Com choque e consternação, o Governo brasileiro recebeu a notícia do ataque israelense a um dos barcos da flotilha que levava ajuda humanitária internacional à Faixa de Gaza, do qual resultou a morte de mais de uma dezena de pessoas, além de ferimentos em outros integrantes.

O Brasil condena, em termos veementes, a ação israelense, uma vez que não há justificativa para intervenção militar em comboio pacífico, de caráter estritamente humanitário. O fato é agravado por ter ocorrido, segundo as informações disponíveis, em águas internacionais. O Brasil considera que o incidente deva ser objeto de investigação independente, que esclareça plenamente os fatos à luz do Direito Humanitário e do Direito Internacional como um todo.

Os trágicos resultados da operação militar israelense denotam, uma vez mais, a necessidade de que seja levantado, imediatamente, o bloqueio imposto à Faixa de Gaza, com vistas a garantir a liberdade de locomoção de seus habitantes e o livre acesso de alimentos, remédios e bens de consumo àquela região.

Preocupa especialmente ao Governo brasileiro a notícia de que uma brasileira, Iara Lee, estava numa das embarcações que compunha a flotilha humanitária. O Ministro Celso Amorim, ao solidarizar-se com os familiares das vítimas do ataque, determinou que fossem tomadas providências imediatas para a localização da cidadã brasileira.

A Representante do Brasil junto à ONU foi instruída a apoiar a convocação de reunião extraordinária do Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir a operação militar israelense.

O Embaixador de Israel no Brasil está sendo chamado ao Itamaraty para que seja manifestada a indignação do Governo Brasileiro com o incidente e a preocupação com a situação da cidadã brasileira.

Leio com um misto de tristeza, indignação e frustração, a entrevista que Frei Leonardo Boff deu recentemente à revista ISTOÉ. Ele se refere à Igreja com uma simplificação infantil que faz qualquer estudante de teologia duvidar que um dia Leonardo tenha sido teólogo também. Diante do natural ostracismo em que se colocou, este tipo de entrevista tem a finalidade óbvia de atrair um pouco de atenção. Na verdade ele insiste em querer se dizer mártir da Teologia da Libertação. Teria sentado na cadeira de Galileo Galilei, para a inquisição promovida por Ratzinger. Nada mais pueril e falso. Na verdade os questionamentos feitos a Leonardo pela Congregação para a Doutrina da Fé tinham pouco ou quase nada a ver com a Teologia da Libertação. Quando Boff chegou ao Brasil ao final de seus estudos na Alemanha (parcialmente financiados por Ratzinger), a TdL já estava em curso. Leonardo tornou-se editor da Vozes. Seu esforço era acadêmico. Publicava suas apostilas. Eram bons textos, mas permitia-se alguns ensaios teológicos passíveis de crítica. Leonardo nunca foi muito amigo da crítica. Prefere criticar. O seu principal livro criticado foi IGREJA, CARISMA E PODER. A primeira parte é um ótimo resumo de eclesiologia. Mas a certa altura ele concentra toda a sua atenção na “Trindade como modelo para toda Comunidade”; ora, admitir relações de subordinação entre as pessoas da Trindade seria cair na heresia do “subordinacionismo”. Deste modo, toda sociedade que admita algum tipo de subordinação (inclusive a Igreja) seria uma espécie de subordinacionismo prático. Assim o papa, os bispos, qualquer autoridade seriam a encarnação de uma heresia prática. Nada mais falso. É uma visão eclesiológica que padece do reducionismo ao modelo trinitário. Há um conjunto de modelos de Igreja, inclusive o modelo paulino do “corpo místico de Cristo”. A Igreja tem esta estrutura hierárquica do corpo, em que o poder está em servir à comunhão. Leonardo sabe disso. Mas sua dificuldade com a autoridade o cega. Una-se isso agora ao desejo de aparecer na mídia. Seu desejo de ser o mártir da TdL acabou por colocar em descrédito a parte boa da Teologia da Libertação.

Há uma parte da entrevista particularmente curiosa, que faço questão de reproduzir aqui:

Istoé – O que o sr. acha da Renovação Carismática Católica?

Leonardo Boff – É um movimento forte, que trouxe muitos elementos positivos, pois tirou o monopólio dos padres. Agora o leigo fala e inventa orações, coisa que não ocorria. Deu certa leveza ao cristianismo, muito centrado na cruz e na paixão e menos na alegria e na celebração. Mas, a meu ver, ela ficou a meio caminho.

Istoé – Por quê?

Leonardo Boff – Não se pode pensar no cristianismo sem justiça social e preocupação com os pobres. Todo carismatismo corre o risco de alienação. Eles se perdem no louvor, no cantar e dançar.

