Neste final de semana participarei do ACAMPAMENTO DO CORAÇÃO DE JESUS na Canção Nova. Hoje acompanho pela TV a missa de abertura. Gostaria de estar lá mas tinha uma consulta médica para avaliar o resultado da dengue que tive recentemente e que precisa ser atentamente monitorada. Este mosquito conseguiu atingir milhares de pessoas em Taubaté e região. Não fui poupado.

Neste acampamento meditaremos sobre AS 12 PROMESSAS DO CORAÇÃO DE JESUS. Para ajudar, coloco aqui a lista das promessas e uma breve explicação. Está tudo no meu livro sobre este tema publicado por www.loyola.com.br

PARA INÍCIO DE CONVERSA

Ao longo destas páginas comentaremos cada uma das 12 promessas do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque (1647-1690). Esta religiosa da Ordem da Visitação viveu um intensa experiência mística no convento onde vivia em Paray-Le-Monial, na França. Isto aconteceu entre os anos de 1673 e 1675. Nos seus momentos se oração a santa tinha visões em que Jesus lhe mostrava seu coração ferido, coroado de espinhos, porém inflamado de amor pela humanidade. Hoje quase em cada lar católico do Brasil existe uma imagem do Sagrado Coração de Jesus.

É claro que no começo Margarida Maria sofreu a oposição e descrença de suas co-irmãs e até mesmo das autoridades religiosas. Mas sua obediência e humildade falaram mais forte. Os frutos confirmaram que aquela revelação particular serviria para a edificação de toda a Igreja. Muitos se converteram. Mudaram de vida. Surgiram congregações religiosas dedicadas ao Coração de Jesus. E o Senhor pode exultar novamente de alegria: “Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondestes estas coisas dos sábios e entendidos e as revelastes aos pequeninos” (Mt 11, 25).

Hoje a espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus fala forte na alma do nosso povo. Eu mesmo assino meu nome com uma sigla que muitas pessoas não entendem: “scj”. Significa Sagrado Coração de Jesus. Você encontrará as mesmas letras após o nome do Pe. Zezinho, Pe. Alírio, Pe. Leo, Fábio de Melo, Dom Murilo… somos da mesma congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, fundada por Pe. João Leão Dehon, na França em 1878. É fácil concluir que Pe. Dehon foi um admirador incondicional de Santa Margarida Maria. Por isso aceitei com muita alegria o desafio de escrever este livro. Você agora entende porque a canção que mais marca minha história se chama justamente: “Conheço um Coração”.

Mas preciso lhe fazer uma confissão. Apesar de ser padre do Coração de Jesus há mais de sete anos, sempre soube muito pouco a respeito das 12 promessas. Quando era adolescente até fiz as 9 primeiras sextas-feiras. E me fez muito bem. Mas depois fui amadurecendo, estudando, e comecei a achar que havia algo de muito automático nas promessas. Confesso que deixei esta devoção popular um pouco de lado. Apaixonei-me pelo Coração de Jesus apresentado na Bíblia. Textos como o do Profeta Ezequiel no capítulo 36 tocavam fundo em mim. Outro texto marcante é o do Evangelho de João, capítulo 19, onde o Coração de Jesus é traspassado na cruz. Saem água e sangue, que simbolizam o Batismo e a Eucaristia, os maiores presentes do Coração de Deus. Depois me encantei com a teologia do Coração de Jesus. Grandes pensadores chegaram a conclusões belíssimas: o Coração é visto como sacrário da intimidade, lugar do encontro maior, expressão da identidade total. Gostei de saber que o coração é algo mais que um símbolo para as emoções ou paixões. É expressão do Amor. E o Amor é muito mais do que a paixão. Amar é querer e fazer o bem ao outro. Paixão é querer o outro para seu próprio bem.

Um dia destes toca o telefone e alguém faz o pedido: Você poderia escrever algo sobre as 12 promessas do Coração de Jesus? Não me pediram para escrever sobre a Bíblia ou a Teologia. O pedido foi sobre a devoção popular. Fui falar com meus mestres, os padres mais antigos. Revirei velhos livros. Encontrei um tesouro. Comecei a perceber que existe muito sentido em cada uma das 12 promessas. É claro que elas não devem ser entendidas de modo mágico, automático ou supersticioso. Também não é objeto obrigatório de fé. A Igreja ensina que os cristãos não são obrigados a acreditar ou aceitar a autenticidade das revelações privadas. Cada um pode fazer uso do sentido comum e da fé que Deus lhe deu.

