Desculpe o pleonasmo do título. A palavra “católico”, em sua origem grega, já significa “totalidade”. Cumprimos o mandato de Jesus Cristo antes de sua volta para a casa do Pai: “Anunciar o Cristo TODO para TODOS” (Mateus, 28). Mas resolvi insistir nesta verdade por dois motivos. Primeiro porque católicos “meia-boca” costumam viver a sua fé pela metade. No Brasil eles se reconhecem como “não-praticantes”. Estes costumam ser os alvos preferidos da pregação de algumas igrejas evangélicas que pretendem encher seus templos. Bem dizia o saudoso bispo de Aparecida, Dom Aloísio Lorscheider, perguntado em uma entrevista por que a Igreja Católica perde seus fiéis. Sabiamente ele respondeu: – “Engano seu. Os fiéis continuam conosco. Estamos perdendo os infiéis”.
Mas existe outro motivo para optar pelo título “totalmente católicos”. Percebo um movimento muito forte de recuperação da auto-estima dos católicos. É claro que existem os cínicos que torcerão o nariz ao ler o que estou escrevendo. Mas estes estão se tornando infiéis aos poucos e ainda por cima dizem que continuam os mesmos… a igreja é quem mudou. Balela. O Espírito está soprando em nossos irreverentes jovens. É claro que existe muita mensagem difícil de engolir nos novos sermões e canções. Há muito lugar comum e muito padre imitando pastor para recuperar migalhas do rebanho fujão. Não é disso que estou falando. O que percebo é que o Espírito Santo não parou de soprar na Igreja Católica. Ao contrário… há muita coisa bonita acontecendo escondida e infelizmente isso não é devidamente noticiado por nossas emissoras de TV que se dizem católicas.
Existem católicos sendo totalmente “evangélicos”… e um pouco mais. Somos do Evangelho. Não podemos dizer que não. Há um movimento bíblico acontecendo desde os antigos círculos bíblicos até as mais discretas comunidades eclesiais de base (CEB’s). Junto a isso existem católicos com suas Bíblias marcadas e surradas lendo e relendo… e mais que isso, estudando e vivendo a Palavra de Deus.
Tenho encontrado católicos totalmente “batistas”… e um pouco mais. Eles conseguem redimensionar a vivência do batismo recuperando o catecumenato sem criar um movimento fechado em si mesmo. Seu povo é fiel e estuda muito. Fazem muitos cursos sobre a doutrina cristã e tem seu Catecismo da Igreja Católica marcado e surrado. Sabem dar as razões da sua esperança.
Vejo por onde ando que existem católicos que se reconhecem como “assembléia de Deus”. Sabem que foram convidados, ou melhor, convocados para esta festa. Sabem que não são um povo qualquer. São povo de Deus. Formam comunidade. Conhecem bem seu pároco e o amam como pastor. É gente que participa de pastorais e vai à missa de domingo. Quando entram na igreja se sentem em casa… chamam quem está do lado de “irmão”.
Conheço muito bem os católicos “pentecostais”. Estão na Renovação Carismática e em muitos outros lugares. Muitos vivem esta espiritualidade intimamente. Rezam em línguas estranhas quando lhes falta a palavra conceitual. Não faz mal. Deus entende… e os bons teólogos (como Santo Agostinho) também! Vivem uma dinâmica carismática ao sabor do vento e tentam manter os pés no chão. Os que conseguem se tornam santos e acabam preferindo a oração de contemplação.
Já vi católicos “protestantes”. São profetas que anunciam a justiça social e denunciam toda forma de injustiça. Continuam lendo os livros da Teologia da Libertação, mas reescrevem esta carta em comunhão de Igreja, como convém aos que estão vivos e sabem se reinventar todos os dias. Muitos destes vivem a bela opção solidária e evangélica pelos pobres.
Finalmente existem os católicos da “congregação cristã”. Sou um deles. Congrego na Igreja Católica Apostólica Romana. Dentro dela faço parte de uma grande família: a Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus. Sou congregado sim. Mas existem também os congregados marianos e outros mais. Somos todos deste Sacramento Universal de Comunhão… que é a Igreja Católica… que, aliás, significa Universal! Somos evangélicos, batistas, assembléia de Deus, pentecostais, protestantes, congregação cristã e universal. Somos Católicos do Reino de Deus… e um pouco mais, afinal, temos o Cristo todo para anunciar a todos. Somos discípulos-missionários. Ser católico é ser quase tudo o que os outros cristão são… e um pouco mais!
É Somos discipulos-missionários e a Palavra de ordem Ide e evangelizai a todo mundo…e o pedido de Jesus Pai “Que todos sejam Um”…então Católico é ser quase tudo o que os outros cristãos são… e um pouco mais!
