Neste mês de agosto em cada Domingo a Igreja meditará sobre uma vocação, neste 1° Domingo a liturgia vai refletir sobre a vocação sacerdotal. Dia 04 celebramos São João Maria Vianey patrono de todos os sacerdotes. Começo perguntando, você tem um amigo padre? O sacerdote é um amigo de trincheira, ouvi um padre experiente falar isso e fiquei meditando. Veio na minha cabeça a imagem de uma guerra e aquelas trincheiras formadas por sacos de areia que escondem vários soldados ou aquelas trincheiras feitas por grandes buracos no chão para que eles possam se proteger e contra atacar.
Pensei também em tantos filmes belíssimos de guerra que eu já assistir e aquele soldado que arrisca a vida para salvar o pelotão e até mesmo para salvar aquele único amigo machucado que ficou para trás. Ser amigo de trincheira é não ter nada a perder a não ser o amigo, é saber agir junto e ao mesmo tempo ser rápido para agir sozinho em favor do outro. Companheiro combatente onde a única verdade não é minha reputação ou voltar para casa, realizar meus sonhos, a única verdade que habita o coração combatente do amigo sacerdote é salvar a vida, mesmo que não seja a sua.
Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai(João 15,15). Amizade verdadeira é aquela que segue a estratégia do conhecimento, os meus amigos padres seguiam as trilhas do coração, primeiro do coração de Deus, achando sempre um atalho para o coração do amigo. Como o bom pastor conhece até a voz (cf. Jo 10). Crescer nesta amizade é não ter medo de arriscar, acreditar sempre que o outro pode fazer mais e melhor. Neste caminho se exercita bastante a fé, a paciência, o discernimento e a confiança de quem espera o amigo ter mais capacidade de superar do que de vencer.Procura viver a misericórdia porque antes de tudo toca na sua miséria, este soldado amigo não precisa se camuflar, porque a verdade é a sua maior defesa. Grande experiência de fé e vida no ser humano é ter um amigo padre!
A amizade sacerdotal é uma escola, digamos que seja um discipulado onde hora se é discípulo e hora você é mestre. O padre é uma pessoa escolhida por Deus primeiro e que tem a capacidade de te conhecer e lapidar alma e coração, mas ele também é lapidado. Pois eu posso te dizer um sacerdote é um amigo muito especial não porque sou padre, mas porque eu tive e tenho grandes amigos padres. Meu primeiro amigo padre foi monsenhor Jessé Torres, ajudou-me a encontrar Jesus e minha vocação, monsenhor Jonas Abib, aprende a ser padre com ele. Pe José Carlos e Pe Cícero caminhamos juntos no árido deserto do sofrimento onde construímos a vocação e amizade, padres Edmilsom, Wagner, Jurandir… O padre tem necessidade também de autênticas e verdadeiras amizades que o acolham na sua humanidade e fragilidade, mas também que o lembrem sempre da sua grande vocação de homem de Deus.
Que bom padre, estava sentindo falta de nossas conversas, como já disse neste tempo que estou em Lavrinhas a sua amizade foi uma das melhores coisas que me aconteceu aqui, um presente de Deus. Pode contar comigo pro que der e vier…
O Padre mendigo que confessou o Papa João Paulo II
Há alguns dias, no programa de televisão da Madre Angélica nos Estados Unidos (EWTN), relataram um episódio pouco conhecido da vida do Papa João Paulo II, li também no livro do Dom Rafael Cifuentes “Sacerdotes para o terceiro milénio, mas é um belíssimo exemplo de humildade e misericórdia de um coração que soube ser amigo da humanidade:
Um sacerdote norte americano da diocese de Nova York se dispunha a rezar em uma das paróquias de Roma quando, ao entrar, se encontrou com um mendigo. Depois de observá-lo durante um momento, o sacerdote se deu conta de que conhecia aquele homem. Era um companheiro do seminário, ordenado sacerdote no mesmo dia que ele. Agora mendigava pelas ruas.
