Ano da Fé: Enxergando com os olhos da fé
Por no dia out 17th, 2012 sobre Ano da Fé.
Nós precisamos aprender a ler os sinais dos tempos. Vamos alargar a nossa visão e refletir quais motivações estão “ocultas” ou entranhadas no coração do nosso Papa Bento XVI ao proclamar o Ano da Fé. Celebrar o cinquentenário do Concilio Vaticano II e sua renovação na Igreja e o vigésimo ano da promulgação do Catecismo da Igreja Católica pelo Beato João Paulo II são motivos nobres e verdadeiramente devem ser celebramos e aprofundados. Mais, quais são os verdadeiros objetivos, o que o nosso Pastor espera com este ano da Fé? Quais resultados para Igreja e para o mundo o Papa espera que surjam deste Kairós inaugurado no ultimo dia 11/10/2012?
Enquanto estamos aqui pensando a Igreja trabalha. A Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos em Roma, refletindo os desafios para o anuncio da fé cristã em nossos tempos. Acredito que a Igreja não quer responder ao ateísmo prático, a ”ditadura do relativismo”, já combatido tanto pelo Sumo Pontífice, muito menos uma “nova revelação”. Mas, quer apresentar ao mundo como foi há tempos atrás na revolução sexual, no liberalismo e neste constante feminismo desvirtuado qual a verdadeira proposta de Cristo para os homens e para o mundo. A Igreja deseja afirmar e apresentar aos homens do nosso tempo Jesus Cristo e a Vida Cristã, a Verdade, a santidade, a castidade, o amor que é capaz de dar a vida e não tirá-la.
Relativismo: em que consiste?
O relativismo é a recusa de qualquer proposição filosófica ou ética de valor universal e absoluto. Tudo o que se diga ou faça é relativo ao lugar, à época e demais circunstâncias nas quais o homem se encontra. No setor da filosofia não se poderia falar da verdade ou erro-falsidade, como na área da Moral não se poderia apregoar o bem a realizar e o mal a evitar. O homem (indivíduo) seria a medida de todas as coisas, como já dizia o filósofo grego Protágoras. Em conseqüência o comportamento do homem ignora a lei natural, que é a lei de Deus incutida a todo ser humano desde que ele dispõe do uso da razão; da mesma forma a sociedade só conhece e respeita as leis que os seus governantes lhe propõem sem questionar a consonância dessas leis (ditas “positivas”) com a lei do Criador: por conseguinte, se as leis dos governantes legalizam o aborto, a clonagem, o anti-semitismo. .., a população lhes obedece, não levando em conta que, antes da palavra do legislador humano, existe a do Legislador Divino, que é a mesma para todos os homens (fonte: www.presbiteros.com.br).
O ATEISMO: o que diz o Catecismo da Igreja Católica
§2123 “Muitos de nossos contemporâneos não percebem de modo algum esta união intima e vital com Deus, ou explicitamente a rejeitam, a ponto de o ateísmo figurar entre os mais graves problemas de nosso tempo” (Gaudium Spes 19,1).
§2124 O termo ateísmo abrange fenômenos muito diversos. Uma forma freqüente é o materialismo prático, de quem limita suas necessidades e suas ambições ao espaço e ao tempo. O humanismo ateu considera falsamente que o homem é “seu próprio fim e o único artífice e demiurgo de sua própria história”. Outra forma de ateísmo contemporâneo espera a libertação do homem pela via econômica e social, sendo que “a religião, por sua própria natureza, impediria esta libertação, na medida em que, ao estimular a esperança do homem numa quimérica vida futura, o desviaria da construção da cidade terrestre” (Gaudium Spes 20,2).
§2125 Na medida em que rejeita ou recusa a existência de Deus, o ateísmo é um pecado contra a virtude da religião. A imputabilidade desta falta pode ser seriamente diminuída em virtude das intenções e das circunstâncias. Na gênese e difusão do ateísmo, “grande parcela de responsabilidade pode caber aos crentes, na medida em que, negligenciando a educação da fé, ou por uma exposição enganosa da doutrina, ou por deficiência em sua vida religiosa, moral e social, se poderia dizer deles que mais escondem do que manifestam o rosto autêntico de Deus e da religião” (Gaudium Spes 19,3).