Maria Inês
Bom dia Padre…”Maravilhosa” simplesmente uma só palavra para definir suas palavras de hoje, eu me sinto assim como bem o Sr definiu. Eu conheço católicos maravilhosos que vivem SIM a palavra de Deus, chega de sermos taxados de povo que tudo pode de ´cristãos mornos, e eu também estou tentando buscar esse ponto de equilibrio quero sim ser uma católica de verdade não só de teorias, obrigado por suas palavras de vida e verdade. Deus te abençoe…Claudia Bebedouro SP
A sua benção Pe.Joazinho….
Sábias palavras…jeito bonito de enxergar…só podia vir de alguém assim como o senhor…voltado paras as coisas dos alto…
Deus o abençoe…
Vanessa
Pe. Joãozinho,
Depois que escrevi o comentário acima…enquanto a máquina lava as roupas, eu molhava as plantas e um pensamento… Vc não escreveu como esta procurando viver este “ser discipulos-missionários”… então Eis me aqui:
Já que a Palavra de hoje:
08/10/2008
No momento presente na vontade do Pai
(Nell’attimo presente nella volontà del Padre)
Bem estou procurando “ouvir mais” principalmente quando a pessoa esta revoltada com Deus…Estou procurando viver o “Silêncio de Maria”…
E com duas pessoas que moram no meu Bairro, penso que o objetivo foi atinjido…pois pediram desculpas pelo modo de falar e pareciam já estar mais em Paz!!!
Eu continuo rezando por elas!!!!
Maria Inês
Obrigado por essa colocação, também tenho visto o quanto o Espírito Santo tem soprado na Igreja e realizado grandes obras.
Realmente ser catolico é ser um pouco mais….Feliz de quem descobre que tem o Cristo todo para anunciar a todos.
um abraço
Adriana
Boa noite, Pe. Joãozinho!
Muito prazer em “conhecê-lo”. Digo isso porque não conhecia nada do senhor até este momento, quando pesquisando no google algum texto que preenchesse a minha alma angustia me deparei com este de sua autoria. Talvez ele tenha me despertado interesse porque a expressão “Totalmente Católicos” não se aplica a mim, ou melhor, ainda não. Sempre fui meio complicada com relação à igreja, nunca frequentei outra, sou católica nata, mas um pouco questionadora além da medida.
Mas, após passar por uma imensa dor, sentir que precisava acalmar meu coração e foi desta forma que comecei a buscar material de autoria de religiosos na internet. Encontrei textos maravilhosos do senhor e do Pe. Fábio e através da leitura destes tenho sentido um pouco mais de paz. Obrigada! Abraços, Vera.
Sua benção Pe. Joaozinho.
Tbm não o conhecia até a leitura deste blog….PARABÉNS Homem de LUZ por suas palavras sábias e justas.
Sou católico batizado, mas conheci depois que casei-me a CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL, e hoje sou frequentador semanal desta denominação, mas nunca deixei de ser CATÓLICO e muito menos de frequentar a Igreja, portanto esporadicamente.
Acredito que na Casa de Deus existem várias Moradas.
Sejamos HOMENS BONS E AMEMOS NOSSOS IRMÃO E TUDO O MAIS QUE DEUS CRIOU.
Obrigado Pe. Joaozinho.
Bom dia Pe. Joãozinho,scj
Simplesmente sereno e coeso, somos aqueles que anunciam “para todos” existem muitos de nosssos irmãos que ainda “dormem, parafraseando nosso Hino Nacional, em berço “batismal”…
permaneceram lá, parados ou chegaram até a sua 1ª comunhão e não se aprofundaram nas águas mais profundas de nossa fé e de nossa história.
Deus seja louvado pelos Pe. como o Srº que com este novo trabalho irá sacudir e inquietar a todos nós para uma busca mais conciente e verdadeira de nossa fé.
Deus lhe abençõe!
Sua bênção Padre Joãozinho para mim meu marido Heleno e meu filho João,
fiquei muito feliz por ter tido a oportunidade de conhecê-lo no programa Direção Espiritual, agradeço a Deus por ter tido a oportunidade de ouvi-lo no dia 02/04/09 falando sobre a felicidade de ser católico, assisti a reprise em companhia do meu marido no sábado e foi muito importante para nós, já há algum tempo eu vinha pedindo em oração por ele e como em suas palavras ele se tornou mais evangélico, porém, sua busca era maior, e como um católico infiel que foi, ele está descobrindo a felicidade de ser um católico fiel. Obrigada por levar para dentro da minha casa explicação e palavras que eu tinha em meu coração e não conseguia expressá-las a ele. Peço que o Sr. coloque minha família em oração.
