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O Exercício Quaresmal da Oração faz crescer a Fé

segunda-feira, fevereiro 18th, 2013

Dando continuidade ao nosso retiro espiritual na Quaresma, tempo privilegiado de conversão e combate espiritual. Falávamos dos Exercícios Quaresmais de Conversão, buscando o Tesouro da Fé.  Dando inicio aos três exercícios que na Quarta-feira de cinzas a liturgia nos apresentou, a Oração, o Jejum e a Esmola. Hoje vamos falar do exercício espiritual da Oração, que é a respiração, o fôlego neste caminho em busca do tesouro da fé.

“Da mão do anjo, subia até Deus a fumaça do incenso, com as orações dos santos” (Ap 8,4).

“Porque amar a Deus significa observar os seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados, porque todo aquele que nasceu de Deus venceu o mundo. E esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé. De fato, quem pode vencer o mundo, senão aquele que acredita que Jesus é o Filho de Deus? Este é aquele que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo. (Ele não veio apenas pela água, mas pela água e pelo sangue.) E é o Espírito quem dá testemunho, porque o Espírito é a Verdade” (cf. I João 5, 3-6).

A Oração é a expressão máxima de nossa fé, não posso pensar na oração como algo que partisse somente de mim, mas quando o homem se põe em oração a iniciativa é de Deus que atingiu com a sua graça o coração do homem que responde à Sua graça. Oração não é somente o meu dialogo com Deus, mas também uma resposta à iniciativa do amor de Deus, da Sua graça que já me conquistou. Toda a nossa vida deveria ser uma oração, ou seja, uma comunicação com o divino em nós. A oração constitui uma abertura para Deus, para o próximo e para o mundo; um sim de acolhimento, de louvor, de conformidade. Ao pensar no homem integral, não podemos imaginá-lo sem a dimensão espiritual e a porta para espiritualidade é uma oração verdadeira onde os meus pés estão no chão, mas o meu coração está no alto, no meu criador e Senhor: “O Senhor esteja convosco, Ele esta no meio de nós. Corações ao alto, o nosso coração esta em Deus!” (cf. Introdução as orações Eucarísticas, Missal Romano)

Na virtude Teologal da fé, nós dizemos um sim ao Pai na obediência. Procuramos situar-nos sempre de novo dentro de nossa vocação e da nossa missão. O homem se pergunta pela sua vocação, o homem responde à sua vocação, o homem realiza em profundidade sua vocação de comunhão íntima de vida com Deus. É na oração que o homem melhor cultiva seu relacionamento de Filho com Deus, que se revela como Pai.

Durante a Quaresma a Igreja convoca os fiéis a se exercitarem intensamente na oração, a fim de que toda a sua vida se transforme em oração. Ela evoca o Cristo em oração diante do Pai no deserto e nas montanhas, onde ele passava noites em colóquio. Evocando o Cristo orante, a Igreja torna-se o prolongamento da presença do Cristo orante entre os homens. Nos Evangelhos, principalmente em Lucas, Jesus é o grande orante, o modelo do fiel. Jesus resistiu à tentação de tentar Deus: sinal de sua imensa confiança no Pai. Ele professa a fé no único Deus como regra de sua vida. Ele alimenta-se com a palavra que sai da boca do Altíssimo. Nossa quaresma deve ser um estar com Jesus no deserto, para, como ele, dar a Deus o lugar central de nossa vida. Como ele, com ele e por ele, pois é dando a Jesus o lugar central, que o damos a Deus também. Neste sentido, a quaresma é realmente “ser sepultado com Cristo”, para, na noite pascal, com ele ressuscitar. E essa dinâmica acontece numa vida de oração ligada por Jesus ao Pai e ao Espírito Santo na vida e na Liturgia. l

E desta forma a Igreja vive em atitude de penitencia, pois a oração constitui a expressão máxima da conversão e da vida em Deus.

Se os fieis souberem viver a autentica comunhão com Deus na oração durante a Quaresma, conseguirão viver durante o ano todo em atitude de oração, transformando também as outras dimensões da vida, como o relacionamento com o próximo e com o mundo, em oração de atitude ou verdadeira devoção. A oração nos lança para Deus e para os irmãos!

Na vida de oração crescemos na virtude da fé e no relacionamento com Deus. Portanto quanto mais eu rezar e rezar melhor, crescerei em sabedoria e santidade também na fé e no conhecimento verdadeiro de Deus. O exercício da oração desde dialogo com Deus aumenta e expressa em mim o Dom da fé. Esse dom gratuito de Deus que também é uma virtude porque é um exercício.

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O que é Virtude?
A virtude é uma disposição habitual e firme para fazer o bem. Permite à pessoa não só praticar atos bons, mas dar o melhor de si. Com todas as suas forças sensíveis e espirituais, a pessoa virtuosa tende ao bem, procura-o e escolhe-o na prática. “Ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, nobre, justo, puro, amável, tudo o que há de louvável, honroso, virtuoso ou de qualquer modo mereça louvor” (Fl 4,8) (cf. Catecismo da Igreja Católica n° 1803).

Quantas classes de virtudes existem?
Existem duas classes de virtudes: as Virtudes Teologais e as Virtudes humanas ou morais. “As virtudes humanas são atitudes firmes, disposições estáveis, perfeições habituais da inteligência e da vontade que regulam nossos atos, ordenando nossas paixões e guiando-nos segundo a razão e a fé. Propiciam, assim, facilidade, domínio e alegria para levar uma vida moralmente boa. Pessoa virtuosa é aquela que livremente pratica o bem. As virtudes morais são adquiridas humanamente. São os frutos e os germes de atos moralmente bons; dispõem todas as forças do ser humano para entrar em comunhão com o amor divino” (cf. CIC n° 1804).

Quantas são as virtudes teologais?
As virtudes teologais são três: a , a Esperança e a Caridade;

Nos exercícios quaresmais de conversão, vamos aprofundar os temas da Oração, do Jejum e da Esmola e de sua ligação com as virtudes teologais, grandes tesouros no caminho da santidade. Hoje percebemos que a oração tem uma ligação íntima com a virtude da fé, a expressa e a faz crescer.

