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Jesus desceu a mansão dos mortos!?

sábado, março 30th, 2013

Entrando mais no Mistério que nós celebramos na morte de nosso Senhor Jesus Cristo para a nossa salvação nós professamos no creio “desceu a mansão dos mortos ressuscitou ao terceiro dia”.

Que está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos. Ele vai antes de tudo à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Faz questão de visitar os que estão mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Deus e seu Filho vão ao encontro de Adão e Eva cativos, agora libertos dos sofrimentos.

O Senhor entrou onde eles estavam levando em suas mãos a arma da cruz vitoriosa. Quando Adão, nosso primeiro pai, o viu, exclamou para todos os demais, batendo no peito e cheio de admiração: “O meu Senhor está no meio de nós”. E Cristo respondeu a Adão: “E com teu espírito”. E tomando-o pela mão, disse: “Acorda, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará”.

Escute o Podcast na integra:

Eu sou o teu Deus, que por tua causa me tornei teu filho; por ti e por aqueles que nasceram de ti, agora digo, e com todo o meu poder, ordeno aos que estavam na prisão: ‘Saí!’; e aos que jaziam nas trevas: ‘Vinde para a luz!’; e aos entorpecidos: ‘Levantai-vos!’

Eu te ordeno: Acorda, tu que dormes, porque não te criei para permaneceres na mansão dos mortos. Levanta-te dentre os mortos; eu sou a vida dos mortos. Levanta-te, obra das minhas mãos; levanta-te, ó minha imagem, tu que foste criado à minha semelhança. Levanta-te, saiamos daqui; tu em mim e eu em ti, somos uma só e indivisível pessoa. Por ti, eu, o teu Deus, me tornei teu filho; por ti, eu, o Senhor, tomei tua condição de escravo. Por ti, eu, que habito no mais alto dos céus, desci à terra e fui até mesmo sepultado debaixo da terra; por ti, feito homem, tornei-me como alguém sem apoio, abandonado entre os mortos. Por ti, que deixaste o jardim do paraíso, ao sair de um jardim fui entregue aos judeus e num jardim, crucificado.

Vê em meu rosto os escarros que por ti recebi, para restituir-te o sopro da vida original. Vê na minha face às bofetadas que levei para restaurar, conforme a minha imagem, tua beleza corrompida. Vê em minhas costas as marcas dos açoites que suportei por ti para retirar de teus ombros o peso dos pecados. Vê minhas mãos fortemente pregadas à árvore da cruz, por causa de ti, como outrora estendeste levianamente as tuas mãos para a árvore do paraíso. Adormeci na cruz e por tua causa a lança penetrou no meu lado, como Eva surgiu do teu, ao adormeceres no paraíso. Meu lado curou a dor do teu lado. Meu sono vai arrancar-te do sono da morte. Minha lança deteve a lança que estava dirigida contra ti.

Levanta-te, vamos daqui. O inimigo te expulsou da terra do paraíso; eu, porém, já não te coloco no paraíso, mas num trono celeste. O inimigo afastou de ti a árvore, símbolo da vida; eu, porém, que sou a vida, estou agora junto de ti. Constituí anjos que, como servos, te guardassem; ordeno agora que eles te adorem como Deus, embora não sejas Deus. Está preparado o trono dos querubins, prontos e a postos os mensageiros, construído o leito nupcial, preparado o banquete, as mansões e os tabernáculos eternos adornados, abertos os tesouros de todos os bens e o reino dos céus preparado para ti desde toda a eternidade”.

De uma antiga Homilia no grande Sábado Santo
(PG43, 439.451.462-463) (Séc.IV).

Verdadeiramente Cristo levou a esperança a todos os fiéis que esperavam este dia, o dia de Cristo o dia que Ele foi resgatar aqueles que jaziam na morte e nas trevas. Da mesma forma Cristo pode tirar cada um de nós da situação de morte, de trevas e de abandono que nós nos encontramos.

O Catecismo da Igreja nos ensina que: CRISTO DESCEU AOS INFERNOS

§632 – As freqüentes afirmações do Novo Testamento segundo as quais Jesus “ressuscitou dentre os mortos” (1Cor 15,20) pressupõem, anteriormente à ressurreição, que este tenha ficado na Morada dos Mortos. Este é o sentido primeiro que a pregação apostólica deu à descida de Jesus aos Infernos: Jesus conheceu a morte como todos os seres humanos e com sua alma esteve com eles na Morada dos Mortos. Mas para lá foi como Salvador, proclamando a boa notícia aos espíritos que ali estavam aprisionados.

§633 – A Escritura denomina a Morada dos Mortos, para a qual Cristo morto desceu de os Infernos, o Sheol ou o Hades. Visto que os que lá se encontram estão privados da visão de Deus. Este é, com efeito, o estado de todos os mortos, maus ou justos, à espera do Redentor que não significa que a sorte deles seja idêntica, como mostra Jesus na parábola do pobre Lázaro recebido no “seio de Abraão”. “São precisamente essas almas santas, que esperavam seu Libertador no seio de Abraão, que Jesus libertou ao descer aos Infernos”. Jesus não desceu aos Infernos para ali libertar os condenados nem para destruir o Inferno da condenação, mas para libertar os justos que o haviam precedido.

§634 – “A Boa Nova foi igualmente anunciada aos mortos…” (1Pd 4,6). A descida aos Infernos é o cumprimento, até sua plenitude, do anúncio evangélico da salvação. É a fase última da missão messiânica de Jesus, fase condensada no tempo, mas imensamente vasta em sua significação real de extensão da obra redentora a todos os homens de todos os tempos e de todos os lugares, pois todos os que são salvos se tomaram participantes da Redenção.