Que Deus o abençõe,
Elaine Brandão
Que a paz e o fogo do Espirito Santo possam habitar hj e sempre em seu coração!!Parabéns Padre,pelo tão lindo texto que escreveste com tão grande expiração divina!!Deus seja louvado pelo seu sacerdócio hoje e sempre.Amém!!
É exatamente isto Padre, nossas bem aventuranças são passadas desapercebidas pelos meios de comunicação, mas de cada semente plantada surge uma nova arvore e esta arvore mais cedo ou mais tarde vai chamar a atenção.
A sua benção Pe Joaozinho, totalmente católico merece todas as mais belas considerações. Hoje posso dizer sem nenhuma insegurança..Sou feliz por ser catolica. Muitos dizem encontrei Jesus..no entanto precisaram sair da igreja catolica. E eu digo que Abri a porta pra Deus em minha vida…e que maravilha, que felicidade!! Dentro da minha fé catolica. Obrigada Pe. por me acompanhar nesse crescimento espiritual.
Catolicidade
Pelo Pe. Álvaro Calderón.
La Reja. Argentina.
Católico e ecumênico são dois adjetivos de origem grega que, se olharmos no dicionário, têm o mesmo significado: universal. Possuem, contudo, matizes distintos.
Católico vem de katá hólos, algo assim como “em ordem à totalidade”, daí que signifique geral, universal. Ecumênico deriva de oíkuméne, “toda a terra habitada”, já que ôikos significa casa. Católico, portanto, significa universal em um sentido mais amplo, menos determinado, enquanto que ecumênico se refere a uma universalidade territorial.
Mas se falamos da catolicidade da Igreja, os significados se aproximam ainda mais. Porque a nota de “católica”, que permite reconhecer visivelmente a Igreja de Cristo, assinala especialmente o fato de que a cristandade se estenderá, sem interrupção, desde os tempos apostólicos até o fim dos séculos, por toda a terra.
Por que chamamos à Igreja, então, “católica” e não “ecumênica”?
Chamamo-la “católica” e não “ecumênica” porque esta qualidade não pertence à Igreja da maneira de algo que se deu de fato e poderia não ter ocorrido assim, como seria possível dizer-se ecumênica à Coca-Cola; senão que é propriedade característica de um ser vivo, a qual provém necessariamente dos princípios de sua natureza, da mesma forma que dizemos que o homem é sociável, já que por sua natureza racional não pode viver e desenvolver-se humanamente sem um mínimo de sociedade.
A Igreja não poderia deixar de instalar-se por sobre toda a terra desde o primeiro impulso da pregação apostólica, “o seu som estende-se por toda a terra, e as suas palavras até às extremidades do mundo” (Sl. 18, 5), por causa da fecundidade e potência do princípio que a anima: o Espírito Santo, que baixou sobre Ela no dia de Pentecostes. A Igreja é divina, e assim como Deus está em todas as partes em potência, presença e essência, da mesma forma está a Igreja. Para expressar algo de tamanha grandeza carecia, portanto, de utilizar o termo que significasse a universalidade em seu sentido mais amplo, referindo-se não só ao fato da difusão geográfica, senão também a seu princípio. No campo católico, até o século XX, não se usava o adjetivo “ecumênico”, exceto para designar os concílios gerais. Os patriarcas gregos cismáticos, sobretudo o de Constantinopla, usurparam-no como título para rivalizar com a universalidade do Papa, Patriarca Romano, autorizando-se para isto na equiparação política que estabeleceu o imperador Constantino entre Roma e Constantinopla.
Até a metade do século passado, os mais abrangentes dicionários do pensamento católico não dizem nada além disso sobre o termo “ecumênico”, não mencionando sequer o neologismo “ecumenismo”[1]. O ecumenismo, tanto a palavra quanto a coisa, apareceu como fruto maduro do protestantismo liberal. “Faz uns cinqüenta anos, – diz em 1947 Yves Congar, que seria um dos principais peritos do Concílio Vaticano II – um fato novo se produziu no mundo da desunião cristã, fato que designa uma palavra nova, o ‘ecumenismo’; o movimento nasceu nos últimos anos do século XIX no seio do protestantismo americano….[como um] impulso em direção à unidade” (“Ecclesia”, Aigran, 1948, pág. 948).
Em 1920 o Patriarca de Constantinopla se associa a este movimento, passando desde então a ser ecumênico em duplo sentido – nem todos sabem da profunda influência dos teólogos do protestantismo liberal entre os ortodoxos.