O padre, depois de identificar-se e cumprimentá-lo, escutou dos lábios do mendigo como tinha perdido sua fé e sua vocação. Ficou profundamente estremecido. No dia seguinte o sacerdote vindo de Nova York tinha a oportunidade de assistir à Missa privada do Papa e poderia cumprimentá-lo no final da celebração, como é de costume. Ao chegar sua vez sentiu o impulso de ajoelhar-se frente ao Santo Padre e pedir que rezasse por seu antigo companheiro de seminário, e descreveu brevemente a situação ao Papa.
Um dia depois recebeu o convite do Vaticano para cear com o Papa, e que levasse consigo o mendigo da paróquia. O sacerdote voltou à paróquia e comentou a seu amigo o desejo do Papa. Uma vez convencido o padre mendigo, levou ao seu lugar de hospedagem, ofereceu-lhe roupa e a oportunidade de assear-se.
O Pontífice, depois da ceia, indicou ao sacerdote que os deixasse a sós, e pediu ao mendigo que escutasse sua confissão. O homem, impressionado, respondeu-lhe que já não era sacerdote, ao que o Papa respondeu: “uma vez sacerdote, sacerdote para sempre”. “Mas estou fora de minhas faculdades de presbítero”, insistiu o mendigo. “Eu sou o Bispo de Roma, posso me encarregar disso”, disse o Papa.
O homem escutou a confissão do Santo Padre e pediu-lhe que por sua vez escutasse sua própria confissão. Depois dela chorou amargamente. Ao final João Paulo II lhe perguntou em que paróquia tinha estado mendigando, e o designou assistente do pároco da mesma, e encarregada da atenção aos mendigos.
Oração: Obrigado Senhor pelo dom da amizade, ela é uma vocação tão rica e necessária para os nossos dias. Dai aos nossos sacerdotes a graça de serem profundamente amigos do Coração de Jesus e Maria para que eles saibam ser amigos e companheiros do teu povo. Concede também Senhor que os nossos padres encontrem em meio ao seu trabalho pessoas amigas que possam ser para eles um sinal de Tua presença confortadora. Que pela fé e pelo poder do Divino Espírito Santo sacerdotes e leigos descubram a graça da direção espiritual através da amizade e possamos viver como as primeiras comunidades: “eles tinham um só coração e uma só alma”.
Neste mês de agosto a Liturgia nos leva a cada Domingo a meditar sobre cada chamado especifico na Igreja. O Batismo é a chave de toda vocação, é a porta de entrada para o Reino dos céus: “Quem crê e for batizado será salvo”. A partir do Batismo nasce toda verdadeira vocação na Igreja, ele nos marca de maneira indelével, ou seja, ninguém pode tirar. Essa marca está no Sacrário de nossa alma e diz: Filho de Deus, destinado para o céu. É a vocação comum de todo Cristão, a SANTIDADE!
Jesus convida a todos para a mesa no seu Reino, sem distinção Ele veio para todos e quer ser conhecido e experimentado por todos, por isso, sua ternura abraça toda criatura. E o Batismo nos reveste de Cristo, somos com Ele co-herdeiros da vida divina que o Pai restaurou em Jesus, o SANTO por excelência. A porta do Reino é estreita, mas todos são convidados para a festa, que é o banquete do Cordeiro. Com sua ressurreição, Jesus foi o primeiro a entrar por ela e convida-nos a romper todos os obstáculos para também entrarmos, pois depois de Cristo a santidade é possível PARA TODOS.
“Aqui nasce para o céu um povo de alta linhagem, o Espírito Santo lhe dá nas águas fecundas do Batismo uma nova VIDA. Pecador desce até a fonte para lavar o teu pecado! Tu desces velho e sobes com uma nova juventude”. Nascemos no seio da mãe Igreja e para ela somos vocacionados todos a uma vocação de serviço e é neste sentido que a nossa fé ganha vida. Vida de Cristo que se revela aos outros no testemunho, em tudo, minha vocação é ser OUTRO CRISTO.
Hoje estamos refletindo a vocação leiga na Igreja, pois a matriz de toda atuação na revelação de Jesus é dar a vida, ou seja, o leigo da à vida na medida da SANTIDADE ordinária de sua vida, dizia o Papa João Paulo II: “A Santidade é a medida alta da vida cristã ordinária.” Num mundo tão longe dos ideais cristãos, onde tudo é relativo, passageiro e comercial, venho lhe dizer a SANTIDADE não é relativa, nem passageira e muito menos comercial. É difícil, a porta é estreita, mas é POSSIVEL SER SANTO EM QUALQUER VOCAÇÃO!
