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A missão do Espírito Santo na Igreja

sexta-feira, maio 17th, 2013

Terminada na terra a obra que o Pai confiou ao Filho, O Espírito Santo foi enviado no dia de Pentecostes a fim do santificar continuamente a Igreja e, por Cristo, no único Espírito, terem os fiéis acesso junto ao Pai. Ele é o Espírito da vida, a fonte de água que jorra para a vida eterna. Por ele, o Pai dá vida aos homens mortos pelo pecado, até ressuscitar em Cristo seus corpos mortais.

"Invoquemos todos os dias o Espírito Santo, assim Ele vai nos aproximar, cada vez mais, de Jesus Cristo” Papa Francisco Catequese 15/05/13.

Espírito Santo habita na Igreja e nos corações dos fiéis como em um templo. Neles ora e dá testemunho da adoção de filhos. Conduz a Igreja ao conhecimento da verdade total, unifica-a na comunhão e nos ministérios, ilumina-a com diversos dons carismáticos e hierárquicos e enriquece-a com seus frutos. Pela força do evangelho, rejuvenesce a Igreja, renovan­do-a constantemente e a conduz à perfeita união com seu Esposo. Pois o Espírito e a Esposa dizem ao Senhor Jesus: “Vem!”.

Assim se apresenta a Igreja inteira como um povo reunido pela unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

O conjunto dos fiéis, consagrado pela unção do Espírito Santo, não pode enganar-se na fé. Esta peculiaridade se exprime através do sentido sobrenatural da fé, quando na sua totalidade, a hierarquia e os fiéis leigos, manifestam um consenso universal em matéria de fé e costumes.

Com este senso de fé, formado e sustentado pelo Espí­rito da verdade, o povo de Deus, guiado pelo sagrado ma­gistério a que obedece com fidelidade, acolhe não mais como palavras dos homens, mas, na realidade, a palavra de Deus, e adere sem esmorecimento à fé que, uma vez para sempre, foi transmitida aos santos (Jd 3). Nela penetra sempre mais profundamente, com reto julgamento, e cada vez mais plenamente a põe em prática em sua vida.

Além disso, por meio dos sacramentos e ministérios, o Espírito Santo não apenas santifica e conduz o povo de Deus e o adorna com virtudes, mas ainda distribui a cada um seus dons conforme quer (1Cor 12,11), e concede também graças especiais aos fiéis de todas as condições. Torna-os assim aptos e disponíveis para assumir deveras obras ou funções, em vista de uma séria renovação e mais ampla edificação da Igreja, conforme foi dito: A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum (ICor 12,5).

Estes carismas devem ser recebidos com ação de graças e consolação. Pois todos, desde os mais extraordinários aos mais simples e comuns, são perfeitamente apropriados e úteis às necessidades da Igreja.

Da Constituição dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja, do Concílio Vaticano II (N. 4.12) (Séc. XX).

No último dia da festa, o mais solene, estando em pé, Jesus clamava em alta voz: Quem tem sede venha a mim, venha beber, e torrentes de água viva jorrarão do mais íntimo de quem tem fé em mim. Aleluia. Jesus dizia isso do Espírito, que devia receber quem nele cresse. Quem tem sede venha a mim, venha beber, e torrentes de água viva jorrarão do mais íntimo de quem tem fé em mim. Aleluia cf. Jo 7,37a.38.39ª

Vinde, Espírito Criador: Ó vinde Espírito Criador, as nossas almas visitai e enchei os nossos corações com Vossos dons celestiais. Vós sois chamado o Intercessor, do Deus excelso o dom sem par, a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar. Sois doador dos sete dons, e sois poder na mão do Pai, por Ele prometido a nós, por nós Seus feitos proclamai. A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor, nossa fraqueza encorajai qual força eterna e protetor. Nosso inimigo repeli, e concedei-nos Vossa paz, se pela graça nos guiais, o mal deixamos para trás. Ao Pai e ao Filho Salvador, por Vós possamos conhecer que procedeis do Seu amor, fazei-nos sempre firmes crer.

Clique em comentários você precisa de um Pentecostes hoje? Faça o seu pedido:Vinde Espírito Santo!

Oração: Ó Deus misericordioso, concedei que a vossa Igreja, reunida no Espírito Santo, se consagre ao vosso serviço num só coração e numa só alma. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Padre Luizinho, Com. Canção Nova.
twitter.com/padreluizinho

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Seminário de Vida no Espírito santo

O Papa convidou-nos a um profundo exame de consciência.

terça-feira, fevereiro 12th, 2013

O Senhor concedeu-me fazer uma homilia muito lúcida e cheia de fé no encerramento do retiro de Carnaval, que vivemos estes dias em nossa casa de Lavrinhas. Meditando sobre este tempo histórico que nós estamos vivendo, tempo propicio para interceder pela Igreja com um grande e verdadeiro Exame de Consciência. Iniciando a Quaresma, tempo forte de oração intensa, jejum e penitência. Não somente reduzindo os alimentos, mas, sobretudo abstendo-se do pecado.

Meditando a Liturgia Diária e a carta do Cardeal Ângelo Sodano. Escute este Podcast e reze. Viva intensamente este tempo forte da Quaresma em preparação para a Páscoa e para sucessão de Bento XVI. O Papa nos convidou a uma visita profunda e exame de nossa consciência.

A Igreja sempre foi e será conduzida pelo Espírito Santo e pelo seu Sumo e eterno Pastor Nosso Senhor Jesus Cristo.

Estamos convosco, Santo Padre. A vossa bênção!

Escute o PODCAST:

Padre Luizinho, Comunidade Canção Nova.
Diretor Espiritual e Formasdor no Pré-discipulado.