§635 – Cristo desceu, portanto, no seio da terra, a fim de que “os mortos ouçam a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem vivam” (Jo 5,25). Jesus, “o Príncipe da vida”, “destruiu pela morte o dominador da morte, isto é, O Diabo, e libertou os que passaram toda a vida em estado de servidão, pelo temor da morte” (Hb 2,5). A partir de agora, Cristo ressuscitado “detém a chave da morte e do Hades” (Ap 1,18), e “ao nome de Jesus todo joelho se dobra no Céu, na Terra e nos Infernos” (Fl 2,10).

Nós estamos esperando e a natureza inteira como diz São Paulo anseia pelo dia do Senhor e este dia que virá será com Jesus ressuscitado, pois Ele já venceu a morte, resgatou os mortos e nos libertou do pecado. Por isso, meus irmãos nesta feliz esperança, de que a força de Cristo na cruz e o seu sangue derramado podem nos tirar de qualquer situação de escravidão, de morte nós vamos rezar:

Clique em comentários e deixe os seus pedidos de orações.

Oração: Pai cheio de bondade, vosso Filho unigênito desceu à mansão dos mortos e dela surgiu vitorioso: concedei aos vossos fiéis, sepultados com ele no batismo, que, pela força de sua ressurreição, participem da vida eterna, com ele. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

Em silêncio esperamos a vitória!

Padre Luizinho, Comunidade Canção Nova.
twitter.com/padreluizinho

Curiosidade: O Véu e a Verônica existiram?

sexta-feira, março 29th, 2013

Fizeram-me uma pergunta sobre a personagem da quarta estação da Via Sacra: “Existe alguma passagem nos Evangelhos sobre a Verônica e o seu véu?” Nem tudo que nós católicos acreditamos como revelado por Deus esta contido na Bíblia, na nossa fé católica existem três pilares a Sagrada Escritura, a Sagrada Tradição e o Sagrado Magistério. Estes três pilares juntos nos dão uma visão completa da Revelação de Deus. Verônica é um personagem que nos veio pela Sagrada Tradição.

Uma Tradição muito antiga da Igreja diz que uma mulher enxugou o rosto de Cristo no caminho do Calvário; milagrosamente a imagem de Jesus sofredor teria sido gravada no lenço da mulher. A tradição a chama de Verônica (Veros icona – ícone verdadeiro). O Papa emérito Bento XVI foi o primeiro Papa a visitar o Santuário do Santo Rosto de Manoppello, em agosto de 2006, onde, segundo a tradição, encontra-se o véu com o qual a Verônica teria enxugado o rosto de Cristo. (Zenit.org, Vaticano, 31 ago. 06)

É algo novo e diferente; o que terá motivado o Papa a ver o ícone de Verônica? Certamente o Papa alimenta alguma esperança de que possa ser autêntico, como o santo Sudário de Turim. O Santuário que acolhe a relíquia, conhecida antigamente como «a mãe de todos os ícones», confiada aos Freis Menores Capuchinhos, encontra-se em um pequeno povoado dos Abruptos, nos montes Asininos, a uns 200 quilômetros de Roma.

O Santo Rosto é um véu de 17×24 centímetros. Quando o se aproxima do véu, pode-se ver a imagem de um homem que sofreu, pelos golpes da paixão, como os que sofreu Cristo.

Pe. Heinrich Pfeiffer S.I., professor de iconologia e história da arte cristã na Universidade Pontifícia Gregoriana de Roma, estudou este véu durante treze anos e foi o primeiro cientista a assegurar que se trata do véu da Verônica que antes se custodiava no Vaticano.

No livro apócrifo dos Atos de Pilatos (século VI), fala-se de uma mulher, conhecida com o nome de Verônica (do nome «Vera icona», «verdadeiro ícone»), que enxugou com um véu o rosto de Cristo na Via Sacra. Apesar destas fontes incertas, que se encontram já no século IV, segundo constata o Pe. Pfeiffer, alemão, a história do Véu da Verônica está presente através dos séculos na tradição católica. Em seu filme «Jesus de Nazaré», o diretor de cinema Franco Zeffirelli a recolhe.

Por ocasião do primeiro ano santo da história, no ano 1300, o Véu da Verônica converteu-se em uma das «Mirabilia urbis» (maravilhas da cidade de Roma) para os peregrinos que puderam visitar a Basílica de São Pedro no Vaticano. Confirma o maior poeta da história da Itália, Dante Alighieri (1265-1321), no canto XXXI do «Paraíso» (versículos 103-111) na «Divina Comédia».

As marcas do véu da Verônica se perderam nos anos sucessivos ao Ano Santo 1600, quando o véu foi encontrado em Manoppello. O Pe. Pfeiffer explica que no véu de Manoppello, na margem inferior, pode-se ver ainda um pequeno fragmento de vidro do relicário anterior, o que demonstraria sua procedência do Vaticano.

Segundo a «Relação Histórica», escrita em 1646 pelo sacerdote capuchinho Donato de Bomba, em 1608 uma senhora, Marzia Leonelli, para tirar seu marido da prisão, vendeu por 400 escudos o Véu da Verônica, que havia recebido como dote, a Donato Antonio de Fabritius. Dado que a relíquia não se encontrava em boas condições, Fabritius a entregou em 1638 aos padres capuchinhos de Manoppello.

Frei Remigio da Rapino recortou os cantos do Véu e o colocou entre duas molduras de madeira. As molduras e os vidros são o que ainda hoje conservam o véu em Manoppello.

Esta relação, da qual não há outras provas históricas, diverge da reconstrução do Pe. Pfeiffer, narrando a história popular da chegada do ícone aos Abruzos, das mãos de um peregrino, em 1506. Até 1638, o ícone teria passado por várias mãos. Com a criação desta lenda, opinam alguns dos investigadores, se poderia ter tentado ocultar o roubo do Vaticano.