O que é a fé?
A fé é a Virtude Teologal pela qual cremos em Deus, em tudo o que Ele nos revelou e que a Santa Igreja nos ensina como objeto de fé. “A fé é um modo de já possuir aquilo que se espera, é um meio de conhecer realidades que não se vêem. Foi por causa da fé que os antigos foram aprovados por Deus. Pela fé, sabemos que a Palavra de Deus formou os mundos; foi assim que aquilo que vemos originou-se de coisas invisíveis” (cf. Hb 11, 1ss).

A oração quer saibamos ou não, é o encontro entre a sede de Deus e a nossa. Deus tem sede de que nós tenhamos sede dele.  Então quando eu rezo estou saciando a minha sede de Deus e de eternidade, alimentando a minha alma daquilo que ela mais almeja e precisa e muitas vezes eu não sei ler os seus anseios, ou seja, os sintomas da minha alma. Por isso, é através da oração, comunhão com Deus, que Ele alimenta a minha fome e sede dele e das coisas do céu, fazendo crescer nas virtudes da fé e também no relacionamento com as pessoas e as coisas criadas. Eu não posso dizer que amo a Deus se eu não amo o meu irmão, a oração é o dialogo com Deus mais também me lança para o meu irmão.

É um exercício de conversão a Deus e aos irmãos. Precisamos crescer na vida de oração, na intimidade com Deus para que possamos crescer como homens e mulheres de Deus, irmãos uns dos outros. A oração me lança para Deus e para os irmãos.

Senhor, eu clamo por vós, socorrei-me; quando eu grito, escutai minha voz! Minha oração suba a vós como incenso, e minhas mãos, como oferta da tarde! (Salmo 140, 1-2).

Oração: Ó Deus de bondade concedei que, formados pela observância da Quaresma e nutridos por vossa Palavra, saibamos mortificar-nos para vos servir com fervor, sempre unânimes na oração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém

“Arme-se com a arma da oração, e terá mais força no combate diário.” (Santo Padre Pio de Pietrelcina).

Clique em comentários e partilhe como você vive o exercício espiritual da Oração?

Conte com as minhas orações.

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Padre Luizinho, Com. Canção Nova.
Diretor Espiritual e Formador no Pré-discípulado.

*Fonte de pesquisa: Livro Celebrar a vida Cristã, Frei Alberto Beckhauser, OFM. Editora Vozes, 1991.

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Espiritualidade: Três passos para buscar o Tesouro da Fé

sexta-feira, fevereiro 15th, 2013

Quaresma tempo privilegiado de conversão e combate espiritual. Vamos refletir sobre os rumos de nossa espiritualidade até a Páscoa de nosso Senhor Jesus, ou seja, a Vida Nova que o Senhor tem para nós.  Os exercícios quaresmais de conversão são as primeiras indicações para buscar o tesouro da fé. A Liturgia da quarta-feira de Cinzas, que abre o Tempo da Quaresma, manda proclamar o Evangelho em que Nosso Senhor fala da esmola, da oração e do jejum, conforme Mateus 6, 1-8. 16-18. Este Evangelho apresenta, como que em síntese, o programa dos exercícios quaresmais de conversão. Aproveite e faça deste Evangelho a sua leitura espiritual de hoje.

Por que justamente oração, jejum e esmola? Oração, ainda se compreende. Mas jejum e esmola? A Igreja renovada do Vaticano II manteve esses exercícios que podem parecer antiquado e que está em desacordo com os usos e costumes de nossa época. Jejum e esmola ainda têm sentido hoje? Não seria melhor dedicar-nos à promoção social? Muitos talvez coloquem estas ou outras questões semelhantes. Os prefácios das Missas da Quaresma acentuam estes exercícios de penitencia: “Ano após ano, concedeis a vossos filhos esperar com alegria a festa da Páscoa, preparando-se pela penitencia e dedicando-se mais à oração e ao amor fraterno, para que alcancem à plenitude da filiação divina pela renovação dos sacramentos pascais, nos quais nos quais renasceram” (Pref. I). Falando do jejum, a Igreja reza: “Vós quisestes que vos rendêssemos graças por meio da abstinência que, moderando nossos excessos de pecadores, nos leve a imitar vossa bondade, proporcionando alimento aos que têm fome” (Pref. III).

Vamos tentar descobrir o sentido mais profundo da oração, do jejum e da esmola na Liturgia e de modo especial no tempo da Quaresma. Sendo a Quaresma um tempo forte de conversão, ela tem sua linguagem, seus exercícios ou ritos de conversão. É neste contexto de conversão que devemos colocar também os ritos da oração, do jejum e da esmola, pois eles atingem os principais relacionamentos do homem: o relacionamento último com Deus expresso no valor da oração, o relacionamento com o próximo e o relacionamento com a natureza criada. São três ritos de religião já presentes no culto do Antigo Testamento e herdados pela Igreja cristã dos primeiros séculos e ainda atuais para o homem de hoje.

A Quaresma precisa ser para nós um retiro em preparação para celebrarmos a Páscoa, vida nova em Jesus ressuscitado. Por isso, nos comprometemos a trilhar este caminho de espiritualidade interior e pratica. Para encontrar nos tesouros da fé o Homem Novo em Cristo Jesus. Aqui no blog vamos desenvolver textos e reflexões que nos ajudarão nesta preparação e nesta mudança de vida. Jejum na quarta feira de cinzas, durante a Quaresma e na Sexta-feira Santa para os que completaram 18 anos até 60 anos de idade. Abstinência de carne na quarta feira de cinzas e na Sexta-feira Santa, para os que completaram a partir dos 14 anos. Inclusive, grávidas e mães amamentando podem escolher o jejum e a penitência que melhor lhe convém.

Oração: Senhor, assim como o meu corpo precisa de um mínimo de exercícios físicos para estar bem, saudável, muito mais o meu interior, a minha alma, precisa de exercícios espirituais para estar em equilíbrio Contigo, comigo mesmo e com os meus irmãos e a natureza. Daí-me a graça da perseverança e da força de vontade para fazer aquilo que eu preciso e ajudar a todos com os meus gestos de conversão pessoal. Para a maior glória do Vosso Santíssimo Nome. Amém

Comente, como você vive a Oração, o Jejum, e a Esmola?

Maria mãe do homem novo ensina-me a constância de coração.

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Mensagem do papa Bento XVI para Quaresma de 2013

O Papa convidou-nos a um profundo exame de consciência

Bom retiro pra você.

