A revista Paróquias abre o ano de 2019 noticiando e apresentando um encontro único e extraordinário para a Igreja no Brasil. Com a missão de educar, ensinar e indicar caminhos para a evangelização, a gestão e equipe da revista Paróquias lança o “Catequistas Brasil” e, em comunhão com a Igreja, traz essa boa notícia que vem integrar e abraçar os catequistas em um verdadeiro encontro de formação, liderança, encorajamento, compromisso e vivência da vocação como promotores da fé católica em sua missão de catequistas. O projeto que, em seu tempo de preparação para acolher milhares de catequistas, na cidade de Aparecida no mês de fevereiro, reuniu pessoas de todas as áreas comuns da Igreja e agora colhe em sua temática levar esse novo anseio para ajudar na missão catequética e cultivar sempre a decisão de contribuir na evangelização em sua plena atividade nas paróquias e comunidades pelo Brasil. Por isso, convidamos o Padre Joãozinho, scj (João Carlos Almeida), um dos colaboradores e assessores do ‘Catequistas Brasil’, para responder a algumas inquietações sobre a catequese e a formação dos agentes dispostos e vocacionados nessa grandiosa missão. Padre Joãozinho ajuda a pensar esta ideia de levar uma catequese instruída pela Igreja e suas diretrizes e orientações e, assim como a revista Paróquias, quer se unir cada vez mais a este propósito evangelizador ajudando e oferecendo conteúdo. Nesse sentido, Padre Joãozinho, conhecido de todos como compositor, cantor, escritor, professor de teologia na Faculdade Dehoniana em Taubaté-SP, dentre tantas outras atividades, formações e trabalhos, nessa entrevista responde, então, a algumas aspirações do leitor para que este possa conhecer o evento ‘Catequistas Brasil’ e além disso, contribui com uma reflexão sobre a formação dos catequistas e catequese. Confira.

 

Olho: “A estrutura e os assessores desse ‘Catequistas Brasil’ vão surpreender muito todas as pessoas, e quem fizer esse encontro com certeza não se arrependerá”

 

Apesar de ser a pastoral pioneira da Igreja, a catequese continua a ser desafiada e/ou confrontada com a nova cultura, por sua linguagem e método. Uma sensação de estar sempre um passo atrás das novas gerações. Que adequações a Catequese precisaria fazer para responder a essa demanda e projetar-se no tempo?

De fato, a catequese é a pastoral pioneira da Igreja. Se lermos com atenção o evangelho de Lucas e Atos dos Apóstolos, e mesmo textos dos primórdios do cristianismo, como a ‘Didaqué’, encontraremos a figura dos catecúmenos, aqueles que se preparavam para receber o batismo, a eucaristia, e também o sacramento da unção, da crisma, que eram aqueles que se convertiam à fé cristã e precisavam receber uma catequese. O Evangelho de Lucas, por exemplo, é todo construído como um verdadeiro manual de catequese para iniciar na vida cristã aqueles que se convertiam. Hoje, a catequese tenta buscar esta inspiração de novo.

O Documento 107 da CNBB fala da catequese voltar a uma catequese de inspiração catecumenal, ou seja, aquela catequese dos primórdios do cristianismo. Mas não simplesmente preparando para os sacramentos, como a primeira comunhão, e a crisma, ou mesmo outras formas de catequese, como por exemplo, o batismo e a preparação para o matrimônio. Se você pensar na ordenação sacerdotal, levei dezessete anos para me preparar para ser padre, mas muita gente para se casar basta apenas um encontro de um final de semana ou às vezes uma tarde. E para batizar um filho, basta uma ou duas horas de palestra. Então, a Igreja vem tomando consciência que é preciso retomar aquela iniciação à vida cristã de inspiração catecumenal e que seja querigmática, quando anuncia Jesus como Pessoa e que leva à conversão, ou seja, Jesus é o Salvador. Logo, a catequese precisa anunciar o querigma, precisa ser mistagógica – a pedagogia do mistério – ou seja, é preciso que aquele que participa da celebração da liturgia, da eucaristia, de todos os sacramentais saiba o que está celebrando porque foi iniciado nos mistérios, no culto e assim ele tem uma iniciação mistagógica. Essas são as características que a Igreja pretende com a catequese: não simplesmente como instrução para a vida cristã, mas iniciação à vida cristã.

 

 

Diante dos apelos da Igreja, que apresentou como uma de suas urgências, “Igreja, casa de iniciação a vida cristã”, como fazer para que os catequistas, sobretudo os de iniciação à vida cristã, se preparem para formar seus catequizandos de modo que eles se iniciem de fato na vida cristã? 

O novo catequista, o catequista da iniciação à vida cristã, o catequista querigmático, mistagógico, é uma pessoa convertida, é uma pessoa catequizada. Não é uma pessoa que sabe tudo de catequese, não é um bom leitor de um manual, mas é uma pessoa que vai dar o seu testemunho junto aos seus catequizandos. Vai levar os catequizandos ao encontro real com Cristo na Palavra de Deus porque ele medita e vive essa Palavra e dá testemunho dela. Então, essa é uma forma do catequista se comportar diante dos seus catequizandos, como um verdadeiro testemunho de vida, levando a que eles também se coloquem na partilha e que sigam o método de Jesus.

Os sete passos de Jesus no caminho de Emaús mostram o itinerário catequético que a Igreja propõe. 1) Jesus que primeiro vai ao encontro daqueles dois que estavam indo embora; 2) faz perguntas e escuta seus lamentos e dores; 3) depois reflete a Palavra de Deus; 4) entra para cear com eles; 5) partilha o pão; 6) depois eles fazem uma revisão de vida; 7) finalmente, eles se tornam também evangelizadores. Portanto, um catequista pode medir o seu desempenho, se ele foi um bom catequista, se os seus catequizandos se tornam catequistas. Essa é uma pergunta que eu sempre faço nos encontros de capacitação para catequistas. Quem aqui é um catequista que tem o seu ex-catequizando como catequista? E aí várias pessoas dizem: ‘olha, fulana de tal era minha catequizanda e hoje é catequista”. Posso testemunhar que minha catequista foi a minha mãe e hoje eu sou padre, um catequista do povo. Portanto a catequese dela deu certo.

 

Que contribuição o Documento 107, da CNBB, sobre a iniciação à vida cristã, trouxe para a catequese, e que sugestão o senhor daria para que ele fosse aplicado de modo eficaz na formação dos catequistas? 

O Documento 107, aprovado na Assembleia dos Bispos do Brasil, a CNBB, em 2017, é um documento, aliás, é um texto fundamental para todo aquele que queira ser um catequista do terceiro milênio, um catequista em comunhão com a Igreja. Acompanho os documentos sobre catequese desde a década de 1980, quando saiu o documento ‘Catequese Renovada’ (Doc. 26 da CNBB) e realmente parece que agora fechamos um ciclo, fortemente inspirado no episódio de Jesus com a Samaritana junto ao Poço de Jacó. Os bispos do Brasil encontraram um ícone, um modelo de como dar passos desde um diálogo até a verdadeira conversão, dar passos para uma catequese que realmente seja transformadora, que não seja simplesmente transmissão de conteúdo, de conhecimento, mas que seja transformação da vida.