O professor Donato Vittori, da Universidade de Bari, fez um exame do véu em 1997 com raios ultravioleta, descobrindo que as fibras não têm nenhum tipo de pigmentação. Ao se observar a relíquia com o microscópio, descobre-se que não está pintada e que não está tecida com fibras de cor.

Através de sofisticadas técnicas fotográficas digitais, pôde-se constatar que a imagem é idêntica em ambos os lados do véu, como se fosse um slide. A iconógrafa Blandina Pascalis Shloemer demonstrou que a imagem do Santo Sudário de Turim se sobrepõe perfeitamente ao Santo Rosto de Manoppello (com mais de dez pontos de referência).

O Pe. Pfeiffer recolheu as principais obras artísticas da história que se inspiram no véu da Verônica, até que Paulo V proibisse sua reprodução, após o provável roubo no Vaticano, e todas parecem ter por modelo a relíquia de Manoppello.

O Pe. Pfeiffer esteve em Manoppello com o Papa, e explicou que: «Quando os diferentes detalhes se encontram reunidos em uma só imagem, esta última deve ter sido o modelo de todas as demais. Todas as demais pinturas imitam um só modelo: a Verônica de Roma. Por este motivo, podemos concluir que o Véu de Manoppello não é senão o original da Verônica de Roma». Mais informações em www.voltosanto.it

A Igreja não nos obriga a crer nestas relíquias e deixa a livre uso da fé de cada um; mas pelo que vimos acima há chances de que o ícone de Verônica seja verdadeiro; o que levou o Papa a ter interesse de vê-lo.

Eis o rosto ensangüentado/ Por Verônica enxugado / Que no pano apareceu / Que no pano apareceu. Pela Virgem dolorosa/ Vossa MÃE tão piedosa/ Perdoai ó meu JESUS/ Perdoai ó meu Jesus.

Veja também: Na Semana Santa tudo celebra o Mistério da Salvação

Minha benção fraterna+

Padre Luizinho, Com. Canção Nova.
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O Lado aberto, uma ferida que traz a cura e a salvação

sexta-feira, março 29th, 2013

“Chegando a Jesus viram que já estava morto. Por isso, não lhe quebraram as pernas, mas um soldado golpeou-lhe o lado com uma lança, e imediatamente saiu sangue e água”. (Cf. João 19,33-34)

Conta-nos uma antiga Tradição, que este soldado que perfurou o lado de Jesus teria sido São Longuinho. Após furar o lado de Cristo, o sangue e água que jorraram caíram primeiro em seus olhos e ele fora curado duplamente pelo sangue de Jesus. A primeira cura que experimentou São Longuinho foi uma cura física, pois ele tinha um dos olhos perfurados pelas inúmeras batalhas e assim que o Preciosíssimo Sangue lhe atingiu foi como o mais precioso colírio que a humanidade poderia ter recebido. A segunda cura foi espiritual, ele não acreditava que Jesus era o filho de Deus, era doente na alma pela falta de fé. Assim que se percebeu curado viu todo o cenário maravilhoso da salvação e exclamou: ”Verdadeiramente este era o Filho de Deus!” (Cf. Mateus 27,54). Você sabia da existência verdadeira deste santo?

Contemplemos essa cena dolorosa, mas ao mesmo tempo fonte de cura e libertação. Um gesto brutal, mas que nos deu a grande fonte dos sacramentos e da vida para nossa Igreja e para nós. Bebamos da fonte da Vida Nova, Sangue e Água direto do coração de Deus, brota a possibilidade de sermos curados de nossas doenças físicas e espirituais. Quantos de nós hoje padecemos de dor e sofrimento em nosso corpo, um câncer, uma AIDS, uma paralisia, a própria cegueira, as doenças do nosso tempo, depressão, a solidão, o medo, o vazio e a síndrome do pânico e etc., mas podemos contemplar o crucificado e nos colocar embaixo deste rio de Água Viva que quer nos curar de toda enfermidade nos lavando em seu Preciosíssimo Sangue.

O Sangue preciosíssimo de Jesus lava-nos de nossa cegueira, da falta de fé, da insensibilidade, das experiências que nos encheram de desamor e de ódio, das falsas doutrinas que predentem nos ensinar o caminho da salvação, das situações e do próprio pecado. No Sangue e Água podemos nascer de novo, para uma vida nova como homens e mulheres que beberam das torrentes da Fonte da Vida o Corpo Glorioso de Jesus, mas ferido de um eterno e infinito amor por você e por mim.

Rezemos: Ó Sangue e Água que chorastes do Coração de Jesus, como fonte de misericórdia para nós, eu confio em vós. Lava os meus olhos e cura minha falta de fé e de esperança, cura minhas feridas do corpo e da alma, alivia as minhas dores, perdoa os meus pecados, liberta-me do mal e da tentação do demônio. Quero com São Longuinho e Nossa Senhora proclamar que o Sangue de Jesus tem poder na minha vida! Amém.

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Clique aqui: Conheça e reze com São Longuinho

Minha benção fraterna.

Padre Luizinho, Com. Canção Nova.
Diretor espiritual e Formador no Pré-discípulado.

Dois presentes: Qual a origem do Sacerdócio e da Eucaristia?

quinta-feira, março 28th, 2013

Qual a origem do Sacerdócio e da Eucaristia? Pensando neste mistério de vocação que é o sacerdócio, imediatamente penso no para que essa vocação foi feita. O sacerdócio foi feito para a Eucaristia, o padre existe para a Eucaristia e ambos foram criados para a salvação do povo.

Hoje é um dia duplamente feliz, pois Jesus com o coração mais generoso que a face da terra já viu, nos deu dois grandes presentes. Na última ceia, antecipando a Sua doação total, mesmo diante da traição e do Mistério de dor que teria que passar para salvar o mundo das trevas do pecado e da morte, entrega aos discípulos o Sacramento do Amor: A Eucaristia. “A Santíssima Eucaristia é a doação que Jesus Cristo faz de si mesmo, revelando-nos o amor infinito de Deus por cada homem. Neste Sacramento admirável, manifesta-se o amor maior: o amor que leva a dar a vida pelos irmãos.” Papa Bento XVI.