A Santidade não é coisa só para os místicos ou homens super heróis do passado, ela é uma característica de todo cristão. Você não conheceu ninguém que pudesse disser essa pessoa é ou era santa? Por exemplo, minha avó Almira na sua simplicidade, muita fé e calma na sua missão de mãe teve uma vida santa. O Padre Jessé, um sacerdote que gastou sua vida no ministério sacerdotal, celebrando, confessando e atendendo pessoas, homem de muita oração teve uma vida santa; Monsenhor Jonas, um profeta sensível aos sinais dos tempos e ao Espírito Santo, que atendeu um apelo da Igreja de evangelizar os batizados e fundou uma comunidade, vive o que prega, tem uma vida santa.
“Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação”. (1 Ts. 3,4). Quero te louvar Senhor, porque neste celeiro de muitas vocações na Igreja nos prova que é possível a santidade do dia a dia de nossa vida, pois ela é a medida alta para todos nós que queremos seguir Jesus de maneira fiel, no serviço, na minha família, na comunidade e formando uma nova sociedade, a civilização do amor. Esta realidade não é relativa, juntos todos nós, sacerdotes, religiosos, casados, solteiros, consagrados e leigos temos condições de alcançar a estatura de Cristo. O que eu e você temos feito, na família, no trabalho, na sociedade para dar um testemunho autêntico de santidade cristã?
No dia 12 de Dezembro de 1994fui mandado embora do seminário diocesano, e era um dia especial, dia de Nossa Senhora de Guadalupe. Foi dito para mim que eu não tinha vocação para ser padre diocesano, meu mundo caio naquele dia, e a promessa de Deus, e a profecia da minha tia? Deus desistiu de mim e de minha vocação? Depois de todo resgate de Deus em minha vida e do grande perdão em relação ao meu pai (você pode ler toda essa historia na página que fala de Minha Historia), de ter experimentado a Deus e decidido: “Não posso dar a Deus a metade, é preciso dar a Deus tudo!”
Na quarta-feira de cinzas de 1993 entrava para o seminário Propedêutico Santa Terezinha do Menino Jesus em Salvador Bahia, esse período era um noviciado, uma preparação para o seminário maior no ano seguinte, onde também me preparava para o vestibular na Universidade Católica para cursar Filosofia. Este ano foi mais tranqüilo, tive uma forte crise de saudade de casa e dificuldade nos estudos, mas aconteceu uma intervenção de Santa Terezinha. Depois de grandes questionamentos se Deus queria-me padre mesmo, decidi ir para Missa das 7:00h da manhã e pedi um sinal, pois estava fazendo a novena das rosas de Santa Terezinha e naquele dia estava servindo ao altar como acolito. Passou-se a Missa toda e nada aconteceu, depois da benção final, o padre beijou o altar e íamos voltando para a sacristia, quando olhei atrás da cadeira que estava sentado e vi uma Rosa Salmon, olhei para todo o altar e não havia nenhuma flor natural na ornamentação da Igreja, era o sinal de Santa Terezinha, resposta para que eu continuasse no seminário!