Em 1928 o Papa Pio XI rechaça e condena com energia o “pan-cristianismo” ecumênico, que assedia o catolicismo liberal, por meio de sua encíclica “Mortalium Animos”. A condenação se repete muitas vezes até que, por justo castigo de Deus à tibieza dos cristãos, o liberalismo conquista o papado com João XXIII. Este Papa entrega o Concílio Vaticano II nas mãos do modernismo, e com o Decreto “Unitatis Redintegratio”, Roma, em flagrante contradição consigo mesma, se incorpora ao anticatolicíssimo movimento ecumênico.
Em que aspecto catolicidade e ecumenismo são comparáveis e em que se contradizem?
O ecumenismo é um movimento de agrupamentos religiosos que buscam conformar-se como partes de uma corporação mundial, sem perder, contudo, sua própria identidade. A catolicidade, dissemos, não é um movimento, mas uma qualidade vital do Corpo Místico de Cristo, qualidade que se traduz em sua inabarcável extensão mundial; não obstante também é o princípio de um movimento constante – o impulso missionário, assim chamado porque é continuação da missão ou mandato que trouxe à terra o Filho de Deus. Logo, o ecumenismo é um impulso cujo fim é a fabricação da nova catolicidade, ao passo que a catolicidade é princípio e fim vital do impulso missionário, que alguns agora chamam “ecumenismo verdadeiro”, o que certamente não convém porque, como vimos, a palavra é propriedade intelectual do pensamento liberal.
Em suma, como se deve comparar somente coisas do mesmo gênero, o moderno ecumenismo deve contrastar-se com o tradicional movimento missionário, produto da catolicidade da Igreja.
Como ecumênico e missionário são movimentos de incorporação, há de se comparar o princípio que obra, a matéria que utiliza, a transformação que produz e o termo que alcança.
O movimento missionário de incorporação ao Corpo Místico é semelhante ao processo de alimentação de um corpo vivo. Os princípios que obram a nutrição e o crescimento são as potências da alma que vivificam o corpo; o alimento, salvo exceção, é sempre uma substância de ordem inferior: os vegetais se alimentam de minerais, os animais de vegetais e o homem de tudo, menos de homens. A transformação que sofre o alimento é tripla: dissolução dos componentes elementares, assimilação dos elementos nutrientes e expulsão dos dejetos; e o final não é algo superior, senão a reconstituição do mesmo vivente.
Algo parecido ocorre na Igreja através das missões. O princípio que as anima é totalmente divino: é a potência do Espírito Santo, alma da Igreja desde o dia de Pentecostes. A matéria ou alimento das missões são todos os povos da terra: “Ide, pois, ensinai todas as gentes” (Mt. 28, 19), instituições humanas de ordem totalmente inferior à divina Igreja.
Agora bem – e este é o ponto que convém sublinhar – para poder assimilar os elementos nobres que em cada nação se possa achar, não só pessoas e famílias, mas também disposições morais e sociais e valores culturais, a Igreja deve sempre dissolver em menor ou maior grau as estruturas, sistemas e instituições que se encontram conformados; sobretudo deve acabar com os sistemas religiosos, que são sempre como a forma última que engloba e penetra as demais. A razão é simples: fora da Revelação e da influência da graça, o princípio que em menor ou maior grau anima a constituição dos povos é Satanás, príncipe deste mundo.
Nos povos de civilização greco-latina foi muito o que a Igreja pôde assimilar. Nos povos bárbaros e americanos, pouco; entretanto, assim como uma maçã não pode alimentar se não é mastigada até que deixe de ser maçã, tampouco a família romana ou a sabedoria grega – para dar exemplos do melhor – podiam tornar-se cristãs sem que antes se travasse contra elas uma guerra de morte: os filhos santificados tiveram de desafiar uma autoridade paterna que usurpava os direitos de Deus, e os Santos Padres lutaram contra uma razão que não queria submeter-se à Revelação.
Somente depois desta tarefa de demolição podiam eleger as boas pedras para a nova edificação. Porém, a força do Espírito de Cristo é capaz de vencer toda resistência: “Tende confiança, eu venci o mundo” (São João 16, 33); e a Igreja é católica, pois não há nação da terra que ela não seja capaz de incorporar. Por outro lado, o ecumenismo é um movimento de incorporação por meio de associação de semelhantes. O princípio que o move não é uma forma ou alma presente, senão um fim futuro que todos almejam; a matéria são partes ou sujeitos da mesma ordem; a transformação que devem sofrer para associar-se é acidental, de maneira que não perca cada sócio a sua identidade; e o final é algo superior a qualquer dos componentes. Pressupõe o pensamento liberal, contra toda a experiência da história e o senso comum, que as religiões podem ter uma vida independente da ordem política, como parece ter sido demonstrado no democrático paraíso americano (tenha-se em mente que a idéia do ecumenismo só poderia dar certo ali).
