Todo tempo litúrgico é rico em figuras e símbolos para nos ajudar a celebrar o Mistério de Cristo em nossas vidas, não poderia ser diferente no Advento. Personagens bíblicos que no decorrer das quatro semanas nos acompanharão e nos revelarão como deve ser a nossa expectativa, vigilância e conversão para a chagada de Jesus que vem! Vamos conhecer?
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ISAIAS
É o profeta que, durante os tempos difíceis do exílio do povo eleito, levava a consolação e a esperança. Na segunda parte do seu livro, dos capítulos 40 – 55 (Livro da Consolação) anunciam a libertação, fala de um novo e glorioso êxodo e da criação de uma nova Jerusalém, reanimando assim, os exilados. As principais passagens deste livro são proclamadas durante o tempo do Advento num anúncio perene de esperança para os homens de todos os tempos.
JOÃO BATISTA
É o último dos profetas e segundo o próprio Jesus, “mais que um profeta”, “o maior entre os que nasceram de mulher”, o mensageiro que veio diante d’Ele a fim de lhe preparar o caminho, anunciando a sua vinda (conf. Lc 7, 26 – 28), pregando aos povos a conversão, pelo conhecimento da salvação e perdão dos pecados (Lc 1, 76s). A figura de João Batista ao ser o precursor do Senhor e aponta-lO como presença já estabelecida no meio do povo, encarna todo o espírito do Advento; por isso ele ocupa um grande espaço na liturgia desse tempo, em especial no segundo e no terceiro domingo.
João Batista é o modelo dos que são consagrados a Deus e que, no mundo de hoje, são chamados a também ser profetas e profecias do reino, vozes no deserto e caminho que sinaliza para o Senhor, permitindo, na própria vida, o crescimento de Jesus e a diminuição de si mesmo, levando, por sua vez os homens a despertar do torpor do pecado.
MARIA
Não há melhor maneira de se viver o Advento que unindo-se a Maria como mãe, grávida de Jesus, esperando o seu nascimento. Assim como Deus precisou do sim de Maria, hoje, Ele também precisa do nosso sim para poder nascer e se manifestar no mundo; assim como Maria se “preparou” para o nascimento de Jesus, a começar pele renúncia e mudança de seus planos pessoais para sua vida inteira, nós precisamos nos preparar para vivenciar o Seu nascimento em nós mesmos e no mundo, também numa disposição de “Faça-se em mim segundo a sua Palavra” (Lc 1, 38), permitindo uma conversão do nosso modo de pensar, da nossa mentalidade, do nosso modo de viver, agir etc. Em Maria encontramos a realização da expectativa messiânica de todo o Antigo Testamento.
JOSÉ
Nos textos bíblicos do Advento, se destaca José, esposo de Maria, o homem justo e humilde que aceita a missão de ser o pai adotivo de Jesus. Ao ser da descendência de Davi e pai legal de Jesus, José tem um lugar especial na encarnação, permitindo que se cumpra em Jesus o título messiânico de “Filho de Davi”. José é justo por causa de sua fé, modelo de fé dos que querem entrar em diálogo e comunhão com Deus.
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Estes santos personagens vão caminhar conosco nos preparando para o natal de Jesus. Com os Profetas Isaias e João batista nós pedimos a Deus Pai a graça de nunca perder a esperança, a fé nas promessas de Deus. Com Maria e São José queremos aprender a acolher a Vontade de Deus em nossa vida e dar o nosso sim ao Seu plano de Salvação.
Existem outros personagens bíblicos, como os pastores, que avisados pelos anjos são os primeiros depois de José e Maria a ver o menino Jesus: “Glória a Deus no mais alto dos céus, e na terra, paz aos que são do seu agrado!” Quando os anjos se afastaram deles, para o céu, os pastores disseram uns aos outros: “Vamos a Belém, para ver a realização desta palavra que o Senhor nos deu a conhecer”. Os reis magos que vindo de longe oferecem ao Menino Deus seus presentes e sua Adoração: “Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra”. Essa deve ser a atitude nossa neste tempo para quando Jesus chegar possamos adorá-lo de todo o nosso coração.
Oração:Imploramos ó Deus, a vossa clemência, ao recordar cada ano o mistério pascal que renova a dignidade humana, e nos traz a esperança da ressurreição: concedei-nos acolher sempre com amor o que celebramos com fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Algumas pessoas não católicas dizem que a cruz é um símbolo pagão ou que é um símbolo de morte e que não deve ser usada e em alguns paises foi proibida nos lugares públicos, aqui no Brasil pode ser também. Mas esta afirmação não está de acordo com o que a Igreja Católica sempre viveu e ensinou desde os seus primórdios e também não concorda com os textos bíblicos, que louvam e exaltam a Cruz de Cristo, ou pior, dizem sem conhecimento que nós idolatramos a santa cruz. Senão vejamos:
Mt 10, 38 – Jesus disse: “Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim”.