Neste ano fiz grandes amizades, o Cícero, o José Carlos, os dois hoje também são padres, e a Elzinha japonesinha da Canção Nova, ela sempre fazia a leitura na Missa. Conheci também a Salete Ferreira, o Pedro Roberto, o Chiquinho, todos jovens da Comunidade Canção Nova, eles trabalhavam na Rádio Excelsior da Arquidiocese de Salvador, que ficava ao lado do seminário. Antes de conhecer esses jovens nunca tinha ouvido falar da Comunidade, era a Providência de Deus se revelando para mim, mais adiante você vai entender. Esse ano terminou e consegui passar no vestibular para a filosofia no seminário de minha então diocese de Feira de Santana, Seminário Santana Mestra. Neste ano de 1994 começam as grandes provações de minha vocação, “pois os homens agradáveis a Deus são provados como a prata e o ouro” Eclesiástico 2. Uma de minhas maiores dificuldades chamava-se Reitor, ele implicava comigo por ser desse jeito carismático, tudo queria rezar, sempre que tinha tempo estava na capela e queria fazer no seminário o que fazia nos grupos de oração, é claro precisava de um pouco mais de discernimento e maturidade, mas eu estava em formação e ele deveria me ajudar. Ele pegava no meu pé mesmo, implicava, criticava e algumas vezes me humilhava na frente dos outros colegas. Fui para este seminário a pedido do meu diretor espiritual, o Padre Jessé Torres, um homem santo, um modelo de sacerdote, que me deu catequese e incentivou minha vocação, apresentou-me a Nossa Senhora, é por grande parte culpa dele que hoje estou aqui.
No final do ano de 94, no dia 12 de dezembro o Reitor me chamou em seu escritório e deslicou-me do seminário dizendo que não tinha vocação. Lembrei-me da frase que a Salete havia dito alguns dias antes: “Deixa tudo e vem para Canção Nova!” Eu não tinha coragem para fazer isso, hoje eu endento que mesmo de maneira dolorosa Deus havia me empurrado para fazer a sua Vontade. Voltei para casa de minha mãe e fui procurar o Walmir Motta, responsável da Canção Nova na Bahia. Contei toda minha historia para ele e depois de ouvir tudo me disse: “Os dons e a Vocação de Deus são irrevogáveis.” E continuou Deus não volta atrás quando chama alguém!. Romanos 11,29Aqui a Palavra de Deus ressuscitou minha vocação e no mesmo dia o Walmir ligou para o Pe. Jonas Abib contando toda historia, e o PE. Jonas disse: “Se for de Deus a Providência vai ver tudo”. E foi assim, três senhoras da Renovação Carismática, Eneida, Inédite e Cristina Dorea me ajudaram a cursar todo o segundo ano de Filosofia em 95 e em 1996 entrei para o Noviciado da Comunidade Canção Nova. Por isso, há exatamente dez anos o meu lema sacerdotal é um grito de fé e de vitória: “Tudo posso naquele que me dá força.” Filipenses 4, 13
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Sempre me perguntam: padre como você chegou à conclusão de que sua vocação era ser padre? A vocação já esta plantada em nós como um pequeno grão, uma sementinha, são aptidões, desejos, inclinações naturais que Deus colocou em sua personalidade, mas a nossa formação e a nossa historia de vida vai confirmando ou não estas motivações. Por isso, a vocação precisa crescer num ambiente de liberdade, de descoberta e com a maturidade a escolha e a resposta. Eu desde criança queria ser padre, mas depois veio à adolescência onde defrontei com muitas coisas, tive duvidas, não queria mais e depois reencontrei o caminho da semente que era forte e dentro de mim não tinha deixado de crescer. No caminho busquei as pessoas certas que puderam me ajudar a amadurecer aquilo que dentro de mim não conseguia entender, arrisquei, dei passos largos e percebi que essa era a minha vocação, que eu me satisfazia com todo o ideal do sacerdócio.
Depois de uma caminhada em grupo de jovens e na minha paróquia fiz o discernimento com a pastoral vocacional de minha diocese e vi que o Senhor me chamava mesmo para o sacerdócio. No inicio do meu seminário diocesano, no ano de 1993 conheci a Canção Nova na missão de Salvador, através dos jovens e seu jeito alegre, fraterno de viver a Vida Consagrada e do trabalho que eles faziam na Rádio Excelsior de Salvador. Eu fui resgatado para Deus e para Igreja através da espiritualidade da Renovação Carismática Católica, fui me aproximando através da Divina providência, quando fui dispensado do seminário, uma situação muito dolorosa onde quase perdi minha vocação. Busquei ajuda do responsável de missão da casa de São Gonçalo dos Campos, próximo à Feira de Santana e fui acolhido para fazer um discernimento vocacional e ao mesmo tempo estudava o segundo ano de filosofia, foi muito doloroso ser dispensado do seminário, mas foi à Providência de Deus agindo para que eu encontrasse o meu lugar na Igreja, pois quando se trata de uma vocação autentica encontra-se força para superar todos os desafios:
“Desde o inicio a canção Nova foi sendo formada por homens e mulheres, jovens e adultos; por solteiros, casados e celibatários; por sacerdotes e diáconos. Hoje percebemos que esta era a Vontade de Deus: apresentar ao mundo uma família que congregasse os vários estados de Vida na Igreja”. (Nossos Estatutos). Providência Divina é a sabedoria de Deus que rege todas as coisas. É um dos princípios de vida que rege a Comunidade Canção Nova.