Acompanhe cada capítulo. Vamos mergulhar passo a passo no Coração de Deus. Vamos mergulhar no Amor.

AS 12 PROMESSAS DO AMOR

O texto das promessas que utilizaremos para nossas reflexões é um resumo daquilo que escreveu Santa Margarida Maria durante toda a sua vida. Este resumo foi elaborado há mais de 100 anos por M. Kemper, um comerciante de Dayton, Ohio, EUA (1882), que esforçou-se para divulgar esta devoção. Nosso saudoso Padre Gabriel Galache escreveu um pequeno livro chamado “Quero entrar em tua casa” onde cita as promessas e inclusive mostra que todas estão contidas na Bíblia. Confira:

1. Darei às almas dedicadas a meu coração todas as graças necessárias ao seu estado.

Sem mim nada podeis fazer (Jo 15,5).

2. Farei reinar a paz em suas famílias.

Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz (Jo 14, 27)

3. Eu os consolarei em suas penas.

Vinde a mim os que padeceis e andais angustiados, e eu vos aliviarei (Mt 11,28).

4. Serei o seu refúgio seguro durante a vida e, sobretudo, na hora da morte.

Tomar-vos-ei comigo, para que onde eu estou vós estejais também (Jo 14,3).

5. Derramarei copiosas bênçãos.

Poderoso é também para cumprir o que prometeu (Rm 4,21)

6. Os pecadores acharão em meu coração a fonte e o oceano infinito da misericórdia.

Quero a misericórdia e não sacrifícios; porque eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores (Mt 9,13).

7. As almas tíbias se tornarão fervorosas.

Vim para que tenham a vida e a tenham em abundância (Jo 10,10).

8. As almas fervorosas elevar-se-ão rapidamente a uma grande perfeição.

Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai do céu (Mt 5,48)

9. Abençoarei as casa em que se achar exposta e for venerada a imagem do meu coração.

Hoje entrou a salvação nesta casa (Lc 19,9).

10. Darei aos sacerdotes o Dom de tocar os corações mais endurecidos.

Muito lhe foi perdoado porque muito amou (Lc 7,47).

11. As pessoas que propagarem esta devoção terão seus nomes escritos indelevelmente no meu coração.

Eu não apagarei o seu nome do Livro da Vida, e o confessarei diante de meu Pai e dos seus anjos (Ap 3,5).

12. O amor todo-poderoso do meu coração concederá a graça da perseverança final a todos os que comungarem na 1ª Sexta-feira do mês, por nove meses seguidos.

Eu sou o pão vivo que desce do céu. Quem comer deste pão viverá para a eternidade” (Jo 5,51).

Ontem estive em Capapava e tive a graça de presidir a missa de Corpus Christi. Milhares de católicos passearam com Jesus Eucarístico pelas ruas e praças. Esta é a festa do pão repartido, do povo unido da coragem de proclamar nossa fé na presença real de Jesus na Eucaristia. Ao mesmo tempo milhões de evangelicos se reuniam na já tradicional MARCHA PARA JESUS. Que bom. Rezar faz bem. Proclamar a palavra e o louvor é santo e sadio. Mas refletindo sobre as duas marchas de ontem um detalhe me chamou a atenção. Enquanto alguns marchavam PARA Jesus, outros marchavam COM Jesus. Por maior que seja a convicção ecumênica, não podemos repetir o discurso relativista que afirma que ser católico ou evangélico é a mesma coisa. Não é! A Igreja católica mantém o cristianismo pleno, do jeito que Jesus nos deixou. Um dos elementos desta plenitude é a fé na presença de Cristo na Eucaristia. Por isso não marchamos apenas para Jesus… MARCHAMOS COM JESUS E ELE CAMINHA CONOSCO… REAL… PRESENTE NO PÃO CONSAGRADO!!!