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Cuda D´Ars: "Belo dever do homem: Orar e amar"

sábado, agosto 4th, 2012

“Não é o pecador que vem a Deus para lhe pedir perdão, mas é o próprio Deus que corre atrás do pecador e que o fez retornar” (São João Maria Vianney).

Em pleno século XVIII em figuras originais, nasce um personagem marcante e profundamente influente, que marca os corações, não por sua capacidade intelectual ou pelo seu poder, mas pela sua simplicidade e devoção: João Maria Vianney.

Hoje a Igreja celebra a memória do Cura D´ars. Um sacerdote que viveu na França e que se tornou um grande modelo de vida sacerdotal para todo padre. O Papa Bento XVI por ocasião dos 150 anos de seu falecimento promulgou ano passado o Ano Sacerdotal e o tornou padroeiro de todos os sacerdotes. Com o tema: “Fidelidade de Cristo, Fidelidade do sacerdote”. Você conhece São João Maria Vianey? Vamos conhecê-lo mais um pouco a partir de sua vida espiritual com este texto que trago para meditarmos e rezarmos, depois clique em Santo do Dia e conheça mais um pouco do santo modelo para os padres e para todos os cristãos:

Belo dever do homem: Orar e amar

Prestai atenção, meus filhos: o tesouro do homem cristão não está na terra, mas no Céu. Por isso, o nosso pensamento deve voltar-se para onde está o nosso tesouro.
O homem tem este belo dever e obrigação: orar e amar. Se orais e amais, tendes a felicidade do homem sobre a terra.

A oração não é outra coisa senão a união com Deus. Quando alguém tem o coração puro e unido a Deus, experimenta em si mesmo uma certa suavidade e doçura que inebria e uma luz admirável que o circunda. Nesta íntima união, Deus e a alma são como dois pedaços de cera, fundidos num só, de tal modo que ninguém mais os pode separar. Como é bela esta união de Deus com a sua pequena criatura! É uma felicidade que supera toda a compreensão humana.

Nós tornámo-nos indignos de orar; mas Deus, na sua bondade, permite-nos falar com Ele. A nossa oração é o incenso que mais Lhe agrada. Meus filhos, o vosso coração é pequeno, mas a oração dilata-o e torna-o capaz de amar a Deus. A oração faz-nos saborear antecipadamente a suavidade do Céu, é como se alguma coisa do Paraíso descesse até nós. Ela nunca nos deixa sem doçura; é como o mel que se derrama sobre a alma e faz com que tudo nos seja doce. Na oração bem feita desaparecem as dores, como a neve aos raios do sol.

Outro benefício nos traz a oração: o tempo passa depressa e com tanto prazer que não se sente a sua duração. Escutai: quando era pároco em Bresse, em certa ocasião tive de percorrer grandes distâncias para substituir quase todos os meus colegas, que estavam doentes; e podeis estar certos disto: nessas longas caminhadas rezava ao bom Deus e o tempo não me parecia longo.

Há pessoas que se submergem profundamente na oração, como os peixes na água, porque estão completamente entregues a Deus. O seu coração não está dividido. Oh como eu amo estas almas generosas! São Francisco de Assis e Santa Coleta viam Nosso Senhor e conversavam com Ele do mesmo modo que nós falamos uns com os outros.
Nós, pelo contrário, quantas vezes vimos para a igreja sem saber o que havemos de fazer ou que pedir!

No entanto, sempre que vamos ter com algum homem, sabemos perfeitamente o motivo por que vamos. Mais: há pessoas que parecem falar a Deus deste modo: “Só tenho a dizer-Vos duas palavras para ficar despachado…”. Muitas vezes penso: Quando vimos para adorar a Deus, conseguiríamos tudo o que pedimos se pedíssemos com fé viva e coração puro.

Liturgia das horas
Da Catequese de São João Maria Vianney, presbítero.

O Senhor da messe não deixe faltar à sua Igreja numerosas e santas vocações sacerdotais e religiosas!

Oração: Pai santo olha para esta nossa humanidade, que dá os primeiros passos no caminho do terceiro milênio. A sua vida ainda é fortemente marcada pelo ódio, pela violência, pela opressão, mas a fome de justiça, de verdade e de graça ainda acha espaço no coração de muitos, que esperam que tragas a salvação realizada por ti, por meio de teu Filho Jesus.

Precisamos de arautos corajosos do Evangelho, de servos generosos da humanidade sofredora. Manda à tua Igreja, nós te suplicamos presbíteros santos, que santifiquem o teu povo com os instrumentos da tua graça.

Manda numerosos consagrados e consagradas, que mostrem a tua santidade no meio do mundo. Manda na tua vinha operários santos, que ajam com o ardor da caridade e, impelidos por teu Santo Espírito, levem a salvação de Cristo até os últimos confins da Terra. Amém.

Bem-aventurado João Paulo II
De Castel Gandolfo, 08 de setembro de 2001.

Veja o Vídeo: Dia do Padre: São João Maria Vianey

São João Maria Vianey rogai por nós!

Padre Luizinho, Com. Canção Nova.

Como decidi que a minha vocação, ser padre?

sexta-feira, agosto 3rd, 2012

Sempre me perguntam: “padre como você chegou à conclusão de que sua vocação era o sacerdócio?”.

A vocação já esta plantada em nós como um pequeno grão, uma sementinha. “Antes de formar-te no seio de tua mãe, eu já te conhecia, antes de saíres do ventre, eu te consagrei e te fiz profeta para as nações” (Jeremias 1,5).