Depois, o Documento 107 volta aos primórdios do cristianismo para aprender com a iniciação à vida cristã lá no catecumenato do primeiro milênio e chega à conclusão de que é preciso recuperar isso hoje, e que o catecumenato é atual. Nós já tivemos um documento para iniciação cristã de adultos, o RICA. Ele foi tão bem sucedido que acabou contagiando toda a iniciação à vida cristã que quer ser de inspiração catecumenal. É bom notar que o documento 107 não é só teórico, não é só inspirante, ele também é muito prático, ele propõe essa lógica catecumenal para nós hoje. Indica, por exemplo: como deveria ser um projeto diocesano de iniciação à vida cristã? O que precisa ter de mudança de estrutura? Precisa de conversão, conversão inclusive de estruturas, porque se nós continuarmos com algumas estruturas que temos, vai continuar a aula de catequese, vai continuar a Crisma para depois não ter jovens participando da comunidade. Então, a Igreja se pergunta nesse documento 107, o que é o querigma? Como se apresenta o querigma? O que é o catecumenato? Como fazer o processo de purificação, iluminação, mistagogia? Como acompanhar estes candidatos à vida cristã? Não é candidato a um sacramento como se fosse um prêmio, como se fosse uma formatura; é candidato à vida cristã. Depois esses sujeitos eclesiais não são simplesmente crianças ou mesmo adolescentes. Os âmbitos da catequese chegam na família; a família precisa ser também evangelizada. São adultos, claro são crianças, mas também são pessoas com deficiência, são pessoas afastadas e até bispos, padres que precisam ser iniciados na vida cristã. E aí temos a revisão dos manuais, dos textos. Enfim, o documento 107 merece uma leitura atenta porque é um dos melhores documentos que a CNBB publicou até hoje.

 

O ‘Diretório Nacional de Catequese’ fala da importância de incentivar uma preparação dos catequistas, abrangendo método, conteúdo, pedagogia e linguagem. O que senhor explica sobre essa orientação?

O Diretório Nacional de Catequese repercute para o Brasil aquilo que já dizia o Diretório Geral para Catequese da Congregação para o Clero publicado lá pelos idos de 1997, mas para o mundo inteiro. O Brasil tem situações particulares, mas as linhas gerais são as mesmas. O Concílio do Vaticano II foi um movimento catequético e é uma renovação da catequese. Aliás, ele fala em catequese renovada, alguns desafios. Então, talvez este seja o grande desafio da catequese renovada, que agora é catequese de iniciação à vida cristã: o método! A palavra método significa um jeito de caminhar, como é que se caminha? Fala-se agora de ‘iter’ ou itinerário catequético. Catequese se faz no caminho, não é sentado, não é aprendendo conceitos, mas praticando! Como Jesus lá no poço de Jacó, mas mesmo como Jesus nos discípulos de Emaús, como Maria diante do anjo Gabriel. São catequeses itinerantes, mas é claro, é preciso pensar o conteúdo dessa catequese. A catequese não é apenas um diálogo sem propósito e João Paulo II promoveu uma síntese do conteúdo catequético no Catecismo da Igreja Católica e é preciso que os catequistas bem informados conheçam esse conteúdo.

Para ser um bom catequista é preciso preparar-se pedagogicamente e até didaticamente. Pedagogia é levar o educando pela mão e o iniciar na vida cristã. A didática se refere aos meios: como que eu vou montar o encontro de catequese? Que recursos eu tenho? Quem estudou pedagogia sabe o que é didática. Nós precisamos educar os catequistas nesses macetes didáticos, senão ele pode cair numa série de erros primários que vão até fazer com que você tenha um bom desempenho na sua catequese, mas no final ninguém se converteu, ninguém aprendeu nada. Tudo isso passa por uma questão de linguagem. Já tivemos vários modelos de catequese na igreja, mas hoje nós queremos um modelo que leve realmente à conversão.

 

E como integrar uma formação dos catequistas como comunicadores de experiências de fé, comprometidos com uma “Igreja em Saída”, seguindo os passos do Papa Francisco?

A Igreja em Saída do Papa Francisco tem tudo a ver com a catequese como iniciação à vida Cristã. Por que essa catequese não forma apenas discípulos, gente que sabe o catecismo, gente que sabe o Credo, conhece o Pai Nosso, conhece os sacramentos e conhece os mandamentos. Não é apenas isso, é gente que está disposta se tornar também evangelizador para sair em missão. Então o catequizando se torna um catequista, o evangelizado se torna um evangelizador. Se isso acontecer então começa um círculo virtuoso da evangelização. É isso que significa catequese em tempos de Igreja em Saída. 

 

 

Quais são as perspectivas e desafios para a catequese no Brasil hoje, sobretudo, depois do Sínodo da Juventude?

Depois do Sínodo da Juventude, um dos grandes desafios é conhecer a mente desse jovem da pós-modernidade líquida. Hoje os valores estão difusos, a verdade está relativizada e tudo é subjetivo. O mundo sólido desapareceu e um dos efeitos disso na juventude – o papa Francisco fala muito bem disso no livro Deus é Jovem – é que esse jovem, náufrago da pós-modernidade líquida, como dizia Zygmunt Bauman, quer se apegar a uma boia, a um barco qualquer, e há piratas de ideologias oportunistas que estão passando por aí tentando coletar essa juventude e transformá-los numa geração de neoconservadores alienados, gente que pegou uma boia porque precisa se segurar em alguma coisa e quando eles perceberem que venderam a alma para uma ideologia de segunda categoria, então talvez não tenham mais a capacidade de crer, porque perdem a fé até na última boia que se apresentou. O resultado dessa tragédia é uma geração frustrada, que encontra no suicídio uma solução louca para os seus dramas. Em vez disso, vamos apresentar para essa juventude a pessoa de Jesus Cristo. Não devemos apresentar uma ideologia de direita ou de esquerda, mas simplesmente apresentar a pessoa de Jesus Cristo, a partir da Bíblia, a partir da Palavra de Deus. Essa é a Verdade Sólida, a única que realmente salva. O jovem que conhece Jesus Cristo na Palavra de Deus não venderá sua alma para uma ideologia oportunista.

 

 

A revista Paróquias está promovendo o ‘Catequistas Brasil’, evento inédito para a Igreja no Brasil, quando reunirá os catequistas na cidade de Aparecida/SP de 8 a 10 de fevereiro de 2019. Para o senhor, um dos palestrantes e assessor na produção geral do evento, qual a sua observação e análise sobre o encontro?

O evento ‘Catequistas Brasil’ acontece na hora certa. Eu não sei como é que já não aconteceu antes. Mas agora é o momento! Em 2017 tivemos o documento 107, Iniciação a Vida Cristã. Em 2018 tivemos a 4ª Semana Brasileira de Catequese que digeriu a iniciação à vida cristã e evidenciou uma série de manuais publicados pelas editoras católicas já em sintonia com essa nova perspectiva e linguagem, mas voltado para um grupo de especialistas em catequese, coordenadores de catequese nas diversas dioceses do Brasil. Agora o ‘Catequistas Brasil’ quer levar essa maravilha para todo mundo, para todo catequista, todo aquele que quer evangelizar por meio da catequese. Por isso o evento é um serviço àquilo que está bem expresso nos documentos da Igreja, mas nem sempre é traduzido para os catequistas de nossas paróquias em uma linguagem que ele realmente entenda e consiga colocar em prática. Esse é o foco do “Catequistas Brasil”: não cria novos conteúdos de catequese mas forma a pessoa do catequista naquilo que a Igreja ensina.