Padre Luizinho, Com. Canção Nova.
Diretor Espiritual e Formador no Pré-discípulado.

* Fonte de pesquisa: Celebrar a Vida Cristã, Frei Alberto Beckhauser, OFM. Ed. Vozes 1991.

Escute o Podcast:

O Papa convidou-nos a um profundo exame de consciência.

terça-feira, fevereiro 12th, 2013

O Senhor concedeu-me fazer uma homilia muito lúcida e cheia de fé no encerramento do retiro de Carnaval, que vivemos estes dias em nossa casa de Lavrinhas. Meditando sobre este tempo histórico que nós estamos vivendo, tempo propicio para interceder pela Igreja com um grande e verdadeiro Exame de Consciência. Iniciando a Quaresma, tempo forte de oração intensa, jejum e penitência. Não somente reduzindo os alimentos, mas, sobretudo abstendo-se do pecado.

Meditando a Liturgia Diária e a carta do Cardeal Ângelo Sodano. Escute este Podcast e reze. Viva intensamente este tempo forte da Quaresma em preparação para a Páscoa e para sucessão de Bento XVI. O Papa nos convidou a uma visita profunda e exame de nossa consciência.

A Igreja sempre foi e será conduzida pelo Espírito Santo e pelo seu Sumo e eterno Pastor Nosso Senhor Jesus Cristo.

Estamos convosco, Santo Padre. A vossa bênção!

Escute o PODCAST:

Padre Luizinho, Comunidade Canção Nova.
Diretor Espiritual e Formasdor no Pré-discipulado.

Significado da Coroa do Advento

sábado, dezembro 1st, 2012

A Coroa de Advento tem a sua origem em uma tradição pagã européia. No inverno, se acendiam algumas velas que representavam ao “fogo do deus sol” com a esperança de que a sua luz e o seu calor voltasse. Os primeiros missionários aproveitaram esta tradição para evangelizar as pessoas. Partiam de seus próprios costumes para apresentar-lhes a fé. Assim, a coroa está formada por uma grande quantidade de símbolos:

É um círculo de folhagens verdes, sua forma simboliza a eternidade e sua cor representa a esperança e a vida… Neste Domingo iniciaremos o Tempo do Advento e o novo Ano Litúrgico, ano b, porque meditaremos o Evangelho de São Marcos.

Deus se faz presente na vida de todo ser humano e de todas as formas deixa-nos sentir seu amor e desejo de nos salvar. A palavra ADVENTO é de origem latina e quer dizer CHEGADA. É o tempo em que os cristãos se preparam para a vinda de Jesus Cristo. O tempo do advento abrange quatro semanas antes do Natal.

Atualmente há uma grande preocupação em reavivar este costume muito significativo e de grande ajuda para vivermos este tempo. A coroa ou a grinalda do Advento é o primeiro anúncio do Natal. É um círculo de folhagens verdes, sua forma simboliza a eternidade e sua cor representa a esperança e a vida. Vem entrelaçado por uma fita vermelha, símbolo tanto do amor de Deus por nós como também de nosso amor que aguarda com ansiedade o nascimento do Filho de Deus.

No centro do círculo se colocam as quatro velas para se acender uma a cada domingo do Advento. A luz das velas simboliza a nossa fé e nos leva a oração, elas simbolizam as quatro manifestações de Cristo:

1° Encarnação, Jesus Histórico;
2° Jesus nos pobres e necessitados;
3° Jesus nos Sacramentos;
4° Parusia: Segunda vinda de Jesus.

No Natal se pode adicionar uma quinta vela branca, até o término do tempo natalino e, se quisermos, podemos por a imagem do Menino Jesus junto à coroa: temos que nos atentar, porém, que o Natal é mais importante do que a espera do Advento.

Essa coroa é originária dos países nórdicos (países escandinavos, Alemanha), a qual contém raízes simbólicas universais: a luz como salvação, o verde como vida e o formato redondo como eternidade.

Simbolismos esses que se tornaram muito adequados ao mistério natalino cristão, e que por isso, adentraram facilmente nos países sulinos. Visto que se convertera rapidamente em mais um elemento de pedagogia cristã para expressarmos a espera de Jesus como Luz e Vida, em conjunto com outros símbolos, certamente mais importantes, como são as leituras bíblicas, os textos de oração e o repertório de cantos.

O comércio e o sistema deste mundo fazem questão de esquecer o verdadeiro sentido do Natal e nós podemos cair nessa, mas é possível dar presente e celebrar o verdadeiro sentido: O Menino Jesus é o nosso grande presente!

Sugestão: você pode fazer uma coroa do Advento em sua casa e celebrar com sua família à luz da nossa fé a chegada de Jesus Cristo nosso Salvador. E a cada Domingo ir acendendo as velas, convidando seus familiares para rezar.

Oração: Senhor Jesus celebrar o teu Natal é fazer da minha vida, da minha casa um lugar de eternidade e salvação. Que a Tua luz brilhe em cada coração. Acendendo cada vela desta coroa do Advento queremos acender a esperança, o amor, a fraternidade e a Salvação que é o grande presente que queremos dar a todos que amamos através do menino Jesus que vai nascer em nossa família.

Como você se preparar para celebrar esta grande festa do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo?

Clique em comentários e diga como você vive este tempo litúrgico? Natal feliz é Natal com Cristo!

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Padre Luizinho, Comunidade Canção Nova.
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O poder da fé ultrapassa as forças humanas

segunda-feira, novembro 12th, 2012

A fé tem um só nome, mas duas maneiras de ser. Há um gênero de fé que se relaciona com o dogma e inclui a elevação de uma pessoa e seu assentimento sobre determinado assunto; diz respeito ao interesse pessoal, conforme o Senhor: Quem ouve minhas palavras e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não incorre em condenação (Jo 5,24); e de novo: Quem crê no Filho não será julgado, mas passa da morte para a vida (cf. Jo 3,18. 24).