§2126 Muitas vezes o ateísmo se funda em uma concepção falsa da autonomia humana, que chega a recusar toda dependência em relação a Deus. Contudo, “o reconhecimento de Deus não se opõe de modo algum à dignidade do homem, já que esta dignidade se fundamenta e se aperfeiçoa no próprio Deus”. “A Igreja sabe perfeitamente que sua mensagem se coaduna com as aspirações mais intimas do coração humano” (Gaudium Spes 21,7).
Neste programa, Professor Felipe Aquino inicia as explicações do primeiro capítulo do Catecismo, tratando sobre “O Desejo de Deus”, dentro da primeira parte do Catecismo, sobre a Profissão de Fé:
Resposta de Deus e da Igreja
Deus, infinitamente perfeito e bem-aventurado em Si mesmo, num desígnio de pura bondade, criou livremente o homem para torná-lo participante da sua vida bem-aventurada. Por isso, sempre e em toda a parte, Ele está próximo do homem. Chama-o e ajuda-o a procurá-Lo, a conhecê-Lo e a amá-Lo com todas as suas forças. Convoca todos os homens, dispersos pelo pecado, para a unidade da sua família que é a Igreja. Para tal, enviou o seu Filho como Redentor e Salvador na plenitude dos tempos. N’Ele e por Ele, chama os homens a tornarem-se, no Espírito Santo, seus filhos adotivos e, portanto, herdeiros da sua vida bem-aventurada.
Para que este convite se fizesse ouvir por toda a Terra, Cristo enviou os Apóstolos que escolhera, dando-lhes o mandato de anunciar o Evangelho: «Ide, pois, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprirem tudo quanto vos prescrevi. E eis que Eu estou convosco todos os dias até ao fim do mundo» (Mt 28, 19-20). Fortalecidos por esta missão, os Apóstolos «partiram a pregar por toda a parte e o Senhor cooperava com eles confirmando a Palavra com os sinais que a acompanhavam» (Mc 16, 20). Catecismo da Igreja Católica 1 e 2.
Nesta perspectiva, o Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo. No mistério da sua morte e ressurreição, Deus revelou plenamente o Amor que salva e chama os homens à conversão de vida por meio da remissão dos pecados (cf. At 5, 31). Para o apóstolo Paulo, este amor introduz o homem numa vida nova: “Pelo Batismo fomos sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova” (Rm 6, 4). Em virtude da fé, esta vida nova plasma toda a existência humana segundo a novidade radical da ressurreição. Na medida da sua livre disponibilidade, os pensamentos e os afetos, a mentalidade e o comportamento do homem vão sendo pouco a pouco purificados e transformados, ao longo de um itinerário jamais completamente terminado nesta vida. A “fé, que atua pelo amor” (Gl 5, 6), torna-se um novo critério de entendimento e de ação, que muda toda a vida do homem (cf. Rm 12, 2; Cl 3, 9-10; Ef 4, 20-29; 2 Cor 5, 17) Porta Fidei n° 6.
O Ano da Fé será uma ocasião propícia também para intensificar o testemunho da caridade. Recorda São Paulo: “Agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade” (1 Cor 13, 13). Com palavras ainda mais incisivas – que não cessam de empenhar os cristãos –, afirmava o apóstolo Tiago: «De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: “Ide em paz, tratai de vos aquecer e de matar a fome”, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta. Mais ainda! Poderá alguém alegar sensatamente: “Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me então a tua fé sem obras, que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé” (Tg 2, 14-18) Porta Fidei n°14
Vive-se hoje uma grande crise na vivência e no verdadeiro significado do AMOR, por isso, vive-se também uma grande crise de fé e ausência de Deus no coração dos homens.
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Padre Luizinho, Comunidade Canção Nova.
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