Oração da Semana: O Credo, Símbolo da Fé

segunda-feira, novembro 5th, 2012

O Santo Padre, Bento XVI, na catequese do dia 24/10, disse: “Queridos irmãos e irmãs, o nosso tempo exige cristãos fascinados por Cristo, que não se cansem de crescer na fé, por meio da familiaridade com a Sagrada Escritura e os Sacramentos. A fé não é apenas conhecimento e adesão a algumas verdades divinas; mas também um ato da vontade, pelo qual me entrego livremente a Deus, que é Pai e me ama. Crer é confiar-se, com toda a liberdade e com alegria, ao desígnio providencial de Deus sobre a história, como fez Maria de Nazaré”. Em outra catequese o Papa disse “O homem precisa recobrar a visão da fé!”.

Palavra de Deus: Revesti-vos todos de humildade no relacionamento mútuo, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes. Rebaixai-vos, pois, humildemente, sob a poderosa mão de Deus, para que, na hora oportuna, ele vos exalte. Lançai sobre ele toda a vossa preocupação, pois é ele quem cuida de vós (cf.1Pd 5,5b-7).

Protegei-nos Senhor, Como a pupila dos olhos. Guardai-nos, defendei-nos, sob a vossa proteção. Como a pupila dos olhos. Glória ao Pai e ao filho e ao espírito Santo; Protegei-nos Senhor, Como a pupila dos olhos. Guardai-nos, defendei-nos, sob a vossa proteção.

“O Símbolo denominado niceno-constantinopolitano tem sua grande autoridade no fato de ter resultado dos dois primeiros Concílios ecumênicos (325 e 381). Ainda hoje ele é comum a todas as grandes Igrejas do Oriente e do Ocidente” (Catecismo da Igreja Católica n° 195).

CREDO Símbolo da Fé: rezemos constantemente e alimentemos a nossa fé no Deus vivo e verdadeiro. É preciso que o Credo, o Símbolo da Fé, seja mais conhecido, compreendido e rezado.

Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra,
de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigênito de Deus,
nascido do Pai antes de todos os séculos:
Deus de Deus, luz da luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro,
gerado não criado,
consubstancial ao Pai.

Por Ele todas as coisas foram feitas.

E, por nós, homens, e para a nossa salvação,
desceu dos céus:
e encarnou pelo Espírito Santo,
no seio da Virgem Maria,
e se fez homem.
Também por nós foi crucificado
sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia,
conforme as escrituras;
E subiu aos céus,
onde está sentado à direita do Pai.
E de novo há de vir, em sua glória,
para julgar os vivos e os mortos;
e o seu reino não terá fim.

Creio no Espírito Santo,
Senhor que dá a vida,
e procede do Pai;
e com o Pai e o Filho
é adorado e glorificado:
Ele que falou pelos profetas.

Creio na Igreja una, santa,
católica e apostólica.
Professo um só batismo
para remissão dos pecados.
Espero a ressurreição dos mortos;
E a vida do mundo que há de vir.
Amém.

Que o Deus da esperança vos encha da alegria e da paz em vossa vida da fé (Rm 15,13).

Reze no PODCAST:

Abri as portas ao Redentor!

Padre Luizinho, Comunidade Canção Nova.
twitter.com/padreluizinho

O que significa o Homem é "capaz de Deus?

segunda-feira, outubro 29th, 2012

Ao encerrar os trabalhos do Sínodo dos Bispos o Papa Bento XVI exclamou sobre Bartimeu, o cego do Evangelho: “Representa o homem que tem necessidade da luz de Deus – a luz da fé – para conhecer verdadeiramente a realidade e caminhar pela estrada da vida. Condição essencial é reconhecer-se cego, necessitado desta luz; caso contrário permanece-se cego para sempre” (cf. Jo 9, 39-41). E Acrescentou: “Bartimeu representa o homem que reconhece o seu mal, e grita ao Senhor com a confiança de ser curado. O homem precisa recobrar a visão da fé”.

No Mistério da Santíssima Trindade experiência fundamental para nossa fé, conhecemos através da Divina Revelação a Pessoa do Pai, pois também temos experiência bastante concreta desta pessoa em nossa vida. O Filho Jesus Cristo assumindo a natureza humana, adquire um rosto, uma forma e ajuda a revelar também o Pai: “quem me vê, vê o Pai”. Como falar do Espírito Santo, esta Pessoa ainda tão desconhecida para nós?A Bíblia fala de suas manifestações e figuras, mas Ele mesmo não tem uma personificação, ora Ele é o fogo, a água, a Sombra do altíssimo, Unção, Mão de Deus, o Advogado e intercessor, mas, sobretudo Ele é o Amor do Pai e do Filho, amor entre o Pai e o Filho. Como é o seu relacionamento com Deus?

26. Quando professamos a nossa fé, começamos por dizer: «Creio», ou «Cremos». Portanto, antes de expor a fé da Igreja, tal como é confessada no Credo, celebrada na liturgia, vivida na prática dos mandamentos e na oração, perguntemos a nós mesmos o que significa «crer». A fé é a resposta do homem a Deus, que a ele Se revela e Se oferece resposta que, ao mesmo tempo, traz uma luz superabundante ao homem que busca o sentido último da sua vida. Comecemos, pois, por considerar esta busca do homem (capítulo primeiro): depois, a Revelação divina pela qual Deus vem ao encontro do homem (capítulo segundo); finalmente, a resposta da fé (capítulo terceiro). Catecismo da Igreja Católica n°26 a 49)

O HOMEM É «CAPAZ» DE DEUS

I. O desejo de Deus

27. O desejo de Deus é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus. Deus não cessa de atrair o homem para Si e só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que procura sem descanso:

«A razão mais sublime da dignidade humana consiste na sua vocação à comunhão com Deus. Desde o começo da sua existência, o homem é convidado a dialogar com Deus: pois se existe, é só porque, criado por Deus por amor, é por Ele, e por amor, constantemente conservado: nem pode viver plenamente segundo a verdade, se não reconhecer livremente esse amor e não se entregar ao seu Criador»(1).

