Superior Geral

CONGREGAÇÃO DOS SACERDOTES

DO CORAÇÃO DE JESUS

Roma 16 de Janeiro de 2010

Caríssimos confrades,

 

Mais uma vez, a nossa vocação, o nosso espírito de oblação, a nossa fidelidade ao carisma dehoniano e aos ensinamentos de Cristo não podem deixar-nos indiferentes diante desta nova catástrofe que o mundo está vivendo.

O Estado do Haiti, como todos estão sabendo, foi atingido, no último dia 12 de Janeiro, por um violento terremoto, de 7 graus na escala Richter, tendo como epicentro um local próximo a capital Port-au-Prince.

Ainda não se tem um balanço das vítimas e desalojados, mas, segundo a ONU e a Cruz Vermelha, o sismo atingiu mais de um terço da população total do País. Certamente milhares de pessoas encontram-se ainda sepultadas debaixo das ruínas e as equipes de socorro lutam contra o tempo para extrair com vida o maior número possível de pessoas. Apenas um hospital ficou de pé, com a sua capacidade de auxílio já esgotada; a Cruz Vermelha internacional está organizando o socorro de emergência.

De todas as partes do mundo estão acontecendo manifestações de solidariedade para com a população do Haiti, onde igrejas, escolas e hospitais ruíram, a água escasseia e milhares de pessoas já não têm uma casa.

Entre as muitíssimas vítimas, conta-se também o Arcebispo de Port-au-Prince, Mons. Serge Miot, não se tendo notícias do Vigário Geral, Mons. Benoit. O Núncio Apostólico em Haiti, Mons. Bernardito Auza, declarou à Agência Fides que a Catedral, o Arcebispado, todas as grandes igrejas e todos os seminários ficaram em ruínas. Foram também destruídos os edifícios públicos dos Ministérios e do Palácio Presidencial.

Queremos dar uma resposta cristã, em conformidade com o espírito de solidariedade que deve caracterizar os dehonianos, e de acordo com o apelo da USG (União dos Superiores Gerais) – que se ofereceu para servir de intermediária entre todos os Institutos Religiosos que foram, de qualquer maneira, atingidos por esta tragédia. Nós, membros da Cúria Geral, queremos promover atos de solidariedade e, assim, responder de forma concreta ao pedido de ajuda que recebemos de diversos organismos internacionais. Com esta carta de convocação estamos indo ao encontro das necessidades mais urgentes do povo haitiano que sofre os horrores deste terremoto.

Com esta carta pedimos a todas as Províncias/Regiões/Distritos que se unam a este gesto de solidariedade por iniciativa da Cúria Geral. Pedimos que cada Entidade da Congregação faça os seus contatos diretamente com a Cúria Geral e/ou, de preferência, com o Ecônomo Geral, P. Aquilino Mielgo, aqui em Roma. O Ecônomo Geral está encarregado de coordenar as ajudas que chegarem das Entidades da Congregação dos Padres SCJ.

A nossa ajuda será, logo a seguir, remetida aos Institutos Religiosos que estão presentes no Haiti, ou será entregue nas mãos de algum organismo eclesial que costuma realizar tais serviços de auxílio a flagelados.

Como sempre, esperamos que esta carta possa servir de estímulo a todos vocês. Desta forma os religiosos e as entidades da Congregação, conjuntamente, estão sendo instados a praticarem a generosidade e a solidariedade para com os irmãos nossos em graves dificuldades.

Unidos na oração e, com esta, próximos dos que neste momento sofrem, saudamos a todos no Coração de Jesus.

 

P. José Ornelas Carvalho, scj

Superior Geral

Em ano de eleição presidencial, este tema é do interesse de todos.

Texto do governo determina aborto, adoção por casais homossexuais, entre outros
RIO DE JANEIRO, quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010 (ZENIT.org).- Um grupo de 67 bispos católicos reunidos no Rio de Janeiro emitiu uma declaração a respeito do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH 3) do governo brasileiro, manifestando publicamente sua rejeição a determinados pontos do programa.Datada de 28 de janeiro e enviada a ZENIT ontem, a declaração reafirma a posição da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) em defesa da vida e da família e contrária à discriminalização do aborto, um dos pontos enfocados no PNDH 3.

Os bispos também se manifestam contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo e o direito de adoção de crianças por casais homo-afetivos, elementos também estabelecidos no PNDH 3.

Eles rejeitam, também, a criação de mecanismos para impedir a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União, uma medida “intolerante”, que “pretende ignorar nossas raízes históricas”.

“Os símbolos religiosos expressam a alma do povo brasileiro e são manifestação das raízes históricas cristãs que ninguém tem o direito de cancelar”, afirma o texto.

Segundo os bispos, no Programa de Direitos Humanos do governo brasileiro há propostas que “banalizam a vida, descaracterizam a instituição familiar do matrimônio”.

Há ainda pontos que “cerceiam a liberdade de expressão na imprensa, reduzem as garantias jurídicas da propriedade privada, limitam o exercício do poder judiciário, como ainda correm o perigo de reacendar conflitos sociais já pacificados com a lei da anistia”.

Estas propostas – destaca a declaração – constituem uma “ameaça à própria paz social”.

O PNHD 3 “pretende fazer passar como direito universal a vontade de uma minoria, já que a maioria da população brasileira manifestou explicitamente sua vontade contrária”, destaca a declaração dos bispos.

“Fazer aprovar por decreto o que já foi rechaçado repetidas vezes por órgãos legítimos traz à tona métodos autoritários, dos quais com muito sacrifício nos libertamos ao restabelecer a democracia no Brasil na década de 80”, afirma o texto.

Aborto

O ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Paulo de Tarso Vannuchi, garantiu ontem ao secretário geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa, que o artigo do PNDH 3 que se refere ao aborto será mudado. 

No atual texto, se diz: “Recomenda-se ao Poder Legislativo a adequação do Código Penal para a descriminalização do aborto”. Indica-se ainda “apoioar a aprovação do projeto de lei que descriminaliza o aborto, considerando a autonomia das mulheres para decidir sobre seus corpos”.

O ministro explicou que recebeu ordem do presidente Lula para mudar esse artigo. “Onde não há consenso é que vamos trabalhar para fazer a correção”, disse o ministro, segundo refere a CNBB.