Escute na integra o Podcast:

O Sacerdócio e a Eucaristia nascem do mesmo lugar, das fontes misericordiosas do Coração de Jesus.

Neste mesmo dia o Mestre “divide” o seu Sacerdócio com os Apóstolos e faz deles ministros do Sacramento do Amor, ministros do Perdão, ministros da misericórdia. O vínculo intrínseco entre a Eucaristia e o Sacramento da Ordem deduz-se das próprias palavras de Jesus no Cenáculo: “Fazei isto em memória de mim” Lucas 22,19. Nós sacerdotes usamos as mesmas palavras de Jesus quando instituiu O Mistério de Amor, porque somos os primeiros a estar no lugar de Cristo Jesus para a Salvação do mundo, portanto, o Sacerdócio é um movimento Divino do Amor de Deus Pai que continua agindo em sua Igreja em todo Tempo e o tempo todo. Onde existe um Sacerdote, há a possibilidade do Amor e da misericórdia de Deus se manifestarem pelo homem.

Falando um pouco de mim, o lema do meu Sacerdócio é: “Tudo posso naquele que me dá força” Filipenses 4,13. A força do meu sacerdócio não vem de mim mesmo, mas a força do sacerdote vem da fonte pela qual ele oferece todos os dias torrentes de “Água Viva” ao povo fiel e sedento desse Amor que é Jesus. Eu busco A Força para exercer minha vida como ministro desse Sacramento nas Palavras que eu dirijo todos os dias ao Pai: “Tomai e comei, isto é o meu corpo; Tomai e bebei isto é o meu sangue, sangue da nova e eterna Aliança, para a remissão dos pecados, fazei isto em memória de mim!” As mesmas Palavras de Cristo são fonte de vida, de salvação em primeiro lugar para mim, alimento substancioso para a minha intimidade com o Senhor e para servir ao povo de Deus, que procura no sacerdote não ele mesmo, mas Jesus Cristo o seu Salvador. O Papa João Pulo II disse para os Sacerdotes em sua última e tradicional carta na Quinta-feira Santa de 2005: “O povo tem o direito de ver Jesus Cristo na pessoa do sacerdote”.

Essas palavras do Santo Padre ficaram gravadas em minha alma como uma missão, apesar de ser pecador e cheio de limitações como todo homem, eu não sou um homem comum, eu sou ministro do Sacramento do Amor e da misericórdia. Cristo hoje na Última Ceia depôs do manto, sinal de sua dignidade de Senhor, de Rei, para servir aos discípulos, para lavar os seus pés, esse gesto de humildade revela o caminho que o discípulo deve seguir; Imitar o Mestre: “Compreendeis o que acabo de fazer? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou. Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais à mesma coisa que eu fiz”. “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei” (cf. Jo 13, 1-15). Aos sacerdotes hoje, felicidades, força e que eles saibam não estão sozinhos, pois disse o Senhor: “Eu estarei convosco todos os dias, até o final dos tempos!”.

Nestes últimos tempos fomos atingidos por tantas noticias através da mídia em relação aos sacerdotes, noticias que podem até em parte ser verdadeiras, mas noticias que generalizam demais e nós esquecemos da riqueza que é essa vocação e de dizer quanto bem faz um sacerdote em nosso meio e em meio a nossas comunidades. Agora com a renúncia amorosa e corajosa de Bento XVI e a eleição do Papa Francisco, a Igreja se enche de esperança e se renova, Ela é obra de Deus! Por isso, meus irmãos rezemos por esses homens que deixam a sua família para servir o povo de Deus e faz do povo de Deus a sua família e se salva junto com eles.

Oração: Jesus sumo e eterno sacerdote, daí-me a graça como padre de viver como o Senhor viveu e ser para o Teu povo sinal vivo de tua misericórdia. Maria mãe dos sacerdotes quero sempre estar sobre os teus cuidados na proteção do teu manto de mãe, pois sou o teu filho predileto. Quero estar imerso nestes dois mistérios pelo qual eu fui feito. O mistério do Sacerdócio e Eucaristia para que eu seja ponte para os meus irmãos do Amor misericordioso de Deus. Daí-me a graça da fidelidade de Cristo.

Como você tem vivido a Semana Santa? Clique em comentários e deixe seu recado e pedidos de orações.

Eu sou feliz e realizado em minha vocação como sacerdote.

Minha benção sacerdotal+

Padre Luizinho, Com. Canção Nova.
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A Nossa Salvação Tem Um Preço!?

quarta-feira, março 27th, 2013

Nesta Semana Mística a liturgia da Palavra é a nossa bússola para mergulharmos nos Mistérios que estamos para celebrar. Hoje meditamos sobre o preço a ser pago. Ditado comum que escutamos quase sempre: “tudo tem seu preço”. A nossa salvação também tem um preço, que na verdade foi pago para nós e não que pagamos por ela. Vivemos numa cultura imediatista e onde queremos encontrar soluções rápidas e fáceis para tudo. A cultura do descartável, do passageiro, mas esquecemos muitas vezes, que problemas difíceis e demorados exigem soluções difíceis, comprometedoras e demoradas, ou seja, a longo prazo. E nem sempre queremos “pagar” esse preço!

“Naquele tempo, um dos doze discípulos, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes e disse: “Que me dareis se vos entregar Jesus?” Combinaram, então, trinta moedas de prata. E daí em diante, Judas procurava uma oportunidade para entregar Jesus” (cf. Mt 26,14-25).