Mt 16, 24 – “Em seguida, Jesus disse a seus discípulos: Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”.
Lc 14, 27 –“E quem não carrega a sua cruz e me segue, não pode ser meu discípulo”.
Gl 2, 19 – “Na realidade, pela fé eu morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou pregado à cruz de Cristo”.
Gl 6, 12.14 – “Quanto a mim, não pretendo, jamais, gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo”.
1Cor 1,18:“A linguagem da Cruz… para aqueles que se salvam, para nós, é poder de Deus”.
1Cor 1, 17:“… anunciar o Evangelho, sem recorrer à sabedoria da linguagem, a fim de que não se torne inútil a Cruz de Cristo”.
Quando o imperador Constantino o Grande, enfrentou seu rival Maxêncio sobre a ponte Milvia, próximo do ano 300, viu nos céus uma cruz luminosa acompanhada dos dizeres: “In hoc signo vinces!”(Por este sinal vencerás). Constantino, então, colocou a sua pessoa e o seu exército sob a proteção do sinal da cruz e venceu Maxêncio, tornando-se imperador supremo de Roma, proibindo em seguida a perseguição aos cristãos pelo Edito de Milão, em 313.
O símbolo resultante da sobreposição das letras gregas X e P, iniciais de Cristo em grego, lembrava Cristo e a Cruz e foi representado no estandarte de Constantino. No fim do século IV, tomou a forma que lembrava a Cruz.
Após a conversão de Constantino († 337) a cruz deixou de ser usada para o suplício dos condenados e tornou-se o símbolo da vitória de Cristo e o sinal dos cristãos, como mostram de muitas maneiras a arte, a Liturgia, a piedade particular e a literatura cristã. A cruz tornou-se, então, sinal da Paixão vitoriosa do Senhor. Conscientes deste seu valor, os cristãos ornamentavam a cruz com palmas e pedras preciosas.
Os Padres da Igreja como Tertuliano de Cartago e Hipólito de Roma, já nos séculos II e III, afirmavam que os cristãos se benziam com o sinal da Cruz. Os mártires tomavam a cruz antes de enfrentar a morte e os santos não se separavam da cruz. As Atas dos Mártires mostra isso.
No entanto, muito antes de Constantino, Tertuliano (†202) já escrevera: “Quando nos pomos a caminhar, quando saímos e entramos, quando nos vestimos, quando nos lavamos, quando iniciamos as refeições, quando nos vamos deitar, quando nos sentamos, nessas ocasiões e em todas as nossas demais atividades persignamo-nos a testa o sinal da Cruz” (De corona militis 30). *
S. Hipólito de Roma († 235), descrevendo as práticas dos cristãos do século III, escreveu: “Marcai com respeito as vossas cabeças com o sinal da Cruz. Este sinal da Paixão opõe-se ao diabo e protege contra o diabo, se é feito com fé, não por ostentação, mas em virtude da convicção de que é um escudo protetor. É um sinal como outrora foi o Cordeiro verdadeiro; ao fazer o sinal da Cruz na fronte e sobre os olhos, rechaçamos aquele que nos espreita para nos condenar” (Tradição dos Apóstolos42). *
No Novo Testamento a Cruz é símbolo da virtude da penitência, domínio das paixões desregradas e do sofrer por amor de Cristo e da Igreja pelas salvação do mundo. Seria preciso apagar muitos versículos do Novo Testamento para dizer que a Cruz é um símbolo introduzido no século IV na vida dos cristãos. O sinal da Cruz é o sinal dos cristãos ou o sinal do Deus vivo, de que fala Ap 7, 2, fazendo eco a Ez 9,4: “Um anjo gritou em alta voz aos quatro Anjos que haviam sido encarregados de fazer mal à terra e ao mar: “Não danifiqueis a terra, o mar e as árvores, até que tenhamos marcado a fronte dos servos do nosso Deus”.
São Clemente de Alexandria, no século III, chamava a letra T (tau), símbolo da cruz, de “figura do sinal do Senhor” (Stromateis VI 11). *
Por tudo isso, a vivência e a iconografia dos cristãos, desde o século I, deram à cruz sagrada um lugar especial entre as expressões da fé cristã. Daí podemos ver que é totalmente errônea a teoria de que a Cruz é um símbolo pagão introduzido por influência do paganismo na Igreja e destinado a ser eliminado do uso dos cristãos. Rejeitar a Cruz de Cristo é o mesmo que rejeitar o símbolo da Redenção e da esperança dos cristãos.
