Meu Ministério (vocação)

No dia 12 de Dezembro de 1994 fui mandado embora do seminário diocesano, e era um dia especial, dia de Nossa Senhora de Guadalupe. Foi dito para mim que eu não tinha vocação para padre diocesano, meu mundo caio naquele dia, e a promessa de Deus, e a profecia da minha tia? Deus desistiu de mim e de minha vocação? Depois de todo resgate de Deus em minha vida e do grande perdão em relação ao meu pai (você pode ler toda essa historia na página que fala de Minha Historia), de ter experimentado a Deus e decidido: “Não posso dar a Deus a metade, é preciso dar a Deus tudo!”

Na quarta-feira de cinzas de 1993 entrava para o seminário Propedéutico Santa Terezinha do Menino Jesus em Salvador bahia, esse periodo era um noviciado, uma preparação para o seminário maior no ano seguinte, onde também me preparva para o festibular na Universidade Católica para cursar Filosofia. Este ano foi mais tranquilo, tive uma forte crise de saudade de casa e dificuldade nos estudos, mas aconteceu uma intervenção de Santa terezinha. Depois de grandes questionamentos se Deus queria-me padre mesmo, decidi ir para Missa das 7:ooh da manhã e pedi um sinal, pois estava fazendo a novena das rosas de Santa Terezinha e naquele dia estava servindo ao altar como acolito. Passou-se a Missa toda e nada aconteceu, depois da benção final, o padre beijou o altar e iamos voltando para a sacristia, quando olheu atrás da cadeira que estava sentado e vi uma Rosa Branca, olhei para todo o altar e não havia nenhuma flor natural na ornamentação da Igreja, era o sinal de Santa terezinha, resposta para que eu continuasse no seminário!

Neste ano fiz grandes amizades, o Cícero, o José Carlos, os dois hoje também são padres, e a Elzinha japonezinha da Canção Nova, ela sempre fazia a leitura na Missa. Conheci também a Salete Ferreira, o Pedro Roberto, o Chiquinho, todos jovens da Comunidade Canção Nova, eles trabalhavam na Rádio Excelsior da Arquidiocese de Salvador, que ficava ao lado do seminário. Antes de conhecer esses jovens nunca tinha ouvido falar da Comunidade, era a Providência de Deus se revelando para mim, mais adiante você vai entender. Esse ano terminou e consegui passar no vestibular  para a filosofia no seminário de minha então diocese de Feira de Santana, Seminário Sant’Ana Mestra. Neste ano de 1994 começam as grandes provações de minha vocação, “pois os homens agradáveis a Deus são provados como a prata e o ouro” Eclesiastico 2.

Uma de minhas maiores dificuldade chamava-se Reitor, ele implicava comigo por ser desse jeito carismático, tudo queria rezar, sempre que tinha tempo estava na capela e queria fazer no seminário o que fazia nos grupos de oração, é claro precisava de um pouco mais de discernimento e maturidade,mas eu estava em formação e le deveria me ajudar. Ele pegava no meu pé mesmo, implicava, críticava e algumas vezes me humilhava na frente dos outros colegas. Fui para este seminário a pedido do meu diretor espiritual, o Padre Jessé Torres, um homem santo, um modelo de sacerdote, que me deu catequese e insentivou minha vocação, apresentou-me a Nossa Senhora, é por grande parte de culpa dele que hoje estou aqui. No final do ano de 94, no dia 12 de dezembo o Reitor me chamou em seu escritório e deslicou-me do seminário dizendo que não tinha vocação. Lembrei-me da frase que a Salete havia dito alguns  dias antes: “Deixa tudo e vem para Canção Nova!”

Eu não tinha coragem para fazer isso, hoje eu endento que mesmo de maneira dolorosa Deus havia me empurado para fazer a sua Vontade. Voltei para casa de minha mãe e fui procurar o Walmir Motta, responsável da Canção Nova na Bahia. Contei toda minha historia para ele e depois de ouvir tudo me disse: “Os dons e a Vocação de Deus são irrevogáveis.” E continuou deus não volta atrás quando chama alquém!. Romanos 11,29 Aqui a Palavra de Deus ressuscitou minha vocação e no mesmo dia o Walmir ligou para o Pe Jonas Abib contando toda historia, e o Pe Jonas disse: “Se for de Deus a Providência vai  ver tudo”. E foi assim, três senhoras da Renovação Carismática, Eneida, Enedite e Cristina Dorea me ajudaram a cursar todo o segundo ano de Filosofia em 95, em 1996 entrei para o Noviciado da Comunidade Canção Nova. Por isso, o meu lema sacerdotal é um grito de fé e de vitória: “Tudo posso naquele que me dá força.”

Hoje tenho 10 anos de sacerdócio completados no ultimo dia 22 de Dezembro de 2010. Sou muito feliz e realizado como padre, tenho muitas dificuldades e limites, mas reconheço que este ministério, a intimidade com Deus e a vida comunitária na Canção Nova fizeram de mim uma pessoa muito melhor. Ser padre na canção Nova é bom demais!

Minha benção fraterna.

Padre Luizinho,
Com. Canção Nova.

Blog da equipe vocacional: http://blog.cancaonova.com/vocacional/