28. De muitos modos, na sua história e até hoje, os homens exprimiram a sua busca de Deus em crenças e comportamentos religiosos (orações, sacrifícios, cultos, meditações, etc.). Apesar das ambiguidades de que podem enfermar, estas formas de expressão são tão universais que bem podemos chamar ao homem um ser religioso:

Deus «criou de um só homem todo o gênero humano, para habitar sobre a superfície da terra, e fixou períodos determinados e os limites da sua habitação, para que os homens procurassem a Deus e se esforçassem realmente por atingi-lo e encontra-lo. Na verdade, Ele não está longe de cada um de nós. É n’Ele que vivemos, nos movemos e existimos» (At 17, 26-28).

29. Mas esta «relação íntima e vital que une o homem a Deus»(2) pode ser esquecida, desconhecida e até explicitamente rejeitada pelo homem. Tais atitudes podem ter origens diversas (3) a revolta contra o mal existente no mundo, a ignorância ou a indiferença religiosas, as preocupações do mundo e das riquezas (4), o mau exemplo dos crentes, as correntes de pensamento hostis à religião e, finalmente, a atitude do homem pecador que, por medo, se esconde de Deus (5) e foge quando Ele o chama (6).

30. «Exulte o coração dos que procuram o Senhor» (Sl 105, 3). Se o homem pode esquecer ou rejeitar Deus, Deus é que nunca deixa de chamar todo o homem a que O procure, para que encontre a vida e a felicidade. Mas esta busca exige do homem todo o esforço da sua inteligência, a retidão da sua vontade, «um coração reto», e também o testemunho de outros que o ensinam a procurar Deus.

És grande, Senhor, e altamente louvável; grande é o teu poder e a tua sabedoria é sem medida. E o homem, pequena parcela da tua criação, pretende louvar-Te – precisamente ele que, revestido da sua condição mortal, traz em si o testemunho do seu pecado, o testemunho de que Tu resistes aos soberbos. Apesar de tudo, o homem, pequena parcela da tua criação, quer louvar-Te. Tu próprio a isso o incitas, fazendo com que ele encontre as suas delícias no teu louvor, porque nos fizeste para Ti e o nosso coração não descansa enquanto não repousar em Ti (7).

No Curso de Catecismo da Igreja Católica, Professor Felipe Aquino nos apresenta uma proposta audaciosa: O homem é “capaz” de Deus! E nos explica o real sentido de “ser capaz”.

III O conhecimento de Deus segundo a Igreja

36. «A Santa Igreja, nossa Mãe, atesta e ensina que Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser conhecido, com certeza, pela luz natural da razão humana, a partir das coisas criadas» (12). Sem esta capacidade, o homem não poderia acolher a revelação de Deus. O homem tem esta capacidade porque foi criado «à imagem de Deus» (Gn 1, 27).

37. Nas condições históricas em que se encontra, o homem experimenta, no entanto, muitas dificuldades para chegar ao conhecimento de Deus só com as luzes da razão:

«Com efeito, para falar com simplicidade, apesar de a razão humana poder verdadeiramente, pelas suas forças e luz naturais, chegar a um conhecimento verdadeiro e certo de um Deus pessoal, que protege e governa o mundo pela sua providência, bem como de uma lei natural inscrita pelo Criador nas nossas almas, há, contudo, bastantes obstáculos que impedem esta mesma razão de usar eficazmente e com fruto o seu poder natural, porque as verdades que dizem respeito a Deus e aos homens ultrapassam absolutamente a ordem das coisas sensíveis; e quando devem traduzir-se em atos e informar a vida, exigem que nos demos e renunciemos a nós próprios. O espírito humano, para adquirir semelhantes verdades, sofre dificuldade da parte dos sentidos e da imaginação, bem como dos maus desejos nascidos do pecado original. Daí deriva que, em tais matérias, os homens se persuadem facilmente da falsidade ou, pelo menos, da incerteza das coisas que não desejariam fossem verdadeiras» (13).

38. É por isso que o homem tem necessidade de ser esclarecido pela Revelação de Deus, não somente no que diz respeito ao que excede o seu entendimento, mas também sobre «as verdades religiosas e morais que, de si, não são inacessíveis à razão, para que possam ser, no estado atual do gênero humano, conhecidas por todos sem dificuldade, com uma certeza firme e sem mistura de erro» (14).

IV. Como falar de Deus?

39. Ao defender a capacidade da razão humana para conhecer Deus, a Igreja exprime a sua confiança na possibilidade de falar de Deus a todos os homens e com todos os homens. Esta convicção está na base do seu diálogo com as outras religiões, com a filosofia e as ciências, e também com os descrentes e os ateus.

40. Mas dado que o nosso conhecimento de Deus é limitado, a nossa linguagem, ao falar de Deus, também o é. Não podemos falar de Deus senão a partir das criaturas e segundo o nosso modo humano limitado de conhecer e de pensar.

41. Todas as criaturas são portadoras duma certa semelhança de Deus, muito especialmente o homem, criado à imagem e semelhança de Deus. As múltiplas perfeições das criaturas (a sua verdade, a sua bondade, a sua beleza) refletem, pois, a perfeição infinita de Deus. Daí que possamos falar de Deus a partir das perfeições das suas criaturas: «porque a grandeza e a beleza das criaturas conduzem, por analogia, à contemplação do seu Autor» (Sb 13, 5).

42. Deus transcende toda a criatura. Devemos, portanto, purificar incessantemente a nossa linguagem no que ela tem de limitado, de ilusório, de imperfeito, para não confundir o Deus «inefável, incompreensível, invisível, impalpável» (15) com as nossas representações humanas. As nossas palavras humanas ficam sempre aquém do mistério de Deus.

43. Ao falar assim de Deus, a nossa linguagem exprime-se, evidentemente, de modo humano. Mas atinge realmente o próprio Deus, sem, todavia poder exprimi-Lo na sua infinita simplicidade. Devemos lembrar-nos de que, «entre o Criador e a criatura, não é possível notar uma semelhança sem que a dessemelhança seja ainda maior» (16), e de que «não nos é possível apreender de Deus o que Ele é, senão apenas o que Ele não é, e como se situam os outros seres em relação a Ele»(17).