São aptidões, desejos, inclinações naturais que Deus colocou em sua personalidade, mas a nossa formação e a nossa história de vida vão confirmando ou não estas motivações. Por isso, a vocação precisa crescer num ambiente de liberdade, de descoberta e com a maturidade a escolha e a resposta. Eu desde criança queria ser padre, mas depois veio à adolescência onde defrontei com muitas coisas, tive dúvidas, não queria mais e depois reencontrei o caminho da semente que era forte e dentro de mim não tinha deixado de crescer, cresceu como o joio e o trigo para depois ser colhida. No caminho busquei as pessoas certas que puderam me ajudar a amadurecer aquilo que dentro de mim não conseguia entender. Arrisquei, dei passos largos e percebi que essa era a minha vocação, que eu me satisfazia com todo o ideal do sacerdócio e que as renúncias e desafios não eram superiores a qualquer outra vocação e muito menos superior ao desejo de ser todo de Deus.

Depois de uma caminhada em grupo de jovens e na minha paróquia fiz o discernimento com a pastoral vocacional de minha diocese e vi que o Senhor me chamava mesmo para o sacerdócio. Com uma enfermidade que levou a morte do meu pai eu decidi: “Não posso dar a Deus a metade é preciso dar tudo!” No inicio do meu seminário diocesano, no ano de 1993 conheci a Canção Nova na missão de Salvador, através dos jovens com seu jeito alegre, fraterno de viver a Vida Consagrada e do trabalho que eles faziam na Rádio Excelsior de Salvador. Eu fui resgatado para Deus e para Igreja através da espiritualidade da Renovação Carismática Católica, fui me aproximando através da Divina Providência, quando fui dispensado do seminário da Diocese, uma situação muito dolorosa onde quase perdi minha vocação. Aprendi que toda verdadeira vocação é provada, como o ouro e a prata. Busquei ajuda do responsável de missão da casa de São Gonçalo dos Campos, próximo à Feira de Santana e fui acolhido para fazer um discernimento vocacional e ao mesmo tempo estudava o segundo ano de filosofia. Foi muito doloroso ser dispensado do seminário, mas foi à Providência de Deus agindo para que eu encontrasse o meu lugar na Igreja, pois quando se trata de uma vocação autêntica encontra-se força e ajuda para superar todos os desafios:

“Desde o inicio a canção Nova foi sendo formada por homens e mulheres, jovens e adultos; por solteiros, casados e celibatários; por sacerdotes e diáconos. Hoje percebemos que esta era a Vontade de Deus: apresentar ao mundo uma família que congregasse os vários estados de Vida na Igreja”. (Nossos Estatutos). Providência Divina é a sabedoria de Deus que rege todas as coisas. É um dos princípios de vida que rege a Comunidade Canção Nova. E é preciso aprender a ler Deus que fala nos fatos, pois a nossa vocação esta lampejada no decorrer de nossa história de vida.

A primeira graça que experimento em ser padre da Comunidade Canção Nova é a Espiritualidade Eucarística, pois o sacerdote é chamado a ser um homem de oração, da intimidade com Deus, da Palavra e da Eucaristia. Rezamos ao ritmo da vida, sempre em função do povo que é minha missão, ser pai de uma multidão. Outra característica que me atraiu na comunidade foi e é a Vida Fraterna, ou seja, a vida comunitária. Somos antes de tudo homens e mulheres de Deus, somos irmãos. “O masculino e o feminino vivido juntos em sadia convivência”, esse é o meio que Deus se utiliza para nos formar, curar, equilibrar a nossa afetividade no concreto da vida, nos prepara como homens e mulheres de Deus para o apostolado. Sou livre, sou alegre, sou o que sou dentro de minha comunidade, ela é uma escola de formação. Na Canção Nova aprendi a ser um padre orante, fraterno e trabalhador e isso tempera a minha vida e me realiza. A primeira missão da comunidade fora de São Paulo na Bahia, salvou a minha vocação, pois o chamado de Deus é irrevogável, Ele não volta atrás quando chama alguém: “Com efeito, os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” (cf. Rm 11,29). Essa Palavra eu ouvi do coordenador da missão na Bahia e devolveu-me a luz e a força para seguir em frente.

Outra Palavra da Bíblia que marca o discernimento de minha vocação especifica é esta de Isaias: E agora, assim diz o SENHOR, aquele que te criou Jacó, aquele que te modelou Israel: “Não tenhas medo que fui eu quem te resgatou, chamei-te pelo próprio nome, tu és meu”! (cf. Is 43, 1). Com este pequeno relato da minha história, a fé da minha família, a docilidade para ler os fatos, deixando ser conduzido por Deus. A procura das pessoas certas, o testemunho do meu diretor espiritual e a espiritualidade eu chequei ao lema da minha vida de padre, que é um grito de fé e de vitória: “Tudo posso naquele que me dá força” (Filipenses 4,13).

Portanto, não tenha pressa em definir a sua vocação. Eu pesei, medi, analisei a fundo todos os meus sentimentos e motivações, fiz todos os cálculos, observei sacerdotes conhecidos e durante os sete anos de estudos acadêmicos fui bem acompanhado e me deixei acompanhar pelos meus formadores. Hoje posso dizer, através do Jeito de ser Canção Nova tenho sido fiel a Deus no meu chamado e na minha missão, encontrei o meu lugar na Igreja, a minha escola de santidade e minha realização como pessoa. E você faz parte da nossa história, você com a sua contribuição permitiu que eu estudasse e hoje pudesse dizer, sou feliz por ser padre da Igreja na Canção Nova.

Oração: Senhor da messe e pastor do rebanho, faz ressoar em nossos ouvidos o teu forte e suave convite: “Vem e segue-me”! Derrama sobre nós o teu Espírito, que Ele nos dê sabedoria para ver o caminho e generosidade para seguir a tua voz. Senhor, que a messe não se perca por falta de operários. Desperta as nossas comunidades para a missão. Ensina a nossa vida a ser serviço. Fortalece os que querem dedicar-se ao Reino, na vida consagrada e religiosa.