Portanto, um evento que se propõe a reunir 5 mil pessoas na Casa da Mãe precisa do apoio de todo mundo, porque não é todo dia que leigos promovem um evento para leigos. E isso surgindo no ano do Laicato, que foi nesse ano de 2018, o ano do Laicato deu origem ao projeto ‘Catequistas Brasil’ e a Revista Paróquias é responsabilidade de um grupo de leigos. Então, estou muito feliz de poder contribuir com essa iniciativa que é a primeira de uma série de eventos que vai marcar a Igreja no Brasil e vai levar esse projeto todo de iniciação à vida cristã até lá na realidade daquele catequista que tem os seus catequizandos e que quer saber como fazer isso da melhor maneira possível.  

 

 

O que a Igreja pode esperar do ‘Catequistas Brasil’?

A Igreja pode esperar do ‘Catequistas Brasil’ um movimento inspirado todo ele de cima a baixo no Documento 107 da CNBB, inspirado todo ele no itinerário catequético, inspirado todo ele no diretório nacional de catequese, que por sua vez, está fundado no diretório geral para catequese. Um momento de capacitação séria do sujeito eclesial, que é o catequista, de capacitação para que ele possa sair daquele lugar sentindo que tem jeito de evangelizar por meio da catequese. Que ele saia dali cheio de esperança, de ânimo, com as mãos cheias de sementes práticas para lançar no seu lugar de apostolado. Nós não queremos no ‘Catequistas Brasil’ colocar um ideal inatingível, alguma coisa que seja tão idealizada que todo catequista vai dizer: “Tão alto que eu não consigo alcançar”. Não! É possível para todos os catequistas de A a Z. Por isso, a estrutura e os assessores desse ‘Catequistas Brasil’ vão surpreender muito todas as pessoas e quem fizer esse encontro com certeza não se arrependerá.

 

 

O senhor, como membro da Faculdade Dehoniana, que é parceira e apoiadora do “Catequistas Brasil”, fale que novidade vem por aí que somará ainda mais com a formação dos catequistas?

A Faculdade Dehoniana, em parceria com a Promocat e a Revista Paróquias, pretende apresentar uma oportunidade para aqueles que querem mergulhar ainda mais fundo. Nós temos catequistas que querem mais formação e para isso nós estamos montando uma pós-graduação para catequistas do Brasil, ou seja, para quem quider, além daquele conhecimento de um final de semana em Aparecida, fazer 360 horas de um curso de pós-graduação lato sensu que habilita inclusive para lecionar no ensino superior e capacita para lecionar ensino religioso escolar. Nós queremos reunir umas 100 pessoas, possivelmente lá no hotel Rainha (do Brasil), em Aparecida, durante 2 anos, a começar de julho de 2019 até janeiro de 2021. Dois anos, 24 meses de um estudo profundo e sistemático. A Faculdade Dehoniana já tem uma tradição na oferta de pós-graduação de qualidade. A pós-graduação em Mariologia é um exemplo disso, e agora oferece a Pós-graduação para catequistas do Brasil.

 

Para finalizar, fale como a paróquia pode participar do ‘Catequistas Brasil’ incentivando seus agentes da Pastoral da Catequese. O que o pároco pode aguardar do evento enviando seus catequistas?

A generosidade dos catequistas é notória em todas as paróquias do Brasil. São voluntários, que dedicam seu tempo, um tempo de preparação, um tempo de capacitação e também aquele tempo da catequese. É gente comprometida, gente convertida. Por isso, penso que o pároco tem uma oportunidade maravilhosa de manifestar a sua gratidão a um grupo de catequistas, para que venham ao ‘Catequistas Brasil’ e depois possam repercutir isso, porque catequese significa repercutir, ‘Kat-ekhéo’ é eco, que eles possam repercutir para os outros catequistas. Talvez não possam vir todos, mas com o auxílio da paróquia podem pelo menos virem alguns com o compromisso de depois repassarem para os outros. E por que não um ou dois da paróquia ou diocese virem com o incentivo, inclusive financeiro, fazer uma pós-graduação para depois se tornarem aquele catequista que já tenha talvez uma caminhada com um pouco mais de experiência? Uma paróquia que está bem estruturada possui uma gestão bem elaborada, forma seus agentes. Essa é uma maneira inteligente de aplicar o dízimo, não apenas em paredes, em alfaias, em beleza exterior, mas em preparar pessoal qualificado. As empresas fazem isso, investem muito e depois colhem frutos saborosos do investimento em capacitação de pessoal. Um dos melhores investimentos que uma paróquia pode fazer é formar seus catequistas.  

 

Para participar do ‘Catequistas Brasil’ acesse o site: www.catequistasbrasil.com.br e faça sua inscrição.

Por telefone (12) 3311-0665 e Watsapp (12) 99360-1989

Por e-mail: contato@catequistasbrasil.com.br

Inscreva seus agentes da Pastoral da Catequese! Vale a pena participar!

 

Acabo de receber algumas perguntas do povo de Juiz de Fora, elaboradas pela Escola de Evangelização Santo André, que promoveu o encontro deste último final de semana:

1.     Todos que tiveram a oportunidade de estar no Avivamento Espiritual, ficaram encantados com o carisma e com a forma que o senhor ministra a Palavra e as músicas. O que o senhor achou de Juiz de Fora? Como e quando será sua próxima vinda à cidade?

Sempre ouvi falar de Juiz de Fora, mas conhecer pessoalmente cada uma das subidas e descidas desta cidade foi maravilhoso. Conheci batalhadores e gente santa. Conheci o coração de uma Igreja local que luta para viver o mistério da comunhão. Senti falta de ter estado com o sr. bispo e com os meus irmãos sacerdotes. Precisamos “resgatar” uma uma Igreja cada vez mais una, santa, católica e apostólica. Este foi o coração da minha mensagem nestes dias. Aliás, não fiz mais do que repetir a provocação profética da Conferência de Aparecida: SOMOS DISCÍPULOS-MISSIONÁRIOS… um pé na terra e o outro não!

 2.     Em uma de suas músicas que foi cantada ao longo do retiro, o senhor fala que o católico deve ser protestante, pentecostal e um pouco mais. Na sua visão, o católico não vive esses carismas por receio de se assemelhar aos “evangélicos”?

Respondo a esta questão em um artigo que mando de presente para a Escola de Evangelização Santo André. Na canção digo que “sou feliz por ser católico e não tenho medo de dizer!” Precisamos recuperar as dimensões de nossa fé que alguns evangélicos vivem em parte e, às vezes, muito bem. Se eles estudam e vivem o Evangelho, pois bem… que sejam evangélicos. Mas eu não sou nem um centímetro menos evangélico que cada um deles, pois minha vida é pregar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
3.     A música que diz: “um pé na terra e outro no não”, que também foi cantada ao longo do Avivamento, fala para conciliarmos a vida no céu com a vida na terra. Como senhor concilia esses dois lados na sua vida?

Isto é um desafio muito concreto na diocese de Juiz de Fora que por tradição vive uma fé bastante comprometida. As belezas da Teologia de Gustavo Gutiérrez tem um eco forte por estas bandas. As CEBs tem em Juiz de Fora alguns dos seus principais especialistas. Neste mesmo espaço eclesial nasce uma flor espontânea de pentecostalidade católica que o teólogo Yves Congar exlicaria com sua teoria do “setor livre”, ou seja, o Espírito Santo não precisa dos nossos decretos para agir. Ele é soberano. Mas isso não significa que posamos agir independente do Magistério da Igreja. É a Igreja quem deve discernir estes “sopros”, sem jamais extinguir p Espírito. Juiz do Fora pode ter um pé no chão e  outro não, ou seja, juntar mística e militância vivendo a Igreja como “sacramento universal de comunhão, ou seja, de salvação, que é a mesma coisa, segundo o Concílio Vaticano II.