Resumindo:

44. O homem é, por natureza e vocação, um ser religioso. Vindo de Deus e caminhando para Deus, o homem não vive uma vida plenamente humana senão na medida em que livremente viver a sua relação com Deus.

45. O homem foi feito para viver em comunhão com Deus, em quem encontra a sua felicidade: «Quando eu estiver todo em Ti, não mais haverá tristeza nem angústia; inteiramente repleta de Ti, a minha vida será vida plena»(18).

46. Quando escuta a mensagem das criaturas e a voz da sua consciência, o homem pode alcançar a certeza da existência de Deus, causa e fim de tudo.

47. A Igreja ensina que o Deus único e verdadeiro, nosso Criador e Senhor; pode ser conhecido com certeza pelas suas obras, graças à luz natural da razão humana (19).

48. Nós podemos realmente falar de Deus partindo das múltiplas perfeições das criaturas, semelhanças de Deus infinitamente perfeito, ainda que a nossa linguagem limitada não consiga esgotar o mistério.

49. «A criatura sem o Criador esvai-se» (20). Por isso, os crentes sentem-se pressionados pelo amor de Cristo a levar a luz do Deus vivo aos que O ignoram ou rejeitam.

“Quero confiar à Santíssima Mãe de Deus todas as dificuldades que vive o nosso mundo na busca de serenidade e de paz; os problemas de tantas famílias que olham para o futuro com preocupação, os desejos dos jovens que se abrem à vida, os sofrimentos dos que esperam gestos e escolhas de solidariedade e de amor. Quero confiar à Mãe de Deus também este especial tempo de graça para a Igreja, que se abre diante de nós. Vós, Mãe do ‘sim’, que escutastes Jesus, falai-nos d’Ele, contai-nos sobre vossa estrada para segui-lo no caminho da fé, ajudai-nos a anunciá-lo para que cada homem possa acolhê-lo e se tornar morada de Deus. Amém!”. Papa Bento XVI

Escute o Podcast O Dom da amizade com Deus:

“Abre as portas ao Redentor!”

Padre Luizinho, Comunidade Canção Nova.
twitter.com/padreluizinho

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Você conhece os 21 Concílios e o Credo Niceno-Constantinopolitano?

Ano da Fé: Enxergando com os olhos da fé

Você conhece os 21 Concílios e o Credo Niceno-Constantinopolitano?

terça-feira, outubro 23rd, 2012

Segundo as Sagradas Escrituras o primeiro concilio da Igreja de Cristo esta registrado nos Atos dos Apóstolos  capítulo  15. Surge uma questão de cunho cultural e espiritual: “Para os gentios alcançarem a salvação era preciso se tornar um judeu, ou seja, a circuncisão”? Isto nos faz refletir no que é preciso para se obter a salvação. Esse Concilio uniu Pedro, Paulo, Barnabé e Tiago, que era o patriarca de Jerusalém, sendo então o Concilio de Jerusalém.

Um concílio ecumênico é uma reunião de todos os bispos cristãos. Ela é convocada para discutir e resolver as questões da Igreja Cristã com relação à sua doutrina e disciplina. Algumas igrejas cristãs que se separaram das demais por causa de divergências aceitam somente os concílios ecumênicos que se realizaram antes da sua separação.

A palavra ecumênico deriva do grego “oikoumene”, que significa literalmente “o mundo habitado”, ou seja universal. Inicialmente, ela foi usada para se referir ao Império Romano, mas depois passou a representar o mundo em geral.

Concílios ecumênicos da Igreja

01.  NICEIA I –  20/05 A 25/07  de  325
Papa: Silvestre I  (314-335)
Assunto principal:  a confissão de fé contra o Arianismo: igualdade de natureza   do Filho com o Pai.

02. CONSTATINOPLA I – maio a junho de 381
Papa: Dâmaso I  (366-384)
Assunto principal: a confissão da divindade do Espírito Santo

03.  EFESO – 22/06 a 17/07  de  431
Papa: Celestino I  (422-432) – Cristo é uma só pessoa e duas natureza
Assunto principal:  maternidade divina de Maria, contra Nestório, Maria, a mãe de Deus – THEOTOKOS

04.  CALCEDONIA –  08/10  a 1º/11  de  451
Papa:  Leão I, O Grande  (440-461)
Assunto principal: afirmação das duas naturezas na única pessoa de Cristo.

05. CONSTANTINOPLA II – 05/05  a 02/07  de   553
Papa: Virgílio  (537-555)
Assunto principal:  condenação dos nestorianos

06. CONSTANTINOPLA III –  07/11  de  680  a  16/09  de  681
Papa: Agato  (678-681)  e Leão II  (662-663)
Assunto principal:  Condenação do monoteletismo: em Cristo há  realmente, duas vontades distintas, Divina e humana;

07. NICEIA II – 24/09  a 23/10  de  787
Papa: Adriano I   (772-795)
Assunto principal: contra os iconoclastas: há sentido e liceidade na veneração de imagens (ícones).

08.  CONSTANTINOPLA IV –  05/10  de 869  a  28/02  de 870
Papa: Nicolau I  (858-867)  e Adriano II  (867-872)
Assunto principal:  extinção do cisma do patriarca Fócio.

09. LATRÃO I – 18/03  a  06/04  de 1123
Papa:  Calixto  II   (1119-1124)
Assunto principal:  confirmação da Concordata de Worm

10. LATRÃO II – abril de 1139
Papa: Inocêncio II  (1130-1143)
Assunto principal:  o cisma de Anacleto II

11. LATRÃO III – 05 a 19 de março de 1179
Papa: Alexandre III   (1159-1181)
Assunto principal: fixação da necessidade de dois terços dos votos na eleição do Papa

12.  LATRÃO IV – 11  a  30 de novembro de 1215
Papa:  Inocêncio  III   (1198-1216)
Assunto principal: confissão de fé contra os cataris; a transubstanciação na Eucaristia; a confissão e a comunhão anuais.