Estamos avançando dentro da espiritualidade da Semana Santa, três figuras se apresentam no anuncio da traição, que se desenrola numa cena dramática, a Ultima Ceia, que permite contrapor ao traidor Judas, o discípulo predileto, e Pedro. “Jesus ficou profundamente comovido e testemunhou: Em verdade, em verdade vos digo, um de vós vai me entregar”. João 13, 21 Quem estava com Jesus eram os doze, os mais chegados, que conviveram com o Mestre durante três anos. Imagine o que se passava no meio deles, as perguntas, as desconfianças: “Mestre serei eu?” Todos se questionavam, foi colocada em cheque a amizade, a intimidade, a fidelidade dos Apóstolos. Jesus também nos questiona hoje, que tipo de pergunta Jesus estaria fazendo para você? És meu amigo, queres me seguir ou tens medo de não ser fiel?

Mas Jesus sabia quem iria lhe trair e quem iria lhe negar e também que todos o abandonariam já no Monte das oliveiras. No meio está Jesus, que estremece ante a presença do ódio satânico: “… mas a morte entrou no mundo por inveja do diabo”. Jesus conserva seu domínio soberano, faz um gesto de afeto particular, passa o pão no molho e entrega ao traidor, pois em nenhum momento Ele desistiu de Judas, e dá a ele a ordem de agir. A questão agora é qual o valor que eu dou a cada coisa, pessoa e situação na minha vida. Judas vendeu o Mestre por trinta moedas de prata, os valores que damos ao que vivemos revela o nosso caráter a nossa índole. “Onde esta o teu tesouro ai estará o teu coração”.

O discípulo amado, o traidor Judas e Pedro, que negaria Jesus antes que o galo cantasse, antes do dia amanhecer. Esses dois últimos em relação bem distintos, Judas deixam as trevas lhe dominar, ele arquitetou, premeditou a traição, esse acontecimento foi sendo concebido no interior de Judas há muito tempo, pois até já tinha vendido o Mestre por trinta moedas de prata. Pedro agiu por covardia, por medo do compromisso de ter que passar pelas mesmas coisas que Jesus estava passando, mas arrependeu-se amargamente e no final de sua vida a fidelidade o levou a ser crucificado como seu Mestre, porém de cabeça para baixo, pois não se achava digno de morrer como o Senhor.

Jesus continua no meio e o discípulo amado é o interlocutor desse diálogo, aqueles que iriam trair e negar não conseguem dirigir a palavra a Jesus. Esse diálogo prova que a cena é toda perpassada por uma profunda misericórdia e conhecimento de Jesus da fragilidade humana. Enquanto Judas vendia Jesus por uma bagatela, Ele nos comprava pelo preço de Sua própria vida, do seu sangue: “De fato, fostes comprados, e por preço muito alto! Então, glorificai a Deus no vosso corpo” (cf. I Cor 6,20). Aqui esta em questão o valor de cada pessoa para Deus, qual o valor de Judas? Qual o valor de Deus em minha vida? Por muito menos nós os filhos de Deus temos nos vendido.

“O pecado espreita a porta, embora ele te deseje, tu podes dominá-lo”. (Gêneses 4, 7) É hora das trevas, Judas se perde na escuridão, sobre ele se esconde pesada noite, imagem das trevas que iriam surpreendê-los. Mas no meio desta noite refulge o esplendor da Glória, preceito do amor. A Paixão é o cumprimento do desígnio divino e o sacrifício por Amor é a glorificação de Deus pelo homem e do homem por Deus. O anúncio da Paixão provoca a intervenção de Pedro e o anúncio da negação. Confessar Jesus até a morte não é obra puramente humana, è dom de Deus, que será concedido depois que Jesus tiver se sacrificado por primeiro.

Pedro por hora não pode segui-lo e Judas que deu lugar às trevas não compreendeu a misericórdia, que é infinitamente maior que o pecado, e por isso se perdeu no desespero de tirar sua própria vida, não acreditou em Jesus e na sua misericórdia que é infinitamente maior que o nosso pecado.

Clique aqui: Semana Santa:Uma ferida que traz a cura e a Salvação!

Comprados pelo Sangue de Cristo, qual o seu preço? Clique em comentários e deixe os seus pedidos de orações.

Minha benção fraterna+

Padre Luizinho, Com Canção Nova.

Judas esta condenado pelo que ele fez, o que aconteceu com o Iscariotes?

terça-feira, março 26th, 2013

“Em verdade, em verdade vos digo, um de vós me entregará”. Desconcertados, os discípulos olhavam uns para os outros, pois não sabiam de quem Jesus estava falando. Um deles, a quem Jesus amava, estava recostado ao lado de Jesus. Simão Pedro fez-lhe um sinal para que ele procurasse saber de quem Jesus estava falando. Então, o discípulo, reclinando-se sobre o peito de Jesus, perguntou-lhe: “Senhor, quem é?” Jesus respondeu: “É aquele a quem eu der o pedaço de pão passado no molho”. Então Jesus molhou um pedaço de pão e deu-o a Judas, filho de Simão Isca­riotes. Filhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco. “Vós me procurareis, e agora vos digo como eu disse também aos judeus: ‘Para onde eu vou, vós não podeis ir’”. Simão Pedro perguntou: “Senhor, para onde vais?” Jesus respondeu-lhe: “Para onde eu vou, tu não me podes seguir agora, mas seguirás mais tarde”. Pedro disse: “Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu darei a minha vida por ti!” Respondeu Jesus: “Darás a tua vida por mim?” “Em verdade, em verdade te digo: o galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes”. (cf. João 13, 21-33. 36-38).