Senhor, que o rebanho não pereça por falta de pastores. Sustenta a fidelidade dos nossos bispos, padres e ministros. Dá perseverança aos nossos seminaristas. Desperta o coração dos nossos jovens para o ministério pastoral na tua Igreja.

Senhor da messe e pastor do rebanho, chama-nos para o serviço do teu povo. Maria, Mãe da Igreja, modelo dos servidores do Evangelho, ajuda-nos a responder “sim”. Amém

Clique em comentários e partilhe você já pensou e rezou sobre sua vocação?

“SER PADRE CANÇÃO NOVA É BOM DEMAIS!”

Nós também temos equipe vocacional: blog. cancaonova.com/vocacional/

Conte sempre com as minhas orações.

Padre Luizinho, Com. Canção Nova.
http://www.facebook.com/Padreluizinho

Materia relacionada: Vocação: O Padre é amigo de Deus e amigo dos Homens!

A riqueza de se ter um amigo padre

quinta-feira, agosto 4th, 2011

Neste mês de agosto em cada Domingo a Igreja meditará sobre uma vocação, neste 1° Domingo a liturgia vai refletir sobre a vocação sacerdotal. Dia 04 celebramos São João Maria Vianey patrono de todos os sacerdotes. Começo perguntando, você tem um amigo padre? O sacerdote é um amigo de trincheira, ouvi um padre experiente falar isso e fiquei meditando. Veio na minha cabeça a imagem de uma guerra e aquelas trincheiras formadas por sacos de areia que escondem vários soldados ou aquelas trincheiras feitas por grandes buracos no chão para que eles possam se proteger e contra atacar.

Pensei também em tantos filmes belíssimos de guerra que eu já assistir e aquele soldado que arrisca a vida para salvar o pelotão e até mesmo para salvar aquele único amigo machucado que ficou para trás. Ser amigo de trincheira é não ter nada a perder a não ser o amigo, é saber agir junto e ao mesmo tempo ser rápido para agir sozinho em favor do outro. Companheiro combatente onde a única verdade não é minha reputação ou voltar para casa, realizar meus sonhos, a única verdade que habita o coração combatente do amigo sacerdote é salvar a vida, mesmo que não seja a sua.

Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai (João 15,15). Amizade verdadeira é aquela que segue a estratégia do conhecimento, os meus amigos padres seguiam as trilhas do coração, primeiro do coração de Deus, achando sempre um atalho para o coração do amigo. Como o bom pastor conhece até a voz (cf. Jo 10). Crescer nesta amizade é não ter medo de arriscar, acreditar sempre que o outro pode fazer mais e melhor. Neste caminho se exercita bastante a fé, a paciência, o discernimento e a confiança de quem espera o amigo ter mais capacidade de superar do que de vencer. Procura viver a misericórdia porque antes de tudo toca na sua miséria, este soldado amigo não precisa se camuflar, porque a verdade é a sua maior defesa. Grande experiência de fé e vida no ser humano é ter um amigo padre!

A amizade sacerdotal é uma escola, digamos que seja um discipulado onde hora se é discípulo e hora você é mestre. O padre é uma pessoa escolhida por Deus primeiro e que tem a capacidade de te conhecer e lapidar alma e coração, mas ele também é lapidado. Pois eu posso te dizer um sacerdote é um amigo muito especial não porque sou padre, mas porque eu tive e tenho grandes amigos padres. Meu primeiro amigo padre foi monsenhor Jessé Torres, ajudou-me a encontrar Jesus e minha vocação, monsenhor Jonas Abib, aprende a ser padre com ele. Pe José Carlos e Pe Cícero caminhamos juntos no árido deserto do sofrimento onde construímos a vocação e amizade, padres Edmilsom, Wagner, Jurandir… O padre tem necessidade também de autênticas e verdadeiras amizades que o acolham na sua humanidade e fragilidade, mas também que o lembrem sempre da sua grande vocação de homem de Deus.

Que bom padre, estava sentindo falta de nossas conversas, como já disse neste tempo que estou em Lavrinhas a sua amizade foi uma das melhores coisas que me aconteceu aqui, um presente de Deus. Pode contar comigo pro que der e vier…

O Padre mendigo que confessou o Papa João Paulo II

Há alguns dias, no programa de televisão da Madre Angélica nos Estados Unidos (EWTN), relataram um episódio pouco conhecido da vida do Papa João Paulo II, li também no livro do Dom Rafael Cifuentes “Sacerdotes para o terceiro milénio, mas é um belíssimo exemplo de humildade e misericórdia de um coração que soube ser amigo da humanidade:

Um sacerdote norte americano da diocese de Nova York se dispunha a rezar em uma das paróquias de Roma quando, ao entrar, se encontrou com um mendigo. Depois de observá-lo durante um momento, o sacerdote se deu conta de que conhecia aquele homem. Era um companheiro do seminário, ordenado sacerdote no mesmo dia que ele. Agora mendigava pelas ruas.

O padre, depois de identificar-se e cumprimentá-lo, escutou dos lábios do mendigo como tinha perdido sua fé e sua vocação. Ficou profundamente estremecido. No dia seguinte o sacerdote vindo de Nova York tinha a oportunidade de assistir à Missa privada do Papa e poderia cumprimentá-lo no final da celebração, como é de costume. Ao chegar sua vez sentiu o impulso de ajoelhar-se frente ao Santo Padre e pedir que rezasse por seu antigo companheiro de seminário, e descreveu brevemente a situação ao Papa.