13. LYON  I – 28/06  a  17/07  de 1245
Papa: Inocêncio IV   (1243-1254)
Assunto principal: deposição do imperador Frederico II

14.  LYON II – 07/05  a   17/07  de  1274
Papa: Gregório  X  (1271-1276)
Assuntos principais:  procedimentos referentes ao conclave; união com os gregos; cruzada.

15. VIENA -16/10  de  1311   a  06/05   de  1312
Papa: Clemente V  (1305-1314)
Assunto principal:  Supressão da Ordem dos Templários; campanha de pobreza dos franciscanos; decretos de reforma.

16. CONSTANÇA – 05/11  de  1414  a  22/04   de 1418
Papas:  situação de vários antipapas:
– resignação do Papa romano, Gregório  XII   (1405-1415)
– deposição do Papa conciliar,  João  XXIII  (1410-1415) em 29/05/1415
– deposição do Papa avinhense, Benedito XIII  (1394-1415) em 26/07/1417
– eleição de Martinho V em 11/11/1417
Assuntos principais: extinção  do Grande Cisma; condenação de João Hus, Decreto relativo à supremacia do concílio sobre o Papa e decreto relativo à periodicidade dos concílios; concordata com as cinco nações conciliaristas.

17. BASILÉIA-FERRAR-FLORENÇA – em Basiléia de 23/07/1431  a  07/05/1437em Ferrara de 18/09/1437  a   1º/01/1438 em Florença de 16/07/1439  a? Em Roma,  a partir de 25/04/1442
Papa: Eugênio IV   (1431-1447)
Assuntos principais: reunião com os gregos em 06/07/143 com os armênios em 22/11/1439 com os jacobistas  em 04/02/1442

18. LATRÃO V – 10/05/1512  a  16/03/1517
Papas: Júlio II  (1503-1413)  e   Leão  X  (1513-1521)
Assunto principal: contra o concílio cismático de Pisa (1511-1512), decretos de reforma

19. TRENTO – 13/12/1545  a  04/12/1563  (em três períodos)
Papas: Paulo II  (1534-1549) ;  Júlio III  (1550-1555)  e  Pio IV (1559-1565)
Assuntos principais: contra a Reforma de Lutero; doutrina sobre a Escritura e a Tradição, o pecado original e a justificação, os sacramentos e a missa, a veneração dos santos, decretos de reforma.

20. VATICANO I –  08/12/1869   a 18/07/1870
Papa:  Pio IX    (1846-1878)
Assuntos principais: definição da doutrina da fé católica, do primado e da infalibilidade do Papa

21. VATICANO II –  11/10/1962  a  07/12/1965
Papas:  João XXIII  (1958-1963)  e  Paulo  VI  (1963-1978)
Assuntos principais: “Procuremos apresentar aos homens de nosso tempo, íntegra e pura, a verdade de Deus de tal maneira que eles a possam compreender e a ela espontaneamente assentir. Pois somos Pastores…”  (João XXIII aos padres conciliares, na homilia de abertura do concílio).

Fonte: www.cleofas.com.br

Prof. Felipe Aquino caminha pela história da Igreja. Nesse programa ele fala sobre os concílios ecumênicos que a Igreja realizou:

É preciso que o Credo, o Símbolo da Fé, seja mais conhecido, compreendido e rezado.

Publicamos a seguir o resumo da catequese realizada por Bento XVI na Audiência Geral de quarta- feira 17 de outubro de 2012(ZENIT.org)

Queridos irmãos e irmãs, Hoje iniciamos um novo ciclo de catequeses que se inserem no contexto do Ano da Fé, inaugurado recentemente. Com estas catequeses, queremos percorrer um caminho que leve a reforçar ou a reencontrar a alegria da fé em Jesus Cristo, único Salvador do mundo. De fato, o nosso mundo de hoje está profundamente marcado pelo secularismo, relativismo e individualismo que levam muitas pessoas a viver a vida de modo superficial, sem ideais claros. Por isso, é essencial redescobrir como a fé é uma força transformadora para a vida: saber que Deus é amor, que se fez próximo aos homens com a Encarnação e se entregou na cruz para nos salvar e nos abrir novamente a porta do céu. De fato, a fé não é uma realidade desconectada da vida concreta. Neste sentido, para perceber o vínculo profundo que existe entre as verdades que professamos e a nossa vida diária, é preciso que o Credo, o Símbolo da Fé, seja mais conhecido, compreendido e rezado. Nele encontramos as fórmulas essenciais da fé: as verdades que nos foram fielmente transmitidas e que constituem a luz para a nossa existência.

“O Símbolo denominado niceno-constantinopolitano tem sua grande autoridade no fato de ter resultado dos dois primeiros Concílios ecumênicos (325 e 381). Ainda hoje ele é comum a todas as grandes Igrejas do Oriente e do Ocidente” (CIC§ 195).

Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra,
de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigênito de Deus,
nascido do Pai antes de todos os séculos:
Deus de Deus, luz da luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro,
gerado não criado,
consubstancial ao Pai.

Por Ele todas as coisas foram feitas.

E, por nós, homens, e para a nossa salvação,
desceu dos céus:
e encarnou pelo Espírito Santo,
no seio da Virgem Maria,
e se fez homem.
Também por nós foi crucificado
sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia,
conforme as escrituras;
E subiu aos céus,
onde está sentado à direita do Pai.
E de novo há de vir, em sua glória,
para julgar os vivos e os mortos;
e o seu reino não terá fim.

Creio no Espírito Santo,
Senhor que dá a vida,
e procede do Pai;
e com o Pai e o Filho
é adorado e glorificado:
Ele que falou pelos profetas.

Creio na Igreja una, santa,
católica e apostólica.
Professo um só batismo
para remissão dos pecados.
Espero a ressurreição dos mortos;
E a vida do mundo que há de vir.
Amém.

Reze comigo no PODCAST:

Eu creio Senhor, mas aumentai a minha fé!

