ROMA, segunda-feira, 2 de agosto de 2010 (ZENIT.org) – Aprender a doar o que se recebeu gratuitamente é a única maneira de superar a solidão causada pela ânsia por posses que caracteriza a avareza.Esta é a síntese do ensinamento que está no coração do artigo assinado pelo Pe. Giovanni Cucci SJ, docente de filosofia e psicologia junto à Pontifícia Universidade Gregoriana. O artigo, intitulado “A avareza, a tentativa ilusória de possuir a vida”, foi publicado na revista La Civiltà Cattolica em 3 de julho passado.

No ensaio, o sacerdote jesuíta explicita os aspectos essencialmente espirituais deste vício, que conduz a atribuir ao dinheiro e coisas semelhantes “um valor simbólico exagerado”, transformando-os em “sinônimos de estima, paz, segurança e poder”.

A avareza, portanto, se identifica com “a cobiça e a ânsia por posses, que endurecem o coração e conduzem à presunção de autossuficiência, de se bastar a si mesmo e de nada mais precisar”.

Daí se compreende o aspecto religioso da avareza, sublinha Pe. Cucci, “pois o dinheiro oferece a ilusão de onipotência: o dinheiro, por sua natureza, confere uma autossuficiência que nenhum outro objeto pode fornecer. Para Péguy, constitui a única alternativa verdadeiramente ateia a Deus, porque dá a ilusão de que se pode obter tudo, de forma que qualquer realidade pode ser convertida em dinheiro, que por sua vez possibilita possuir qualquer coisa”.

Também Marx, ao analisar a mentalidade capitalista, salientou “o caráter de consagração de todo o próprio ser a uma realidade considerada absoluta, superior a qualquer outra”.

“A avareza, uma vez que não se refere a nenhuma necessidade do corpo nem a nenhum prazer corporal, busca uma satisfação de tipo afetivo, mas ao mesmo tempo intangível, ligada à imaginação”, explica o sacerdote.

Dessa forma se configura “como uma forma mundana de consagração a um ídolo, algo para o qual se está disposto a oferecer a própria vida, sacrificando para isso a própria liberdade e dignidade”.

De fato, o dinheiro, longe de pacificar, ao se tornar um fim em si mesmo gera sempre novos temores, ansiedades e inseguranças: “o medo de perder o que foi conquistado, medo de que um rival consiga um bem cobiçado, ou de ainda de ser superado na escala social, tornando vãos todos os esforços de uma vida”.

Outro sentimento típico do avarento é a tristeza, ligada à frustração de não poder nunca encontrar algo que o satisfaça, fazendo-o sentir-se cada vez mais indigente. De modo que o “estranho masoquismo” que caracteriza este vício está em pensar que “a única fonte de felicidade é na verdade aquilo que está por arruinar a própria vida”.

Além disso, há uma estreita ligação entre a avareza e a solidão: “o avarento se encontra somente em companhia de coisas, a única realidade na qual pode confiar”.

Assim, o melhor tratamento para o vício da avareza é a prática de “abrir mão do que se recebeu para o bem-estar dos outros”.

“Esta disposição – explica Pe. Cucci – promove o desejo de viver bem a própria vida, tornando a pessoa capaz de sacrifícios notáveis, uma vez que seu coração se torna sensível ao sofrimento e às necessidades dos demais”.

Paradoxalmente, escreve Pe. Cucci, talvez “no fundo da avareza se encontre este esforço sobre-humano de querer dar valor à própria existência, a merecer viver; uma forma doentia de auto-estima”.

Ao contrário, porém, “é no encontro com o outro, na relação, que o homem encontra a verdade de si mesmo”.

“A verdadeira riqueza, que de fato nos pertence, é aquele que se recebe ao se oferecer o melhor de si, tornando-nos assim participantes da generosidade abundante de Deus” – conclui.

“Somente doando é possível superar a solidão infernal na qual se aprisiona o avarento”.