Um dia depois recebeu o convite do Vaticano para cear com o Papa, e que levasse consigo o mendigo da paróquia. O sacerdote voltou à paróquia e comentou a seu amigo o desejo do Papa. Uma vez convencido o padre mendigo, levou ao seu lugar de hospedagem, ofereceu-lhe roupa e a oportunidade de assear-se.

O Pontífice, depois da ceia, indicou ao sacerdote que os deixasse a sós, e pediu ao mendigo que escutasse sua confissão. O homem, impressionado, respondeu-lhe que já não era sacerdote, ao que o Papa respondeu: “uma vez sacerdote, sacerdote para sempre”. “Mas estou fora de minhas faculdades de presbítero”, insistiu o mendigo. “Eu sou o Bispo de Roma, posso me encarregar disso”, disse o Papa.

O homem escutou a confissão do Santo Padre e pediu-lhe que por sua vez escutasse sua própria confissão. Depois dela chorou amargamente. Ao final João Paulo II lhe perguntou em que paróquia tinha estado mendigando, e o designou assistente do pároco da mesma, e encarregada da atenção aos mendigos.

Oração: Obrigado Senhor pelo dom da amizade, ela é uma vocação tão rica e necessária para os nossos dias. Dai aos nossos sacerdotes a graça de serem profundamente amigos do Coração de Jesus e Maria para que eles saibam ser amigos e companheiros do teu povo. Concede também Senhor que os nossos padres encontrem em meio ao seu trabalho pessoas amigas que possam ser para eles um sinal de Tua presença confortadora. Que pela fé e pelo poder do Divino Espírito Santo sacerdotes e leigos descubram a graça da direção espiritual através da amizade e possamos viver como as primeiras comunidades: “eles tinham um só coração e uma só alma”.

Escute na integra o Podcast:

Participe do Aprofundamento Vocacional na Canção Nova

Minha benção fraterna.

Padre Luizinho, Com. Canção Nova.
http://twitter.com/padreluizinho

Santo Cura D´ars: Belo dever do homem: Orar e amar

quarta-feira, agosto 4th, 2010

“Não é o pecador que vem a Deus para lhe pedir perdão, mas é o próprio Deus que corre atrás do pecador e que o fez retornar” (São João Maria Vianney).

Em pleno século XVIII em figuras originais, nasce um personagem marcante e profundamente influente, que marca os corações, não por sua capacidade intelectual ou pelo seu poder, mas pela sua simplicidade e devoção: João Maria Vianney.

Hoje a Igreja celebra a memória do Cura D´ars. Um sacerdote que viveu na França e que se tornou um grande modelo de vida sacerdotal para todo padre. O Papa Bento XVI por ocasião dos 150 anos de seu falecimento promulgou ano passado o Ano Sacerdotal e o tornou padroeiro de todos os sacerdotes. Com o tema: “Fidelidade de Cristo, Fidelidade do sacerdote”. Você conhece São João Maria Vianey? Vamos conhecê-lo mais um pouco a partir de sua vida espiritual com este texto que trago para meditarmos e rezarmos, depois clique em Santo do Dia e conheça mais um pouco do santo modelo para os padres e para todos os cristãos:

Belo dever do homem: Orar e amar

Prestai atenção, meus filhos: o tesouro do homem cristão não está na terra, mas no Céu. Por isso, o nosso pensamento deve voltar-se para onde está o nosso tesouro.
O homem tem este belo dever e obrigação: orar e amar. Se orais e amais, tendes a felicidade do homem sobre a terra.

A oração não é outra coisa senão a união com Deus. Quando alguém tem o coração puro e unido a Deus, experimenta em si mesmo uma certa suavidade e doçura que inebria e uma luz admirável que o circunda. Nesta íntima união, Deus e a alma são como dois pedaços de cera, fundidos num só, de tal modo que ninguém mais os pode separar. Como é bela esta união de Deus com a sua pequena criatura! É uma felicidade que supera toda a compreensão humana.

Nós tornámo-nos indignos de orar; mas Deus, na sua bondade, permite-nos falar com Ele. A nossa oração é o incenso que mais Lhe agrada. Meus filhos, o vosso coração é pequeno, mas a oração dilata-o e torna-o capaz de amar a Deus. A oração faz-nos saborear antecipadamente a suavidade do Céu, é como se alguma coisa do Paraíso descesse até nós. Ela nunca nos deixa sem doçura; é como o mel que se derrama sobre a alma e faz com que tudo nos seja doce. Na oração bem feita desaparecem as dores, como a neve aos raios do sol.

Outro benefício nos traz a oração: o tempo passa depressa e com tanto prazer que não se sente a sua duração. Escutai: quando era pároco em Bresse, em certa ocasião tive de percorrer grandes distâncias para substituir quase todos os meus colegas, que estavam doentes; e podeis estar certos disto: nessas longas caminhadas rezava ao bom Deus e o tempo não me parecia longo.

Há pessoas que se submergem profundamente na oração, como os peixes na água, porque estão completamente entregues a Deus. O seu coração não está dividido. Oh como eu amo estas almas generosas! São Francisco de Assis e Santa Coleta viam Nosso Senhor e conversavam com Ele do mesmo modo que nós falamos uns com os outros.
Nós, pelo contrário, quantas vezes vimos para a igreja sem saber o que havemos de fazer ou que pedir!

No entanto, sempre que vamos ter com algum homem, sabemos perfeitamente o motivo por que vamos. Mais: há pessoas que parecem falar a Deus deste modo: “Só tenho a dizer-Vos duas palavras para ficar despachado…”. Muitas vezes penso: Quando vimos para adorar a Deus, conseguiríamos tudo o que pedimos se pedíssemos com fé viva e coração puro.

Liturgia das horas
Da Catequese de São João Maria Vianney, presbítero.