Padre Luizinho, Comunidade Canção Nova.
twitter.com/padreluizinho

O Grande Milagre: "é preciso crer para ver!"

quinta-feira, outubro 18th, 2012

Este filme tem emocionado muitas pessoas e aberto a nossa visão espiritual para esta realidade. A nossa tendência é ver para crer, mas este filme cheio dos mistérios de nossa fé nos prova o contrário é preciso crer para ver!

O grande milagre é uma história inspiradora que revela a esperança e a fé. A história gira em torno de três personagens em crise: Mônica uma viúva e mãe de uma criança de 9 anos, que faz todos os esforços para manter a sua casa mesmo vivendo o drama da morte prematura do marido muito jovem. Don Chema, um motorista de transporte público que recebe a notícia de uma doença grave que pode levar a morte de seu filho e Dona Cata, uma velha que sente que sua missão na vida é longa. As histórias se entrelaçam quando sentem uma grande necessidade de estar na presença de Deus e se encontram na igreja. E o que não se pode imaginar é que eles estão prestes a mudar suas vidas para sempre. Com a ajuda dos anjos da guarda, vai testemunhar o verdadeiro significado da Missa, uma luta constante entre o bem e o mal, o triunfo da fé.

Como você vive seu relacionamento com Deus? Este ano será para renovar e aprofundar a nossa fé.

Materia relacionada: Nove perguntas sobre o Ano da Fé

Abri as Portas ao redentor!

Padre Luizinho, Comunidade Canção Nova.
twitter.com/padreluizinho

Ano da Fé: Enxergando com os olhos da fé

quarta-feira, outubro 17th, 2012

Nós precisamos aprender a ler os sinais dos tempos. Vamos alargar a nossa visão e refletir quais motivações estão “ocultas” ou entranhadas no coração do nosso Papa Bento XVI ao proclamar o Ano da Fé. Celebrar o cinquentenário do Concilio Vaticano II e sua renovação na Igreja e o vigésimo ano da promulgação do Catecismo da Igreja Católica pelo Beato João Paulo II são motivos nobres e verdadeiramente devem ser celebramos e aprofundados. Mais, quais são os verdadeiros objetivos, o que o nosso Pastor espera com este ano da Fé? Quais resultados para Igreja e para o mundo o Papa espera que surjam deste Kairós inaugurado no ultimo dia 11/10/2012?

Enquanto estamos aqui pensando a Igreja trabalha. A Assembléia Geral do Sínodo dos Bispos em Roma, refletindo os desafios para o anuncio da fé cristã em nossos tempos. Acredito que a Igreja não quer responder ao ateísmo prático, a ”ditadura do relativismo”, já combatido tanto pelo Sumo Pontífice, muito menos uma “nova revelação”. Mas, quer apresentar ao mundo como foi há tempos atrás na revolução sexual, no liberalismo e neste constante feminismo desvirtuado qual a verdadeira proposta de Cristo para os homens e para o mundo. A Igreja deseja afirmar e apresentar aos homens do nosso tempo Jesus Cristo e a Vida Cristã, a Verdade, a santidade, a castidade, o amor que é capaz de dar a vida e não tirá-la.

Relativismo: em que consiste?

O relativismo é a recusa de qualquer proposição filosófica ou ética de valor universal e absoluto. Tudo o que se diga ou faça é relativo ao lugar, à época e demais circunstâncias nas quais o homem se encontra. No setor da filosofia não se poderia falar da verdade ou erro-falsidade, como na área da Moral não se poderia apregoar o bem a realizar e o mal a evitar. O homem (indivíduo) seria a medida de todas as coisas, como já dizia o filósofo grego Protágoras. Em conseqüência o comportamento do homem ignora a lei natural, que é a lei de Deus incutida a todo ser humano desde que ele dispõe do uso da razão; da mesma forma a sociedade só conhece e respeita as leis que os seus governantes lhe propõem sem questionar a consonância dessas leis (ditas “positivas”) com a lei do Criador: por conseguinte, se as leis dos governantes legalizam o aborto, a clonagem, o anti-semitismo. .., a população lhes obedece, não levando em conta que, antes da palavra do legislador humano, existe a do Legislador Divino, que é a mesma para todos os homens (fonte: www.presbiteros.com.br).

O ATEISMO: o que diz o Catecismo da Igreja Católica

§2123 “Muitos de nossos contemporâneos não percebem de modo algum esta união intima e vital com Deus, ou explicitamente a rejeitam, a ponto de o ateísmo figurar entre os mais graves problemas de nosso tempo” (Gaudium Spes 19,1).

§2124 O termo ateísmo abrange fenômenos muito diversos. Uma forma freqüente é o materialismo prático, de quem limita suas necessidades e suas ambições ao espaço e ao tempo. O humanismo ateu considera falsamente que o homem é “seu próprio fim e o único artífice e demiurgo de sua própria história”. Outra forma de ateísmo contemporâneo espera a libertação do homem pela via econômica e social, sendo que “a religião, por sua própria natureza, impediria esta libertação, na medida em que, ao estimular a esperança do homem numa quimérica vida futura, o desviaria da construção da cidade terrestre” (Gaudium Spes 20,2).

§2125 Na medida em que rejeita ou recusa a existência de Deus, o ateísmo é um pecado contra a virtude da religião. A imputabilidade desta falta pode ser seriamente diminuída em virtude das intenções e das circunstâncias. Na gênese e difusão do ateísmo, “grande parcela de responsabilidade pode caber aos crentes, na medida em que, negligenciando a educação da fé, ou por uma exposição enganosa da doutrina, ou por deficiência em sua vida religiosa, moral e social, se poderia dizer deles que mais escondem do que manifestam o rosto autêntico de Deus e da religião” (Gaudium Spes 19,3).

§2126 Muitas vezes o ateísmo se funda em uma concepção falsa da autonomia humana, que chega a recusar toda dependência em relação a Deus. Contudo, “o reconhecimento de Deus não se opõe de modo algum à dignidade do homem, já que esta dignidade se fundamenta e se aperfeiçoa no próprio Deus”. “A Igreja sabe perfeitamente que sua mensagem se coaduna com as aspirações mais intimas do coração humano” (Gaudium Spes 21,7).

