Aí vai um trecho do livro que estou terminando de escrever hoje…
Estes dois irmãos, André e Pedro, acabaram dando a vida pela fé. Sabedores de que nem sempre haviam sido fiéis, pediram para serem crucificados de modo diferente de Jesus. Se Pedro foi nomeado primeiro papa, André poderia ser considerado o “Ministro das Relações Exteriores”, no governo de Jesus. Como podemos observar, as relações de fraternidade podem ser de grande ajuda em um grupo quando bem cultivadas. O segredo é exatamente este: cultivar as pessoas; ou seja, saber criar condições para que cada um seja como um grão de trigo jogado na terra. Depois de morrer para algumas dificuldades o resultado é um fruto maduro. Mesmo as sementes mais difíceis, cultivadas do jeito certo podem dar um fruto bom.
Pessoas como André, hábeis para fazer amigos e aproximar as pessoas, normalmente têm um defeito muito grave: a superficialidade nos relacionamentos. São espontâneas e logo no primeiro encontro deixam você à vontade como se fossem velhos amigos. Mas não estranhe se de repente esta pessoa simplesmente desaparecer ou, pior, deixar de comparecer a um compromisso importante. Foi o que aconteceu com André que simplesmente sumiu na hora da cruz.
Jesus soube como educar André. Foi o primeiro apóstolo que conheceu e o primeiro que chamou. Foi seu braço direito em muitas ocasiões. Era um sujeito extremamente disponível e capaz. Mas o Mestre não lhe deu a “chave do cofre” nem a gerência da empresa. Cuidado para não confiar todo o comando ao pessoal do marketing. Para educar as pessoas na sua dificuldade é preciso dosar o poder que você concede a cada um dentro do grupo. Normalmente as pessoas como André exercem grande influência. Conhecem muitas pessoas e têm uma imensa rede de contatos. Você pode se tornar refém destas pessoas. Saiba manter o comando.
O fim da vida de André nos mostra que ele realmente aprendeu a lição. Permaneceu com toda a sua habilidade de relacionamentos pregando sem medo da morte. Testemunhos antigos de Jerônimo, Bernardo e Cipriano atestam que antes de seu martírio enfrentou o governador Egéias durante o julgamento afirmando destemidamente que Deus era o supremo juiz. Foi condenado a ser crucificado, como Jesus. Os historiadores dizem que mesmo na morte ele permaneceu sereno e forte. Era só mudar o seu discurso e seria libertado. Mas a coerência falou mais alto. Conta-se que ele teria dito: “Ó cruz, extremamente bem-vinda e longamente esperada! De boa vontade e cheio de alegria eu venho a ti”.