Nestes dias precisamos estar atentos ao que Deus nos fala. Jesus colocou em chegue à amizade e a fidelidade de todos os discípulos, e todos se questionavam: “Acaso, serei eu, Senhor?” Porque Jesus diz “é aquele que come comigo”, mas todos estavam comendo com Ele na Ceia derradeira, portando cada um deles poderia ser o possível traidor. O mais importante àquele que o traiu não conseguiu experimentar, apesar do meu pecado o Senhor me ama e o seu amor é infinitamente superior ao meu erro e traição. Esse gesto, talvez tenha sido a última cartada de Jesus para entrar no coração de Judas, para conquistar-lhe a confiança, mas Judas não permitiu o amor de Jesus o conhecer. O maior pecado de Judas não foi à traição, foi a falta de abertura à graça e o desespero em não confiar na infinita misericórdia de Deus!

A traição de Judas está pautada com alusão a passagem do Profeta Zacarias 11,12 que diz: “o preço da venda de um escravo ou de um mês de trabalho”, de uma vida que deveria ter um preso muito alto, mas na verdade quem estava comprando a nós era o Senhor com o preço de sua Vida. A figura de Judas faz com que a gente tente imaginar o processo interno que ele viveu, e não foi fácil. A Igreja desde seus primórdios, via na lembrança da traição um exame de consciência, pois a resposta pessoal de Jesus pode dirigir-se de novo a novos traidores de sua Pessoa.

Aqui a Igreja não dá nenhuma sentença sobre Judas, ele está entregue a infinita misericórdia de Deus. Nós é que precisamos fazer o nosso exame de consciência, pois trazemos dentro de nós potenciais traidores, quando pecamos ou quando negamos a Deus e a nós mesmos. Judas não chama Jesus de Senhor como os outros discípulos, mas o chama de Rabi, que quer dizer mestre. (cf. Mateus 26,25).

Mestre, professor, qualquer um poderia ter muitos naquela época, mas Senhor somente um, ou seja, Jesus era somente mestre de Judas e não Senhor de sua vida. O “ai” do narrador do evangelho, não é somente compaixão por Jesus, mas a dor pelo fato de que entre os doze haja um traidor. A Palavra de Deus é uma contradição, como relatar um fato de fracasso tão grande como esse entre os discípulos de Jesus. Fazendo um exame de consciência, agora eu e você podemos nos perguntar: “Acaso, serei eu, Senhor?”.

É preciso deixar vir para fora os pequenos e grandes pecados que possam me tornar um outro Judas. Mesmo diante deste fato de perceber um traidor dentro de mim, eu não posso perder a chance de confessar e receber de Deus a misericórdia destinada para o Coração arrependido. Pedro também negou e traiu Jesus, só que Pedro reconheceu o seu pecado e chorou amargamente lavando-se na Misericórdia do Senhor, enquanto Judas, na sua soberba e falta de esperança não acreditou que poderia ser perdoado de pecado tão grande.

Pois, não conhecendo verdadeiramente a Deus Judas deixou-se afogar pelo seu pecado.

Oração: Senhor, diante da minha traição, dos meus pecados está as minhas lágrimas de dor como as de Pedro por não ter reconhecido tamanho amor e misericórdia. Reconheço que meus pecados e fraquezas são grandes, mas nunca maiores do que a chance de começar de novo, reconhecer, levantar a cabeça e confiar que não há pecado tão grande, que seja maior que Teu perdão e mereça a Tua misericórdia. Jesus não permita que o pecado me segue a ponto do desespero tomar conta do meu coração, daí-me a virtude da esperança, que alimenta a minha fé e a fortaleza no Teu Espírito para não me entregarão mal. E mesmo quando for surpreendido pela minha fraqueza eu possa disser como Pedro: “Senhor, Tu sabes tudo, sabes que eu Te amo”! Amém

Ouça O Podecast na integra:

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Conte com as minhas orações.
Padre Luizinho, Com. Canção Nova.

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Semana Santa: “A casa encheu-se com a fragrância do perfume”

Na Semana Santa tudo celebra o Mistério da Salvação

segunda-feira, março 25th, 2013

Nesta Semana tudo celebra o Mistério da Salvação, “Ele tomou sobre si a nossas dores, Seu sangue derramou para nos resgatar das trevas e por Suas chagas fomos sarados”. (Isaías 53 O Servo sofredor). Quando celebramos a liturgia e de forma especial nesta semana A Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, não estamos recordando, como num álbum de fotos ou num filme de gravações de memórias passadas. A espiritualidade das celebrações litúrgicas atualizam em nossa vida hoje o Mistério que estamos celebrando, ou seja, estamos vivendo e recebendo as graças eficazes do que estamos celebrando, rezando. Por isso, celebrar a liturgia não é fazer uma simples memória, mas trazer para minha vida hoje, atualizar, tornar novo, Aquilo que nos trouxe Jesus Cristo, seus gestos, Palavras e principalmente o Amor que o levou a morrer por nós na cruz. (Cf. Jo 3,16) Quem garante tudo isso é o Espírito Santo e a intenção verdadeira da Igreja que celebra os Mistérios de Cristo por sucessão apostólica. Isso quer dizer, que recebemos de Cristo e dos apóstolos.

A Santa Missa é a maior oração que podemos fazer, pois Ela é a atualização da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Após a comunhão, apesar da Igreja lotada estava rezando e contemplando O Mistério que enchia meu coração. A Eucaristia, que o Sacerdote consagrou, do mesmo Jeito e Palavras que fez Jesus na ultima ceia com os seus discípulos. Neste momento meu coração triste e saudoso foi preenchido pela presença amorosa de Cristo que derramava seu Sangue precioso sobre mim e ali eu vivi a realidade do amor de Deus, que me resgatava daquele momento de tristeza e saudade. Sua mão ensangüentada tocou em mim.

Ouça o Podcast na integra:

Hoje quero convidar você a rezar e a viver a liturgia desta Semana, clamando as mãos ensangüentadas de Jesus, Suas Santas Chagas e experimentar a ressurreição e a Salvação. Apresentemos onde mais precisamos que Jesus nos toque. É importantíssimo participar das funções litúrgicas na sua paróquia e renovar sua fé e seu batismo junto com a sua comunidade, por isso, procure saber os horários de cada celebração.

O Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor abre solenemente a Semana Santa. No século IV, já encontramos em Jerusalém notícias sobre uma celebração que procurava recordar o mais exatamente possível à entrada histórica de Jesus de Nazaré na cidade. Cristo que é saudado como Messias e Rei entra voluntariamente para sua Paixão. A liturgia das palmas antecipa neste domingo, chamado de páscoa florida, o triunfo da ressurreição, enquanto que a leitura da Paixão nos convida a entrar conscientemente na Semana Santa da Paixão gloriosa e amorosa de Cristo o Senhor.

Sentido do Tríduo Pascal

O Tríduo Pascal é a maior celebração das comunidades cristãs. A Páscoa é o centro do ano litúrgico, fonte que alimenta a nossa vida de fé. Celebrar o Tríduo Pascal da paixão e ressurreição do Senhor é celebrar a obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus que o Cristo realizou quando, morrendo, destruiu a nossa morte e ressuscitando, renovou a vida.

Quando teve início o Tríduo Pascal?

No final do século IV, encontramos já organizado um tríduo pascal, que Santo Agostinho recomendava vivamente a seus fiéis. Formavam, em princípio, o tríduo: a sexta-feira, o sábado e o domingo. É no século VII que o tríduo se inicia com a “Ceia do Senhor” na tarde da quinta-feira, com o que fica ele constituído pela quinta-feira, pela sexta-feira e pelo sábado – aí incluída a vigília pascal. As três datas formam uma unidade: a celebração do mistério pascal.

O que celebramos na Quinta-feira Santa?

O Senhor celebrara com os seus a última ceia no contexto da páscoa judaica: a comemoração da passagem de Israel pelo Mar Vermelho. Nesse dia, Cristo inaugura à nova Páscoa, a da aliança nova e eterna, a de seu pão compartilhado e seu sangue derramado, a de seu amor levado ao extremo e do mandato do amor para nós, a de sua passagem pela morte à ressurreição, a Páscoa que devemos celebrar em sua comemoração. Eucaristia, sacerdócio, mandato do amor e nova Páscoa do Senhor são o conteúdo preciso da missa da Ceia do Senhor. O transporte das formas (hóstias) consagradas à urna para a comunhão da sexta-feira inicia-se no século XIII. O “monumento” (local físico) é elemento acidental e só encontra sentido em vinculação com o mistério celebrado: agradecimento ao amor de Cristo e oração-reflexão do mistério pascal.

O que celebramos na Sexta-feira Santa?

Como vem acontecendo há muito tempo, hoje não se celebra a missa, tendo lugar à celebração da morte do Senhor: o mistério que é celebrado é uma cruz dolorosa e sangrenta, mas ao mesmo tempo vitoriosa e resplandecente. Trata-se de morte, a de Cristo, real e tremenda; mas é passagem para uma vida ressuscitada e eterna. O amor de Deus, que é vida, terá mais poder do que o pecado do homem, que é morte. A celebração incorpora-nos à redenção de Cristo e a seu mistério de salvação universal: pela morte à vida.

O que celebramos na Vigília Pascal?

Contamos com documentos do início do século III, que apresentam alguns elementos desta celebração, tais como: jejum, oração, eucaristia – e até batismo, com a bênção da “fonte batismal”. Vão-se acrescentando depois novos elementos: o canto do Exulte, que se vê documentado no século IV e a bênção do círio pascal, no século V. Pouco a pouco, foi-se enriquecendo esta última, que deve ser “a celebração das celebrações” para o cristão, e a que Santo Agostinho denominava “Mãe de todas as vigílias”. Assim ouvimos com alegria: “Cristo ressuscitou, verdadeiramente, dos mortos”! Num duelo admirável a morte lutou contra a vida, e o Autor da vida se levanta triunfador da morte. Terminou o combate da luz com as trevas, combate histórico de Jesus com os fariseus e todas aquelas pessoas que não acolheram o Reino de Deus. Após as trevas brilhará o sol da Ressurreição!

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Oração a Jesus Crucificado

Eis-me aqui, meu bom e dulcíssimo Jesus! Humildemente prostrado em vossa presença, eu vos peço e suplico, com toda alegria do meu ser, que graveis no meu coração os mais vivos sentimentos de fé, esperança, caridade, arrependimento dos meus pecados e firme decisão de mudar de vida. Contemplo com grande dor as vossas cinco chagas, vossas chagas gloriosas de onde jorraram o Teu Preciosíssimo Sangue. Vem tocar em mim com Tuas mãos chagadas e cura-me, liberta-me. Tendo presente as palavras que já o profeta Davi colocava em vossa boca, ó bom Jesus: “Traspassaram as minhas mãos e os meus pés e contaram todos os meus ossos”. Meu bom Jesus crucificado, que eu também saiba aceitar as contrariedade e dores da vida e socorrer os meus irmãos que sofrem. Que neste mundo eu possa viver como pessoa ressuscitada pelo amor de Deus em Cristo Jesus. Amém!

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Minha benção fraterna.

Padre Luizinho, Com. Canção Nova.
http://twitter.com/padreluizinho

O Sermão das Sete Palavras de Cristo na Cruz

sexta-feira, abril 6th, 2012

“De fato, Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3,16.

Quis começar com essa passagem tão conhecida para falar de algumas Virtudes da Cruz de Cristo, que nós podemos hoje tomar posse. Sexta-feira Santa a Igreja nos ensina a guardar o silêncio, pois o Senhor “dorme” está em repouso, e um texto antigo do terceiro século de um autor desconhecido diz que Cristo desceu a mansão dos mortos para resgatar os fiéis antigos que esperavam este Dia Glorioso, e o primeiro deles foi Adão a quem o Senhor estendeu a mão para retirá-lo das trevas dizendo: “Desperta tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará” (cf. Efésios 5,14). Essa não é uma historinha, é um dogma de fé, que professamos do Creio, ‘desceu a mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia’. Cristo hoje quer e pode nos tirar de toda situação de morte em nossas vidas.