Ó bondade imensa de Deus para com os homens! Com efeito, os justos foram agradáveis a Deus pelo labor de muitos anos. Mas aquilo que alcançaram entregando-se corajosamente e por dilatados anos ao serviço de Deus, isto mesmo em uma simples hora Jesus te concede. Porque se creres que Jesus Cristo é Senhor e que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo e levado ao paraíso por aquele que nele introduziu o ladrão. E não hesites em acreditar ser isto possível, pois quem salvou o ladrão neste santo Gólgota, pela fé de uma só hora, pode também salvar-te a ti, se creres. O outro gênero é a fé que Cristo concede por graça especial. Pois a uns pelo Espírito é dada à palavra da sabedoria, a outros a palavra da ciência, segundo o mesmo Espírito. A outros a fé, no mesmo Espírito, a outros o dom de curar (1Cor 12,8-9).

Este carisma da fé dado pelo Espírito não se relaciona apenas com o dogma; torna ainda capaz de realizar coisas acima das forças humanas. Quem tiver uma fé assim, dirá a este monte: Vai daqui para ali; e irá (Mt 17,20). Quando, pois, pela fé, alguém isto disser, crendo que acontecerá sem hesitar em seu coração, então é sinal de que recebeu esta graça.

Dela se disse: Se tivésseis fé como um grão de mostarda (Mt 17,20). Como o grão de mostarda, tão pequenino, possui uma força de fogo, e semeado em estreito pedaço de terra produz grandes ramos, que depois de crescidos podem dar sombra às aves do céu, assim também, num abrir e fechar de olhos, a fé realiza as maiores coisas na pessoa. Porque lhe dá uma idéia sobre Deus e o vê tanto quanto é capaz, inundada pela luz da fé. Percorre os confins da terra; e antes da consumação do mundo, já prevê o juízo e a entrega das recompensas prometidas.

Guarda então a fé que de ti depende e que te leva a ele; para que recebas de suas mãos também aquela que age muito além das forças humanas.

Das Catequeses de São Cirilo de Jerusalém, bispo
(Cat. 5, De fide et symbolo, 10-11: PG 33,518-519)(Séc. IV).

Nenhum ser se torna justo pela prática da lei, mas pela fé em Jesus Cristo. Nós também cremos em Cristo a fim de nos tornarmos justificados pela fé em Jesus Cristo, Senhor nosso. Deus destinou que Cristo fosse, por seu sangue, a vítima da propiciação, pela fé que colocamos nele mesmo. Gl 2,16; Rm 3,25ª.

É acreditando com o coração que você é justificado, e fazendo a declaração com os seus lábios que você é salvo” (Rm 10, 10).

A RESPOSTA DO HOMEM A DEUS
EU CREIO

25. Como responde o homem a Deus que se revela?

142- 43 Sustentado pela graça divina, o homem responde a Deus com a obediência da fé, que consiste em confiar-se completamente a Deus e acolher a sua Verdade, enquanto garantida por Ele que é a própria Verdade.

26. Na Sagrada Escritura, quais são os principais testemunhos de obediência da fé?

144-149 Há muitos testemunhos, mas particularmente dois: Abraão, que, colocado à prova, «teve fé em Deus » (Rm 4,3) e obedeceu sempre ao seu chamamento, tornando-se por isso «pai de todos os crentes» (Rm 4,11. 18); e a Virgem Maria, que realizou de modo mais perfeito, durante toda a sua vida, a obediência da fé: «Fiat mihi secundum Verbum tuum – Faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1, 38).

27. Que significa, de fato, para o homem crer em Deus?

150-152 /176-178 Significa aderir ao próprio Deus, entregando-se a Ele e dando assentimento a todas as verdades por Ele reveladas, porque Deus é a verdade. Significa crer num só Deus em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.

28. Quais as características da fé?

153-165 / 179-180 / 183-184 A Fé, dom gratuito de Deus e acessível a quantos a pedem humildemente, é uma virtude sobrenatural necessária para a salvação. O ato de fé é um ato humano, isto é, um ato da inteligência do homem que, sob decisão da vontade movida por Deus, dá livremente o seu assentimento à verdade divina. Além disso, a fé é certa porque fundada sobre a Palavra de Deus; é operante «por meio da caridade» (Gl 5,6); é em contínuo crescimento, graças, em especial, à escuta da Palavra de Deus e à oração. Ela faz-nos saborear, de antemão, a alegria celeste.

29. Porque não há contradições entre a fé e a ciência?

159 Embora a fé supere a razão, não poderá nunca existir contradição entre a fé e a ciência porque ambas têm origem em Deus. É o mesmo Deus que dá ao homem seja a luz da razão seja a luz da fé.

“Crê para compreender: compreende para crer” (Santo Agostinho)

“O Símbolo denominado niceno-constantinopolitano tem sua grande autoridade no fato de ter resultado dos dois primeiros Concílios ecumênicos (325 e 381). Ainda hoje ele é comum a todas as grandes Igrejas do Oriente e do Ocidente” (Catecismo da Igreja Católica n° 195).

Reze com o PODCAST:

Oração: “Quero confiar à Santíssima Mãe de Deus todas as dificuldades que vive o nosso mundo na busca de serenidade e de paz; os problemas de tantas famílias que olham para o futuro com preocupação, os desejos dos jovens que se abrem à vida, os sofrimentos dos que esperam gestos e escolhas de solidariedade e de amor. Quero confiar à Mãe de Deus também este especial tempo de graça para a Igreja, que se abre diante de nós. Vós, Mãe do ‘sim’, que escutastes Jesus, falai-nos d’Ele, contai-nos sobre vossa estrada para segui-lo no caminho da fé, ajudai-nos a anunciá-lo para que cada homem possa acolhê-lo e se tornar morada de Deus. Amém!”. Papa Bento XVI

Eu creio Senhor, mas aumentai a minha fé!

* Na fonte Catecismo da Igreja Católica Capitulo Terceiro.

Padre Luizinho, Comunidade Canção Nova.
twitter.com/padreluizinho

Em que sentido celebramos e rezamos pelos mortos?

quinta-feira, novembro 1st, 2012

Cristo esperança de todos os que crêem, ao dizer: O nosso amigo Lázaro dorme (Jo 11,11), chama adormecidos e não mortos os que partem deste mundo. Em que sentido rezamos e celebramos pelos mortos?

Também o santo Apostolo Paulo não quer que entristeçamos a respeito dos que já adormeceram, porque a fé assegura que todos os que crêem no Cristo, segundo a Palavra do Evangelho, não morrerão para sempre. Sabemos, pela fé, que ele não está morto e nós também não morreremos. Com efeito, à voz do arcanjo e ao som da trombeta divina, descerá do céu e os que nele tiverem morrido ressuscitarão (cf.1Ts 4,16).