4.     O livro “As sete virtudes do líder amoroso”, foi um sucesso de vendas que surpreendeu até o senhor! Qual foi a motivação que o levou a escrever sobre liderança?

Foi quse por acaaso. Não foi muito premeditado. Ao escrever o livro fui percebndo que havia redescoberto um tema que na década de 1970 estava muito em voga em nossas comunidades. Precisamos voltar a formar nossas elites para que de fato a opção preferencial pelos pobres seja inteligente, lúcida.

5.     Como vive hoje o Pe. Joãozinho? Quais são os próximos projetos?

Após meu “repouso dominical” de segunda-feira, dou aulas de teologia a distância na terça, aulas presenciais na quarta e na quinta atuo como diretor da Faculdade Dehoniana em Taubaté. Na sexta-feira preparo a ação missionária do final de semana. Preparo para 2009 a gravação do meu 30º Disco de canções e do meu 21º e 22º livros. Deverei em 2009 dedicar mais tempo para a leitura e a reflexão além de escrever mais. Tenho um projeto para um texto acadêmico. Aém disso, temos vários projetos de Educação a Distância no campo da teologia.

6.     A Escola de Evangelização Santo André ficou muito feliz com a presença do senhor nesse Avivamento Espiritual! Qual a mensagem que o senhor nos deixa?

Fiquei muito feliz por ver a quantidade de jovens de qualidade na Escola de Evangelização Santo André. Gostei de conversar com o pessoal da Comunidade Resgate e poder ajudar a discernir algumas coisas importantes. O povo ficará para sempre marcado em minha memória… estar dentro e fora de Minas e do Rio de Janeiro só fez bem a estes mineiros torcedores do flamengo. Amei demais o povo desta terra. Já na terça encontrei com meu irmão Pe. Fábio de Melo e lhe disse: “Agora entendo porque você vai a Juiz de Fora até a pé…”. Ele respondeu: aquele povo é santo e inteligente!

Recebi estas perguntas do Diego, membro do grupo de teatro VIVARTE, do Santuário São Judas, em São Paulo. Respondi e elas foram postadas no site do grupo.

Confira: http://www.grupovivarte.com/cristoarte/entrevista_padre.html

– Muitas de suas músicas, fazem sucesso no meio católico, fazem parte da história de muitas pessoas. Como é saber disso? Qual sua opnião sobre o cenário atual da música católica?

Melhorou o cenário de intérpretes e instrumentista. Hoje se toca e canta bem melhor do que a vinte anos. Mas vivemos uma forte carência de bons compositores. Muitos intérpretes quando vão gravar um CD têm dificuldade de arrumar bom repertório, ou regravam o que já foi sucesso. Outra dificuldade é que los Ministérios de Música em geral sonham em se tornar uma banda e gravar um CD. Quando isso acontece querem fazer shows, e não mais tocar na missa ou no grupo de Oração. Isto é o começo do fim.

Fazer uma canção que se torna popular é uma graça muito grande para um padre. É como se um sermão de três minutos fosse decorado por todo um povo que canta do começo ao fim sem papel na mão “conheço um coração…”

– Como nascem as canções? Tem alguma história sobre o “nascimento” de uma canção que você goste mais?

As canções mais inspiradas acontecem inesperadamente e já vêm completas, com letra e música. Foi assim com “Mestre”, “Oração de Cura”, “Conheço um coração”, “Deus agirá” e “Mãe”. Esta última aconteceu em Taubaté. Eu tinha que cantar para um grupo de mães da terceira idade, quando ainda era seminarista. Mas esqueci do compromisso. Quando vieram me buscar é que vi que não saia nenhuma música de homenagem para a mãe. Procurei um disco e não econtrei. Então Deus me socorreu e a música saiu em cinco minutos. É uma de minhas canções de que mais gosto.

– Como você vê o teatro cristão? É um importante meio de evangelização? O que poderia ser feito para usar melhor a arte na evangelização?

É um meio fantástico de comunicação da fé e dos valores. É primo-irmão da liturgia. Poderíamos incentivar mais o teatro, mas separado da liturgia. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Cada um dos dois tem sua linguagem. Missa não é teatro e teatro não é missa.

– Você sempre está envolvido em algo em prol a evangelização. Como você vê a participação dos jovens nessa missão?

A juventude tem garra e força para superar paradigmas, abrir-se ao novo e enfrentar desafios. A Igreja precisa da irreverência dos jovens. Vi igrejas na Europa sem jovens nem crianças. É deprimente.

– Ser Sacerdote, ser músico, ser escritor, ser pessoa. Como é conciliar todas essas missões, sua vocação, seu coração, seu dom…?

É preciso exercitar a disciplina e fazer uma lista de prioridades. Nem sempre consigo responder todos os e-mails como gostaria. Tenho artigos para revistas que têm data marcada. Às vezes atraso… Mas o importante é não achar que isso vai salvar o mundo. Jesus já salvou. É preciso encontrar tempo para repousar. E eu encontro, entre uma viagem para o sertão de Pernambuco e a floresta do Amapá.

– A arte na Igreja apesar de ter melhorado muito, ainda é muito aquém da arte secular. Aonde você acha que está a nossa maior falha, já que essa missão é de todos?

Tem toda razão. Ainda temos que melhorar nosso padrão artístico. Acho que estamos no caminho. Mas precisamos entender que arte é 10% de inspiração e 90% de transpiração. Sei o quanto os artistas profissionais estudam e ensaiam. Achamos que para Deus, para a igreja, de qualquer jeito está bom… mas isso está mudando. Graças a Deus!

– Qual seu sonho para a arte dentro da Igreja?

Sonho com o dia em que descobrimos que a arte parte da simplicidade das formas. Sonho com uma liturgia mais artística onde não haja comentários; onde o padre fale menos e reze mais; onde o povo participe sem precisar que alguém fique dizendo a letra do canto na frente, como se fossem todos infantis; onde haja menos barulho e mais mística… acho que realmente estou ficando velho. Mas to achando muito do que fazemos dentro da igreja, muito, mas muito chato. Não estou sozinho nesta náusea. Adélia Prado disse estes dias que algumas igreja tem sido um ótimo lugar para se esconder de Deus!

O que você escuta? Quais são seus artistas preferidos?

Gosto de MPB. Das mulheres escuto muito Maria Rita, Bethânia, Rita Lee (qe é um gênio), Cássia Eller (só o acústico MTV), e gostava de ouvir a Ana Carolina (mas ultimamente ele se proibiu para menores como eu). Dos homens gosto de tudo do Chico Buarque, de algumas coisas do Gilrberto Gil, do balanço do Lulu Santos e da melancolia do Milton. Gosto de algumas bandas. Ouço muito o Equilíbrio Distante do Renato Russo. Não tenho vergonha de dizer que gosto de Roupa Nova. A lista completa seria longa. Mas em geral no meu carro carrego somente música instrumental. Ultimamente estou ouvindo o CD FOUR do grupo Jazz 6, que traz no sax o conhecido escritor Luiz Fernando Veríssimo. Escuto toda semana. É gravação das Paulinas.

Dos compositores católicos admiro muitos e escuto todos uma vez. Mas só consigo continuar ouvindo o que vem do Dalvimar, do Walmir Alencar e do Pe. Zezinho. Não escuto meus discos porque não gosto. Tem uma compositora preferida que não é conhecida: Ir. Maria Angélica, carmelita de Camaragibe, em Pernambuco. Para mim é a melhor sensibilidade mística e musical que temos hoje no Brasil. Como banda coloco o destque total no Rosa de Saron, que uso em minhas aulas.

– Qual é a maior luta de um artista cristão?

