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Jesus desceu a mansão dos mortos!?

sábado, março 30th, 2013

Entrando mais no Mistério que nós celebramos na morte de nosso Senhor Jesus Cristo para a nossa salvação nós professamos no creio “desceu a mansão dos mortos ressuscitou ao terceiro dia”.

Que está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos. Ele vai antes de tudo à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Faz questão de visitar os que estão mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Deus e seu Filho vão ao encontro de Adão e Eva cativos, agora libertos dos sofrimentos.

O Senhor entrou onde eles estavam levando em suas mãos a arma da cruz vitoriosa. Quando Adão, nosso primeiro pai, o viu, exclamou para todos os demais, batendo no peito e cheio de admiração: “O meu Senhor está no meio de nós”. E Cristo respondeu a Adão: “E com teu espírito”. E tomando-o pela mão, disse: “Acorda, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará”.

Escute o Podcast na integra:

Eu sou o teu Deus, que por tua causa me tornei teu filho; por ti e por aqueles que nasceram de ti, agora digo, e com todo o meu poder, ordeno aos que estavam na prisão: ‘Saí!’; e aos que jaziam nas trevas: ‘Vinde para a luz!’; e aos entorpecidos: ‘Levantai-vos!’

Eu te ordeno: Acorda, tu que dormes, porque não te criei para permaneceres na mansão dos mortos. Levanta-te dentre os mortos; eu sou a vida dos mortos. Levanta-te, obra das minhas mãos; levanta-te, ó minha imagem, tu que foste criado à minha semelhança. Levanta-te, saiamos daqui; tu em mim e eu em ti, somos uma só e indivisível pessoa. Por ti, eu, o teu Deus, me tornei teu filho; por ti, eu, o Senhor, tomei tua condição de escravo. Por ti, eu, que habito no mais alto dos céus, desci à terra e fui até mesmo sepultado debaixo da terra; por ti, feito homem, tornei-me como alguém sem apoio, abandonado entre os mortos. Por ti, que deixaste o jardim do paraíso, ao sair de um jardim fui entregue aos judeus e num jardim, crucificado.

Vê em meu rosto os escarros que por ti recebi, para restituir-te o sopro da vida original. Vê na minha face às bofetadas que levei para restaurar, conforme a minha imagem, tua beleza corrompida. Vê em minhas costas as marcas dos açoites que suportei por ti para retirar de teus ombros o peso dos pecados. Vê minhas mãos fortemente pregadas à árvore da cruz, por causa de ti, como outrora estendeste levianamente as tuas mãos para a árvore do paraíso. Adormeci na cruz e por tua causa a lança penetrou no meu lado, como Eva surgiu do teu, ao adormeceres no paraíso. Meu lado curou a dor do teu lado. Meu sono vai arrancar-te do sono da morte. Minha lança deteve a lança que estava dirigida contra ti.

Levanta-te, vamos daqui. O inimigo te expulsou da terra do paraíso; eu, porém, já não te coloco no paraíso, mas num trono celeste. O inimigo afastou de ti a árvore, símbolo da vida; eu, porém, que sou a vida, estou agora junto de ti. Constituí anjos que, como servos, te guardassem; ordeno agora que eles te adorem como Deus, embora não sejas Deus. Está preparado o trono dos querubins, prontos e a postos os mensageiros, construído o leito nupcial, preparado o banquete, as mansões e os tabernáculos eternos adornados, abertos os tesouros de todos os bens e o reino dos céus preparado para ti desde toda a eternidade”.

De uma antiga Homilia no grande Sábado Santo
(PG43, 439.451.462-463) (Séc.IV).

Verdadeiramente Cristo levou a esperança a todos os fiéis que esperavam este dia, o dia de Cristo o dia que Ele foi resgatar aqueles que jaziam na morte e nas trevas. Da mesma forma Cristo pode tirar cada um de nós da situação de morte, de trevas e de abandono que nós nos encontramos.

O Catecismo da Igreja nos ensina que: CRISTO DESCEU AOS INFERNOS

§632 – As freqüentes afirmações do Novo Testamento segundo as quais Jesus “ressuscitou dentre os mortos” (1Cor 15,20) pressupõem, anteriormente à ressurreição, que este tenha ficado na Morada dos Mortos. Este é o sentido primeiro que a pregação apostólica deu à descida de Jesus aos Infernos: Jesus conheceu a morte como todos os seres humanos e com sua alma esteve com eles na Morada dos Mortos. Mas para lá foi como Salvador, proclamando a boa notícia aos espíritos que ali estavam aprisionados.

§633 – A Escritura denomina a Morada dos Mortos, para a qual Cristo morto desceu de os Infernos, o Sheol ou o Hades. Visto que os que lá se encontram estão privados da visão de Deus. Este é, com efeito, o estado de todos os mortos, maus ou justos, à espera do Redentor que não significa que a sorte deles seja idêntica, como mostra Jesus na parábola do pobre Lázaro recebido no “seio de Abraão”. “São precisamente essas almas santas, que esperavam seu Libertador no seio de Abraão, que Jesus libertou ao descer aos Infernos”. Jesus não desceu aos Infernos para ali libertar os condenados nem para destruir o Inferno da condenação, mas para libertar os justos que o haviam precedido.

§634 – “A Boa Nova foi igualmente anunciada aos mortos…” (1Pd 4,6). A descida aos Infernos é o cumprimento, até sua plenitude, do anúncio evangélico da salvação. É a fase última da missão messiânica de Jesus, fase condensada no tempo, mas imensamente vasta em sua significação real de extensão da obra redentora a todos os homens de todos os tempos e de todos os lugares, pois todos os que são salvos se tomaram participantes da Redenção.

§635 – Cristo desceu, portanto, no seio da terra, a fim de que “os mortos ouçam a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem vivam” (Jo 5,25). Jesus, “o Príncipe da vida”, “destruiu pela morte o dominador da morte, isto é, O Diabo, e libertou os que passaram toda a vida em estado de servidão, pelo temor da morte” (Hb 2,5). A partir de agora, Cristo ressuscitado “detém a chave da morte e do Hades” (Ap 1,18), e “ao nome de Jesus todo joelho se dobra no Céu, na Terra e nos Infernos” (Fl 2,10).

Nós estamos esperando e a natureza inteira como diz São Paulo anseia pelo dia do Senhor e este dia que virá será com Jesus ressuscitado, pois Ele já venceu a morte, resgatou os mortos e nos libertou do pecado. Por isso, meus irmãos nesta feliz esperança, de que a força de Cristo na cruz e o seu sangue derramado podem nos tirar de qualquer situação de escravidão, de morte nós vamos rezar:

Clique em comentários e deixe os seus pedidos de orações.

Oração: Pai cheio de bondade, vosso Filho unigênito desceu à mansão dos mortos e dela surgiu vitorioso: concedei aos vossos fiéis, sepultados com ele no batismo, que, pela força de sua ressurreição, participem da vida eterna, com ele. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

Em silêncio esperamos a vitória!

Padre Luizinho, Comunidade Canção Nova.
twitter.com/padreluizinho

Espiritualidade: O Tesouro da Fé e da Caridade

quarta-feira, fevereiro 6th, 2013

Mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma 2013: Crer na caridade suscita caridade

“Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele” (1 Jo 4, 16).

Queridos irmãos e irmãs!