Neste programa, Professor Felipe Aquino inicia as explicações do primeiro capítulo do Catecismo, tratando sobre “O Desejo de Deus”, dentro da primeira parte do Catecismo, sobre a Profissão de Fé:

Resposta de Deus e da Igreja

Deus, infinitamente perfeito e bem-aventurado em Si mesmo, num desígnio de pura bondade, criou livremente o homem para torná-lo participante da sua vida bem-aventurada. Por isso, sempre e em toda a parte, Ele está próximo do homem. Chama-o e ajuda-o a procurá-Lo, a conhecê-Lo e a amá-Lo com todas as suas forças. Convoca todos os homens, dispersos pelo pecado, para a unidade da sua família que é a Igreja. Para tal, enviou o seu Filho como Redentor e Salvador na plenitude dos tempos. N’Ele e por Ele, chama os homens a tornarem-se, no Espírito Santo, seus filhos adotivos e, portanto, herdeiros da sua vida bem-aventurada.

Para que este convite se fizesse ouvir por toda a Terra, Cristo enviou os Apóstolos que escolhera, dando-lhes o mandato de anunciar o Evangelho: «Ide, pois, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprirem tudo quanto vos prescrevi. E eis que Eu estou convosco todos os dias até ao fim do mundo» (Mt 28, 19-20). Fortalecidos por esta missão, os Apóstolos «partiram a pregar por toda a parte e o Senhor cooperava com eles confirmando a Palavra com os sinais que a acom­panhavam» (Mc 16, 20). Catecismo da Igreja Católica 1 e 2.

Nesta perspectiva, o Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo. No mistério da sua morte e ressurreição, Deus revelou plenamente o Amor que salva e chama os homens à conversão de vida por meio da remissão dos pecados (cf. At 5, 31). Para o apóstolo Paulo, este amor introduz o homem numa vida nova: “Pelo Batismo fomos sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova” (Rm 6, 4). Em virtude da fé, esta vida nova plasma toda a existência humana segundo a novidade radical da ressurreição. Na medida da sua livre disponibilidade, os pensamentos e os afetos, a mentalidade e o comportamento do homem vão sendo pouco a pouco purificados e transformados, ao longo de um itinerário jamais completamente terminado nesta vida. A “fé, que atua pelo amor” (Gl 5, 6), torna-se um novo critério de entendimento e de ação, que muda toda a vida do homem (cf. Rm 12, 2; Cl 3, 9-10; Ef 4, 20-29; 2 Cor 5, 17) Porta Fidei n° 6.

O Ano da Fé será uma ocasião propícia também para intensificar o testemunho da caridade. Recorda São Paulo: “Agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade” (1 Cor 13, 13). Com palavras ainda mais incisivas – que não cessam de empenhar os cristãos –, afirmava o apóstolo Tiago: «De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: “Ide em paz, tratai de vos aquecer e de matar a fome”, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta. Mais ainda! Poderá alguém alegar sensatamente: “Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me então a tua fé sem obras, que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé” (Tg 2, 14-18) Porta Fidei n°14

Vive-se hoje uma grande crise na vivência e no verdadeiro significado do AMOR, por isso, vive-se também uma grande crise de fé e ausência de Deus no coração dos homens.

O que você espera do ano da fé e quais atitudes já tem tomado? Clique em comentários e deixe o seu recado.

Abre as portas ao Redentor!

Padre Luizinho, Comunidade Canção Nova.
twitter.com/padreluizinho

O que é o Ano da fé, o por quê a Igreja celebra?

quinta-feira, outubro 11th, 2012

“Em Nazaré, conforme seu costume, no dia de sábado, foi à sinagoga e levantou-se para fazer a leitura. Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, encontrou o lugar onde está escrito: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Nova aos pobres: enviou-me para proclamar a libertação aos presos e, aos cegos, a recuperação da vista; para dar liberdade aos oprimidos e proclamar um ano de graça da parte do Senhor”. Depois, fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se. Os olhos de todos, na sinagoga, estavam fixos nele. Então, começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir” (cf. Lc 4, 14-21; Isaías 61,1-2).

Celebrar O Ano da Fé é muito mais do que viver 365 dias como um ano civil, não é um tempo cronológico, mas um “ano da graça do Senhor”. É um Kairós, um tempo em que Deus através da Igreja nos chama para si, para determinada graça que quer renovar ou derramar sobre nós em vista de nossa conversão e de sua Vinda próxima, seguindo a necessidade dos tempos. Segundo a Tradição, o povo Hebreu vivia a cada sete anos um ano sabático, onde durante aquele ano, libertavam-se os presos, perdoavam-se as dividas, e tudo que os animais e a terra produziam pertencia ao Senhor. Era um ano de perdão e ação de graças.

Qual é a grande necessidade dos nossos tempos? “Desde o princípio do meu ministério como Sucessor de Pedro, lembrei a necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. Durante a homilia da Santa Missa no início do pontificado, disse: “A Igreja no seu conjunto, e os Pastores nela, como Cristo devem pôr-se a caminho para conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude” (cf. Jo 10,10). Enquanto, no passado, era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes setores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas.” (cf. Porta Fidei n°2).

“Chegando ali, reuniram a comunidade. Contaram tudo o que Deus fizera por meio deles e como ele havia aberto a porta da fé”. (cf. At 14,27).

No Catecismo da Igreja Católica, Professor Felipe Aquino nos apresenta a Fé da Igreja, e nos convida a aprofundar nossos estudos, veja o vídeo:

Pelo Batismo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo recebemos o Dom da Fé, que nos une a Cristo que é a PORTA para a plenitude da vida humana, pelo qual podemos nos dirigir a Deus como Pai e está concluída com a  passagem da morte para vida eterna, fruto da ressurreição do Senhor Jesus, que com o dom do Espírito Santo quis nos fazer participantes de sua própria glória àqueles que creem. Essa é a nossa fé! O Batismo será o sacramento a ser renovado e vivido.