Pe. Alírio Pedrini dispensa apresentações. É autor de um dos livros mais originais e práticos sobre a cura por meio do perdão: ORAÇÃO DE AMORIZAÇÃO. É meu confrade de congregação e já foi meu diretor espiritual. Pregador de retiros e conhecido conferencista, Pe. Alírio lança agora mais uma obra. Ele mesmo a apresenta em um e-mail que me enviou hoje:

“Desejo encontrá-lo sob as melhores bênçãos para você, bem como para todos os que passam por seu ministéro sacerdotal.
Venho partilhar com você a alegria do lançamento do meu último livro intitulado: “A Santa Missa – Descobrindo o Essencial”.
Como você é um sacerdote de´profunda vivência eucarística, que celebra sempre com fé e devoção da Santa Missa, tenho certeza de que
o conteúdo desse livro o levará ainda muito mais a “Descobrir o Essencial” dessa celebração, e a despertar para a verdadeira intenção de
Jesus Cristo ao instituir a Santa Missa, naquela memorável quinta-feira santa.
Este “Essencial” lhe dará a compreensão ainda mais profunda daquilo que o Vaticano II disse: que “A Eucaristia é o ponto mais alto da vida da Igreja e a fonte de todas as suas graças”.Também daquilo que o Papa João Paulo escreveu: “A Igreja (povo de Deus) vive da Eucaristia”.
Pensando em seu crescimento espiritual e na sua ação pastoral pelo Santa Missa, gostaria que chegasse até você este livrinho, e que o lesse com a motivação de encontrar esse “Essencial”.
Imagino que ao lê-lo, você irá pensar em seus ministros da Eucaristia, em seus catequistas que preparam as crianças para A VIDA EUCARÍSTICA”, bem como naquelas pessoas eucarísticas que participam frequentemente de suas celebrações.
O livro é lançamento da Loyola. Você poderá encontrá-lo nas livrarias católicas. Caso você não o encontre na livraria procurada, peça ao gerente que o tenha para vender.
Se você tiver dificuldade de encontrá-lo, pode pedi-lo à Loyola pelo telefone: (11) 2914-1922 (departamento de vendas)”

Tenho acompanhado com algum interesse a postura da Santa Sé diante de algumas congregações religiosas cujos fundadores cometeram abuso de autoridade. É mais comum do que se imagina. Em alguns casos a estrutura da congregação foi forjada para encobrir graves erros do próprio fundador que, neste caso, tornava-se inquestionável. Veja aqui o relato de um caso concreto:

Segundo confirma o comissário pontifício
ROMA, sexta-feira, 30 de julho de 2010 (ZENIT.org) – O Pe. Alfonso Durán, fundador do instituto de vida consagrada de leigos e sacerdotes Miles Jesu, surgida nos Estados Unidos, cometeu graves abusos de autoridade, segundo confirmou o comissário pontifício e atual superior.Assim confirma, em um comunicado divulgado no dia 28 de julho, o sacerdote que recebeu esta tarefa no dia 25 de março de 2009, Pe. Barry Fischer, C.PP.S., ao concluir uma visita apostólica que foi confiada pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica e pelo vigariato da diocese de Roma.

“Com o tempo, ficou claro e é inquestionável: o fundador Alfonso Durán teve comportamentos erráticos que estavam totalmente fora do âmbito das faculdades que lhe foram conferidas. Alguns membros identificaram feridas causadas pelo exercício da autoridade durante sua direção.”

“O sentido equivocado da lealdade e da obediência formada nos membros facilitou este comportamento, totalmente inaceitável e não conforme com a disciplina da Igreja, nem suportável de forma alguma por um sentido saudável da vida consagrada”, acrescenta o comunicado do comissário.

“Os membros que se opuseram às suas ações ou comportamentos foram frequentemente condenados ao ostracismo. A disciplina interna e os costumes do instituto proporcionavam proteção para o fundador.”

“É preciso dizer, em justiça, que a maioria dos membros não tinha conhecimento das condutas inadequadas do fundador – esclarece. Alguma das acusações contra o Pe. Durán são verbais e não foram verificadas. No entanto, muitos fatos foram comprovados. É importante para todos descobrir a verdade, razão pela qual se divulga esta declaração.”

No final da visita apostólica, o Pe. Fischer recebeu um mandato de escrever “uma nova constituição que defina o carisma, a espiritualidade e a natureza apostólica do instituto; desenvolver um adequado discernimento vocacional e os princípios para a formação dos membros (ratio formationis); revisar os critérios financeiros e, em geral, revisar totalmente os costumes e normas”.

O Pe. Fischer, sacerdote da Sociedade do Preciosíssimo Sangue, reconhece: “Pude conhecer e admirar os membros e os projetos caritativos do instituto. Todos estão repletos de amor de Deus e de um sincero desejo de dedicar suas vidas ao serviço de Deus e da Igreja”.