A celebração da Quaresma, no contexto do Ano da fé, proporciona-nos uma preciosa ocasião para meditar sobre a relação entre fé e caridade: entre o crer em Deus, no Deus de Jesus Cristo, e o amor, que é fruto da ação do Espírito Santo e nos guia por um caminho de dedicação a Deus e aos outros.

1. A fé como resposta ao amor de Deus

Na minha primeira Encíclica, deixei já alguns elementos que permitem individuar a estreita ligação entre estas duas virtudes teologais: a fé e a caridade. Partindo duma afirmação fundamental do apóstolo João: “Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele” (1 Jo 4, 16), recordava que, “no início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande idéia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo. (…) Dado que Deus foi o primeiro a amar-nos (cf. 1 Jo 4, 10), agora o amor já não é apenas um ‘mandamento’, mas é a resposta ao dom do amor com que Deus vem ao nosso encontro” (Deus caritas est, 1). A fé constitui aquela adesão pessoal – que engloba todas as nossas faculdades – à revelação do amor gratuito e “apaixonado” que Deus tem por nós e que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. O encontro com Deus Amor envolve não só o coração, mas também o intelecto: “O reconhecimento do Deus vivo é um caminho para o amor, e o sim da nossa vontade à d’Ele une intelecto, vontade e sentimento no ato globalizante do amor. Mas isto é um processo que permanece continuamente a caminho: o amor nunca está ‘concluído’ e completado” (ibid., 17). Daqui deriva, para todos os cristãos e em particular para os “agentes da caridade”, a necessidade da fé, daquele “encontro com Deus em Cristo que suscite neles o amor e abra o seu íntimo ao outro, de tal modo que, para eles, o amor do próximo já não seja um mandamento por assim dizer imposto de fora, mas uma consequência resultante da sua fé que se torna operativa pelo amor” (ibid., 31). O cristão é uma pessoa conquistada pelo amor de Cristo e, movido por este amor – “caritas Christi urget nos” (2 Cor 5, 14) – , está aberto de modo profundo e concreto ao amor do próximo (cf. ibid., 33). Esta atitude nasce, antes de tudo, da consciência de ser amados, perdoados e mesmo servidos pelo Senhor, que Se inclina para lavar os pés dos Apóstolos e Se oferece a Si mesmo na cruz para atrair a humanidade ao amor de Deus.

“A fé mostra-nos o Deus que entregou o seu Filho por nós e assim gera em nós a certeza vitoriosa de que isto é mesmo verdade: Deus é amor! (…) A fé, que toma consciência do amor de Deus revelado no coração trespassado de Jesus na cruz, suscita por sua vez o amor. Aquele amor divino é a luz – fundamentalmente, a única – que ilumina incessantemente um mundo às escuras e nos dá a coragem de viver e agir” (ibid., 39). Tudo isto nos faz compreender como o procedimento principal que distingue os cristãos é precisamente “o amor fundado sobre a fé e por ela plasmado” (ibid., 7).

2. A caridade como vida na fé

Toda a vida cristã consiste em responder ao amor de Deus. A primeira resposta é precisamente a fé como acolhimento, cheio de admiração e gratidão, de uma iniciativa divina inaudita que nos precede e solicita; e o “sim” da fé assinala o início de uma luminosa história de amizade com o Senhor, que enche e dá sentido pleno a toda a nossa vida. Mas Deus não se contenta com o nosso acolhimento do seu amor gratuito; não Se limita a amar-nos, mas quer atrair-nos a Si, transformar-nos de modo tão profundo que nos leve a dizer, como São Paulo: Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim (cf. Gl 2, 20).

Quando damos espaço ao amor de Deus, tornamo-nos semelhantes a Ele, participantes da sua própria caridade. Abrirmo-nos ao seu amor significa deixar que Ele viva em nós e nos leve a amar com Ele, n’Ele e como Ele; só então a nossa fé se torna verdadeiramente uma “fé que atua pelo amor” (Gl 5, 6) e Ele vem habitar em nós (cf. 1 Jo 4, 12).

A fé é conhecer a verdade e aderir a ela (cf. 1 Tm 2, 4); a caridade é “caminhar” na verdade (cf. Ef 4, 15). Pela fé, entra-se na amizade com o Senhor; pela caridade, vive-se e cultiva-se esta amizade (cf. Jo 15, 14-15). A fé faz-nos acolher o mandamento do nosso Mestre e Senhor; a caridade dá-nos a felicidade de pô-lo em prática (cf. Jo 13, 13-17). Na fé, somos gerados como filhos de Deus (cf. Jo 1, 12-13); a caridade faz-nos perseverar na filiação divina de modo concreto, produzindo o fruto do Espírito Santo (cf. Gl 5, 22). A fé faz-nos reconhecer os dons que o Deus bom e generoso nos confia; a caridade fá-los frutificar (cf. Mt 25, 14-30).

3. O entrelaçamento indissolúvel de fé e caridade

À luz de quanto foi dito, torna-se claro que nunca podemos separar e menos ainda contrapor fé e caridade. Estas duas virtudes teologais estão intimamente unidas, e seria errado ver entre elas um contraste ou uma “dialética”. Na realidade, se, por um lado, é redutiva a posição de quem acentua de tal maneira o caráter prioritário e decisivo da fé que acaba por subestimar ou quase desprezar as obras concretas da caridade reduzindo-a a um genérico humanitarismo, por outro é igualmente redutivo defender uma exagerada supremacia da caridade e sua operatividade, pensando que as obras substituem a fé. Para uma vida espiritual sã, é necessário evitar tanto o fideísmo como o ativismo moralista.

A existência cristã consiste num contínuo subir ao monte do encontro com Deus e depois voltar a descer, trazendo o amor e a força que daí derivam, para servir os nossos irmãos e irmãs com o próprio amor de Deus. Na Sagrada Escritura, vemos como o zelo dos Apóstolos pelo anúncio do Evangelho, que suscita a fé, está estreitamente ligado com a amorosa solicitude pelo serviço dos pobres (cf. At 6, 1-4). Na Igreja, devem coexistir e integrar-se contemplação e ação, de certa forma simbolizadas nas figuras evangélicas das irmãs Maria e Marta (cf. Lc 10, 38-42). A prioridade cabe sempre à relação com Deus, e a verdadeira partilha evangélica deve radicar-se na fé (cf. Catequese na Audiência geral de 25 de Abril de 2012). De fato, por vezes tende-se a circunscrever a palavra “caridade” à solidariedade ou à mera ajuda humanitária; é importante recordar, ao invés, que a maior obra de caridade é precisamente a evangelização, ou seja, o “serviço da Palavra”. Não há ação mais benéfica e, por conseguinte, caritativa com o próximo do que repartir-lhe o pão da Palavra de Deus, fazê-lo participante da Boa Nova do Evangelho, introduzi-lo no relacionamento com Deus: a evangelização é a promoção mais alta e integral da pessoa humana. Como escreveu o Servo de Deus Papa Paulo VI na Encíclica Populorum progressio, o anúncio de Cristo é o primeiro e principal fator de desenvolvimento (cf. n. 16). A verdade primordial do amor de Deus por nós, vivida e anunciada, é que abre a nossa existência ao acolhimento deste amor e torna possível o desenvolvimento integral da humanidade e de cada homem (cf. Enc. Caritas in veritate, 8).