Afirma também, é claro, que a inteligência do homem não pode adequar-se de maneira única ao real, isto é, pressupõe o pluralismo da verdade, de modo que os credos de cada religião são como as constituições dos estados: cada um é bom para aquela que o possui e não tem sentido discutir qual é melhor.
Outorgados os pressupostos, segue-se o princípio motor do ecumenismo: todas as religiões trabalham, umas mais outras menos, pela constituição do Reino de Deus, reino escatológico cuja realização histórica tem a pretensão de se concretizar só no final dos tempos, porque o princípio e fundamento do liberalismo estabelecem que o reinado de Deus não pode ser político.
Segundo a doutrina católica até antes do último Concílio – com vigência de apenas dois mil anos – é a Igreja que estabelece desde agora na terra o Reino de Deus, cada vez que incorpora em seu seio um povo e o conforma de acordo com as leis do Evangelho.
Mas o Vaticano II refletiu e descobriu que a Igreja…
…não devia imiscuir-se tanto nos regimes políticos, já que o Reino de Deus pertence necessariamente ao futuro, e Ela no presente deve limitar-se em ser a semente desse reino: “A Igreja (…) constitui o germe e o princípio deste mesmo Reino na terra” (“Lumen Gentium”, 5).
Outro descobrimento conciliar: “as Igrejas e Comunidades Separadas, embora creiamos que tenham defeitos, de forma alguma estão despojadas de sentido e significação no mistério da salvação. Pois o Espírito de Cristo não recusa servir-se delas como de meios de salvação” (“Unitatis Redintegratio” , 3).
Até a véspera do Concílio, as religiões eram a diabólica crosta que impedia a assimilação das gentes no seio da Cristandade; doravante são sócias e companheiras na obra da Redenção.
Ai Senhor! que amigas para Vossa Igreja! A cismática Ortodoxia, fundada na negação de Vosso Vicário; a herética Reforma, fundada no rechaço de Vossos sacerdotes; a satânica Sinagoga, fundada no ódio a Vossa Pessoa!
Terceira novidade: “A única Igreja de Cristo (…) subsiste na Igreja católica” [Haec est unica Christi Ecclesia… subsistit in Ecclesia catholica] (“Lumen Gentium”, 8). Os católicos antes estavam convencidos de que a Igreja Católica era, sem discussões, a Igreja de Cristo, e por tanto os missionários davam seu sangue para incorporar os povos em seu seio, única Arca de Salvação. Mas agora parece que a Igreja Católica é só parte de algo maior, uma Igreja de Cristo (será Dele?) que inclui também as demais religiões em uma espécie de grande confederação. Assim como o Verbo – sugere-nos a “Lumen Gentium” – só subsiste na natureza humana de Cristo pelo mistério da incarnação, mas não deixa de fazer-se presente pela graça nos demais homens, assim também a Igreja de Cristo somente subsiste na Igreja Católica, no entanto não deixa de estar presente nas outras Igrejas e Comunidades, compondo com todas seu Corpo Místico. Muito lindo, mas é de um católico arrancar os cabelos: a Igreja Católica não é a Igreja de Cristo, e nem uma nem outra o Reino de Deus!
A confissão do Cardeal Kasper a respeito do ecumenismo
Concluindo, “não se creia que o ecumenismo seja suficiente, diz o Cardeal Kasper, se não se buscar a conversão ao catolicismo. A nova catolicidade consiste em todas as religiões, em todas as partes, aprendendo a viver nos mesmos edifícios, unidas em diálogo fraterno para buscar o futuro Reino da Paz.”
“Não temam os ortodoxos hospedar católicos em seu território, pois hoje em dia não há de se temer a agressividade dos antigos missionários; vejam como gradativamente franqueamos as portas ao protestantismo na América Hispânica e, na Europa, ao Islã. Todavia, no final dos tempos, o único reino universal que está profetizado, outro que não a Igreja Católica, é o frágil e momentâneo do Anti-Cristo.”
Muito é de se temer que o movimento liberal e maçônico do ecumenismo – leitmotiv do Concílio Vaticano II e do pontificado de João Paulo II! – esteja preparando espiritualmente seu advento, já que inibe a potência da catolicidade da Igreja na pregação do pluralismo, sofisma negador da unicidade e da evidência da Verdade que é Cristo.
Traduzido por Permanência.
Originalmente publicado em IESUS CHRISTUS Nº 93
Fonte: http://www.statveritas.com.ar
Padre a sua benção sou católica e participo da Renovação Carismática desde meus 13 anos, porém tenho buscado a palavra de Deus e os seus ensinamentos. Estou com muita dúvida quanto a minha religião, sobre imagens e santos, o poder de intercess
ão deles e de Maria, gostaria imensamente que o Senhor me explicasse sobre isso e comprovasse passagens bíblicas que comprovem isso,vejo que nós católicos somos muito relaxados quanto a leitura da bíblia não temos conhecimento. Tenho 26 anos sou casada, mãe de 1 filha sou formada em pedagogia e pos graduada, estou com muitas dúvidas…me ajude a esclarecê-las de forma precisa e clara, por favor…Grata
Pingback: Catecismo Online
Olá Pe. Joãozinho!!!