“Pelo batismo fomos sepultados com ele em sua morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dos mortos pela ação gloriosa do Pai, assim também nós vivamos uma vida nova”. (cf. Rm 6,4).

Reavivar o dom da fé através do encontro com a Pessoa de Cristo: Também o homem contemporâneo pode sentir de novo a necessidade de ir como a samaritana ao poço, para ouvir Jesus que convida a crer n’Ele e a beber na sua fonte, donde jorra água viva: Jesus respondeu: “Todo o que bebe desta água, terá sede de novo; (cf. Jo 4, 14). Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida fielmente pela Igreja, e do Pão da vida, oferecidos como sustento de quantos são seus discípulos (cf. Jo 6, 51). De fato, em nossos dias ressoa ainda, com a mesma força, este ensinamento de Jesus: “Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna” (Jo 6, 27). E a questão, então posta por aqueles que O escutavam, é a mesma que colocamos nós também hoje: “Que havemos nós de fazer para realizar as obras de Deus?” (Jo 6, 28). Conhecemos a resposta de Jesus: “A obra de Deus é esta: crer n’Aquele que Ele enviou” (Jo 6, 29). Por isso, crer em Jesus Cristo é o caminho para se poder chegar definitivamente à salvação (cf. Porta Fidei n°3).

Devemos viver este Ano da Fé abrindo o nosso coração ao convite da Mãe Igreja, para aprofundar a nossa fé, nas seguintes e importantes dimensões:

-A fé recebida como um Dom gratuito fruto principal do encontro pessoal com Jesus e do Sacramento do Batismo, que nos une a Cristo e a Sua Igreja;

– Renovar e aprofundar o dom da Fé: através de um caminho de escuta e diálogo com Deus e com os irmãos, pela Sagrada Escritura e pela sã Doutrina da Igreja, ouvindo os seus pastores e os sinais dos tempos;

– Celebrar a fé: no dia a dia celebramos a fé na oração e na celebração, principalmente dos Sacramentos, por excelência a Eucaristia, supremo Sacramento da fé. Este é um dos motivos do Ano da Fé. Celebrar o 50° do Concilio vaticano II na data de 11 de Outubro de 2012; Celebrar o 20° ano da publicação do Catecismo da Igreja Católica promulgação pelo Beato João Paulo II; Celebrar o primeiro fruto deste ano da fé, Assembleia geral do Sínodo dos Bispos neste Mês de Outubro tendo como tema A nova evangelização para a transmissão da fé Cristã;

– Professar a fé: “Idealizou-o como um momento solene, para que houvesse, em toda a Igreja, “uma autêntica e sincera profissão da mesma fé”; quis ainda que esta fosse confirmada de maneira “individual e coletiva, livre e consciente, interior e exterior, humilde e franca” (Disc Paulo VI). Pensava que a Igreja poderia assim retomar “exata consciência da sua fé para reavivá-la, purificar, confirmar, confessar” (Disc Paulo VI). As grandes convulsões, que se verificaram naquele Ano, tornaram ainda mais evidente à necessidade duma tal celebração. Esta terminou com a Profissão de Fé do Povo de Deus, para atestar como os conteúdos essenciais, que há séculos constituem o patrimônio de todos os crentes, necessitam de ser confirmados (cf. Porta Fidei n° 4).

– Testemunhar a fé: estes conteúdos da fé “compreendidos e aprofundados de maneira sempre nova para se dar testemunho coerente deles em condições históricas diversas das do passado” (cf. Porta Fidei n° 4).

– Anunciar a fé: sempre com a Igreja e enviados por Ela os cristãos conscientes e renovados na sua fé anunciarão a Boa Nova com renovado ardor missionário atendendo aos apelos dos nossos tempos.

Motiva-nos o Santo Padre: Pareceu-me que fazer coincidir o início do Ano da Fé com o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II poderia ser uma ocasião propícia para compreender que os textos deixados em herança pelos Padres Conciliares, segundo as palavras do Beato João Paulo II, “não perdem o seu valor nem a sua beleza. É necessário fazê-los ler de forma tal que possam ser conhecidos e assimilados como textos qualificados e normativos do Magistério, no âmbito da Tradição da Igreja. Sinto hoje ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça de que beneficiou a Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa”. Quero aqui repetir com veemência as palavras que disse a propósito do Concílio poucos meses depois da minha eleição para Sucessor de Pedro: “Se o lermos e recebermos guiados por uma justa hermenêutica, o Concílio pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a renovação sempre necessária da Igreja” (cf. Porta Fidei n° 5).

Vamos unidos com toda a Igreja e confiantes trilhar este caminho, atravessar esta Porta, que implica comprometer-se num caminho que dura à vida inteira, pois “eu sei em quem coloquei a minha fé” (cf. 2Tm 1).

“Quero confiar à Santíssima Mãe de Deus todas as dificuldades que vive o nosso mundo na busca de serenidade e de paz; os problemas de tantas famílias que olham para o futuro com preocupação, os desejos dos jovens que se abrem à vida, os sofrimentos dos que esperam gestos e escolhas de solidariedade e de amor. Quero confiar à Mãe de Deus também este especial tempo de graça para a Igreja, que se abre diante de nós. Vós, Mãe do ‘sim’, que escutastes Jesus, falai-nos d’Ele, contai-nos sobre vossa estrada para segui-lo no caminho da fé, ajudai-nos a anunciá-lo para que cada homem possa acolhê-lo e se tornar morada de Deus. Amém!”. Papa Bento XVI

Escute o Podcast na integra:

“Abre as portas ao Redentor!”

Padre Luiz Calos Lima Alves
Comunidade Canção Nova

Comecemos por aqui:

* Carta Apostólica Porta Fidei

* Compêndio do Concilio Vaticano II

* Catecismo da Igreja Católica

* Nota com indicações pastorais para o Ano da Fé