Essencialmente, tudo parte do Amor e tende para o Amor. O amor gratuito de Deus é-nos dado a conhecer por meio do anúncio do Evangelho. Se o acolhermos com fé, recebemos aquele primeiro e indispensável contato com o divino que é capaz de nos fazer “enamorar do Amor”, para depois habitar e crescer neste Amor e comunicá-lo com alegria aos outros.

A propósito da relação entre fé e obras de caridade, há um texto na Carta de São Paulo aos Efésios que a resume talvez do melhor modo: “É pela graça que estais salvos, por meio da fé. E isto não vem de vós; é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque nós fomos feitos por Ele, criados em Cristo Jesus, para vivermos na prática das boas ações que Deus de antemão preparou para nelas caminharmos” (2, 8-10). Daqui se deduz que toda a iniciativa salvífica vem de Deus, da sua graça, do seu perdão acolhido na fé; mas tal iniciativa, longe de limitar a nossa liberdade e responsabilidade, torna-as mais autênticas e orienta-as para as obras da caridade. Estas não são fruto principalmente do esforço humano, de que vangloriar-se, mas nascem da própria fé, brotam da graça que Deus oferece em abundância. Uma fé sem obras é como uma árvore sem frutos: estas duas virtudes implicam-se mutuamente. A Quaresma, com as indicações que dá tradicionalmente para a vida cristã, convida-nos precisamente a alimentar a fé com uma escuta mais atenta e prolongada da Palavra de Deus e a participação nos Sacramentos e, ao mesmo tempo, a crescer na caridade, no amor a Deus e ao próximo, nomeadamente através do jejum, da penitência e da esmola.

4. Prioridade da fé, primazia da caridade

Como todo o dom de Deus, a fé e a caridade remetem para a ação do mesmo e único Espírito Santo (cf. 1 Cor 13), aquele Espírito que em nós clama: “Abbá! – Pai!” (Gl 4, 6), e que nos faz dizer: “Jesus é Senhor!” (1 Cor 12, 3) e “Maranatha! – Vem, Senhor!” (1 Cor 16, 22; Ap 22, 20).

Enquanto dom e resposta, a fé faz-nos conhecer a verdade de Cristo como Amor encarnado e crucificado, adesão plena e perfeita à vontade do Pai e infinita misericórdia divina para com o próximo; a fé radica no coração e na mente a firme convicção de que precisamente este Amor é a única realidade vitoriosa sobre o mal e a morte. A fé convida-nos a olhar o futuro com a virtude da esperança, na expectativa confiante de que a vitória do amor de Cristo chegue à sua plenitude. Por sua vez, a caridade faz-nos entrar no amor de Deus manifestado em Cristo, faz-nos aderir de modo pessoal e existencial à doação total e sem reservas de Jesus ao Pai e aos irmãos. Infundindo em nós a caridade, o Espírito Santo torna-nos participantes da dedicação própria de Jesus: filial em relação a Deus e fraterna em relação a cada ser humano (cf. Rm 5, 5)

A relação entre estas duas virtudes é análoga à que existe entre dois sacramentos fundamentais da Igreja: o Batismo e a Eucaristia. O Batismo (sacramentum fidei) precede a Eucaristia (sacramentum caritatis), mas está orientado para ela, que constitui a plenitude do caminho cristão. De maneira análoga, a fé precede a caridade, mas só se revela genuína se for coroada por ela. Tudo inicia do acolhimento humilde da fé (“saber-se amado por Deus”), mas deve chegar à verdade da caridade (“saber amar a Deus e ao próximo”), que permanece para sempre, como coroamento de todas as virtudes (cf. 1 Cor 13, 13).

Caríssimos irmãos e irmãs, neste tempo de Quaresma, em que nos preparamos para celebrar o evento da Cruz e da Ressurreição, no qual o Amor de Deus redimiu o mundo e iluminou a história, desejo a todos vós que vivais este tempo precioso reavivando a fé em Jesus Cristo, para entrar no seu próprio circuito de amor ao Pai e a cada irmão e irmã que encontramos na nossa vida. Por isto elevo a minha oração a Deus, enquanto invoco sobre cada um e sobre cada comunidade a Bênção do Senhor!

Vaticano, 15 de Outubro de 2012

Oração da Semana: O Credo, Símbolo da Fé

segunda-feira, novembro 5th, 2012

O Santo Padre, Bento XVI, na catequese do dia 24/10, disse: “Queridos irmãos e irmãs, o nosso tempo exige cristãos fascinados por Cristo, que não se cansem de crescer na fé, por meio da familiaridade com a Sagrada Escritura e os Sacramentos. A fé não é apenas conhecimento e adesão a algumas verdades divinas; mas também um ato da vontade, pelo qual me entrego livremente a Deus, que é Pai e me ama. Crer é confiar-se, com toda a liberdade e com alegria, ao desígnio providencial de Deus sobre a história, como fez Maria de Nazaré”. Em outra catequese o Papa disse “O homem precisa recobrar a visão da fé!”.

Palavra de Deus: Revesti-vos todos de humildade no relacionamento mútuo, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes. Rebaixai-vos, pois, humildemente, sob a poderosa mão de Deus, para que, na hora oportuna, ele vos exalte. Lançai sobre ele toda a vossa preocupação, pois é ele quem cuida de vós (cf.1Pd 5,5b-7).

Protegei-nos Senhor, Como a pupila dos olhos. Guardai-nos, defendei-nos, sob a vossa proteção. Como a pupila dos olhos. Glória ao Pai e ao filho e ao espírito Santo; Protegei-nos Senhor, Como a pupila dos olhos. Guardai-nos, defendei-nos, sob a vossa proteção.

“O Símbolo denominado niceno-constantinopolitano tem sua grande autoridade no fato de ter resultado dos dois primeiros Concílios ecumênicos (325 e 381). Ainda hoje ele é comum a todas as grandes Igrejas do Oriente e do Ocidente” (Catecismo da Igreja Católica n° 195).

CREDO Símbolo da Fé: rezemos constantemente e alimentemos a nossa fé no Deus vivo e verdadeiro. É preciso que o Credo, o Símbolo da Fé, seja mais conhecido, compreendido e rezado.

Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra,
de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigênito de Deus,
nascido do Pai antes de todos os séculos:
Deus de Deus, luz da luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro,
gerado não criado,
consubstancial ao Pai.

Por Ele todas as coisas foram feitas.

E, por nós, homens, e para a nossa salvação,
desceu dos céus:
e encarnou pelo Espírito Santo,
no seio da Virgem Maria,
e se fez homem.
Também por nós foi crucificado
sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia,
conforme as escrituras;
E subiu aos céus,
onde está sentado à direita do Pai.
E de novo há de vir, em sua glória,
para julgar os vivos e os mortos;
e o seu reino não terá fim.

Creio no Espírito Santo,
Senhor que dá a vida,
e procede do Pai;
e com o Pai e o Filho
é adorado e glorificado:
Ele que falou pelos profetas.

Creio na Igreja una, santa,
católica e apostólica.
Professo um só batismo
para remissão dos pecados.
Espero a ressurreição dos mortos;
E a vida do mundo que há de vir.
Amém.

Que o Deus da esperança vos encha da alegria e da paz em vossa vida da fé (Rm 15,13).

Reze no PODCAST:

Abri as portas ao Redentor!