Manter a humildade quando vem o sucesso e a serenidade quando vem o fracasso.

– Qual é a sua maior luta?

Manter a disciplina para equilibrar oração e ação.

– Você acabou de lançar um livro que fala sobre Liderança, qual a diferença entre liderança no mundo corporativo e liderança de um ministério, grupo ou movimento na igreja? Podemos aplicar os mesmos conceitos?

Não existe diferença. Líder é líder em qualquer lugar. Os princípios são os mesmo. A amorosidade faz os grandes líderes de sucesso. Não foi assim com Jesus e Paulo de Tarso?

– Deixe um recado para os artistas que acompanham nosso site.

Lembre-se: assim como nas Bodas de Caná, quanto mais água de esforço você investir na sua arte, mais vinho de unção você receberá. Mas lembre-se: esforço humano é apenas água… só a graça de Deus nos dá sabor!

Inspirado no grande lema da vida do francês João Leão Dehon fundador da Congregação Sagrado Coração de Jesus, Padre Joãozinho, quinze anos de sacerdócio, lança o 11º CD por Paulinas-Comep: Ecce Venio – Sacerdote para sempre. Mais uma vez, deixa explícito o lema que permanece inspirando todos os que, como ele, Pe. Anísio José e Pe Zezinho, participam da Família Dehoniana: Ecce Venio (em latim, ‘eis-me aqui’).

 

“Se você prestar bem atenção, nossos livros e canções têm esta marca registrada: somos padres do coração”, avisa. “Faz algum tempo que este fogo queimava novas canções em meu interior”, diz, apresentando o trabalho, também um resgate dos quinze anos dedicados à vida sacerdotal e à comunicação.

 

As canções são permeadas por citações bíblicas, com um pouco da história de dedicação, obediência, entrega e dilemas, que começou a ser escrita no despertar da vocação. Um bom exemplo entre as dez canções e dois mantras (em latim) deste CD, é “Prece do amor”, composta quando tinha 15 anos e estudava em um seminário em Curitiba. “Foi meu jeito adolescente de fazer uma declaração de amor a Deus”.

 

As inspirações continuaram aflorando ao longo da sua vida – em retiros, palestras, aulas, encontros… “Sacerdote para sempre”, por exemplo, “é um resumo musical de minhas palestras. Nasceu em dezembro de 2006 durante um retiro de preparação para ordenação sacerdotal de alguns jovens, hoje espalhados pelo mundo afora.”

 

Outro destaque, “Amigos mil”, composição do Pe. Zezinho, é uma homenagem ao grande amigo que sempre o acompanhou. “Cada palavra dessa canção esconde um tesouro de verdade. Escute em silêncio… com o coração no colo de Deus, nosso maior amigo”, sugere Pe. Joãozinho.

 

O CD começa e termina com a mesma melodia dos mantras, Ecce Venio, e, para finalizar, “Ecce Ancilia”, o ‘eis-me aqui’ de Maria, ambos dos padres Joãozinho e Anísio José.  “É muito mais do que o ‘Eis-me aqui’, é a marcante disponibilidade de Cristo que em tudo cumpriu a vontade do Pai. Para o Pe. Joãozinho os mantras trazem uma proposta de harmonia e paz interior para quem os escuta. “Hoje, existe tanta música que nos desintegra, gera um caos dentro de nós. Espero que minhas canções tragam paz e harmonia interior.”

 

Destaques, ainda, para “Eis-me aqui”, tradução de “Eccomi”, uma das músicas mais populares nas missas da Itália, escrita pelo jovem sacerdote Marco Frisina, maestro, músico e cantor, regente do coral do Vaticano.

  O cantor

João Carlos de Almeida, ou Pe. Joãozinho, nasceu em Brusque, SC. Começou a tocar violão aos 11 anos, demonstrando a inclinação desde muito cedo para a música, a literatura e vocação sacerdotal. Enquanto se aprofundava nos mistérios da fé, e da vocação sacerdotal e religiosa, deu continuidade aos estudos musicais, levando suas canções a missas e festas religiosas. Foi ordenado padre em 1992, e hoje dirige a Faculdade Dehoniana, no interior de São Paulo.

    

CD: Ecce Venio – Sacerdote para sempre

Pe. Joãozinho

Editora Musical: Paulinas-COMEP

Código: 119717

Preço: R$ 19,80

   

Contato para imprensa

Léo Guimarães

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1) Pe. Joãozinho, conte-nos sobre sua experiência pessoal com Jesus Cristo. Como aconteceu? 

Não tenho testemunhos extraordinários. Tudo em minha vida aconteceu de modo muito simples, normal. Nasci em uma família religiosa. Via meus pais participarem na Igreja. Minha mãe foi minha catequista. Já aos nove anos aprendi violão e aos dez tocava na Igreja. Aos onze fui para o seminário. Tive uma ótima formação em 17 anos de estudos na Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus: Rio Negrinho e Corupá (Santa Catarina), Curitiba, Jaraguá do Sul, Brusque, Terra Boa (Paraná), Taubaté. Se tivesse que fazer uma nova tese de doutorado pesquisaria a Educação Integral nos seminários. Tínhamos aulas práticas de teatro e de música. A oração e a liturgia eram bem vivenciados. O esporte era diário. O cultivo da vida comunitária era constante. Tínhamos uma disciplina. Assim fui descobrindo mais e mais a pessoa de Jesus em minha vida e fui transformando tudo isso em canção. Hoje posso dizer que “Conheço um Coração, tão manso, humilde e sereno”. Entre os apóstolos me identifico mais com o jovem João, que pretende estar perto do mestre e viver um íntima amizade com ele. Espero ter coragem também de ficar abraçado com Maria ao pé da cruz.

2) E como surgiu sua vocação? 

Lembro como se fosse hoje. Estava na quinta série. Havia mudado de colégio e precisava fazer amigos. Os seminaristas entraram no meio de uma aula e perguntaram quem desejava ser coroinha. Um monte de gente levantou a mão. Não sabia bem o que era aquilo, mas para encontrar amigos acabei levantando também. Resultado: lá estava eu todo sábado no clube vocacional que havia sido fundado pelo Pe. Zezinho. Um dia passaram um filme chamado “O sonho de Joãozinho”. Era uma das produções criativas do Pe. Zezinho que eu iria conhecer pessoalmente somente muitos anos mais tarde. Ele naquele tempo nem “sonhava” que eu existia. No filme o tal do Joãozinho sonhava com uma piscina. Ouvindo falar que seminário havia uma piscina o menino resolvia ir pra lá. Coisas de criança. Mas o filme mexeu comigo. Meu pai até que tinha a inscrição para o clube da cidade, onde havia uma piscina. Mas naquele tempo não tinha condições financeira para pagar a mensalidade. O jeito era ouvir o barulho dos mergulhos e conter a vontade de pular. Pensei cá com meus botões: -“No seminário mato esta vontade”. Resolvi aceitar o desafio de entrar, junto com outros 50 garotos, no seminário de Rio Negrinho. Quando desembarquei do ônibus fui logo procurar a piscina. Não encontrei. Só uma lagoa com sapos e aguapé. Hoje sei que aquela piscina fica no Seminário de Lavras, em Minas Gerais. Nunca tomei banho nela. Mas já não faz tanta diferença. Minha consagração religiosa e ordenação sacerdotal me leva a mergulha na fonte de Água Viva. Hoje sei que aquela piscina era apenas uma isca de Deus para me conduzir a um mergulho radical em meu próprio batismo.

 3) Houve uma influência especial em sua história vocacional ? Se houve, de quem? 