O Senhor da messe não deixe faltar à sua Igreja numerosas e santas vocações sacerdotais e religiosas!

Oração: Pai santo olha para esta nossa humanidade, que dá os primeiros passos no caminho do terceiro milênio. A sua vida ainda é fortemente marcada pelo ódio, pela violência, pela opressão, mas a fome de justiça, de verdade e de graça ainda acha espaço no coração de muitos, que esperam que tragas a salvação realizada por ti, por meio de teu Filho Jesus.

Precisamos de arautos corajosos do Evangelho, de servos generosos da humanidade sofredora. Manda à tua Igreja, nós te suplicamos presbíteros santos, que santifiquem o teu povo com os instrumentos da tua graça.

Manda numerosos consagrados e consagradas, que mostrem a tua santidade no meio do mundo. Manda na tua vinha operários santos, que ajam com o ardor da caridade e, impelidos por teu Santo Espírito, levem a salvação de Cristo até os últimos confins da Terra. Amém.

João Paulo II
De Castel Gandolfo, 08 de setembro de 2001.

”Uma alma pura tem todo o poder sobre o bom Deus, não é mais ela que faz a vontade de Deus, mas Deus que faz a sua.” (São João Maria Vianney).

ORAÇÃO: Deus de poder e misericórdia, que tornastes São João Maria Vianey um pároco admirável por sua solicitude pastoral, dai-nos por sua intercessão e exemplo, conquistar no amor de Cristo os irmãos e irmãs para vós e alcançar com ele a gloria eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. São João Maria Vianney, rogai por nós e por todos os nossos sacerdotes!

Deixe o seu comentário e reze pelo seu pároco, quem quer padres santos reza para santificação deles.

São João Maria Vianey rogai por nós.

Padre Luizinho,
Com. Canção Nova.

Como decidi que queria ser padre?

segunda-feira, agosto 2nd, 2010

Sempre me perguntam: padre como você chegou à conclusão de que sua vocação era ser padre? A vocação já esta plantada em nós como um pequeno grão, uma sementinha, são aptidões, desejos, inclinações naturais que Deus colocou em sua personalidade, mas a nossa formação e a nossa historia de vida vai confirmando ou não estas motivações. Por isso, a vocação precisa crescer num ambiente de liberdade, de descoberta e com a maturidade a escolha e a resposta. Eu desde criança queria ser padre, mas depois veio à adolescência onde defrontei com muitas coisas, tive duvidas, não queria mais e depois reencontrei o caminho da semente que era forte e dentro de mim não tinha deixado de crescer. No caminho busquei as pessoas certas que puderam me ajudar a amadurecer aquilo que dentro de mim não conseguia entender, arrisquei, dei passos largos e percebi que essa era a minha vocação, que eu me satisfazia com todo o ideal do sacerdócio.

Depois de uma caminhada em grupo de jovens e na minha paróquia fiz o discernimento com a pastoral vocacional de minha diocese e vi que o Senhor me chamava mesmo para o sacerdócio. No inicio do meu seminário diocesano, no ano de 1993 conheci a Canção Nova na missão de Salvador, através dos jovens e seu jeito alegre, fraterno de viver a Vida Consagrada e do trabalho que eles faziam na Rádio Excelsior de Salvador. Eu fui resgatado para Deus e para Igreja através da espiritualidade da Renovação Carismática Católica, fui me aproximando através da Divina providência, quando fui dispensado do seminário, uma situação muito dolorosa onde quase perdi minha vocação. Busquei ajuda do responsável de missão da casa de São Gonçalo dos Campos, próximo à Feira de Santana e fui acolhido para fazer um discernimento vocacional e ao mesmo tempo estudava o segundo ano de filosofia, foi muito doloroso ser dispensado do seminário, mas foi à Providência de Deus agindo para que eu encontrasse o meu lugar na Igreja, pois quando se trata de uma vocação autentica encontra-se força para superar todos os desafios:

“Desde o inicio a canção Nova foi sendo formada por homens e mulheres, jovens e adultos; por solteiros, casados e celibatários; por sacerdotes e diáconos. Hoje percebemos que esta era a Vontade de Deus: apresentar ao mundo uma família que congregasse os vários estados de Vida na Igreja”. (Nossos Estatutos). Providência Divina é a sabedoria de Deus que rege todas as coisas. É um dos princípios de vida que rege a Comunidade Canção Nova.

A primeira graça que experimento em ser padre da Comunidade Canção Nova é a Espiritualidade Eucarística, pois o sacerdote é chamado a ser um homem de oração, da intimidade com Deus, da Palavra e da Eucaristia. Rezamos ao ritmo da vida, sempre em função do povo que é minha missão, ser pai de uma multidão. Outra característica que me atraiu na comunidade foi e é a Vida Fraterna, ou seja, a vida comunitária, somos antes de tudo homens e mulheres de Deus, somos irmãos. “O masculino e o feminino vivido juntos em sadia convivência”, esse é o meio que Deus se utiliza para nos formar, curar, equilibrar a nossa afetividade no concreto da vida, nos prepara como homens e mulheres de Deus para o apostolado. Sou livre, sou alegre, sou o que sou dentro de minha comunidade, ela é uma escola de formação. Na Canção Nova aprendi a ser um padre orante, fraterno e trabalhador e isso tempera a minha vida e me realiza. A primeira missão da comunidade fora de São Paulo na Bahia, salvou a minha vocação, pois o chamado de Deus é irrevogável, Ele não volta atrás quando chama alguém: SER PADRE CANÇÃO NOVA É BOM DEMAIS!”

