Minha Historia

      “Eu te louvo porque me fizeste maravilhoso; são admiráveis as tuas obras”. Salmo 138,14  Minha historia é uma grande iniciativa amorosa de Deus, por isso comecei com este salmo. Nasci no dia 11 de fevereiro de 1970, dia de Nossa Senhora de Lourdes, guarde isto porque é importante na minha historia. Filho de Armando Carneiro Alves e Elizia Lima Alves, o quarto de cinco filhos. Meus irmãos, Evani, Tane, Ana Elizia e Elizangela a casula! Éramos sete, quatro mulheres e três homens, muito diferentes, mas já experimentava a sadia convivência numa comunidade de amor.

Minha mãe e meus irmãos

      Quando bebê, minha tia Maria da Glória pegou-me no colo e disse: “esse menino tem uma carinha tão satisfeita, esse menino vai ser padre!’”. Tinha um pequeno desvio no cérebro que me impedia de aprender a ler e escrever e causava fortes dores de cabeça, tomei gardenal até os doze anos. Neste tempo no meu bairro, uma professora chamada Aglair, é importante lembrarmos das pessoas que nos fizeram experimentar vitórias, com muita paciência dava-me aulas de reforço em sua casa, neste ambiente de misericórdia aprendi a ler e escrever, daí em diante não tive mais dificuldade. Ou talvez tenha sido o fusca que me atropelou naquele ano numa festa junina, e quebrando o farol com a cabeça, colocou os parafusos no lugar.

      Chegaram a adolescência e todas as suas dificuldades, para destacar tinha uma forte rejeição ao meu pai, por causa de sua ausência pelo muito trabalho, pois saia de casa as cinco da manhã e voltava à noite e alimentava ressentimento e magoa, o cupava de tudo que dava errado em minha vida. Homem maravilhoso era meu pai, criou sua família de cinco filhos e ajudou a irmã, minha tia Maria, a criar os cinco dela, pois perdera o marido num acidente de caminhão. Com o passar do tempo e a falta de Deus, aquele ressentimento se tornou ódio para com meu pai, também o pecado começou a entrar em minha vida, o vazio a depressão, pensei até em me matar duas vezes e tentei de maneira bem ingênua, mas tentei. No ano de 1990, descobrimos que nosso pai estava com câncer na laringe, pois fumava desde dos doze anos de idade, foi muito difícil para minha mãe e para todos nós. Neste mesmo período aconteceu o evento que mudaria o curso de minha história. Num Domingo de muito calor na minha cidade, minha amiga Eliete, por quem eu era apaixonado, mas ela via que éramos grandes amigos e só, levou-me a um festival de sorvete no grupo de jovens Judá da capela Nossa senhora do Perpetuo Socorro. Naquela pequena capela, um portão baixo, mas com um clima muito acolhedor e cheio de alegria e de jovens diferentes, uma jovem chamada Tânia, veio em minha direção com um copo de sorvete bem cheio e colorido dizendo: “Luiz, esse copo de sorvete é para você, porque Jesus te ama!” Esse foi o momento do meu encontro pessoal com Jesus Cristo, aqui a minha vida começava a mudar radicalmente. Quem é essa moça que me dá o que eu mais gosto com tanto acolhimento e sem me pedir nada em troca? Essa era a pergunta que não saia de minha cabeça e a Eliete percebeu o momento e me convidou para voltar à noite na capela onde os jovens se reuniam, e é claro, não recusei. Nunca tinha ouvido falar que Jesus me amava, aqui começa o grande processo de perdão para meu pai, foi lindo mais muito doloroso, porque ele estava adentrando no câncer e toda a minha família sofria. Ali estive perto do meu pai em todos os momentos, rezávamos juntos e com minha mãe cuidava de suas maiores necessidades. Meu coração foi sendo quebrado no orgulho, egoísmo e principalmente no ressentimento, percebi que eu era o “filho pródigo” dentro de minha própria casa. Estava já engajado nas coisas da Igreja, grupo de oração, Legião de Maria, Missa e naquele dia 28 de setembro de 1991, um sábado, tinha uma pregação para fazer em uma comunidade perto de minha cidade, mas minha mãe pediu que não fosse e obedeci, ela disse que precisaria de mim. Fui dormir mais cedo, depois de minhas orações e de ter ficado com o meu pai o dia inteiro, ele tinha tomado remédios muito fortes e delirou um pouco durante o dia, mas estava bem. Por volta das uma e vinte da manhã ouso meu pai chamar meu nome, dei um pulo e já estava na porta do quarto dos meus pais, vi minha mãe tremendo segurando uma paradeira de doente, pois a veia da laringe do meu pai tinha estourado e ele estava colocando todo sangue pela boca, dei um pequeno toque em minha mãe e paguei a paradeira e disse olhando dentro dos olhos do meu velho: “pai, Jesus está aqui e Ele vai te levar”. Coloquei sua cabeça no travesseiro e fui buscar com meu irmão a enfermeira que nos ajudava, quando voltei meu pai não estava mais ali, Jesus o tinha levado. O perdão é o maior fenômeno que o homem pode experimentar, naquele dia decidi: “não posso dar a Deus a metade, é preciso dar a Deus tudo, toda minha vida e decidi ser Sacerdote. Toda vez que conto essa historia acontece algo novo dentro de mim, acredito ser a Vida Nova que nasce com o perdão eclodindo dentro de minha alma. O resto desta historia você vai ver na pagina Meu Ministério. Até lá…