Que a esperança da ressurreição nos anime, pois os que perdemos neste mundo tornaremos a vê-los no outro; basta para isso cremos no Senhor com verdadeira fé, obedecendo aos seus mandamentos. Para ele, todo-poderoso, é mais fácil despertar os mortos que acordarmos nós os que dormem. Dizemos essas coisas e, no entanto, levados não sei por que sentimento desfazemo-nos em lagrimas e a saudade nos perturba a fé. Como é miserável a condição humana e nossa vida sem Cristo torna-se sem sentido!

Ó morte, que separas os casados e, tão dura e cruelmente, separas também os amigos! Mas teu poder já está esmagado! Teu domínio impiedoso foi aniquilado por aquele que te ameaçou com o brado de Oséias: Ó morte, eu serei a tua morte! (Os 13,14 Vulg.). Nós também podemos desafiar-te com as palavras do Apostolo: Ó morte, onde está a tua vitória? Onde está o teu aguilhão? (1Cor 15,55).

Quem te venceu nos resgatou, ele que entregou sua amada vida às mãos dos ímpios, para fazer ímpios seus amigos. São inúmeros e varias as expressões da Sagrada Escritura que nos podem consolar a todos. Basta-nos, porem, a esperança da ressurreição e termos os olhos fixos na glória de nosso Redentor. Pela fé já nos consideramos ressuscitados com ele, conforme diz o Apostolo: Se morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele (Rm 6,8).

Já não nos pertencemos, mas somos daquele que nos redimiu. Nossa vontade deve sempre depender da sua. Por isso dizemos ao rezar: Seja feita a vossa vontade (Mt 6,10). Pela mesma razão, devemos dizer como Jó, quando choramos alguém que morreu: O Senhor deu o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor (Jó 1,21). Façamos nossas estas palavras dele, a fim de que, aceitando como ele a vontade do Senhor, alcancemos um dia semelhante recompensa.

Das Cartas de São Bráulio de Saragoça, bispo Séc. VII.

Padre Paulo Ricardo, Sacerdote da Diocese de Cuiabá, fala sobre a oração pelos fiéis defuntos.

O que diz o Catecismo da Igreja:

1681. O sentido cristão da morte é revelado à luz do mistério pascal da morte e ressurreição de Cristo, em quem pomos a nossa única esperança. O cristão que morre em Cristo Jesus “abandona este corpo para ir morar junto do Senhor”.

1682. O dia da morte inaugura para o cristão, no termo da sua vida sacramental, a consumação do seu novo nascimento começado no Batismo, o definitivo “assemelhar-se à imagem do Filho”, conferido pela unção do Espírito Santo e pela participação no banquete do Reino, antecipada na Eucaristia, ainda que algumas derradeiras purificações lhe sejam ainda necessárias, para poder vestir o traje nupcial.

1683. A Igreja que, como mãe, trouxe sacramentalmente no seu seio o cristão durante a sua peregrinação terrena, acompanha-o no termo da sua caminhada para entregá-lo “nas mãos do Pai”. E oferece ao Pai, em Cristo, o filho da sua graça, e depõe na terra, na esperança, o gérmen do corpo que há de ressuscitar na glória. Esta oblação é plenamente celebrada no sacrifício eucarístico, e as bênçãos que o precedem e o seguem são sacramentais.

Em todas as Santas Missas,  nas diversas Orações Eucaristicas a Igreja reza pelos fiéis defuntos: Lembrai-vos também dos (outros) nossos irmãos e irmãs que morreram na esperança da ressurreição e de todos os que partiram desta vida: acolhei-os junto a vós na luz da vossa face (Oração Eucar[istica II). A todos que chamastes pra outra vida na vossa amizade, e aos marcados com o sinal da fé, abrindo vossos braços, acolhei-os. Que vivam para sempre bem felizes no reino que pra todos preparastes (Oração Eucar[istica V).

Clique aqui: Reze O Terço das Almas

Oração: Ó Deus escutai com bondade as nossas preces e aumentai a nossa fé no Cristo ressuscitado, para que seja mais viva a nossa esperança na ressurreição dos vossos filhos e filhas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém

Reze o Credo Símbolo da Fé:

Clique em comentários deixe os seus pedidos de orações e diga como você celebra os mortos?

Padre Luizinho, Comunidade Canção Nova.

O que significa o Homem é "capaz de Deus?

segunda-feira, outubro 29th, 2012

Ao encerrar os trabalhos do Sínodo dos Bispos o Papa Bento XVI exclamou sobre Bartimeu, o cego do Evangelho: “Representa o homem que tem necessidade da luz de Deus – a luz da fé – para conhecer verdadeiramente a realidade e caminhar pela estrada da vida. Condição essencial é reconhecer-se cego, necessitado desta luz; caso contrário permanece-se cego para sempre” (cf. Jo 9, 39-41). E Acrescentou: “Bartimeu representa o homem que reconhece o seu mal, e grita ao Senhor com a confiança de ser curado. O homem precisa recobrar a visão da fé”.

No Mistério da Santíssima Trindade experiência fundamental para nossa fé, conhecemos através da Divina Revelação a Pessoa do Pai, pois também temos experiência bastante concreta desta pessoa em nossa vida. O Filho Jesus Cristo assumindo a natureza humana, adquire um rosto, uma forma e ajuda a revelar também o Pai: “quem me vê, vê o Pai”. Como falar do Espírito Santo, esta Pessoa ainda tão desconhecida para nós?A Bíblia fala de suas manifestações e figuras, mas Ele mesmo não tem uma personificação, ora Ele é o fogo, a água, a Sombra do altíssimo, Unção, Mão de Deus, o Advogado e intercessor, mas, sobretudo Ele é o Amor do Pai e do Filho, amor entre o Pai e o Filho. Como é o seu relacionamento com Deus?