Portanto, não tenha pressa em definir a sua vocação. Eu pesei, medi, analisei a fundo todos os meus sentimentos e motivações, fiz todos os cálculos, observei sacerdotes conhecidos e durante os sete anos de estudos acadêmicos fui bem acompanhado e me deixei acompanhar pelos meus formadores. Hoje posso dizer, através do Jeito de ser Canção Nova tenho sido fiel a Deus no meu chamado e na minha missão, encontrei o meu lugar na Igreja, a minha escola de santidade e minha realização como pessoa. E você faz parte da nossa história, você com a sua contribuição permitiu que eu estudasse e hoje possa dizer, sou feliz por ser padre da Igreja na Canção Nova.

Oração: Senhor da messe e pastor do rebanho, faz ressoar em nossos ouvidos o teu forte e suave convite: “Vem e segue-me”! Derrama sobre nós o teu Espírito, que Ele nos dê sabedoria para ver o caminho e generosidade para seguir a tua voz. Senhor, que a messe não se perca por falta de operários. Desperta as nossas comunidades para a missão. Ensina a nossa vida a ser serviço. Fortalece os que querem dedicar-se ao Reino, na vida consagrada e religiosa.

Senhor, que o rebanho não pereça por falta de pastores. Sustenta a fidelidade dos nossos bispos, padres e ministros. Dá perseverança aos nossos seminaristas. Desperta o coração
dos nossos jovens para o ministério pastoral na tua Igreja.

Senhor da messe e pastor do rebanho, chama-nos para o serviço do teu povo. Maria, Mãe da Igreja, modelo dos servidores do Evangelho, ajuda-nos a responder “sim”. Amém

Clique em comentários e você já pensou e rezou sobre sua vocação?

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Conte sempre com as minhas orações.

Padre Luizinho, Com. Canção Nova.
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A riqueza da amizade sacerdotal: você tem um amigo padre?

quinta-feira, junho 10th, 2010

Começo perguntando, você tem um amigo padre? O sacerdote é um amigo de trincheira, ouvi um padre experiente falar isso e fiquei meditando. Veio na minha cabeça a imagem de uma guerra e aquelas trincheiras formadas por sacos de areia que escondem vários soldados ou aquelas trincheiras feitas por grandes buracos no chão para que eles possam se proteger e contra atacar.

Pensei também em tantos filmes belíssimos de guerra que eu já assistir e aquele soldado que arrisca a vida para salvar o pelotão e até mesmo para salvar aquele único amigo machucado que ficou para trás. Ser amigo de trincheira é não ter nada a perder a não ser o amigo, é saber agir junto e ao mesmo tempo ser ágil para agir sozinho em favor do outro. Companheiro combatente onde a única verdade não é minha reputação ou voltar para casa, realizar meus sonhos, a única verdade que habita o coração combatente do amigo é salvar a vida, mesmo que não seja a sua.

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Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai (São João 15,15). Amizade verdadeira é aquela que segue a estratégia do conhecimento, os meus amigos padres seguiam as trilhas do coração, primeiro do coração de Deus, achando sempre um atalho para o coração do amigo. Crescer nesta amizade é não ter medo de arriscar, acreditar sempre que o outro pode fazer mais e melhor. Neste caminho se exercita bastante a fé, a paciência, o discernimento e a confiança de quem espera o amigo ter mais capacidade de superar do que de vencer. Procura viver a misericórdia porque antes de tudo toca na sua miséria, este soldado amigo não precisa se camuflar, porque a verdade é a sua maior defesa. Grande experiência de fé e vida no ser humano é ter um amigo padre!

A amizade sacerdotal é uma escola, digamos que seja um discipulado onde hora se é discípulo e hora você é mestre. O padre é uma pessoa escolhida por Deus primeiro e que tem a capacidade de te conhecer e lapidar alma e coração. Pois eu posso te dizer um sacerdote é um amigo muito especial não porque sou padre, mas porque eu tive e tenho grandes amigos padres. Meu primeiro amigo padre foi o Monsenhor Jessé Torres, ajudou-me a encontrar Jesus e minha vocação, Pe José Carlos e Pe Cícero caminhamos juntos no árido deserto do sofrimento onde construímos a nossa amizade, padres Edmilsom, Wagner, Jurandir e hoje Padre Cido tem sido um grande companheiro.

Oração: Obrigado Senhor pelo dom da amizade, ela é uma vocação tão rica e necessária para os nossos dias. Dai aos nossos sacerdotes a graça de serem profundamente amigos do Coração de Jesus e Maria para que eles saibam ser amigos e companheiros do teu povo e uns dos outros. Concede também Senhor que os nossos padres encontrem em meio ao seu trabalho pessoas amigas que possam ser para eles um sinal de Tua presença confortadora. Que pela fé e pelo poder do Divino Espírito Santo sacerdotes e leigos descubram a graça da direção espiritual através da amizade e possamos viver como as primeiras comunidades: “eles tinham um só coração e uma só alma”.

Que bom padre, estava sentindo falta de nossas conversas, como já disse neste tempo que estou em Lavrinhas a sua amizade foi uma das melhores coisas que me aconteceu aqui, um presente de Deus. Pode contar comigo pro que der e vier…

O padre mendigo que confessou o Papa João Paulo II

Há alguns dias, no programa de televisão da Madre Angélica nos Estados Unidos (EWTN), relataram um episódio pouco conhecido da vida do Papa João Paulo II, não temos certeza que esta história seja verídica, mas é um belíssimo exemplo de humildade e misericórdia de um coração que soube ser amigo da humanidade:

Um sacerdote norte americano da diocese de Nova York se dispunha a rezar em uma das paróquias de Roma quando, ao entrar, se encontrou com um mendigo. Depois de observá-lo durante um momento, o sacerdote se deu conta de que conhecia aquele homem. Era um companheiro do seminário, ordenado sacerdote no mesmo dia que ele. Agora mendigava pelas ruas.