Oração: A cruz sagrada seja minha luz, não seja o dragão o meu guia retira-te satanás nunca me aconselhes coisas vãs, bebes tu mesmo o teu veneno. Amém.
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Minha benção fraterna.
Padre Luizinho,
Com. Canção Nova.
* Este artigo foi baseado no de D. Estevão Bettencourt, da revista “Pergunte e Responderemos”, Nº. 351 – Ano 1991 – Pág. 364. Professor Felipe Aquino: blog.cancaonova.com/felipeaquino
Neste Sábado Santo celebramos a liturgia mais importante do ano litúrgico, A VIGÍLIA PASCAL. Celebramos a luz de cristo que dissipa toda a treva, vence a morte e redime a humanidade. O Círio Pascal é a luz de cristo ressuscitado no meio de nós. O canto da Proclamação da Páscoa é como o rolar da pedra do sepulcro de Jesus, “Ele não esta aqui, Ressuscitou!” Essa celebração é centrada na Palavra de Deus, que nos trás a memória da historia da salvação, a celebração do Batismo dá o sentido de nossa união com Cristo morto e ressuscitado. Nesta noite é a noite do batizado, do cristão que se faz testemunha do ressuscitado. Veja o que diz o catecismo da Igreja:
O MISTÉRIO PASCAL NO CATECISMO:
§1168 O ANO LITÚRGICO: “Partindo o tríduo pascal, como de sua fonte de luz, o tempo novo da Ressurreição enche todo o ano litúrgico com sua claridade. Aproximando-se progressivamente de ambas as vertentes desta fonte, o ano é transfigurado pela liturgia. É realmente “ano de graça do Senhor”. A economia da salvação está em ação moldura do tempo, mas desde a sua realização na Páscoa de Jesus e a efusão do Espírito Santo o fim da história é antecipado, “em antegozo”, e o Reino de Deus penetra nosso tempo”.
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Percebo que conhecemos muito pouco daquilo que celebramos e de seu verdadeiro valor, por isso não damos a devida importância que a Vigília Pascal merece como centro de nossa fé. Por isso, muitos católicos vão à procissão do senhor morto, mas não aparecem na Vigília Pascal, falta formação e catequese e por isso, pouca gente não bebe do manancial da salvação. Você já prestou a atenção naquela vela grande bem decorada sobre um belo e enfeitado pedestal? Você já percebeu como aquela vela traz uma série de sinais, números e letras? A GRANDE VELA é o CÍRIO PASCAL: simboliza, recorda, faz a memória da pessoa de Jesus Cristo ressuscitado.
O CÍRIO PASCAL é preparado, abençoado, aceso e conduzido para a Igreja na noite da Santa Vigília Pascal. A grande celebração da Vigília Pascal se inicia normalmente com a bênção do “FOGO NOVO”, fora do recinto da Igreja. Este FOGO NOVO, FOGO DA PÁSCOA, FOGO QUE QUEIMA, ILUMINA e AQUECE, recebe uma bênção especial, antes de ser aceso o CÍRIO PASCAL. É com uma chama do FOGO NOVO BENTO que o CÍRIO é aceso. Terminada a preparação do CÍRIO PASCAL, inicia-se a procissão para introduzi-lo solenemente no interior da Igreja. Apagam-se todas as luzes para deixar o ambiente completamente escuro e eis o significado:
A Igreja toda às escuras simboliza o mundo em trevas, o mundo sem Deus, sem Jesus, sem o Evangelho. Nesta escuridão do mundo brilhou e brilha uma única luz verdadeira, a luz de Jesus ressuscitado, simbolizada pela Luz do CÍRIO PASCAL. O CÍRIO, é aceso e elevado e apresentado aos fiéis reunidos através do cantor: “Eis a Luz de Cristo!” Os fiéis voltam-se para o CÍRIO, ajoelham-se e cantam: “Demos Graças a Deus!”.
O sacerdote prossegue até o centro da Igreja, faz novo anúncio e os fiéis respondem com o mesmo canto, em frente ao altar. O sacerdote coloca o CÍRIO num pedestal e incensa para significar a adoração que os fiéis prestam ao Ressuscitado. Logo a seguir, sacerdote canta o “Exultet” (de alegria). Agora você pode participar de forma mais profunda da bênção do FOGO NOVO. Agora vamos ver o significado dos sinais, números e letras que decoram o CÍRIO PASCAL: A CRUZ: A cruz encravada no CÍRIO, em geral de cor vermelha, lembra a Cruz de Jesus Cristo. Jesus e Cruz mantêm um vínculo indestrutível. Ao traçar a Cruz sobre o CÍRIO o celebrante diz: (no vertical) “Cristo, ontem e hoje, (no horizontal) princípio em fim”.