26. Quando professamos a nossa fé, começamos por dizer: «Creio», ou «Cremos». Portanto, antes de expor a fé da Igreja, tal como é confessada no Credo, celebrada na liturgia, vivida na prática dos mandamentos e na oração, perguntemos a nós mesmos o que significa «crer». A fé é a resposta do homem a Deus, que a ele Se revela e Se oferece resposta que, ao mesmo tempo, traz uma luz superabundante ao homem que busca o sentido último da sua vida. Comecemos, pois, por considerar esta busca do homem (capítulo primeiro): depois, a Revelação divina pela qual Deus vem ao encontro do homem (capítulo segundo); finalmente, a resposta da fé (capítulo terceiro). Catecismo da Igreja Católica n°26 a 49)

O HOMEM É «CAPAZ» DE DEUS

I. O desejo de Deus

27. O desejo de Deus é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus. Deus não cessa de atrair o homem para Si e só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que procura sem descanso:

«A razão mais sublime da dignidade humana consiste na sua vocação à comunhão com Deus. Desde o começo da sua existência, o homem é convidado a dialogar com Deus: pois se existe, é só porque, criado por Deus por amor, é por Ele, e por amor, constantemente conservado: nem pode viver plenamente segundo a verdade, se não reconhecer livremente esse amor e não se entregar ao seu Criador»(1).

28. De muitos modos, na sua história e até hoje, os homens exprimiram a sua busca de Deus em crenças e comportamentos religiosos (orações, sacrifícios, cultos, meditações, etc.). Apesar das ambiguidades de que podem enfermar, estas formas de expressão são tão universais que bem podemos chamar ao homem um ser religioso:

Deus «criou de um só homem todo o gênero humano, para habitar sobre a superfície da terra, e fixou períodos determinados e os limites da sua habitação, para que os homens procurassem a Deus e se esforçassem realmente por atingi-lo e encontra-lo. Na verdade, Ele não está longe de cada um de nós. É n’Ele que vivemos, nos movemos e existimos» (At 17, 26-28).

29. Mas esta «relação íntima e vital que une o homem a Deus»(2) pode ser esquecida, desconhecida e até explicitamente rejeitada pelo homem. Tais atitudes podem ter origens diversas (3) a revolta contra o mal existente no mundo, a ignorância ou a indiferença religiosas, as preocupações do mundo e das riquezas (4), o mau exemplo dos crentes, as correntes de pensamento hostis à religião e, finalmente, a atitude do homem pecador que, por medo, se esconde de Deus (5) e foge quando Ele o chama (6).

30. «Exulte o coração dos que procuram o Senhor» (Sl 105, 3). Se o homem pode esquecer ou rejeitar Deus, Deus é que nunca deixa de chamar todo o homem a que O procure, para que encontre a vida e a felicidade. Mas esta busca exige do homem todo o esforço da sua inteligência, a retidão da sua vontade, «um coração reto», e também o testemunho de outros que o ensinam a procurar Deus.

És grande, Senhor, e altamente louvável; grande é o teu poder e a tua sabedoria é sem medida. E o homem, pequena parcela da tua criação, pretende louvar-Te – precisamente ele que, revestido da sua condição mortal, traz em si o testemunho do seu pecado, o testemunho de que Tu resistes aos soberbos. Apesar de tudo, o homem, pequena parcela da tua criação, quer louvar-Te. Tu próprio a isso o incitas, fazendo com que ele encontre as suas delícias no teu louvor, porque nos fizeste para Ti e o nosso coração não descansa enquanto não repousar em Ti (7).

No Curso de Catecismo da Igreja Católica, Professor Felipe Aquino nos apresenta uma proposta audaciosa: O homem é “capaz” de Deus! E nos explica o real sentido de “ser capaz”.

III O conhecimento de Deus segundo a Igreja

36. «A Santa Igreja, nossa Mãe, atesta e ensina que Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser conhecido, com certeza, pela luz natural da razão humana, a partir das coisas criadas» (12). Sem esta capacidade, o homem não poderia acolher a revelação de Deus. O homem tem esta capacidade porque foi criado «à imagem de Deus» (Gn 1, 27).

37. Nas condições históricas em que se encontra, o homem experimenta, no entanto, muitas dificuldades para chegar ao conhecimento de Deus só com as luzes da razão:

«Com efeito, para falar com simplicidade, apesar de a razão humana poder verdadeiramente, pelas suas forças e luz naturais, chegar a um conhecimento verdadeiro e certo de um Deus pessoal, que protege e governa o mundo pela sua providência, bem como de uma lei natural inscrita pelo Criador nas nossas almas, há, contudo, bastantes obstáculos que impedem esta mesma razão de usar eficazmente e com fruto o seu poder natural, porque as verdades que dizem respeito a Deus e aos homens ultrapassam absolutamente a ordem das coisas sensíveis; e quando devem traduzir-se em atos e informar a vida, exigem que nos demos e renunciemos a nós próprios. O espírito humano, para adquirir semelhantes verdades, sofre dificuldade da parte dos sentidos e da imaginação, bem como dos maus desejos nascidos do pecado original. Daí deriva que, em tais matérias, os homens se persuadem facilmente da falsidade ou, pelo menos, da incerteza das coisas que não desejariam fossem verdadeiras» (13).

38. É por isso que o homem tem necessidade de ser esclarecido pela Revelação de Deus, não somente no que diz respeito ao que excede o seu entendimento, mas também sobre «as verdades religiosas e morais que, de si, não são inacessíveis à razão, para que possam ser, no estado atual do gênero humano, conhecidas por todos sem dificuldade, com uma certeza firme e sem mistura de erro» (14).

IV. Como falar de Deus?

39. Ao defender a capacidade da razão humana para conhecer Deus, a Igreja exprime a sua confiança na possibilidade de falar de Deus a todos os homens e com todos os homens. Esta convicção está na base do seu diálogo com as outras religiões, com a filosofia e as ciências, e também com os descrentes e os ateus.

40. Mas dado que o nosso conhecimento de Deus é limitado, a nossa linguagem, ao falar de Deus, também o é. Não podemos falar de Deus senão a partir das criaturas e segundo o nosso modo humano limitado de conhecer e de pensar.

41. Todas as criaturas são portadoras duma certa semelhança de Deus, muito especialmente o homem, criado à imagem e semelhança de Deus. As múltiplas perfeições das criaturas (a sua verdade, a sua bondade, a sua beleza) refletem, pois, a perfeição infinita de Deus. Daí que possamos falar de Deus a partir das perfeições das suas criaturas: «porque a grandeza e a beleza das criaturas conduzem, por analogia, à contemplação do seu Autor» (Sb 13, 5).