Estou encantada com o Sr e o Pe. Fabio de Melo. Adoro as conversas de vcs. Estou aprendendo muito. Seus textos são maravilhosos e suas palavras idem, porém este assunto tocado aqui me incomoda muito. Sou criada em berço Kardecista, qdo adolescente fui aos encontros dos jovens e algumas missas, porém sempre me senti muito perdida nelas, devidos aos rituais, frases, contexto que não conseguia acompanhar, claro que devido a não pertencer e conhecer a religião. Com o passar do tempo conheci a igreja cristã onde me identifiquei, por seus louvores, sua simplicidade para quem chega. Depois de 15 anos de idas e voltas, me batizei. Contudo já estou há quase 3 meses sem ir na igreja, e me sinto perdida. O porquê? Porque Jesus é uno como dizem, mas depois cada um quer explicar e se merecer mais por Cristo!!! E isso não entendo, somos todos iguais. A salvação não será pelo que cremos, mas sim pela misericórdia de Deus, ou seja, indiferente de ser cristã ou católica é Deus que vai ver o meu Salvamento. Que o mundo, cristão, seja sincero com Deus e não se importem em provar qual é melhor , mais correto para a REligião. Que cada um consiga amar o outro, mesmo com defeitos e arrogâncias, e vamos nos unir para fazermos o que realmente Cristo quer. : Amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a ti mesmo.
Com amor, carinho de sua fã. Te admiro demais.
Cintia
A IGREJA DE JESUS CRISTO NÃO É ROMANA
“Que fareis pois irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” (I Cor. 14:26)
Desconhecemos a espontaneidade e a liberdade nas reuniões do Corpo de Cristo, com a participação ativa dos crentes e não de alguns poucos, porque não entendemos ainda o que significa Igreja. É preciso compreender: desfez-se a reunião, e o ajuntamento dissolveu-se, não existe mais igreja. Igreja é reunião, é um ajuntamento ?
“Mas chegastes ao monte de Sião e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial… à universal assembléia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus e a Deus… e a Jesus…” (Hb. 12:22-24).
O tempo exige espaço para prover sua limitação, para demarcar sua referência de um acontecimento. “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em Meu Nome, ai estou no meio deles.” (Mt. 18:20). Jesus manifesta Sua presença na temporalidade dos encontros humanos nesta igreja de dois ou três paralelamente reunindo-se eternamente naquela igreja (assembléia) de milhares de primogênitos.
Estavam todos reunidos no mesmo lugar (At. 1:2), era a igreja. Dizer que a igreja estava reunida é uma redundância. Era a comunidade de irmãos e irmãs que numa constante dinâmica de relacionamentos entre si e em comunhão com Deus aguardava o derramamento do Espírito Santo, que João Batista chamou de Batismo. (At. 1:5).
A igreja não é de Roma, são todos os que estão em Roma, amados de Deus, chamados santos. (Rom. 1:7). A igreja de Deus está em Corinto (I Co. 1:3; II Co. 1:1), quando se reúnem no Nome Jesus e Ele está no meio deles. São as igrejas da Galácia; em cada cidade ou vila se congregam e porque estão congregados naquele tempo determinante são igreja (Gl 1:2). São os santos que estão em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus (Éf. 1:1). São os que estão em Filipos (Fp 1:1) e em Colossos (Cl. 1:2). É a igreja dos tessalonicenses em Deus, não que pertença a eles, são eles mesmos quando estão reunidos, em assembléia (I Ts 1:1, II Tes. 2:1).
Dissociar IGREJA da idéia de lugar definido, templo, denominação, prédio, edifício, “igreja” que continua sendo “igreja” mesmo quando não estão reunidos é exercício difícil do pensamento; tem-se que renunciar violentamente os axiomas e dogmas estabelecidos; tem que se desvencilhar e se desatar das tradições dos séculos protestantes e evangélicos; tem que ter coragem para romper com paradigmas cauterizantes e engessados de natureza puramente religiosa; tem que romper com sistemas hermenêuticos históricos que há muito roubaram os meios de se chegar até às Escrituras despreconceituosamente e tem que santificar-se, separar-se para a Verdade, pois é possível se libertar deste hibridismo – santo-profano – para entender por Revelação a discernir o Corpo de Cristo que definitivamente não está dividido.