A primeira graça que experimento em ser padre da Comunidade Canção Nova é a Espiritualidade Eucarística, pois o sacerdote é chamado a ser um homem de oração, da intimidade com Deus, da Palavra e da Eucaristia. Rezamos ao ritmo da vida, sempre em função do povo que é minha missão, ser pai de uma multidão. Outra característica que me atraiu na comunidade foi e é a Vida Fraterna, ou seja, a vida comunitária, somos antes de tudo homens e mulheres de Deus, somos irmãos. “O masculino e o feminino vivido juntos em sadia convivência”, esse é o meio que Deus se utiliza para nos formar, curar, equilibrar a nossa afetividade no concreto da vida, nos prepara como homens e mulheres de Deus para o apostolado. Sou livre, sou alegre, sou o que sou dentro de minha comunidade, ela é uma escola de formação. Na Canção Nova aprendi a ser um padre orante, fraterno e trabalhador e isso tempera a minha vida e me realiza. A primeira missão da comunidade fora de São Paulo na Bahia, salvou a minha vocação, pois o chamado de Deus é irrevogável, Ele não volta atrás quando chama alguém: “SER PADRE CANÇÃO NOVA É BOM DEMAIS!”
Portanto, não tenha pressa em definir a sua vocação. Eu pesei, medi, analisei a fundo todos os meus sentimentos e motivações, fiz todos os cálculos, observei sacerdotes conhecidos e durante os sete anos de estudos acadêmicos fui bem acompanhado e me deixei acompanhar pelos meus formadores. Hoje posso dizer, através do Jeito de ser Canção Nova tenho sido fiel a Deus no meu chamado e na minha missão, encontrei o meu lugar na Igreja, a minha escola de santidade e minha realização como pessoa. E você faz parte da nossa história, você com a sua contribuição permitiu que eu estudasse e hoje possa dizer, sou feliz por ser padre da Igreja na Canção Nova.
Oração: Senhor da messe e pastor do rebanho, faz ressoar em nossos ouvidos o teu forte e suave convite: “Vem e segue-me”! Derrama sobre nós o teu Espírito, que Ele nos dê sabedoria para ver o caminho e generosidade para seguir a tua voz. Senhor, que a messe não se perca por falta de operários. Desperta as nossas comunidades para a missão. Ensina a nossa vida a ser serviço. Fortalece os que querem dedicar-se ao Reino, na vida consagrada e religiosa.
Senhor, que o rebanho não pereça por falta de pastores. Sustenta a fidelidade dos nossos bispos, padres e ministros. Dá perseverança aos nossos seminaristas. Desperta o coração
dos nossos jovens para o ministério pastoral na tua Igreja.
Senhor da messe e pastor do rebanho, chama-nos para o serviço do teu povo. Maria, Mãe da Igreja, modelo dos servidores do Evangelho, ajuda-nos a responder “sim”. Amém
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Nós estamos celebrando o Ano Sacerdotal proclamado pelo Papa Bento XVI, que teve inicio no ultimo dia 19 de junho de 2009 na Festa do Sagrado Coração de Jesus, que tem como tema: “Fidelidade de Cristo fidelidade do sacerdote“. Pensando neste Mistério de vocação que é o sacerdócio, imediatamente penso no para que essa vocação foi feita? O Sacerdócio foi feito para a Eucaristia. O padre existe para a Eucaristia e ambos existem para a salvação do povo. Jesus com o coração mais generoso que a face da terra já viu, nos deu dois grandes presentes. Na última ceia, antecipando a Sua doação total, mesmo diante da traição e do Mistério de dor que teria que passar para salvar o mundo das trevas do pecado e da morte, entrega aos discípulos o Sacramento do Amor: A Eucaristia. “A Santíssima Eucaristia é a doação que Jesus Cristo faz de si mesmo, revelando-nos o amor infinito de Deus por cada homem. Neste Sacramento admirável, manifesta-se o amor maior: o amor que leva a dar a vida pelos amigos.” Bento XVI.