42. Deus transcende toda a criatura. Devemos, portanto, purificar incessantemente a nossa linguagem no que ela tem de limitado, de ilusório, de imperfeito, para não confundir o Deus «inefável, incompreensível, invisível, impalpável» (15) com as nossas representações humanas. As nossas palavras humanas ficam sempre aquém do mistério de Deus.

43. Ao falar assim de Deus, a nossa linguagem exprime-se, evidentemente, de modo humano. Mas atinge realmente o próprio Deus, sem, todavia poder exprimi-Lo na sua infinita simplicidade. Devemos lembrar-nos de que, «entre o Criador e a criatura, não é possível notar uma semelhança sem que a dessemelhança seja ainda maior» (16), e de que «não nos é possível apreender de Deus o que Ele é, senão apenas o que Ele não é, e como se situam os outros seres em relação a Ele»(17).

Resumindo:

44. O homem é, por natureza e vocação, um ser religioso. Vindo de Deus e caminhando para Deus, o homem não vive uma vida plenamente humana senão na medida em que livremente viver a sua relação com Deus.

45. O homem foi feito para viver em comunhão com Deus, em quem encontra a sua felicidade: «Quando eu estiver todo em Ti, não mais haverá tristeza nem angústia; inteiramente repleta de Ti, a minha vida será vida plena»(18).

46. Quando escuta a mensagem das criaturas e a voz da sua consciência, o homem pode alcançar a certeza da existência de Deus, causa e fim de tudo.

47. A Igreja ensina que o Deus único e verdadeiro, nosso Criador e Senhor; pode ser conhecido com certeza pelas suas obras, graças à luz natural da razão humana (19).

48. Nós podemos realmente falar de Deus partindo das múltiplas perfeições das criaturas, semelhanças de Deus infinitamente perfeito, ainda que a nossa linguagem limitada não consiga esgotar o mistério.

49. «A criatura sem o Criador esvai-se» (20). Por isso, os crentes sentem-se pressionados pelo amor de Cristo a levar a luz do Deus vivo aos que O ignoram ou rejeitam.

“Quero confiar à Santíssima Mãe de Deus todas as dificuldades que vive o nosso mundo na busca de serenidade e de paz; os problemas de tantas famílias que olham para o futuro com preocupação, os desejos dos jovens que se abrem à vida, os sofrimentos dos que esperam gestos e escolhas de solidariedade e de amor. Quero confiar à Mãe de Deus também este especial tempo de graça para a Igreja, que se abre diante de nós. Vós, Mãe do ‘sim’, que escutastes Jesus, falai-nos d’Ele, contai-nos sobre vossa estrada para segui-lo no caminho da fé, ajudai-nos a anunciá-lo para que cada homem possa acolhê-lo e se tornar morada de Deus. Amém!”. Papa Bento XVI

Escute o Podcast O Dom da amizade com Deus:

“Abre as portas ao Redentor!”

Padre Luizinho, Comunidade Canção Nova.
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terça-feira, outubro 23rd, 2012

Segundo as Sagradas Escrituras o primeiro concilio da Igreja de Cristo esta registrado nos Atos dos Apóstolos  capítulo  15. Surge uma questão de cunho cultural e espiritual: “Para os gentios alcançarem a salvação era preciso se tornar um judeu, ou seja, a circuncisão”? Isto nos faz refletir no que é preciso para se obter a salvação. Esse Concilio uniu Pedro, Paulo, Barnabé e Tiago, que era o patriarca de Jerusalém, sendo então o Concilio de Jerusalém.

Um concílio ecumênico é uma reunião de todos os bispos cristãos. Ela é convocada para discutir e resolver as questões da Igreja Cristã com relação à sua doutrina e disciplina. Algumas igrejas cristãs que se separaram das demais por causa de divergências aceitam somente os concílios ecumênicos que se realizaram antes da sua separação.

A palavra ecumênico deriva do grego “oikoumene”, que significa literalmente “o mundo habitado”, ou seja universal. Inicialmente, ela foi usada para se referir ao Império Romano, mas depois passou a representar o mundo em geral.

Concílios ecumênicos da Igreja

01.  NICEIA I –  20/05 A 25/07  de  325
Papa: Silvestre I  (314-335)
Assunto principal:  a confissão de fé contra o Arianismo: igualdade de natureza   do Filho com o Pai.

02. CONSTATINOPLA I – maio a junho de 381
Papa: Dâmaso I  (366-384)
Assunto principal: a confissão da divindade do Espírito Santo

03.  EFESO – 22/06 a 17/07  de  431
Papa: Celestino I  (422-432) – Cristo é uma só pessoa e duas natureza
Assunto principal:  maternidade divina de Maria, contra Nestório, Maria, a mãe de Deus – THEOTOKOS

04.  CALCEDONIA –  08/10  a 1º/11  de  451
Papa:  Leão I, O Grande  (440-461)
Assunto principal: afirmação das duas naturezas na única pessoa de Cristo.

05. CONSTANTINOPLA II – 05/05  a 02/07  de   553
Papa: Virgílio  (537-555)
Assunto principal:  condenação dos nestorianos

06. CONSTANTINOPLA III –  07/11  de  680  a  16/09  de  681
Papa: Agato  (678-681)  e Leão II  (662-663)
Assunto principal:  Condenação do monoteletismo: em Cristo há  realmente, duas vontades distintas, Divina e humana;

07. NICEIA II – 24/09  a 23/10  de  787
Papa: Adriano I   (772-795)
Assunto principal: contra os iconoclastas: há sentido e liceidade na veneração de imagens (ícones).

08.  CONSTANTINOPLA IV –  05/10  de 869  a  28/02  de 870
Papa: Nicolau I  (858-867)  e Adriano II  (867-872)
Assunto principal:  extinção do cisma do patriarca Fócio.

09. LATRÃO I – 18/03  a  06/04  de 1123
Papa:  Calixto  II   (1119-1124)
Assunto principal:  confirmação da Concordata de Worm

10. LATRÃO II – abril de 1139
Papa: Inocêncio II  (1130-1143)
Assunto principal:  o cisma de Anacleto II

11. LATRÃO III – 05 a 19 de março de 1179
Papa: Alexandre III   (1159-1181)
Assunto principal: fixação da necessidade de dois terços dos votos na eleição do Papa

12.  LATRÃO IV – 11  a  30 de novembro de 1215
Papa:  Inocêncio  III   (1198-1216)
Assunto principal: confissão de fé contra os cataris; a transubstanciação na Eucaristia; a confissão e a comunhão anuais.