O padre, depois de identificar-se e cumprimentá-lo, escutou dos lábios do mendigo como tinha perdido sua fé e sua vocação. Ficou profundamente estremecido. No dia seguinte o sacerdote vindo de Nova York tinha a oportunidade de assistir à Missa privada do Papa e poderia cumprimentá-lo no final da celebração, como é de costume. Ao chegar sua vez sentiu o impulso de ajoelhar-se frente ao Santo Padre e pedir que rezasse por seu antigo companheiro de seminário, e descreveu brevemente a situação ao Papa.

Um dia depois recebeu o convite do Vaticano para cear com o Papa, e que levasse consigo o mendigo da paróquia. O sacerdote voltou à paróquia e comentou a seu amigo o desejo do Papa. Uma vez convencido o mendigo, o levou a seu lugar de hospedagem, ofereceu-lhe roupa e a oportunidade de assear-se.

O Pontífice, depois da ceia, indicou ao sacerdote que os deixasse a sós, e pediu ao mendigo que escutasse sua confissão. O homem, impressionado, respondeu-lhe que já não era sacerdote, ao que o Papa respondeu: “uma vez sacerdote, sacerdote para sempre”. “Mas estou fora de minhas faculdades de presbítero”, insistiu o mendigo. “Eu sou o Bispo de Roma, posso me encarregar disso”, disse o Papa.

O homem escutou a confissão do Santo Padre e pediu-lhe que por sua vez escutasse sua própria confissão. Depois dela chorou amargamente. Ao final João Paulo II lhe perguntou em que paróquia tinha estado mendigando, e o designou assistente do pároco da mesma, e encarregada da atenção aos mendigos.

Oração: Obrigado Senhor pelo dom da amizade, ela é uma vocação tão rica e necessária para os nossos dias. Dai aos nossos sacerdotes a graça de serem profundamente amigos do Coração de Jesus e Maria para que eles saibam ser amigos e companheiros do teu povo. Concede também Senhor que os nossos padres encontrem em meio ao seu trabalho pessoas amigas que possam ser para eles um sinal de Tua presença confortadora. Que pela fé e pelo poder do Divino Espírito Santo sacerdotes e leigos descubram a graça da direção espiritual através da amizade e possamos viver como as primeiras comunidades: “eles tinham um só coração e uma só alma”.

Minha benção fraterna direto de Roma.

Padre Luizinho,
Com. Canção Nova.

A VOCAÇÃO DOS PRESBÍTEROS À PERFEIÇÃO

quarta-feira, junho 9th, 2010

Pelo sacramento da Ordem, os presbíteros são configurados com Cristo sacerdote, como ministros da cabeça, para a construção e edificação do seu corpo, que é a Igreja, enquanto cooperadores da Ordem episcopal. Já pela consagração do Baptismo receberam com os restantes fiéis, o sinal e o dom de tão insigne vocação e graça para que, mesmo na fraqueza humana (1), possam e devam alcançar a perfeição, segundo a palavra do Senhor: «Sede, pois, perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito» (Mt. 5, 48). Estão, porém, obrigados por especial razão a buscar essa mesma perfeição visto que, consagrados de modo particular a Deus pela recepção da Ordem, se tornaram instrumentos vivos do sacerdócio eterno de Cristo, para poderem continuar pelos tempos fora a sua obra admirável, que restaurou com suprema eficácia a família de todos os homens (2). Fazendo todo o sacerdote, a seu modo, as vezes da própria pessoa de Cristo, de igual forma é enriquecido de graça especial para que, servindo todo o Povo de Deus e a porção que lhe foi confiada, possa alcançar de maneira conveniente a perfeição d’Aquele de quem faz as vezes, e cure a fraqueza humana da carne a santidade d’Aquele que por nós se fez pontífice «santo, inocente, impoluto, separado dos pecadores» (Heb. 7,26).

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Cristo, que o Pai santificou ou consagrou e enviou ao mundo (3), “entre a Si mesmo por nós, para nos remir de toda a iniquidade e adquirir um povo que Lhe fosse aceitável, zeloso do bem” (Tit. 2,14), e assim, pela sua Paixão, entrou na glória (4). De igual modo os presbíteros, consagrados pela unção do Espírito Santo e enviados por Cristo, mortificam em si mesmos as obras da carne e dedicam-se totalmente ao serviço dos homens, e assim, pela santidade de que foram enriquecidos em Cristo, podem caminhar até ao estado de varão perfeito(5).

Deste modo, exercendo o ministério do Espírito e da justiça, se forem dóceis ao Espírito de Cristo que os vivifica e guia, são robustecidos na vida espiritual. Pelos ritos sagrados de cada dia e por todo o seu ministério exercido em união com o Bispo e os outros sacerdotes, eles mesmos se dispõem à perfeição da própria vida. Por sua vez, a santidade dos presbíteros muito concorre para o desempenho frutuoso do seu ministério; ainda que a graça de Deus possa realizar a obra da salvação por ministros indignos, todavia, por lei ordinária, prefere Deus manifestar as suas maravilhas por meio daquelas que, dóceis ao impulso e direcção do Espírito Santo, pela sua íntima união com Cristo e santidade de vida, podem dizer com o Apóstolo: «se vivo, já não sou eu, é Cristo que vive em mim, (Gál. 2,20).

Por isso, este sagrado Concílio, para atingir os seus fins pastorais de renovação interna da Igreja, difusão do Evangelho em todo o mundo e diálogo com os homens do nosso tempo, exorta veementemente todos os sacerdotes a que, empregando todos os meios recomendados pela Igreja (7), se esforcem por atingir cada vez maior santidade, pela qual se tornem instrumentos mais aptos para o serviço de todo o Povo de Deus.