Muitos professores, formadores, família, foram importantes em minha tragetória. Fico mais padre a cada dia. Por isso que meu novo CD tem o título “Sacerdote para sempre”. São 15 anos de caminhada. Não é pouco. Uma pessoa que em um determinado momento teve um papel fundamental foi Dom Nelson Westrupp, hoje bispo de Santo André. Em 1975 ele era um dos sacerdotes que acompanhava as Equipes de Nossa Senhora, em Brusque. Foi ele que abriu as portas da congregação para mim. Hoje somos muito amigos e tenho com ele uma dívida de gratidão. Aliás, a entrada de meus pais nas Equipes de Nossa Senhora e minha entrada no Seminário mudou quase tudo lá em casa. Meu pai deixou alguns vícios que sangravam as finanças da família. A bicicleta foi trocada pelo primeiro carro. Mudamos de casa. Acho que Deus me tirou do convívio com meus pais e deixou lá abundantes bênçãos em meu lugar.

4) Quem é o Pe. Joãozinho? E o que o senhor canta? 

Quando era garoto, com menos de 9 anos, brincava de celebrar missa e de tocar músicas do Roberto Carlos com o violão de plástico que minha vó me deu. Minhão mãe não cansa de lembrar a canção preferida do menino: “De que vale o céu azul e o sol sempre a brilhar… e que tudo mais vá pro inferno!”. Acho que não sou muito criativo. Depois de quase 40 anos continuo brincando da mesma coisa. Celebro missas de verdade e toco em um violão. Gravo discos e escrevo livros. Dou aulas de teologia e dirijo a Faculdade Dehoniana, em Taubaté (www.dehoniana.org.br). Mantenho meu BLOG na Internet (http://blog.cancaonova.com/padrejoaozinho). Terminei recentemente um doutorado em Educação, na USP e outro em Teologia Espiritual, na Universidade Gregoriana, em Roma. Prego retiros, cursos e apresentações musicais. Enfim… só mudei a canção preferida. Hoje prefiro cantar: “… e que tudo mais vá para o céu”. Esta é uma das frases do meu disco novo que ecoa em meu coração mas que foi solenemente pronunciada pelo meu irmão de congregação, Pe. Léo: “-Creia em Deus, busque as coisas do céu!” (música: Deus Agirá).

5) Como a RCC surgiu em sua história?  

Quem primeiro me falou da RCC foi o Pe. Léo. Isto foi no ano de 1983. Fizemos o noviciado juntos, em Jaraguá do Sul. Ele era um bocado esquisito. Um jovem vindo da vida se misturando com seminaristas de carreira. Aprendi muito com ele. Umas das principais lições foi como pregar um retiro. Nos anos seguintes, lembro bem, pregamos alguns retiros juntos. Eu transformava as palestras dele em música. Um destes retiros foi na cidade de São João Batista. Nem imaginávamos que anos mais tarde ali nasceria Bethânia. Gravei a primeira música em CD no ano de 1989. Foi o Léo quem me apresentou ao Kater que produzia a coleção “Louvemos o Senhor”. Gravamos juntos o volume 5. Ajudei a produzir o volume 6 e o 7 e o volume 8 produzi sozinho, pois o Kater ficou doente. Somente depois disso é que gravei meu primeiro CD solo: “Conheço um Coração”, pelas Paulinas. Meu primeiro livro: “Cantar em Espírito e Verdade”, por Edições Loyola, foi graças às portas que o Léo me abriu naquela editora. E o primeiro retiro para músicos, em Londrina, foi indicação dele. Ele pregou minha primeira missa. Ele me deu as primeiras indicações sobre como credenciar uma faculdade pelo MEC. Hoje sou avaliador de universidade pelo Ministério da Educação. Como pode observar é uma longa história entre irmãos.

6) Deixe-nos uma mensagem sobre os 40 anos da RCC. 

O povo de Deus caminhou 40 anos para chegar na Terra Prometida. Quarenta na Bíblia é um tempo de maturidade. Acabou o tempo da infância. A RCC começa a enfrentar os desafios da idade adulta. O principal deles é permanecer sacramento da brisa suave em um tempo de inverno, no qual a água viva pode congelar e tornar-se neve. A RCC pode cair na tentação da institucionalização do carisma. A instituição pode sufocar a intuição. Por outro lado, as estruturas mínimas são necessárias para manter vivo o carisma. Outro desafio grande é a RCC reencontrar sua missão de elo do diálogo ecumênico dentro da Igreja Católica. Pessoas como Matteo Calisi estão nesta empreitada. Acredito que teremos agradáveis surpresas neste sentido para os próximos anos. Um terceiro desafio é a comunhão entre a RCC e as numerosas comunidade que vão surgindo e que rapidamente se institucionalizam, pois têm fundador, sede, regra de vida, obras e… dívidas! Agradeço à RCC pela presença em minha vida nestes 15 anos de padre. Se hoje sou pai do povo é porque a RCC encarnou o papel de igreja esposa em minha vida, me amando do jeito certo e exigindo de mim caridade pastoral de esposo. Espero ser fiel e poder sempre de novo cantar: “Sacerdote para Sempre”!

Entrevista sobre Música Cristã 

Thiago de Azevedo é um jovem de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. Ele mantém um BLOG sobre os rumos da banda Rosa de Saron. É um desses fuçadores de Internet que procura utilizar este instrumento para evangelizar. Um dia desses recebi um e-mail dele com perguntas que achei muito pertinentes e inteligentes. Por isso resolvi responder com algum cuidado e poderação e agora posto aqui. Você pode conferir a mesma entrevista no BLOG do Thiago. www.rosadesaron.musicblog.com.br 

Thiago – O que o senhor, que além de sacerdote também é músico, pode nos dizer sobre a importância da música na evangelização das pessoas? 

PJz – Já dizia o meu irmão Pe. Zezinho que a canção é um mini-sermão que ninguém esquece. Posso fazer um sermão de 20 minutos ou uma canção de apenas três. Quantas vezes já ouvi as pessoas na rua cantarolarem canções que eu mesmo tive a graça de compor. É como se fossem ecos do meu sermão. A canção é uma homilia com vida própria. A música é uma roupa bonita para um conteúdo de salvação que é o que realmente importa. É o embrulho do pacote de presente. Mas quem está presente é que importa. Por trás do belo é preciso que esteja o “Bom”. Deus se esconde nas canções que sutilmente abrem a porta dos corações. Por isso, a música é um instrumento poderoso de comunicação e de evangelização. 

Thiago – A nossa música católica tem amadurecido muito, e como podemos observar está tomando rumos e ritmos diversos, desde uma evangelização direta e músicas litúrgicas, até músicas mais subjetivas e ritmos variados como o axé, rock, eletrônica e outros. Como você avalia toda essa evolução da nossa música? 

PJz – É animador perceber que música de paróquia já não significa necessariamente música de má qualidade. Vejo ministérios de música que tocam com técnica e unção. Os intrumentos são bem escolhidos. O som funciona sem microfonia. Muitas vezes o som do ministério é até melhor que o som da Igreja. Os vários ritmos são a prova de que o que interessa não é a rítmica mas a melódica. Defendo que a intencionalidade se esconde mais na melodia. Uma bossa-nova pode ser muito santa. Não é necessariamente sensual. Mas dependendo da melodia que eu colocar, o coração das pessoas pode reportar-se a “outros carnavais”. Temos que cuidar com essa história de inculturação. O mimetismo é um passo pelo qual todos os grandes músicos passaram com as influências que receberam. Mas os bons músicos acabam desenvolvendo um estilo próprio. Não podemos ficar o tempo todo imitando este estilo ou aquele. Deus nos fez criativos… somos imagem do Criador. Precisamos criar o novo. As cópias sempre são cópias. É assim: surge um pastor e logo tem dez cópias que falam do mesmo jeito, tem os mesmos trejeitos. Se isso for passageiro, tudo bem. Mas se permanecer, pode ser o caminho da mediocridade. Não queremos isso para a música católica… que seja a cópia dos grandes grupos de música populares. Não serve o coover cristão da cantora de axé, o coover batizado do Sepultura, a cópia católica do Renato Russo. Precisamos ter tanta personalidade e estilo até o ponto de sermos até copiados.  