13. LYON  I – 28/06  a  17/07  de 1245
Papa: Inocêncio IV   (1243-1254)
Assunto principal: deposição do imperador Frederico II

14.  LYON II – 07/05  a   17/07  de  1274
Papa: Gregório  X  (1271-1276)
Assuntos principais:  procedimentos referentes ao conclave; união com os gregos; cruzada.

15. VIENA -16/10  de  1311   a  06/05   de  1312
Papa: Clemente V  (1305-1314)
Assunto principal:  Supressão da Ordem dos Templários; campanha de pobreza dos franciscanos; decretos de reforma.

16. CONSTANÇA – 05/11  de  1414  a  22/04   de 1418
Papas:  situação de vários antipapas:
– resignação do Papa romano, Gregório  XII   (1405-1415)
– deposição do Papa conciliar,  João  XXIII  (1410-1415) em 29/05/1415
– deposição do Papa avinhense, Benedito XIII  (1394-1415) em 26/07/1417
– eleição de Martinho V em 11/11/1417
Assuntos principais: extinção  do Grande Cisma; condenação de João Hus, Decreto relativo à supremacia do concílio sobre o Papa e decreto relativo à periodicidade dos concílios; concordata com as cinco nações conciliaristas.

17. BASILÉIA-FERRAR-FLORENÇA – em Basiléia de 23/07/1431  a  07/05/1437em Ferrara de 18/09/1437  a   1º/01/1438 em Florença de 16/07/1439  a? Em Roma,  a partir de 25/04/1442
Papa: Eugênio IV   (1431-1447)
Assuntos principais: reunião com os gregos em 06/07/143 com os armênios em 22/11/1439 com os jacobistas  em 04/02/1442

18. LATRÃO V – 10/05/1512  a  16/03/1517
Papas: Júlio II  (1503-1413)  e   Leão  X  (1513-1521)
Assunto principal: contra o concílio cismático de Pisa (1511-1512), decretos de reforma

19. TRENTO – 13/12/1545  a  04/12/1563  (em três períodos)
Papas: Paulo II  (1534-1549) ;  Júlio III  (1550-1555)  e  Pio IV (1559-1565)
Assuntos principais: contra a Reforma de Lutero; doutrina sobre a Escritura e a Tradição, o pecado original e a justificação, os sacramentos e a missa, a veneração dos santos, decretos de reforma.

20. VATICANO I –  08/12/1869   a 18/07/1870
Papa:  Pio IX    (1846-1878)
Assuntos principais: definição da doutrina da fé católica, do primado e da infalibilidade do Papa

21. VATICANO II –  11/10/1962  a  07/12/1965
Papas:  João XXIII  (1958-1963)  e  Paulo  VI  (1963-1978)
Assuntos principais: “Procuremos apresentar aos homens de nosso tempo, íntegra e pura, a verdade de Deus de tal maneira que eles a possam compreender e a ela espontaneamente assentir. Pois somos Pastores…”  (João XXIII aos padres conciliares, na homilia de abertura do concílio).

Fonte: www.cleofas.com.br

Prof. Felipe Aquino caminha pela história da Igreja. Nesse programa ele fala sobre os concílios ecumênicos que a Igreja realizou:

É preciso que o Credo, o Símbolo da Fé, seja mais conhecido, compreendido e rezado.

Publicamos a seguir o resumo da catequese realizada por Bento XVI na Audiência Geral de quarta- feira 17 de outubro de 2012(ZENIT.org)

Queridos irmãos e irmãs, Hoje iniciamos um novo ciclo de catequeses que se inserem no contexto do Ano da Fé, inaugurado recentemente. Com estas catequeses, queremos percorrer um caminho que leve a reforçar ou a reencontrar a alegria da fé em Jesus Cristo, único Salvador do mundo. De fato, o nosso mundo de hoje está profundamente marcado pelo secularismo, relativismo e individualismo que levam muitas pessoas a viver a vida de modo superficial, sem ideais claros. Por isso, é essencial redescobrir como a fé é uma força transformadora para a vida: saber que Deus é amor, que se fez próximo aos homens com a Encarnação e se entregou na cruz para nos salvar e nos abrir novamente a porta do céu. De fato, a fé não é uma realidade desconectada da vida concreta. Neste sentido, para perceber o vínculo profundo que existe entre as verdades que professamos e a nossa vida diária, é preciso que o Credo, o Símbolo da Fé, seja mais conhecido, compreendido e rezado. Nele encontramos as fórmulas essenciais da fé: as verdades que nos foram fielmente transmitidas e que constituem a luz para a nossa existência.

“O Símbolo denominado niceno-constantinopolitano tem sua grande autoridade no fato de ter resultado dos dois primeiros Concílios ecumênicos (325 e 381). Ainda hoje ele é comum a todas as grandes Igrejas do Oriente e do Ocidente” (CIC§ 195).

Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra,
de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigênito de Deus,
nascido do Pai antes de todos os séculos:
Deus de Deus, luz da luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro,
gerado não criado,
consubstancial ao Pai.

Por Ele todas as coisas foram feitas.

E, por nós, homens, e para a nossa salvação,
desceu dos céus:
e encarnou pelo Espírito Santo,
no seio da Virgem Maria,
e se fez homem.
Também por nós foi crucificado
sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia,
conforme as escrituras;
E subiu aos céus,
onde está sentado à direita do Pai.
E de novo há de vir, em sua glória,
para julgar os vivos e os mortos;
e o seu reino não terá fim.

Creio no Espírito Santo,
Senhor que dá a vida,
e procede do Pai;
e com o Pai e o Filho
é adorado e glorificado:
Ele que falou pelos profetas.

Creio na Igreja una, santa,
católica e apostólica.
Professo um só batismo
para remissão dos pecados.
Espero a ressurreição dos mortos;
E a vida do mundo que há de vir.
Amém.

Reze comigo no PODCAST:

Eu creio Senhor, mas aumentai a minha fé!

Padre Luizinho, Comunidade Canção Nova.
twitter.com/padreluizinho