Padre Luizinho, Comunidade Canção Nova.
twitter.com/padreluizinho

O que significa o Homem é "capaz de Deus?

segunda-feira, outubro 29th, 2012

Ao encerrar os trabalhos do Sínodo dos Bispos o Papa Bento XVI exclamou sobre Bartimeu, o cego do Evangelho: “Representa o homem que tem necessidade da luz de Deus – a luz da fé – para conhecer verdadeiramente a realidade e caminhar pela estrada da vida. Condição essencial é reconhecer-se cego, necessitado desta luz; caso contrário permanece-se cego para sempre” (cf. Jo 9, 39-41). E Acrescentou: “Bartimeu representa o homem que reconhece o seu mal, e grita ao Senhor com a confiança de ser curado. O homem precisa recobrar a visão da fé”.

No Mistério da Santíssima Trindade experiência fundamental para nossa fé, conhecemos através da Divina Revelação a Pessoa do Pai, pois também temos experiência bastante concreta desta pessoa em nossa vida. O Filho Jesus Cristo assumindo a natureza humana, adquire um rosto, uma forma e ajuda a revelar também o Pai: “quem me vê, vê o Pai”. Como falar do Espírito Santo, esta Pessoa ainda tão desconhecida para nós?A Bíblia fala de suas manifestações e figuras, mas Ele mesmo não tem uma personificação, ora Ele é o fogo, a água, a Sombra do altíssimo, Unção, Mão de Deus, o Advogado e intercessor, mas, sobretudo Ele é o Amor do Pai e do Filho, amor entre o Pai e o Filho. Como é o seu relacionamento com Deus?

26. Quando professamos a nossa fé, começamos por dizer: «Creio», ou «Cremos». Portanto, antes de expor a fé da Igreja, tal como é confessada no Credo, celebrada na liturgia, vivida na prática dos mandamentos e na oração, perguntemos a nós mesmos o que significa «crer». A fé é a resposta do homem a Deus, que a ele Se revela e Se oferece resposta que, ao mesmo tempo, traz uma luz superabundante ao homem que busca o sentido último da sua vida. Comecemos, pois, por considerar esta busca do homem (capítulo primeiro): depois, a Revelação divina pela qual Deus vem ao encontro do homem (capítulo segundo); finalmente, a resposta da fé (capítulo terceiro). Catecismo da Igreja Católica n°26 a 49)

O HOMEM É «CAPAZ» DE DEUS

I. O desejo de Deus

27. O desejo de Deus é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus. Deus não cessa de atrair o homem para Si e só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que procura sem descanso:

«A razão mais sublime da dignidade humana consiste na sua vocação à comunhão com Deus. Desde o começo da sua existência, o homem é convidado a dialogar com Deus: pois se existe, é só porque, criado por Deus por amor, é por Ele, e por amor, constantemente conservado: nem pode viver plenamente segundo a verdade, se não reconhecer livremente esse amor e não se entregar ao seu Criador»(1).

28. De muitos modos, na sua história e até hoje, os homens exprimiram a sua busca de Deus em crenças e comportamentos religiosos (orações, sacrifícios, cultos, meditações, etc.). Apesar das ambiguidades de que podem enfermar, estas formas de expressão são tão universais que bem podemos chamar ao homem um ser religioso:

Deus «criou de um só homem todo o gênero humano, para habitar sobre a superfície da terra, e fixou períodos determinados e os limites da sua habitação, para que os homens procurassem a Deus e se esforçassem realmente por atingi-lo e encontra-lo. Na verdade, Ele não está longe de cada um de nós. É n’Ele que vivemos, nos movemos e existimos» (At 17, 26-28).

29. Mas esta «relação íntima e vital que une o homem a Deus»(2) pode ser esquecida, desconhecida e até explicitamente rejeitada pelo homem. Tais atitudes podem ter origens diversas (3) a revolta contra o mal existente no mundo, a ignorância ou a indiferença religiosas, as preocupações do mundo e das riquezas (4), o mau exemplo dos crentes, as correntes de pensamento hostis à religião e, finalmente, a atitude do homem pecador que, por medo, se esconde de Deus (5) e foge quando Ele o chama (6).

30. «Exulte o coração dos que procuram o Senhor» (Sl 105, 3). Se o homem pode esquecer ou rejeitar Deus, Deus é que nunca deixa de chamar todo o homem a que O procure, para que encontre a vida e a felicidade. Mas esta busca exige do homem todo o esforço da sua inteligência, a retidão da sua vontade, «um coração reto», e também o testemunho de outros que o ensinam a procurar Deus.

És grande, Senhor, e altamente louvável; grande é o teu poder e a tua sabedoria é sem medida. E o homem, pequena parcela da tua criação, pretende louvar-Te – precisamente ele que, revestido da sua condição mortal, traz em si o testemunho do seu pecado, o testemunho de que Tu resistes aos soberbos. Apesar de tudo, o homem, pequena parcela da tua criação, quer louvar-Te. Tu próprio a isso o incitas, fazendo com que ele encontre as suas delícias no teu louvor, porque nos fizeste para Ti e o nosso coração não descansa enquanto não repousar em Ti (7).

No Curso de Catecismo da Igreja Católica, Professor Felipe Aquino nos apresenta uma proposta audaciosa: O homem é “capaz” de Deus! E nos explica o real sentido de “ser capaz”.

III O conhecimento de Deus segundo a Igreja

36. «A Santa Igreja, nossa Mãe, atesta e ensina que Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser conhecido, com certeza, pela luz natural da razão humana, a partir das coisas criadas» (12). Sem esta capacidade, o homem não poderia acolher a revelação de Deus. O homem tem esta capacidade porque foi criado «à imagem de Deus» (Gn 1, 27).

37. Nas condições históricas em que se encontra, o homem experimenta, no entanto, muitas dificuldades para chegar ao conhecimento de Deus só com as luzes da razão:

«Com efeito, para falar com simplicidade, apesar de a razão humana poder verdadeiramente, pelas suas forças e luz naturais, chegar a um conhecimento verdadeiro e certo de um Deus pessoal, que protege e governa o mundo pela sua providência, bem como de uma lei natural inscrita pelo Criador nas nossas almas, há, contudo, bastantes obstáculos que impedem esta mesma razão de usar eficazmente e com fruto o seu poder natural, porque as verdades que dizem respeito a Deus e aos homens ultrapassam absolutamente a ordem das coisas sensíveis; e quando devem traduzir-se em atos e informar a vida, exigem que nos demos e renunciemos a nós próprios. O espírito humano, para adquirir semelhantes verdades, sofre dificuldade da parte dos sentidos e da imaginação, bem como dos maus desejos nascidos do pecado original. Daí deriva que, em tais matérias, os homens se persuadem facilmente da falsidade ou, pelo menos, da incerteza das coisas que não desejariam fossem verdadeiras» (13).

38. É por isso que o homem tem necessidade de ser esclarecido pela Revelação de Deus, não somente no que diz respeito ao que excede o seu entendimento, mas também sobre «as verdades religiosas e morais que, de si, não são inacessíveis à razão, para que possam ser, no estado atual do gênero humano, conhecidas por todos sem dificuldade, com uma certeza firme e sem mistura de erro» (14).