AS LETRAS: As duas letras colocadas ao alto e embaixo da Cruz, o Alfa e o Ômega, são a primeira e a última letra do alfabeto grego. Ao cravar as duas letras o celebrante diz: “ALFA E ÔMEGA”, quer dizer, “PRINCÍPIO E FIM”.
O NÚMERO: O número 2010 é a afirmação que Jesus é o mesmo, ontem, hoje e para sempre: O nº (2) A Ele e o tempo, o nº (0) é a eternidade, o nº (1) A glória e o poder e o nº (0) pelos séculos. Amém.
OS CINCO GRAVOS (grãos de incenso): As cinco bolinhas que são afixadas à cruz, uma ao alto, outra ao centro, outra embaixo e as outras duas nos dois braços da cruz, simbolizam as cinco chagas de Jesus Cristo. O celebrante diz: (ao alto da cruz) “por suas Santas Chagas”, (ao centro) “suas Gloriosas Chagas”, (embaixo) “o Cristo Senhor“, (à esquerda) “nos proteja”, (à direita) “e nos guarde. Amém”.
João era a voz, mas o Senhor, no princípio, era a Palavra (Jo 1,1). João era a voz passageira, Cristo, a Palavra eterna desde o princípio. Suprimi a palavra, o que se torna a voz? Esvaziada de sentido, é apenas um ruído. A voz sem palavras ressoa ao ouvido, mas não alimenta o coração.
Entretanto, mesmo quando se trata de alimentar nossos corações, vejamos a ordem das coisas. Se penso no que vou dizer, a palavra já está em meu coração. Se quero, porém, falar contigo, procuro o modo de fazer chegar ao teu coração o que já está no meu.
Procurando então como fazer chegar a ti e penetrar em teu coração o que já está no meu, recorro à voz e por ela falo contigo. O som da voz te faz entender a palavra; e quando te fez entendê-la, esse som desaparece, mas a palavra que ele te transmitiu permanece em teu coração, sem haver deixado o meu.
Não te parece que esse som, depois de haver transmitido minha palavra, está dizendo: É necessário que ele cresça e eu diminua? (Jo 3,30). A voz ressoou, cumprindo sua função, e desapareceu, como se dissesse: Esta é a minha alegria, e ela é completa (Jo 3,29). Guardemos a palavra; não percamos a palavra concebida em nosso íntimo.
Queres ver como a voz passa e a palavra divina permanece? Que foi feito do batismo de João? Cumpriu sua missão e desapareceu; agora é o batismo de Cristo que está em vigor. Todos cremos em Cristo e esperamos dele a salvação: foi o que a voz anunciou.
Justamente porque é difícil não confundir a voz com a palavra, julgaram que João era o Cristo. Confundiram a voz com a palavra. Mas a voz reconheceu o que era para não prejudicar a palavra. Eu não sou o Cristo (Jo 1,20), disse João, nem Elias nem o Profeta. Perguntaram-lhe então: Quem és tu? Eu sou, respondeu ele, a voz que grita no deserto: “Aplainai o caminho do Senhor” (Jo 1,19. 23). É a voz do que grita no deserto, do que rompe o silêncio. Aplainai o caminho do Senhor, como se dissesse: “Sou a voz que se faz ouvir apenas para levar o Senhor aos vossos corações. Mas ele não se dignará vir aonde o quero levar, se não preparardes o caminho”.
O que significa: Aplainai o caminho, senão: Orai como se deve orar? O que significa ainda: Aplainai o caminho senão: Tende pensamentos humildes? Imitai o exemplo de João. Julgam que é o Cristo e ele diz não ser aquele que julgam; não se aproveita do erro alheio para uma afirmação pessoal. Se tivesse dito: “Eu sou o Cristo”, facilmente teriam acreditado nele, pois já era considerado como tal antes que o dissesse. Mas não disse; pelo contrário, reconheceu o que era, disse o que não era, foi humilde. Viu de onde lhe vinha à salvação; compreendeu que era uma lâmpada e temeu que o vento do orgulho pudesse apagá-la.
Santo Agostinho,bispo e doutor da Igreja, Séc. IV -V (Sermão 293, 3: Patrologia Latina. 38 1328-1329).