Toda “igreja” tem um altar e um púlpito. O altar serve para uma classe sacerdotal exercer suas funções e o púlpito serve para discriminar os santos de Deus. “Mas vós sois a geração eleita, sacerdócio real (sacerdotes e reis), a nação santa, o povo adquirido para que anuncieis as virtudes daqueles que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz.” (I Pe. 2:9).
O rebanho de JESUS reconhece que o Espírito Santo constituiu bispos que o apascenta, mas sendo resgatado com o próprio sangue (conforme Atos 20:28), tem acesso livre ao Altar nos céus que elimina categoricamente qualquer altar na terra. Existiram na terra até à crucificação de Jesus altares pagãos e altares para Deus, depois da Cruz de Jesus, o último altar de Deus na terra, todo altar na terra se tornou pagão. Jesus é o Altar Eterno de Deus e é somente Nele e através Dele que nos encontramos com Deus.
O púlpito sacraliza a voz do que fala em Nome de JESUS. É somente para “os escolhidos.” Não é canal de todos os santos. Estes se silenciam para ouvir a voz do que fala. De fato, o púlpito roubou a liberdade dos santos de edificarem uns aos outros, porque se um somente edifica o culto não é do Corpo, mas do pastor ou daqueles que falam ou ministram. O púlpito atrai para si o referencial do propósito essencial da igreja em relação a nós, que os santos se reúnem para edificar uns aos outros. O apêndice tornou-se o destaque e aniquilou a função do corpo.
Se somos santos de Deus e entendemos as coisas do Espírito, não seria o caso de percebermos que o tipo de culto que temos é o mesmo praticado a 500 anos? Não seria o caso de voltarmos para o Novo Testamento e examinarmos as Escrituras para comprovar se estas coisas eram assim? (At. 17:11)
É preciso restaurar o culto às Igrejas, onde irmãos e irmãs edificam-se uns aos outros com o que Deus lhes deu, numa comunhão perene de gente que não segue um programa, não requer um animador para conduzi-los e que dispensa estrelismos. O que passar disto é entretenimento. Por melhor e até edificante que seja é outra coisa, não chame de igreja, à Luz da Bíblia não pode ser e definitivamente não é.
Igreja é: “onde estiverem dois ou três reunidos em Meu Nome, ai estou no meio deles.” (Mt. 18:20).
Questionamento: “onde estiverem dois ou três reunidos em Meu Nome, ai estou no meio deles.”, significa necessariamente que se estão reunidos no nome do Senhor?
Fato é que muito têm usado esse texto ba Bíblia para abrir templos e mais templos de outras denominações religiosas, na verdade não católicas, onde muitas são contraditórias umas às outras, embora estejam sempre “reunidas” em nome de Jesus.
Exemplo prático: Há tempo vinha sentindo a falta de um irmão de caminhada na Igreja. Hoje eu o encontrei na procissão da festa da paróquia. Meio chateado com as pessoas da Igreja, segundo ele, acabou esfriando na vinda à Igreja. Então, diante da minha exortação para que voltasse à casa do Pai, ele respondeu:
“Rezo em casa com minha esposa e meus dois filhos. Pois, onde dois ou mais estiverem reunidos…”.
PÉ bom tomar cuidado com essa passagem Bíblica! A Bíblia tem sido justificativa para muita falta de senso do que é uma Igreja.
Pingback: Rafael Busato
Padre Joaozinho,
Adoreeeeei, fantástica sua colocação. Estou conhecendo nossa igreja a cada dia e a cada nova descoberta fico cada vez mais apaixonada. Nossa igreja é completíssima. Acredito que os que saíram da nossa igreja, saíram porque acreditam mais no homem do que em Deus. Porque uma igreja que respeita e tem como exemplos os santos, respeita a família de Jesus que é completa, inclusive tem respeito pela fidelidade Maria como intercessora e como a mulher que veio para obedecer aos designos de Deus. Uma igreja que tem o Corpo e o Sangue de Cristo nos esperando todos os dias para ser consumido e adorado. Só pode ser igreja completa.
Quem precisa procurar Jesus em outro lugar são só os fracos na fé. Este que ainda está procurando Deus em um supermercado não vai achar em lugar nenhum. Amo, Amo e Amo nossa igreja.
Uma pergunta que eu gosto muito de fazer aos que não são da nossa igreja.
– Se Jesus veio pelo poder do Espírito Santo, e ele era 100% Deus e 100% homem.
De quem é o sangue que ele derramou na cruz? Que inclusive vocês proclamam o tempo todo o Sangue Poderoso de Jesus!
– Padre, eu mesma respondo – É o de Maria meus queridos.
Sou Católica Apostólica Romana (praticante e fiel), tem orgulho da minha igreja e Ponto final.