Olhando para o crucificado, para o lado aberto de Cristo, de onde jorraram sangue e água, a primeira Virtude da Cruz que Jesus nos dar é a Vida Eterna, “para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” O mundo tem nos apresentado uma pseudo vida, cheia de esforços para preencher o nosso coração, mas que não tem conseguido corresponder aos anseios de nossa alma, pois a nossa alma tem sede do eterno, do sagrado, tem sede de Deus, mesmo que você não de esse nome, você tem sede de Deus! Precisamos passar pelo lado aberto de Cristo toda nossa vida, para que daí possa nascer de novo para uma vida nova.

A Virtude da Esperança é outro dom extraordinário para os nossos tempos de desesperados, fala que não é verdade que hoje nós não sabemos esperar, não temos paciência, tudo tira a nossa calma, com facilidade perdemos a paciência e o humor. Falta-nos esperança porque nos falta Deus, a Esperança dos homens. Que nos ensina a paciência, nos ensina a esperar, a crer que “tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus”.

A Virtude da perpassa todo Mistério da Cruz, pois só podemos entender um Deus que oferece o seu filho único para morrer por um povo que não merece, se for pela fé. Deus deu o maior foto de credito no homem, só este gesto poderia e pode Salvar o mundo, que hoje vive sua maior crise de fé. “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu filho único”, essa é a maior de todas as Virtudes da Cruz: O AMOR. São João nos fala na sua primeira carta que Deus é Amor, é simples, mas essa é a essência de Deus, quem não ama não conhece a Deus, e hoje nós somos profundamente marcados pela falta de amor, pela violência, pelo ódio, como diante de tudo isso que nos apresenta um mundo sem Deus, acreditar que Deus é Amor.

É só olhar para o crucificado, e nele ver a prova mais expressiva do amor, aquele que é capaz de dar a Vida, quando daríamos a vida por um criminoso ou por um grande pecador? Pois Deus deu a vida por você por Amor. Essa força é a única capaz de mudar as pessoas, de mudar o mundo. Peçamos ao Senhor as Virtudes da Cruz, para que nós possamos viver e experimentar a Vida nova que Cristo conquistou com o seu sangue e sua morte na Cruz.

Para Deus conta mais a Qualidade da minha fidelidade do que a quantidade de minhas infidelidades!

A crucificação de Jesus Cristo é narrada nos quatro evangelhos, dando o quadro completo do sacrifício do Cordeiro de Deus pela Salvação do mundo (Lc. 23,33-49; Mt. 27,32-56; Mc 15,21-41; João 19,17-37). È uma tradição antiga da Igreja, dos grandes pregadores refletirem e mergulharem na espiritualidade das Sete Palavras de Cristo na Cruz. Hoje podemos nos prostrar diante do crucificado e beijando as Suas Santas Chagas receber os frutos desta santa devoção. Às três horas da tarde, nos diz os Evangelhos Jesus morre por amor de mim e de você, essa é a Hora da Misericórdia.

“Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós!” Dentro desta espiritualidade rezemos com as sete últimas Palavras de Cristo na cruz, dando a vida por mim e por você:

I – Perdão:
I- “Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem”. (Lc. 23,34)
1. Jesus se deixa crucificar pelos nossos pecados.
2. Jesus se deixa crucificar pelo perdão da humanidade.

II – Abertura do Céu:
“Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”
(Lc 23,43)
1-Jesus se deixa crucificar pela salvação dos perdidos. (Dimas o bom ladrão).
2-Jesus se deixa crucificar para nos abrir o caminho e as portas do céu.

III – Amor e Proteção:
“Mulher, eis ai o teu filho… Eis ai a tua mãe” (João 19, 26, 27)
1. Jesus se deixa crucificar por amor, para salvação do mundo.
2. Jesus recomenda sua mãe a João e João a sua mãe, proclamando a grande fraternidade da família de Deus a Igreja.

IV – Substituição:
“Meu Deus, meu Deus porque me abandonaste”. (Mt 27,46) e (Mc 15,34)
1. Jesus se deixa crucificar no lugar dos pecadores, Ele se faz pecador. (II Cor. 5,21)
2. Jesus se esvazia da divindade, para dar aos pecadores a plenitude da Vida Eterna.

V – Sede de Redenção: “Tenho sede” (João 19,28)
1. Jesus morre de sede, para dar a Água da vida ao mundo.
2. Jesus anseia pelo mundo remido da sequidão do mal e do pecado.

VI – Consumação da Redenção: “Tudo está consumado” (João 19,30).
1. Jesus fica satisfeito ao ver consumada sua obra de redenção, sua Vitória sobre a morte.
2. Jesus contempla o mundo remido por sua morte, que traz a vida Missão cumprida.

VII – Entrega ao Pai: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46)
1. Jesus expira nas mãos do Pai, para ensinar a viver e morrer.
2. Jesus reina no mundo Espiritual, abrindo ao mundo o Reino da Vida Eterna.

O mundo tem sede de Deus, de beber do manancial da salvação, que é o Coração aberto de Jesus na Cruz. O sangue de Jesus Cristo nos lave de Todo o mal, de todo o pecado, e nos conceda a Vida, a saúde e a paz…

“Um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água”. (Jo 19,34).

Eterno Pai, eu vos ofereço o Corpo e o Sangue a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e dos pecados do mundo inteiro. Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro.

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Minha benção fraterna.

Padre Luizinho, Com. Canção Nova.
http://twitter.com/padreluizinho