IV. Como falar de Deus?

39. Ao defender a capacidade da razão humana para conhecer Deus, a Igreja exprime a sua confiança na possibilidade de falar de Deus a todos os homens e com todos os homens. Esta convicção está na base do seu diálogo com as outras religiões, com a filosofia e as ciências, e também com os descrentes e os ateus.

40. Mas dado que o nosso conhecimento de Deus é limitado, a nossa linguagem, ao falar de Deus, também o é. Não podemos falar de Deus senão a partir das criaturas e segundo o nosso modo humano limitado de conhecer e de pensar.

41. Todas as criaturas são portadoras duma certa semelhança de Deus, muito especialmente o homem, criado à imagem e semelhança de Deus. As múltiplas perfeições das criaturas (a sua verdade, a sua bondade, a sua beleza) refletem, pois, a perfeição infinita de Deus. Daí que possamos falar de Deus a partir das perfeições das suas criaturas: «porque a grandeza e a beleza das criaturas conduzem, por analogia, à contemplação do seu Autor» (Sb 13, 5).

42. Deus transcende toda a criatura. Devemos, portanto, purificar incessantemente a nossa linguagem no que ela tem de limitado, de ilusório, de imperfeito, para não confundir o Deus «inefável, incompreensível, invisível, impalpável» (15) com as nossas representações humanas. As nossas palavras humanas ficam sempre aquém do mistério de Deus.

43. Ao falar assim de Deus, a nossa linguagem exprime-se, evidentemente, de modo humano. Mas atinge realmente o próprio Deus, sem, todavia poder exprimi-Lo na sua infinita simplicidade. Devemos lembrar-nos de que, «entre o Criador e a criatura, não é possível notar uma semelhança sem que a dessemelhança seja ainda maior» (16), e de que «não nos é possível apreender de Deus o que Ele é, senão apenas o que Ele não é, e como se situam os outros seres em relação a Ele»(17).

Resumindo:

44. O homem é, por natureza e vocação, um ser religioso. Vindo de Deus e caminhando para Deus, o homem não vive uma vida plenamente humana senão na medida em que livremente viver a sua relação com Deus.

45. O homem foi feito para viver em comunhão com Deus, em quem encontra a sua felicidade: «Quando eu estiver todo em Ti, não mais haverá tristeza nem angústia; inteiramente repleta de Ti, a minha vida será vida plena»(18).

46. Quando escuta a mensagem das criaturas e a voz da sua consciência, o homem pode alcançar a certeza da existência de Deus, causa e fim de tudo.

47. A Igreja ensina que o Deus único e verdadeiro, nosso Criador e Senhor; pode ser conhecido com certeza pelas suas obras, graças à luz natural da razão humana (19).

48. Nós podemos realmente falar de Deus partindo das múltiplas perfeições das criaturas, semelhanças de Deus infinitamente perfeito, ainda que a nossa linguagem limitada não consiga esgotar o mistério.

49. «A criatura sem o Criador esvai-se» (20). Por isso, os crentes sentem-se pressionados pelo amor de Cristo a levar a luz do Deus vivo aos que O ignoram ou rejeitam.

“Quero confiar à Santíssima Mãe de Deus todas as dificuldades que vive o nosso mundo na busca de serenidade e de paz; os problemas de tantas famílias que olham para o futuro com preocupação, os desejos dos jovens que se abrem à vida, os sofrimentos dos que esperam gestos e escolhas de solidariedade e de amor. Quero confiar à Mãe de Deus também este especial tempo de graça para a Igreja, que se abre diante de nós. Vós, Mãe do ‘sim’, que escutastes Jesus, falai-nos d’Ele, contai-nos sobre vossa estrada para segui-lo no caminho da fé, ajudai-nos a anunciá-lo para que cada homem possa acolhê-lo e se tornar morada de Deus. Amém!”. Papa Bento XVI

Escute o Podcast O Dom da amizade com Deus:

“Abre as portas ao Redentor!”

Padre Luizinho, Comunidade Canção Nova.
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Ano da Fé: Enxergando com os olhos da fé

Você conhece os 21 Concílios e o Credo Niceno-Constantinopolitano?

terça-feira, outubro 23rd, 2012

Segundo as Sagradas Escrituras o primeiro concilio da Igreja de Cristo esta registrado nos Atos dos Apóstolos  capítulo  15. Surge uma questão de cunho cultural e espiritual: “Para os gentios alcançarem a salvação era preciso se tornar um judeu, ou seja, a circuncisão”? Isto nos faz refletir no que é preciso para se obter a salvação. Esse Concilio uniu Pedro, Paulo, Barnabé e Tiago, que era o patriarca de Jerusalém, sendo então o Concilio de Jerusalém.

Um concílio ecumênico é uma reunião de todos os bispos cristãos. Ela é convocada para discutir e resolver as questões da Igreja Cristã com relação à sua doutrina e disciplina. Algumas igrejas cristãs que se separaram das demais por causa de divergências aceitam somente os concílios ecumênicos que se realizaram antes da sua separação.

A palavra ecumênico deriva do grego “oikoumene”, que significa literalmente “o mundo habitado”, ou seja universal. Inicialmente, ela foi usada para se referir ao Império Romano, mas depois passou a representar o mundo em geral.

Concílios ecumênicos da Igreja

01.  NICEIA I –  20/05 A 25/07  de  325
Papa: Silvestre I  (314-335)
Assunto principal:  a confissão de fé contra o Arianismo: igualdade de natureza   do Filho com o Pai.

02. CONSTATINOPLA I – maio a junho de 381
Papa: Dâmaso I  (366-384)
Assunto principal: a confissão da divindade do Espírito Santo

03.  EFESO – 22/06 a 17/07  de  431
Papa: Celestino I  (422-432) – Cristo é uma só pessoa e duas natureza
Assunto principal:  maternidade divina de Maria, contra Nestório, Maria, a mãe de Deus – THEOTOKOS

04.  CALCEDONIA –  08/10  a 1º/11  de  451
Papa:  Leão I, O Grande  (440-461)
Assunto principal: afirmação das duas naturezas na única pessoa de Cristo.

05. CONSTANTINOPLA II – 05/05  a 02/07  de   553
Papa: Virgílio  (537-555)
Assunto principal:  condenação dos nestorianos

06. CONSTANTINOPLA III –  07/11  de  680  a  16/09  de  681
Papa: Agato  (678-681)  e Leão II  (662-663)
Assunto principal:  Condenação do monoteletismo: em Cristo há  realmente, duas vontades distintas, Divina e humana;

07. NICEIA II – 24/09  a 23/10  de  787
Papa: Adriano I   (772-795)
Assunto principal: contra os iconoclastas: há sentido e liceidade na veneração de imagens (ícones).

08.  CONSTANTINOPLA IV –  05/10  de 869  a  28/02  de 870
Papa: Nicolau I  (858-867)  e Adriano II  (867-872)
Assunto principal:  extinção do cisma do patriarca Fócio.

09. LATRÃO I – 18/03  a  06/04  de 1123
Papa:  Calixto  II   (1119-1124)
Assunto principal:  confirmação da Concordata de Worm

10. LATRÃO II – abril de 1139
Papa: Inocêncio II  (1130-1143)
Assunto principal:  o cisma de Anacleto II

11. LATRÃO III – 05 a 19 de março de 1179
Papa: Alexandre III   (1159-1181)
Assunto principal: fixação da necessidade de dois terços dos votos na eleição do Papa

12.  LATRÃO IV – 11  a  30 de novembro de 1215
Papa:  Inocêncio  III   (1198-1216)
Assunto principal: confissão de fé contra os cataris; a transubstanciação na Eucaristia; a confissão e a comunhão anuais.