Do Decreto Presbiterorum ordinis sobre o ministerio e a vida dos presbiteros, do Concilio vaticano II ( N. 12) (Séc. XX).

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Minha benção Fraterna, direto de Roma.

Padre Luizinho,
Com. Canção Nova.

O Padre e as mulheres: é possível uma amizade desinteressada!

terça-feira, junho 8th, 2010

Eu agradeço a Deus por ter nascido em uma família cheia de mulheres, três irmãs e minha mãe. Eu e meu irmão mais velho crescemos neste ambiente rico das diferenças, mas principalmente do respeito e do amor puro. Lembro-me que eu e minha irmã mais nova tomávamos banho juntos, pois quando se educa o coração de um homem para a pureza ele cresce respeitando e acolhendo a grande e linda dignidade de ser mulher. Minha primeira grande amiga foi minha avó, que me ensinou os caminhos da fé, minha mãe e minhas irmãs me ensinaram a buscar nas mulheres o que de mais precioso elas tem para dar, o amor.

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Outro dia vi numa propaganda uma pergunta que intriga ao mundo: É possível amizade verdadeira e desinteressada entre um homem e uma mulher? Olhando para minha historia vejo que o amor humano por uma amiga chamada Eliete me trouxe de volta para Deus e pra vida. Através de uma amizade pura ela respondeu aos meus anseios e necessidades mais profundas. Não era de afetos e caricias que eu precisava, mas de um amor profundo e ela soube me dar e encaminhar com dignidade, não arrancando de mim o que eu não tinha, mas completando com respeito o que me faltava e que ela nunca conseguiria me dar fora de uma amizade em Deus. Jesus traz para o mundo o verdadeiro sentido da amizade, excluindo qualquer submissão que escraviza e interesse egoísta. A partir de Cristo, o amigo é aquele que descobriu o valor e a dignidade do irmão, à luz do Evangelho. Tal amizade exige certa comunhão, mais de almas do que de corpos, não fica na superfície da carne, mas atinge o vértice da alma e do coração.

“Não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo que ouvi do Pai” (Jo. 15,15).

Isso tudo me preparou para viver como sacerdote, homem de Deus no meu trato com as mulheres. Na Canção Nova elas são o auxilio para minha formação, o masculino e o feminino vividos juntos numa sadia convivência. Como padre preciso do respeito e do amor puro de minhas irmãs para o meu equilíbrio afetivo, para assumir e viver uma serena e profunda castidade nos pensamentos, nos sentimentos e nas atitudes. Em se tratando de homens e mulheres em pleno despertar de sua sexualidade e de sua vida afetiva torna-se importantíssimo o mutuo respeito. Não é preciso esquecer que eu sou homem e que elas são mulheres, mas lembrar sempre que sou separado por Deus e que elas são suas filhas amadas. Meu primeiro mestre na formação da Canção Nova foi uma mulher, a Salette Ferreira, a Márcia Costa que souberam me ajudar a ler os meus sentimentos e discernir a vontade de Deus no meio de minhas paixões como homem. Encontrei sempre nas mulheres a oração, o acolhimento, a misericórdia, por isso, não tenho medo do relacionamento com elas, mas necessidade deste respeito e amor puro que sempre me lembram do que eu sou: Sacerdote, pai de um povo.

O que pode haver de mais precioso entre um padre e uma mulher é a amizade, vivo isso com algumas irmãs de comunidade: a Heloisa, com a Simoni Cavazani, a Verinha; elas conseguem tirar de mim o que eu tenho de melhor e superam as minhas fraquezas e limitações. A Historia da Igreja esta cheia de exemplos do verdadeiro sentido do relacionamento entre o padre e as mulheres: São Francisco e Santa Clara, Santa Tereza e São João da Cruz, Santa Joana Francisca de Chantal e São Francisco de Sales, São Bento e Santa Escolástica, Santo Ambrósio e santa Mônica, Santa Catarina de Sena e o Papa Urbano VI, São padre Pio e Cleonice, João Paulo II e a doutora Wanda Poltawska, recentemente lançado o Livro: “HISTORIA DE UMA AMIZADE”. Santo Agostinho testemunha: “Santo Ambrósio amava Santa Mônica unicamente devido às raras virtudes que via nela e que ela mesma estimava este santo prelado como um anjo de Deus”. Respondendo aquela pergunta lhe digo: Amizade entre homem e mulher é possível sim, quando ela nasce do coração de Jesus, que se oferecia na cruz.

Perguntei para algumas mulheres: o que você espera ou busca em um padre? _respeito, compreensão, paternidade. Procuro a presença de Deus, voz de Deus, discernimento, sabedoria. A ultima fechou com chave de ouro: _busco o reflexo de Deus, um ombro amigo, lugar de encontro com a pessoa de Jesus, referência de santidade! Eu padre espero das mulheres, oração, acolhimento, respeito e misericórdia, companheirismo de uma irmã e muitas vezes colo de Mãe, como o de Maria. Eu Te agradeço Senhor porque na Tua infinita sabedoria criastes o Homem e a mulher, dando-lhes origem e destinos divinos. Elas são pra mim o afeto de Deus, a sensibilidade, a maternidade, a fortaleza frágil. Ajudam-me a viver a minha afetividade de maneira equilibrada e me lançam na busca da santidade nos pensamentos e nos afetos. Que em todas as mulheres que passar em minha vida eu encontre Senhor um pouco da pureza e da fortaleza da Virgem Maria. A elas a minha gratidão e minha benção.

Quais são os princípios que norteiam suas amizades, você tem um amigo (a) do sexo oposto?

Padre Luizinho,
Com. Canção Nova.