“Alguns membros estão ativamente envolvidos na redação das novas constituições e em uma revisão completa dos costumes e normas do Instituto, segundo o espírito do Evangelho e em fidelidade aos ensinamentos da Igreja – explica. Será preciso prestar particular atenção ao desenvolvimento de novas estruturas para garantir um exercício adequado da autoridade e promover uma participação ativa e uma corresponsabilidade dos membros na vida do Instituto.”

“Como comissário e em nome da Igreja, desejo expressar minha profunda preocupação a todos os membros, assim como aos antigos membros e às famílias dos membros que foram feridos no passado devido à maneira como se exerceu a autoridade – afirma. Também estou pessoalmente agradecido àqueles membros que tiveram a coragem de solicitar a intervenção da Congregação dos Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólicas, trazendo à luz as situações em questão.”

O fundador e superior geral de Miles Jesu, Pe. Durán, foi afastado de suas funções por problemas de saúde, entre outros, degeneração neurológica, na primavera de 2007. Neste momento, o Pe. Fischer é o superior, assistido por um conselho formado por membros do ramo consagrado masculino e do ramo consagrado feminino (conhecidas como Domus).

Esta realidade eclesial, surgida em Phoenix (Arizona) em 1964, conta também com membros leigos em diferentes estados de vida (solteiros, casados ou viúvos), conhecidos pelo nome de Vinculum, que compartilham a espiritualidade e os apostolados de Miles Jesu.

Segundo o site de Miles Jesu, foram fundadas comunidades Domus (com membros que vivem o celibato), além de nos Estados Unidos e na Índia (1984), na Espanha (1985), Nigéria (1987), Itália (1988), República Tcheca (1990), Ucrânia (1990), Polônia (1991) e Eslováquia (2004). A casa geral se encontra em Roma. Além disso, há membros de Vinculum em Porto Rico, Inglaterra e Áustria.

“Ainda que este comunicado possa causar surpresa e ser doloroso para muitos membros e familiares – conclui o comissário -, a verdade não pode ser ocultada. Somente na verdade é possível conseguir um futuro melhor e mais saudável para Miles Jesu.”

“O trabalho de renovação já está em progresso e há entusiasmo para o futuro que os membros estão construindo juntos”, conclui o comissário.

Mais informação em http://www.milesjesu.com/

São Pedro Julião Eymard é o fundador das Irmãs Sacramentinas. Em Taubaté, durante muitos anos, celebrei a missa de domingo na comunidade das Sacramentinas que mantém Adoração Perpétua.

S. Pedro Julião Eymard, presbítero, +1868

São Pedro Julião Eymard foi o fundador dos padres e das irmãs sacramentinas. Nasceu em Esère, França, no começo do século XIX. Filho de um comerciante, foi primeiro padre secular e depois membro da Sociedade de Maria (1839-1856). Deixou a Sociedade de Maria para fundar a Congregação do Santíssimo Sacramento. Os últimos dias de sua vida foram cheios de contrariedades e de sofrimentos. Seus próprios religiosos já não demonstravam muita confiança nele. Ele consolava-se, então, com estas palavras:

“Eis-me aqui, Senhor, no Jardim das Oliveiras. Humilhai-me, despojai-me. Dai-me a cruz, contanto que me deis também o vosso amor e a vossa graça”.

Gravarão álbum de canto gregoriano
LE BARROUX, França, domingo, 1º de agosto de 2010 (ZENIT.org) – A gravadora Decca Records, que tem como sócia a Universal Music Group, e a comunidade beneditina da abadia de Nossa Senhora da Anunciação, em Le Barroux, acabam de firmar um contrato para a gravação de um disco de canto gregoriano.A comunidade de religiosas foi selecionada entre setenta conventos de todo o mundo devido à sua excelente interpretação.

“Nunca consideramos algo assim antes; vieram até nós. Inicialmente, pensamos que poderia afetar nossa vida de clausura, e então oramos a São José – disse a abadessa. “Nossas orações foram ouvidas, e pensamos que o álbum poderia ser algo positivo se ajudasse as pessoas a encontrar a paz”.

A comunidade de 28 monjas se reúne para o canto gregoriano oito vezes por dia.

O contrato comercial foi negociado através das grades do claustro, e a comunidade se encarregará de quaisquer fotografias ou vídeos necessários para a promoção e publicidade do disco.

Decca Records prevê lançar o álbum “Voice: Chant From Avignon” em novembro.