Pingback: anna
Pingback: Canção Nova Campinas
Pingback: Cleber Rodrigues
Pe Joaozinho
Como sempre um texto impecavel,como só o senhor sabe escrever e dizer.
Qta sensibilidade diante desta realidade ali observada.
O senhor consegue com esse jogo de palavras nos transmitir a alegria de sermos cristãos.
Realmente Deus está no meio de nós.
Sua palavra nos contagia.
Sua benção
Celia Maria/Jundiai
Sua benção, Pe. Joãozinho.
É tão bom ler coisas inteligentes e tenho certeza escritas a luz do Espírito Santo.
SOU CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA, pois fui batizada nela e sempre pertenci a esta religião universal e rica em história e tão presente em minha vida.
Acredito na sua doutrina e tenho fé que estamos seguindo a Cristo, só não podemos perder o foco “JESUS CRISTO’, o resto vem por acréscimo.
Abç, fraterno.
Pingback: Olga Silva de Souza
Sinceramente não entendo a Igreja…É contra o aborto, mas é a favor de matar por sobrevivência quando uma vida está em risco (OU ELE OU EU); é a favor da Educação dos jovens, mas as suas escolas e faculdades são as mais caras, sendo IMPOSSÍVEL um pobre entrar; prega a sobriedade na aquisição de bens, mas é detentora de prédios luxuosos; os CANDIDATOS ligados a Igreja são os mais ricos (ex: Chalita, Biondini. vide http://www.tse.gov.br); milhões de terrenos ABANDONADOS em todo mundo pertencem a Igreja, fazendo falta a quem não tem onde morar; é contra TODOS os que apoiam o aborto e os “casamentos” gays, mas condecoram ministros e presidentes que aprovaram isso (vide presidente e primeiro-ministro de Portugal, que mesmo aprovando estas coisas foram condecorados pelo Papa); são a favor da caridade, mas pouco se exerce dentro da Igreja, ou quando não é para pagar nos seus hospitais privados; são a favor de uma pessoa religiosa, mas nada ensinam nas igrejas, deixando as crianças analfabetas espiritualmente, pois em 10 católicos, existirão 10 maneiras diferentes de apresentar Deus e o destino final do Homem; são contra o marxismo e mesmo assim MILHARES de sacerdotes e fiéis professam esta doutrina falida; antigamente, dizia-se que “FORA DA IGREJA NÃO HÁ SALVAÇÃO”, e de uns anos para cá já admite que muitos possam se salvar sem pertencerem a Santa Igreja, até um herege protestante; cada santo, reconhecidos pela Igreja, apresentam milhares de caminhos para uma alma se salvar. Parece que um santo quer corrigir o outro. Nunca se entendem de qual modo o Homem pode se salvar, pois um diz uma coisa e outro diz outra; as Ordens dentro da Igreja vivem em disputa, pois cada uma diz uma coisa, a outra diz outra, e no final ninguém se entende, pois uns dizem que a Fé deve ser racional (jesuítas), e outros dizem que a Fé deve ser mística (carmelitas) e por aí vai.
Em que ficamos então? Depois dessas contradições todas, onde está o Cristo?
OBS: Não sou protestante, espírita e muito menos ateu, sou apenas uma pessoa querendo essas respostas.
Pingback: renata
Thiago…
Você poderia, sem erro algum, apontar 100 terrenos, desses MILHÕES ABANDONADOS, e que você afirma que pertencem a Igreja Católica?
P.S. E outra… Doutrina FALIDA é o marxismo!
Católicos “protestantes” são profetas?? Católicos que se reconhecem “assembléia de Deus”???
Que confusão!!!!!!!!!!!!
Faltou colocar esse: Há Católicos que amam a Igreja Católica, fundada por Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e fora dela não há salvação…
Pingback: sigaorigo
Totalmente Católicos – http://blog.cancaonova.com/padrejoaozinho/2010/09/02/totalmente-catolicos/
RT @lucasrafaelcc: Totalmente Católicos – http://blog.cancaonova.com/padrejoaozinho/2010/09/02/totalmente-catolicos/
Totalmente católicos « Padre Joãozinho, scj http://bit.ly/9x6y43
http://blog.cancaonova.com/padrejoaozinho/2010/09/02/totalmente-catolicos/
http://blog.cancaonova.com/padrejoaozinho/2010/09/02/totalmente-catolicos/
padre por tanto ódio aos evangélicos? sua palavra irônica as vezes me da vergonha de ser católico, desculpas temos aprendido muitos com os evangélicos a anos ñ podemos cuspir no prato em nos católicos comemos muitos lideres católicos inclusive amigos seus bebem do poço dos evangélicos, copia musicas e pregações. é triste ver tanto odio, daqui a pouco vai volta a inquisição.