Thiago – Como você conheceu o Rosa de Saron? Qual foi a sua primeira impressão e como você despertou maior interesse e afinidade com as músicas da banda? 

PJz – Conheci antes de todo sucesso. Era um ministério. Em uma pregação nem sei aonde aquele grupo tocou e eu preguei. Lembro bem que naquele tempo já me chamaram a atenção. Nem tinham disco gravado. Mas agora estamos diante de um outro fenômeno que somente tem paralelo no aparecimento revolucionário do Pe. Zezinho, do Vida Reluz e dos Anjos de Resgate. Mas é um fenômeno diferente, pois pela primeira vez percebo que estamos diante de um grupo que poderia tranquilamene fazer “sucesso” no meio musical não igrejeiro. Há muitos fenômenos assim nos Estados Unidos, aonde a ruptura entre a música religiosa e popular é menos radical. Aqui é o fosso é enorme. Esta é a razão do meu interesse por esse trabalho acústico. 

Thiago – Em uma das suas postagens no blog, você disse que uma banda como o Rosa de Saron deveria migrar para a mídia secular e evangelizar de forma não direta. Você acha realmente que seria capaz de conquistar um espaço no meio secular? E como você acha que uma banda deveria trabalhar nesse meio? 

PJz – Este assunto está dando pano-prá-manga no um BLOG. Maria quando visitou Isabel não começou rezando o terço. Ela simplesmente disse “bom dia” e o menino estremeceu de alegria no ventre de Isabel. “Monte Inverno” do Rosa faz isso. Impossível não ficar estemecido. É uma caridade com os irmãos distantes não deixar que o preconceito deles os afaste de nossa mensagem. Por que colocar “ave, Maria” no final da canção? Já tinha dito tudo. Metáforas fortes dizem muito mais. Os compositores do Rosa têm a capacidade de preservar seu charme, como Maria, ou como Jesus no caminho de Emaús. Lembra? Ele começa apenas conversando e fazendo perguntas. Diante da samaritana é a mesma coisa. Nossos bons grupos precisam aprender a cantar também seus santos amores… seus filhos.. suas dores e angústias, seus namoros, seu trabalho, suor, sangue. Tudo o que faz parte da vida tem que ser cantado. Mas os discos igrejeiros têm religião demais. E você que está lendo isso, se está ficando “irado”, lembre-se que ira é um pecado capital. 

Thiago – Evangelizar de forma não explícita. Esta é uma ação que para entendê-la penso ser necessário bom senso e principalmente sabedoria, para manter enraizado príncipios básicos de qualquer missão evengelizadora e não perder o foco da evangelização em mensagens vazias e incompreensíveis. Como você acha que deve ser este processo de evangelização não explícita? Onde e de que maneira ela deve atuar? 

PJz – Não sei por que tanta marcação sobre os músicos. Como evangeliza o padeiro cristão? O advogado, comerciante, contador, médico… Certamente que não é atendendo seus clientes com uma camiseta com dizeres cristãos (e possívelmente atentendo mal porque precisa ir para a igreja). Evangeliza sendo um bom médico ou fazendo um bom pão; sendo imagem de Cristo; sendo cristão. A boca canta do que o coração está cheio, mesmo que não diga o nome de Jesus ou  de Maria. Aliás, muitos grupos, pela forma como vivem brigando e cantando só coisas religiosas, me fazem pensar que isto é tomar o santo nome de Deus em vão. O próprio Jesus cansou disso e disse: não fiquem só repetindo, Senhor, Senhor, mas levem uma vida coerente. 

Thiago – Em seu blog, o senhor também declarou não ser muito fã do heavy metal católico. O rock católico e suas vertentes tem cada vez mais buscado o seu lugar ao sol, muitas vezes encontrando obstáculos e outras vezes criando seus próprios obstáculos. Conte-nos o que acha do rock católico, e destaque também o papel que ele desempenha ou deveria desempenhar em nosso meio. 

PJz – Este assunto é bastante delicado. Nunca disse que o Heavy Metal católico não tem valor, somente afirmei que eu “pesoalmente” não curto. E tenho todo o direito de não gostar. Mas confesso que deste estilo gostaria de receber mais informações ténicas e ser convencido quanto à lógica da intencionalidade deste mundo tão distante do meu. Muitos rockeiros têm marcação comigo porque uma vez, durante o Hallel de Franca, a pedido da organização (isso poucos sabem) fui forçado pelo zelo sacerdotal a interromper um show do Eterna porque o Santíssimo já estava no meio do povo, pois o sacerdote simplesmente olhou no relógio e entrou no horário combinado. Entre o show e Jesus o que você escolheria? Resultado: tive que descer do palco escoltado pela polícia. Aliás, o Dalvimar do Anjos de Resgate estava comigo. Será que cometi um sacrilégio contra o Rock ou evitei contra Jesus? É apenas uma pergunta! Há um momento de cantar e o outro de calar. O músico que não entender isso não é mais cristão. Diante dele TODO joellho, guitarra, baixo e bateria devem se dobrar. O pessoal do Eterna entendeu a situação naquele dia. Mas nem todos do seu público entenderam. Até hoje postam isso no meu BLOG, o que significa que não houve nem sequer perdão. Isto merece uma séria reflexão. Quero amar a música do ETERNA. Quem sabe os que entendem mais que eu poderiam me ajudar com dicas inteligentes. Padres e bispos não tem que entender de Heavy Metal. 

Thiago – Uma das coisas que você destacou a respeito do cd do Rosa de Saron foi, além dos arranjos e perfomance dos músicos, a qualidade do trabalho desde a capa até o som. Para você, qual é a importância da nossa música ser tratada com profissionalismo, dando-nos qualidade igual ou até superior aos trabalhos seculares? 

PJz – Sim. O CD teve uma série de acertos que faz dele um trabalho muito atraente e competitivo. Já destaquei as qualidades das composições e da interpretação do Guilherme que , hoje está 500 metros à frente de todos os outros intérpretes católicos. Eu disse e sustento: todos! Espero realmente que ele continue com o Rosa e não ceda à tentação dos atalhos que virão. A arte da capa é de extremo bom gosto. As fotos PB são muito apropriadas. Alguém poderia ter investido mais na impressão. A técnica econômica utilizada faz com que a capa tenha um cheiro desagradável. Nossa música católica já tem sido tratada com profissionalismo há muitos anos. As Paulinas fazem um trabalho que é destaque até no meio secular. Elas primam pela justiça, inclusive com relação aos direitos autorais. Nem sempre estamos muito atentos à isso. Se não cuidarmos vamos cantar a justiça e praticar a injustiça usando a canção dos irmãos para lucro fácil.  O profissionalismo ppassa or isso também. Estou feliz por ter dado minha parcela de contribuição para que as pessoas percebessem que no meio católico existem instrumentistas capazes de entrar no estúdio e fazer bonito. Hoje o instrumental da maioria dos discos católicos é melhor que a interpretação vocal. Os instrumentistas estudaram mais que os cantores.  