Prefácio do Advento II (A dupla espera de Cristo)
Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo o lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, por Cristo, Senhor nosso. Predito por todos os profetas, esperado com amor de mãe pela virgem Maria, Jesus foi anunciado e mostrado presente no mundo por são João Batista. O próprio Senhor nos dá a alegria de entrarmos agora no mistério do seu Natal, para que sua chegada nos encontre vigilantes na oração e celebrando os seus louvores. Por essa razão, agora e sempre, nós nos unimos aos anjos e a todos os santos, cantando (dizendo) a uma só voz…
O Tempo do Advento nos chama a conversão, a mudança de vida, rever as nossas posturas principalmente como me preparo pra encontrar o Senhor que veio que vem e virá. Hoje eu quero ter um encontro com Deus e você?
Oração: Senhor quero me encontrar contigo. Durante este dia desperta o meu coração para esta vigilante expectativa, pois o Senhor pode chegar a qualquer hora, que eu não esteja distraído mesmo tendo que fazer muitas coisas, que eu não esteja despreparado. O meu coração esta alimentado por esta alegre e viva esperança do Senhor que vem. Trago comigo muitas pessoas e situações que quero te apresentar, te entregar e principalmente minha pessoa, minha vida: Vem Senhor Jesus!
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Ó Deus de bondade, que vedes o vosso povo esperando fervoroso o natal do Senhor, dai chegarmos às alegrias da Salvação e celebrá-las sempre com intenso júbilo na solene liturgia. Por N.S.J.C.
HUESCA, quinta-feira, 26 de novembro de 2009 (ZENIT.org).- Publicamos o comentário ao Evangelho deste Domingo, I do Advento, redigido por Dom Jesús Sanz Montes, ofm, bispo de Huesca e de Jaca, arcebispo eleito de Oviedo.
É sabido que os cristãos sempre começam o ano um pouco antes. Cabe recordar esse ditado popular de “ano novo, vida nova”, que quer expressar algo muito humano: que nosso coração não se resigna ao fatalismo do que acontece; que nosso coração tem direito de dizer “Chega!” a tantas coisas que não andam; que nosso coração é justo quando, apesar dos pesares, tem a ousadia de sonhar mais uma vez.
Talvez seja por isso que todos nós concordamos em estabelecer uma data mágica: 1º de janeiro, o novo ano civil, para indultar-nos mutuamente e conceder-nos uns aos outros uma espécie de “anistia” bonachona: perdoamos os excessos, os rancores, as mentiras. Assim, da trincheira de todos os nossos pesadelos, nós nos atrevemos a erguer com timidez a branca bandeira dos sonhos de um mundo feliz. Lamentavelmente, tão desejada “anistia” costuma durar o que dura à ressaca de umas festas, para depois mergulharmos na opacidade de um cotidiano desiludido e cansativo, que tão rotineiramente sempre termina igual: em desencanto.
Podemos dizer “ano novo, vida nova” porque “o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos, o que nossas mãos apalparam… O que vimos e ouvimos vo-lo anunciamos” (1 Jo 1, 1-3). A Vida Nova que, ano a ano, instante a instante podemos celebrar se chama Jesus Cristo.
Isso quer dizer que nem a mentira, nem o caos, nem a morte têm a última palavra desde que Alguém teve a loucura e o atrevimento de proclamar “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. E nós acreditamos nessa Vida Nova, que se fez um de nós, que habitou entre as contendas das nossas insídias. Ou estava louco para dizer semelhantes coisas, ou simplesmente era Deus… E Homem verdadeiro.
O Evangelho deste domingo é um convite à vigilância. Uma série de imperativos tentará nos aproximar do assombro desta espera: levantai-vos, erguei a cabeça, tende cuidado, estai acordados, ficai de pé (cf. Lc 21, 34-36). Vale a pena escutar este grito do nosso coração que continuamente nos exige o milagre de uma novidade que não acabe, e reconhecer que Alguém, como nenhum outro e para sempre, levou a sério este grito, abraçou o grito do coração humano, do meu coração, podendo então voltar a estrear esperanças e brindar felicidades.
O Advento cristão sempre é recordar Aquele que já chegou, é acolher sua vinda incessantemente presente e, por último, é preparar-nos para o dia da sua volta prometida. Este é o paradoxo da nossa fé: recordar quem veio, a partir da acolhida de quem nunca foi embora, para preparar-nos para receber quem voltará. O paradoxo consiste em que o sujeito é a mesma pessoa: Jesus Cristo. Este é o tempo que nos prepara para a celebração do Natal cristão.
Levantemo-nos, despertemos. É possível uma novidade, que não dependa dos panettones nem do champagne, bem de umas datas combinadas, mas de algo que aconteceu, de alguém que está entre nós.