13. LYON  I – 28/06  a  17/07  de 1245
Papa: Inocêncio IV   (1243-1254)
Assunto principal: deposição do imperador Frederico II

14.  LYON II – 07/05  a   17/07  de  1274
Papa: Gregório  X  (1271-1276)
Assuntos principais:  procedimentos referentes ao conclave; união com os gregos; cruzada.

15. VIENA -16/10  de  1311   a  06/05   de  1312
Papa: Clemente V  (1305-1314)
Assunto principal:  Supressão da Ordem dos Templários; campanha de pobreza dos franciscanos; decretos de reforma.

16. CONSTANÇA – 05/11  de  1414  a  22/04   de 1418
Papas:  situação de vários antipapas:
– resignação do Papa romano, Gregório  XII   (1405-1415)
– deposição do Papa conciliar,  João  XXIII  (1410-1415) em 29/05/1415
– deposição do Papa avinhense, Benedito XIII  (1394-1415) em 26/07/1417
– eleição de Martinho V em 11/11/1417
Assuntos principais: extinção  do Grande Cisma; condenação de João Hus, Decreto relativo à supremacia do concílio sobre o Papa e decreto relativo à periodicidade dos concílios; concordata com as cinco nações conciliaristas.

17. BASILÉIA-FERRAR-FLORENÇA – em Basiléia de 23/07/1431  a  07/05/1437em Ferrara de 18/09/1437  a   1º/01/1438 em Florença de 16/07/1439  a? Em Roma,  a partir de 25/04/1442
Papa: Eugênio IV   (1431-1447)
Assuntos principais: reunião com os gregos em 06/07/143 com os armênios em 22/11/1439 com os jacobistas  em 04/02/1442

18. LATRÃO V – 10/05/1512  a  16/03/1517
Papas: Júlio II  (1503-1413)  e   Leão  X  (1513-1521)
Assunto principal: contra o concílio cismático de Pisa (1511-1512), decretos de reforma

19. TRENTO – 13/12/1545  a  04/12/1563  (em três períodos)
Papas: Paulo II  (1534-1549) ;  Júlio III  (1550-1555)  e  Pio IV (1559-1565)
Assuntos principais: contra a Reforma de Lutero; doutrina sobre a Escritura e a Tradição, o pecado original e a justificação, os sacramentos e a missa, a veneração dos santos, decretos de reforma.

20. VATICANO I –  08/12/1869   a 18/07/1870
Papa:  Pio IX    (1846-1878)
Assuntos principais: definição da doutrina da fé católica, do primado e da infalibilidade do Papa

21. VATICANO II –  11/10/1962  a  07/12/1965
Papas:  João XXIII  (1958-1963)  e  Paulo  VI  (1963-1978)
Assuntos principais: “Procuremos apresentar aos homens de nosso tempo, íntegra e pura, a verdade de Deus de tal maneira que eles a possam compreender e a ela espontaneamente assentir. Pois somos Pastores…”  (João XXIII aos padres conciliares, na homilia de abertura do concílio).

Fonte: www.cleofas.com.br

Prof. Felipe Aquino caminha pela história da Igreja. Nesse programa ele fala sobre os concílios ecumênicos que a Igreja realizou:

É preciso que o Credo, o Símbolo da Fé, seja mais conhecido, compreendido e rezado.

Publicamos a seguir o resumo da catequese realizada por Bento XVI na Audiência Geral de quarta- feira 17 de outubro de 2012(ZENIT.org)

Queridos irmãos e irmãs, Hoje iniciamos um novo ciclo de catequeses que se inserem no contexto do Ano da Fé, inaugurado recentemente. Com estas catequeses, queremos percorrer um caminho que leve a reforçar ou a reencontrar a alegria da fé em Jesus Cristo, único Salvador do mundo. De fato, o nosso mundo de hoje está profundamente marcado pelo secularismo, relativismo e individualismo que levam muitas pessoas a viver a vida de modo superficial, sem ideais claros. Por isso, é essencial redescobrir como a fé é uma força transformadora para a vida: saber que Deus é amor, que se fez próximo aos homens com a Encarnação e se entregou na cruz para nos salvar e nos abrir novamente a porta do céu. De fato, a fé não é uma realidade desconectada da vida concreta. Neste sentido, para perceber o vínculo profundo que existe entre as verdades que professamos e a nossa vida diária, é preciso que o Credo, o Símbolo da Fé, seja mais conhecido, compreendido e rezado. Nele encontramos as fórmulas essenciais da fé: as verdades que nos foram fielmente transmitidas e que constituem a luz para a nossa existência.

“O Símbolo denominado niceno-constantinopolitano tem sua grande autoridade no fato de ter resultado dos dois primeiros Concílios ecumênicos (325 e 381). Ainda hoje ele é comum a todas as grandes Igrejas do Oriente e do Ocidente” (CIC§ 195).

Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra,
de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigênito de Deus,
nascido do Pai antes de todos os séculos:
Deus de Deus, luz da luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro,
gerado não criado,
consubstancial ao Pai.

Por Ele todas as coisas foram feitas.

E, por nós, homens, e para a nossa salvação,
desceu dos céus:
e encarnou pelo Espírito Santo,
no seio da Virgem Maria,
e se fez homem.
Também por nós foi crucificado
sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia,
conforme as escrituras;
E subiu aos céus,
onde está sentado à direita do Pai.
E de novo há de vir, em sua glória,
para julgar os vivos e os mortos;
e o seu reino não terá fim.

Creio no Espírito Santo,
Senhor que dá a vida,
e procede do Pai;
e com o Pai e o Filho
é adorado e glorificado:
Ele que falou pelos profetas.

Creio na Igreja una, santa,
católica e apostólica.
Professo um só batismo
para remissão dos pecados.
Espero a ressurreição dos mortos;
E a vida do mundo que há de vir.
Amém.

Reze comigo no PODCAST:

Eu creio Senhor, mas aumentai a minha fé!

Padre Luizinho, Comunidade Canção Nova.
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O Grande Milagre: "é preciso crer para ver!"

quinta-feira, outubro 18th, 2012

Este filme tem emocionado muitas pessoas e aberto a nossa visão espiritual para esta realidade. A nossa tendência é ver para crer, mas este filme cheio dos mistérios de nossa fé nos prova o contrário é preciso crer para ver!

O grande milagre é uma história inspiradora que revela a esperança e a fé. A história gira em torno de três personagens em crise: Mônica uma viúva e mãe de uma criança de 9 anos, que faz todos os esforços para manter a sua casa mesmo vivendo o drama da morte prematura do marido muito jovem. Don Chema, um motorista de transporte público que recebe a notícia de uma doença grave que pode levar a morte de seu filho e Dona Cata, uma velha que sente que sua missão na vida é longa. As histórias se entrelaçam quando sentem uma grande necessidade de estar na presença de Deus e se encontram na igreja. E o que não se pode imaginar é que eles estão prestes a mudar suas vidas para sempre. Com a ajuda dos anjos da guarda, vai testemunhar o verdadeiro significado da Missa, uma luta constante entre o bem e o mal, o triunfo da fé.