Será que o cristianismo realmente era mais “centrado mais na cruz que na alegria”? Teria a RCC ficado na metade do caminho? Não existe opção pelos pobres na RCC? Tudo isso parecem palavras ao vento… simplificações de folhetim, que servem para vender uma revista semanal por ter “afirmações bombásticas de um ex-frade sobre a Igreja católica”, mas não prestam serviço à verdade. Neste sentido, com seu repetitivo refrão, não estaria Leonardo Boff fazendo exatamente o que critica em Pe. Marcelo Rossi? Não produz um discurso “adequado ao que é dominante hoje, que é o mercado?”, para usar suas palavras. Não estaria dizendo exatamente o que as pessoas esperam ouvir? Esperava mais de uma mente brilhante como a do meu conterrâneo catarinense.

Fazer o sinal da cruz é um belíssimo jeito de recordar que nossa fé acredita em um Deus que não é solitário. Ele é a perfeita unidade na pluralidade. É uma família aonde não existe nenhuma discórdia ou divisão. O Pai é o amante, o Filho é o Amado e o Espírito é o próprio amor do Pai e do Filho. Não são indivíduos… são pessoas. A identidade de cada um se dá pela relação. O Pai não seria Pai se não tivesse Filho. O Filho só é Filho porque tem Pai. A relação dos dois é o Espírito. Esta ciranda de amor a genialidade de Santo Tomás chamou de “pericorese”, ou seja, intercompenetração. Um está completamente implicado no outro. É uma comunidade mais que perfeita. Não é um Mistério para ser entendido. É para ser experimentado, pois este amor trinitário é derramado em nossos corações sem medida.

Hoje faço o batizado de uma sobrinha, aqui em Brasília. O batismo é um mergulho em águas mais profundas. Nele recebemos o selo da Trindade: eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. A partir deste momento a Trindade para o batizado se torna um projeto de vida. Não é apenas a marca de uma opção por ser cristão. É puro dom de amor que vem do alto. Podemos agora amar com o amor de Deus. Na verdade não existe outra forma de amor verdadeiro. Só ama bem quem ama com amor com que foi amado por Deus. Por isso é tão importante fazer a experiência do amor de Deus. Depois podemos amar como Jesus amou… e construir laços de solidariedade por onde passarmos. Seremos missionários da Comunhão… da Trindade!

Existe uma população virtual. Muitos já passam boa parte do seu tempo conectados. Isto não significa que estão apenas se divertindo em chats ou outra forma de passatempo típico da Internet. Para muitos é praticamente impossível começar um dia de trabalho sem verificar e-mails, postar no BLOG, verificar mensagens no twitter, atualizar o site. Por isso o Papa Bento XVI está chamando isso de Pastoral no Mundo Digital:

Também no mundo digital deve ficar patente que a amorosa atenção de Deus em Cristo por nós não é algo do passado nem uma teoria erudita, mas uma realidade absolutamente concreta e actual. De facto, a pastoral no mundo digital há-de conseguir mostrar, aos homens do nosso tempo e à humanidade desorientada de hoje, que «Deus está próximo, que, em Cristo, somos todos parte uns dos outros» [Bento XVI, Discurso à Cúria Romana na apresentação dos votos de Natal: «L’Osservatore Romano» (21-22 de Dezembro de 2009) pág. 6].

Já parou para pensar quantos padres existem no Brasil?

Hoje (maio de 2010) temos 18 mil padres no Brasil.

E mais de 100 milhões de fiéis.

Isso significa que cada padre tem que atender a mais de 5.555 fiéis.

Alguns são idosos, outros doentes, e certamente não conseguem atender cinco mil. Imagino que cada padre em plena forma deva dar conta de ao menos 10.000 fiéis. É um rebanho considerável. Pense, por exemplo, se todos resolvessem seguir a orientação oficial da Igreja e quisessem se confessar ao menos uma vez por ano. Cada dia o sacerdote teria que atender 27 pessoas. Se cada atendimento (bem feito) durasse 20 minutos ele passaria cerca de 10 horas no confessionário… todo dia… de segunda a segunda.

Agora faça essa conta comigo:

– 10% de 18 mil padres = 1.800 padres

– 1% de 18 mil padres = 180 padres

– 0,1% de 18 mil padres = 18 padres

– 0,01% de 18 mil padres = 1,8 padres

QUANTOS PADRES VOCÊ CONHECE COM PROBLEMAS?

Já estou na Paróquia de São Judas para lançar mais este livro: LADAINHA DE NOSSA SENHORA. Para quem acha que um livro surge da noite para o dia, é bom saber que a pesquisa para escrever este livro durou três anos. São 50 capítulos… uma para cada invocação. Escrevi um por mês. Algumas invocações exigiram bastante estudo, como Torre de Davi, ou Casa de Ouro. Mas posso dizer que estou encantado com o tesouro escondido na Ladainha. Esta coleção de preces mostra detalhes da identidade de Nossa Senhora que podem nos ajudar a descobrir nossa própria identidade. Maria é uma espécie de espelho, aonde podemos ver o rosto ideal do cristão. Contemplando Maria podemos ver como seríamos se o pecada não tivesse colocado uma mancha na história. Rezar a ladainha é frequentar a escola de santidade, aonde a professora é Maria e a lição é Jesus!