria teria concebido virgem, pela ação do Espírito Santo, é explicitamente bíblico e aceito e defendido por todos os evangélicos instruídos na fé. Não há polêmica sobre este ponto. Não entendo que a mãe do Rei dos reis não possa ser chamada de Rainha. Todo filho gosta que respeitem sua mãe. O segundo ponto é mais complexo. Nós católicos acreditamos que Maria e também os santos e santas, intercedem por nós junto de Deus. A intercessão é muito valorizada pelos evangélicos. Os pastores intercedem por seu rebanho. Eles só não aceitam a intercessão de Maria porque acreditam que ela está dormindo. Sim. É isso mesmo. Para a maioria das doutrinas evangélicas, após a morte nós caímos em um profundo sono até o momento do juízo final, quando acordaremos para contemplar a face de Deus e sermos julgados, indo para o céu ou para o inferno. Nós, católicos, acreditamos que este juízo particular acontece no momento da morte. Morremos e somos julgados. Para a gande maioria existe um banho de purificação, que chamamos de “purgatório”. Esta hipótese teológica foi concebida por que sabemos que a grande maioria não morre na santidade perfeita, nem os evangélicos mais santos. Portanto, a misericórdia de Deus supre estas imperfeições. O purgatório é um jeito de dizer que Deus nos dá banho antes de entrarmos para a festa final, como aconteceu no episódio do Filho Pródigo. Maria e os santos estão no céu. De lá eles podem interceder dia e noite diante do Filho por cada um de nós. Estão acordados. E para você… Maria está acordada ou dormindo?

Neste domingo tive a oportunidade de acompanhar com atenção o desempenho do meu irmão, Pe. Fábio de Melo, no programa do Fausto Silva, por ocasião do que deveria ser o lançamento do seu CD ILUMINAR. Fiquei feliz em ver que ele estava tranquilo e respondeu às perguntas (muito repetitivas e recorrentes) com tranquilidade, sabedoria e originalidade. Todos comentaram que finalmente o Fausto Silva deixou alguém falar sem aquelas interrupções inoportunas. Não ouve cinismo. Senti o apresentador respeitoso, apesar de chamar o Padre, simplesmente de “Fábio”. Sei que os dois já construiram uma relação de amizade para além dos palcos, mas ele “pisou na bola” quando disse que “Fábio” estava ali simplesmente como artista. Rapidamente ele mesmo percebeu a besteira que havia dito ao vivo e a cores e tentou remediar. Pe. Fábio calma e respeitosamente respondeu que é artista sim… não nega… mas em primeiro lugar é padre. Pela reação no twitter este foi o ponto X de toda a fala de Pe. Fábio. Todos o querem como padre. Ele sabe disso. Cantar ou escrever é apenas mais um instrumento de evangelização. Como nem tudo é perfeito, achei que o novo CD poderia ser mais valorizado. Não entendi terminar tudo com a música VIDA, que é do CD antigo. Mais lógico teria sido entrar com esta e depois mostrar algo do CD novo. Se fosse ao vivo e com banda, melhor ainda. Pela pergunta inicial do Fausto Silva, sobre como o padre administra sua vida financeira, parece que realmente o apresentador já conhece o Pe. Fábio muito melhor do que a maioria dos seus admiradores. Por mais chato e temperamental que ele seja para alguns, não podemos negar que é um dos apresentadores mais inteligentes da TV brasileira. Ele pegou no ponto. Pe. Fábio deu uma resposta mais completa que das outras vezes. Muitos me perguntam por que ele deixou a Congregação. Ontem, no Faustão, ele mesmo disse com cristalina sinceridade: “porque na Congregação não era possível destinar as finanças para ajudar os familiares que passam por graves dificuldades”. De fato, um religioso, pelo voto de pobreza, entrega tudo o que recebe para a Congregação”. No fundo é um voto de partilha. Utilizo um carro. Para comprá-lo tive que pedir autorização aos meus superiores. Escolhi viver assim. Os padres diocesanos não fazem este voto. Devem viver uma vida sóbria, mas podem administrar seus próprios bens. Por isso, não vivem também a vida comunitária como os religiosos. Sua comunidade é o povo de Deus. Mas eles devem receber um salário e têm que dar um jeito no tempo da aposentadoria e da idade avançada. O religioso recebe tudo da congregação. Parabéns ao meu irmão, Pe. Fábio, por dizer as coisas com tanta clareza.