Como você vive seu relacionamento com Deus? Este ano será para renovar e aprofundar a nossa fé.

Materia relacionada: Nove perguntas sobre o Ano da Fé

Abri as Portas ao redentor!

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Ano da Fé: Enxergando com os olhos da fé

quarta-feira, outubro 17th, 2012

Nós precisamos aprender a ler os sinais dos tempos. Vamos alargar a nossa visão e refletir quais motivações estão “ocultas” ou entranhadas no coração do nosso Papa Bento XVI ao proclamar o Ano da Fé. Celebrar o cinquentenário do Concilio Vaticano II e sua renovação na Igreja e o vigésimo ano da promulgação do Catecismo da Igreja Católica pelo Beato João Paulo II são motivos nobres e verdadeiramente devem ser celebramos e aprofundados. Mais, quais são os verdadeiros objetivos, o que o nosso Pastor espera com este ano da Fé? Quais resultados para Igreja e para o mundo o Papa espera que surjam deste Kairós inaugurado no ultimo dia 11/10/2012?

Enquanto estamos aqui pensando a Igreja trabalha. A Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos em Roma, refletindo os desafios para o anuncio da fé cristã em nossos tempos. Acredito que a Igreja não quer responder ao ateísmo prático, a ”ditadura do relativismo”, já combatido tanto pelo Sumo Pontífice, muito menos uma “nova revelação”. Mas, quer apresentar ao mundo como foi há tempos atrás na revolução sexual, no liberalismo e neste constante feminismo desvirtuado qual a verdadeira proposta de Cristo para os homens e para o mundo. A Igreja deseja afirmar e apresentar aos homens do nosso tempo Jesus Cristo e a Vida Cristã, a Verdade, a santidade, a castidade, o amor que é capaz de dar a vida e não tirá-la.

Relativismo: em que consiste?

O relativismo é a recusa de qualquer proposição filosófica ou ética de valor universal e absoluto. Tudo o que se diga ou faça é relativo ao lugar, à época e demais circunstâncias nas quais o homem se encontra. No setor da filosofia não se poderia falar da verdade ou erro-falsidade, como na área da Moral não se poderia apregoar o bem a realizar e o mal a evitar. O homem (indivíduo) seria a medida de todas as coisas, como já dizia o filósofo grego Protágoras. Em conseqüência o comportamento do homem ignora a lei natural, que é a lei de Deus incutida a todo ser humano desde que ele dispõe do uso da razão; da mesma forma a sociedade só conhece e respeita as leis que os seus governantes lhe propõem sem questionar a consonância dessas leis (ditas “positivas”) com a lei do Criador: por conseguinte, se as leis dos governantes legalizam o aborto, a clonagem, o anti-semitismo. .., a população lhes obedece, não levando em conta que, antes da palavra do legislador humano, existe a do Legislador Divino, que é a mesma para todos os homens (fonte: www.presbiteros.com.br).

O ATEISMO: o que diz o Catecismo da Igreja Católica

§2123 “Muitos de nossos contemporâneos não percebem de modo algum esta união intima e vital com Deus, ou explicitamente a rejeitam, a ponto de o ateísmo figurar entre os mais graves problemas de nosso tempo” (Gaudium Spes 19,1).

§2124 O termo ateísmo abrange fenômenos muito diversos. Uma forma freqüente é o materialismo prático, de quem limita suas necessidades e suas ambições ao espaço e ao tempo. O humanismo ateu considera falsamente que o homem é “seu próprio fim e o único artífice e demiurgo de sua própria história”. Outra forma de ateísmo contemporâneo espera a libertação do homem pela via econômica e social, sendo que “a religião, por sua própria natureza, impediria esta libertação, na medida em que, ao estimular a esperança do homem numa quimérica vida futura, o desviaria da construção da cidade terrestre” (Gaudium Spes 20,2).

§2125 Na medida em que rejeita ou recusa a existência de Deus, o ateísmo é um pecado contra a virtude da religião. A imputabilidade desta falta pode ser seriamente diminuída em virtude das intenções e das circunstâncias. Na gênese e difusão do ateísmo, “grande parcela de responsabilidade pode caber aos crentes, na medida em que, negligenciando a educação da fé, ou por uma exposição enganosa da doutrina, ou por deficiência em sua vida religiosa, moral e social, se poderia dizer deles que mais escondem do que manifestam o rosto autêntico de Deus e da religião” (Gaudium Spes 19,3).

§2126 Muitas vezes o ateísmo se funda em uma concepção falsa da autonomia humana, que chega a recusar toda dependência em relação a Deus. Contudo, “o reconhecimento de Deus não se opõe de modo algum à dignidade do homem, já que esta dignidade se fundamenta e se aperfeiçoa no próprio Deus”. “A Igreja sabe perfeitamente que sua mensagem se coaduna com as aspirações mais intimas do coração humano” (Gaudium Spes 21,7).

Neste programa, Professor Felipe Aquino inicia as explicações do primeiro capítulo do Catecismo, tratando sobre “O Desejo de Deus”, dentro da primeira parte do Catecismo, sobre a Profissão de Fé:

Resposta de Deus e da Igreja

Deus, infinitamente perfeito e bem-aventurado em Si mesmo, num desígnio de pura bondade, criou livremente o homem para torná-lo participante da sua vida bem-aventurada. Por isso, sempre e em toda a parte, Ele está próximo do homem. Chama-o e ajuda-o a procurá-Lo, a conhecê-Lo e a amá-Lo com todas as suas forças. Convoca todos os homens, dispersos pelo pecado, para a unidade da sua família que é a Igreja. Para tal, enviou o seu Filho como Redentor e Salvador na plenitude dos tempos. N’Ele e por Ele, chama os homens a tornarem-se, no Espírito Santo, seus filhos adotivos e, portanto, herdeiros da sua vida bem-aventurada.

Para que este convite se fizesse ouvir por toda a Terra, Cristo enviou os Apóstolos que escolhera, dando-lhes o mandato de anunciar o Evangelho: «Ide, pois, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprirem tudo quanto vos prescrevi. E eis que Eu estou convosco todos os dias até ao fim do mundo» (Mt 28, 19-20). Fortalecidos por esta missão, os Apóstolos «partiram a pregar por toda a parte e o Senhor cooperava com eles confirmando a Palavra com os sinais que a acom­panhavam» (Mc 16, 20). Catecismo da Igreja Católica 1 e 2.

Nesta perspectiva, o Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo. No mistério da sua morte e ressurreição, Deus revelou plenamente o Amor que salva e chama os homens à conversão de vida por meio da remissão dos pecados (cf. At 5, 31). Para o apóstolo Paulo, este amor introduz o homem numa vida nova: “Pelo Batismo fomos sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova” (Rm 6, 4). Em virtude da fé, esta vida nova plasma toda a existência humana segundo a novidade radical da ressurreição. Na medida da sua livre disponibilidade, os pensamentos e os afetos, a mentalidade e o comportamento do homem vão sendo pouco a pouco purificados e transformados, ao longo de um itinerário jamais completamente terminado nesta vida. A “fé, que atua pelo amor” (Gl 5, 6), torna-se um novo critério de entendimento e de ação, que muda toda a vida do homem (cf. Rm 12, 2; Cl 3, 9-10; Ef 4, 20-29; 2 Cor 5, 17) Porta Fidei n° 6.