Thiago – Você terminou o seu artigo dizendo: “O que Cássia Eller tinha que o Rosa de Saron não tem? Só falta uma coisa.” Explique para nós o que você quis dizer com esta comparação:  

PJz – É o seguinte. Também a Cássia Eller encontrou um caminho totalmente diferenciado no momento em que assumiu o desafio de deixar os sons eletrônicos e gravar o seu acústico pela MTV. É um disco histórico no meio popular. Falo puramente do ponto de vista artístico. Mas sinceramente, gosto muito mais do disco do “Rosa de Saron”, ainda que considerando apenas o lado artístico. Há coisas do disco da Cássia que me incomodam pela mensagem ou pela intencionalidade da cantora. Não posso aceitar. O mesmo posso dizer da Ana Carolina, Adriana Calcanhotto, Angela Ro Ro, Simone, ou Zelia Duncan. Viu que lista? Precisamos urgentemente refletir sobre nossa presença no meio musical. Alguns terão a vocação de fazer boa música litúrgica. Outros serão chamados para uma canção mais gospel. É o caso do Vida Reluz. Outros terão a capacidade de gravar discos nos dois estilos, como é o caso do meu irmão Pe. Fábio, que pode ser também José da Silva. Pe. Zezinho e eu seremos eternos cantores de mensagem cristã; catequistas da canção. Ziza ensaia seu vôo popular. Estre as cantoras é a mais apta para chegar lá. Adriana faz um belíssimo trabalho e tem seu público no meio católico. Celina faz todos os ensaios. É ousada. O Recado tende a ser ministério. Dunga, Ricardo, Flavinho e Pe. Cleidimar ministram a música. Eliana Ribeiro tende ao litúrgico de bom gosto. São tantos… temos uma nova geração de cantores e cantoras iluminados. Faltam mais compositores. Por isso, juntamente com a Talentos Produções, de Belo Horizonte, estamos lançando um projeto “Caça-Talentos”. Queremos acordar os compositores adormecidos em nosso meio. 

Thiago – Visitando o seu blog, é notório que as postagens sobre o Rosa de Saron estão entre as mais comentadas. Alguns comentários o elogiam, outros  o criticam. O que o senhor acha que pode ter levado a este grande número de comentários? E fazendo uma avaliação geral de todos eles, o que o senhor conclui? E se desejar acrescentar algo a respeito das suas próprias postagens, fique a vontade.

PJz –   Até hoje só não apovei um comentário. Mas não se referia ao Rosa. Era uma ostagem com palavras de baixo calão. Cortei. Com relação ao Rosa aprovei todos integralmente, mesmo os que fazem críticas amargas. Só pela sinceridade já teria valido a pena. Jesus ouviu mais críticas que elogios em sua vida. Agora, devo confessar que fiquei admirado com a quantidade de pessoas que estão conectadas nestes novos estilos de música cristã. Estou curioso para saber o que irão comentar desta entrevista. 

Thiago – Quero desde já agradecer pelo seu precioso tempo dedicado a falar um pouco mais sobre a música e sobre o Rosa de Saron conosco. E desejar que Deus possa abençoar cada dia mais o seu sacerdócio e sua missão como músico. Deixe um recado para todas as pessoas que passam por esse blog e curtem o trabalho do Rosa e a música católica em geral. 

PJz – Agradeço a oportunidade e o espaço. Só quero dizer em primeira mão que, depois de alguns anos, estou novamente terminando a produção de um CD que marca os eus 15 anos de padre. Aguarde! Deus abençoe a todos.

Hoje dei uma entrevista para o Jornal “O Semeador”, de Belo Horizonte, sobre o evento que preguei este ano em terras mineiras: Hosana. Lá estavam 11.000 pessoas no Mineirinho. Foi uma grande explosão de fé. Reproduzo a entrevista para os leitores deste BLOG.

OS: COMO PRINCIPAL PREGADOR DO “XV HOSANA”, QUE FRUTOS DA EVANGELIZAÇÃO O SENHOR PODERIA DESTACAR?

PJ: O HOSANA é um evento de motivação cristã. Aquele dia solene de entrada de Jesus em Jerusalém foi uma grande festa. Todos ficaram muito animados. Sabemos o que viria depois: a paixão e morte na cruz. Antes dos grandes desafios, Jesus nos convida a encher o tanque do coração com o combustível da fé, da esperança e do amor. O fruto disso é a maior perseverança no dia-a-dia; maior compromisso na comunidade; mais vontade de enfrentar as dificuldade na certeza de que se Deus é por nós, quem será contra nós? Percebi que todos sairam reanimados deste XV HOSANA.

OS: “O HOSANA SHOW” FOI UMA NOITE DE EVANGELIZAÇÃO ATRAVÉS DA MÚSICA, COM A APRESENTAÇÃO DE DIVERSAS BANDAS CATÓLICAS. ESTA FOI UMA INICIATIVA DA COORDENAÇÃO DA RCC-BH. EM SUA OPINIÃO, QUAL A IMPORTÂNCIA DESTE TIPO DE EVENTO?
 
PJ: Foi uma primeira tentativa de aproveitar toda a estrutura que já estava montada mesmo. Neste sentido foi uma boa idéia. Por outro lado fica um pouco difícil de as pessoas que se deslocam de longe, em ônibus, virem na noite anterior. Penso que se poderia refletir mais e melhor sobre a forma de organização deste evento para que não coloque em risco a qualidade do HOSANA.

OS: MINISTRAR ATRAVÉS DA MÚSICA É UMA CARACTERÍSTICA DO TRABALHO DE EVANGELIZAÇÃO DO PE. JOÃOZINHO. COM SUA EXPERIÊNCIA, DIGA SE A RCC-BH DEVE CONTINUAR A PROMOVER EVENTOS COMO O “HOSANA SHOW”?

PJ: Penso que o próprio HOSANA deve ser um SHOW. Não imagino que deva ser um evento de “aprofundamento”. Para isso existem eventos menores e mais eficientes. O HOSANA deste ano foi muito vibrante e os músicos tiveram um papel ministerial muito importante. Destaco a presença do Eros e da Jake, cada um com seu estilo aqueceram os corações. Além disso, como  o pregador era músico, acabou sendo um grande momento de louvor. Mas quem esteve atento não tem dúvida: praticamente todo o Documento Final de Aparecida foi passado naquelas palestras meio faladas e meio cantadas. Sobre o HOSANA SHOW, cabe à coordenação avaliar.
 
OS: AS BÊNÇÃO SÃO MUITAS, MAS NOS DIGA UM MOMENTO, QUE PARA O SENHOR, FICARÁ GUARDADO NO CORAÇÃO NESTA SUA PASSAGEM POR NOSSA CAPITAL?
 
PJ: Minas Gerais sempre me encanta por seu charme e mistério. Sinto-me particularmente amado em Belo Horizonte, onde há dez anos morei com os maristas, estudei com os jesuítas e comecei meu caminho acadêmico com o mestrado. De certa forma me sinto filho de Minas. Fico admirado pela quantidade de talentos que se escondem por estes montes e serras. O mineiro tem uma fé quase natural. Cada vez que passo mais de um dia em Minas me convenço que este estado é a síntese mais perfeita do Brasil. Rezo para que seja também um centro irradiador da fé e da política. Já não estaria na hora de Minas dar um presidente ao Brasil? O tempo urge. Façamos a nossa parte. Vamos orar e agir… e Deus fará o resto!