O Ano da Fé será uma ocasião propícia também para intensificar o testemunho da caridade. Recorda São Paulo: “Agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade” (1 Cor 13, 13). Com palavras ainda mais incisivas – que não cessam de empenhar os cristãos –, afirmava o apóstolo Tiago: «De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: “Ide em paz, tratai de vos aquecer e de matar a fome”, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta. Mais ainda! Poderá alguém alegar sensatamente: “Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me então a tua fé sem obras, que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé” (Tg 2, 14-18) Porta Fidei n°14

Vive-se hoje uma grande crise na vivência e no verdadeiro significado do AMOR, por isso, vive-se também uma grande crise de fé e ausência de Deus no coração dos homens.

O que você espera do ano da fé e quais atitudes já tem tomado? Clique em comentários e deixe o seu recado.

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A Devoção A Maria é Fonte de Vida Cristã Profunda

sexta-feira, outubro 12th, 2012

Iniciando O Ano da Fé, Maria é modelo de entrega e confiança à vontade de Deus e cumprimento de Sua Palavra. Podemos elogiar e nos espelhar na Virgem Maria: “Muito mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática”. Lembremos da Visita de Maria a sua prima Santa Isabel, esta diz para Maria: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!” (cf. Lc 1, 42-45). Maria tinha os ouvidos voltados para Jesus, ouvia, escutava e meditava no coração e praticava na vida, acompanhando seu filho em todos os passos do nascimento à Cruz.

“Viva a Mãe de Deus e nossa, sem pecado concebida!
Viva a Virgem Imaculada, a Senhora Aparecida!”

Desde que pus os pés em terra brasileira, nos vários pontos por onde passei, ouvi este cântico. Ele é, na ingenuidade e singeleza de suas palavras, um grito da alma, uma saudação, uma invocação cheia de filial devoção e confiança para com aquela que, sendo verdadeira Mãe de Deus, nos foi dada por seu Filho Jesus no momento extremo da sua vida para ser nossa Mãe. Sim, amados irmãos e filhos, Maria, a Mãe de Deus, é modelo para a Igreja, é Mãe para os remidos. Por sua adesão pronta e incondicional à vontade divina que lhe foi revelada, torna-se Mãe do Redentor, com uma participação íntima e toda especial na história da salvação. Pelos méritos de seu Filho, é Imaculada em sua Conceição, concebida sem a mancha original, preservada do pecado e cheia de graça.

Ao confessar-se serva do Senhor (Lc 1, 38) e ao pronunciar o seu sim, acolhendo “em seu coração e em seu seio” o mistério de Cristo Redentor, Maria não foi instrumento meramente passivo nas mãos de Deus, mas cooperou na salvação dos homens com fé livre e inteira obediência. Sem nada tirar ou diminuir e nada a acrescentar à ação daquele que é o único Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, Maria nos aponta as vias da salvação, vias que convergem todas para Cristo, seu Filho, e para a sua obra redentora. Maria nos leva a Cristo, como afirma com precisão o Concílio Vaticano II: “A função maternal de Maria, em relação os homens, de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo: antes, manifesta a sua eficácia. E de nenhum modo impede o contato imediato dos fiéis com Cristo, antes o favorece”.

Mãe da Igreja, a Virgem Santíssima tem uma presença singular na vida e na ação desta mesma Igreja. Por isso mesmo, a Igreja tem os olhos sempre voltados para aquela que, permanecendo virgem, gerou, por obra do Espírito Santo, o Verbo feito carne. Qual é a missão da Igreja senão a de fazer nascer o Cristo no coração dos fiéis, pela ação do mesmo Espírito Santo, através da evangelização? Assim, a “Estrela da Evangelização”, como a chamou meu predecessor Paulo VI, aponta e ilumina os caminhos do anúncio do Evangelho. Este anúncio do Cristo Redentor, de sua mensagem de salvação, não pode ser reduzido a um mero projeto humano de bem-estar e felicidade temporal. Tem certamente incidências na história humana coletiva e individual, mas é fundamentalmente um anúncio de libertação do pecado para a comunhão com Deus, em Jesus Cristo. De resto, esta comunhão dos homens uns com os outros, pois os que se convertem a Cristo, autor da salvação e princípio de unidade são chamados a congregar-se em Igreja, sacramento visível desta unidade humana salvífica.

Por tudo isto, nós todos, os que formamos a geração hodierna dos discípulos de Cristo, com total aderência à tradição antiga e com pleno respeito e amor pelos membros de todas as comunidades cristãs, desejamos unir-nos a Maria, impelidos por uma profunda necessidade da fé, da esperança e da caridade. Discípulos de Jesus Cristo neste momento crucial da história humana, em plena adesão à ininterrupta Tradição e ao sentimento constante da Igreja, impelidos por um íntimo imperativo de fé, esperança e caridade, nós desejamos unir-nos a Maria. E queremos fazê-lo através das expressões da piedade mariana da Igreja de todos os tempos.

A devoção a Maria é fonte de vida cristã profunda, é fonte de compromisso com Deus e com os irmãos. Permanecei na escola de Maria, escutai a sua voz, segui os seus exemplos. Como ouvimos no Evangelho, ela nos orienta para Jesus: Fazei o que ele vos disser (Jo 2, 5). E, como outrora em Caná da Galiléia, encaminha ao Filho as dificuldades dos homens, obtendo dele as graças desejadas. Rezemos com Maria e por Maria: ela é sempre a “Mãe de Deus e nossa”.

Da Homilia na Dedicação da Basílica Nacional de Aparecida
do Papa João Paulo II

O Papa Bento XVI quando esteve no Brasil em 2006 disse no terço que rezou no Santuário de Nossa Senhora Aparecida: “Entrai na escola de Maria!”. Referindo-se a espiritualidade mariana como uma verdadeira escola de discipulado. Maria é tudo que o cristão precisa ser, por isso, devemos aprender com Maria a ser discípulos e missionários de Jesus Cristo seu filho. Acompanhe o video com Salette Ferreira: A Mãe intercede por você:

Consagração a Nossa Senhora Aparecida

Ó Maria Santíssima, que em vossa querida imagem de Aparecida espalhais inúmeros benefícios sobre todo o Brasil, eu, embora indigno de pertencer ao número dos vossos filhos e filhas, mas cheio do desejo de participar dos benefícios de vossa misericórdia, prostrado a vossos pés, consagro-vos meu entendimento, para que sempre pense no amor que mereceis.Consagro-vos minha língua, para que sempre vos louve e propague vossa devoção.Consagro-vos meu coração, para que, depois de Deus, vos ame sobre todas as coisas.
Recebei-me, ó Rainha incomparável, no ditoso número de vossos filhos e filhas.Acolhei-me debaixo de vossa proteção. Socorrei-me em todas as minhas necessidades espirituais e temporais e, sobretudo, na hora de minha morte.Abençoai-me, ó Mãe Celestial, e com vossa poderosa intercessão fortalecei-me em minha fraqueza, a fim de que, servindo-vos fielmente nesta vida, possa louvar-vos, amar-vos e dar-vos graças no céu, por toda a eternidade.
Assim seja!

Clique em comentários e deixe os seus pedidos de orações aos pés de Nossa Senhora.

VIVA NOSSA SENHORA APARECIDA!!!

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