O Sacerdócio e a Eucaristia nascem do mesmo lugar, das fontes misericordiosas do Coração de Jesus!
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Neste mesmo dia o Mestre “divide” o seu Sacerdócio com os Apóstolos e faz deles ministros do Sacramento do Amor, ministros do Perdão, ministros da misericórdia. O vínculo intrínseco entre a Eucaristia e o Sacramento da Ordem deduz-se das próprias palavras de Jesus no Cenáculo: “Fazei isto em memória de mim” Lucas 22,19. Nós sacerdotes usamos as mesmas palavras de Jesus quando instituiu O Mistério de Amor, porque somos os primeiros a estar no lugar de Cristo Jesus para a Salvação do mundo, portanto, o Sacerdócio é um movimento Divino do Amor de Deus Pai que continua agindo em sua Igreja em todo Tempo e o tempo todo. Onde existe um Sacerdote, há a possibilidade do Amor e da misericórdia de Deus se manifestarem pelo homem.
Falando um pouco de mim, o lema do meu Sacerdócio é: “Tudo posso naquele que me dá força” (Filipenses 4,13). A força do meu sacerdócio não vem de mim mesmo, mas a força do sacerdote vem da fonte pela qual ele oferece todos os dias torrentes de “Água Viva” ao povo fiel e sedento desse Amor que é Jesus. Eu busco A Força para exercer minha vida como ministro desse Sacramento nas Palavras que eu dirijo todos os dias ao Pai: “Tomai e comei, isto é o meu corpo; Tomai e bebei isto é o meu sangue, sangue da nova e eterna aliança, para a remissão dos pecados, fazei isto em memória de mim!” As mesmas Palavras de Cristo são fonte de vida, de salvação em primeiro lugar para mim, alimento substancioso para a minha intimidade com o Senhor e para servir ao povo de Deus, que procura no sacerdote não ele mesmo, mas Jesus Cristo o seu Salvador. O Papa João Pulo II disse para os Sacerdotes em sua última carta na Quinta-feira Santa de 2005: “O povo tem o direito de ver Jesus Cristo na pessoa do sacerdote”.
Essas palavras do Santo Padre ficaram gravadas em minha alma como uma missão, apesar de ser pecador e cheio de limitações como todo homem, eu não sou um homem comum, eu sou ministro do Sacramento do Amor e da misericórdia. Cristo hoje na Última Ceia depôs do manto, sinal de sua dignidade de Senhor, de Rei, para servir aos discípulos, para lavar os seus pés, esse gesto de humildade revela o caminho que o discípulo deve seguir; Imitar o Mestre: “Compreendeis o que acabo de fazer?Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou. Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que façais à mesma coisa que eu fiz”. “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei” (cf. Jo13, 1-15).Aos sacerdotes hoje, felicidades, força e que eles saibam não estão sozinhos, pois disse o Senhor: “Eu estarei convosco todos os dias, até o final dos tempos!”.
Oração:Jesus sumo e eterno sacerdote, daí-me a graça como padre de viver como o Senhor viveu e ser para o Teu povo sinal vivo de tua misericórdia. Maria mãe dos sacerdotes quero sempre estar sobre os teus cuidados na proteção do teu manto de mãe, pois sou o teu filho predileto. Quero estar imerso nestes dois mistérios pelo qual eu fui feito, Sacerdócio e Eucaristia para que eu seja ponte para os meus irmãos do Amor misericordioso de Deus. Daí-me a graça da fidelidade de Cristo.
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Eu sou feliz e realizado em minha vocação como sacerdote.
No dia 12 de Dezembro de 1994fui mandado embora do seminário diocesano, e era um dia especial, dia de Nossa Senhora de Guadalupe. Foi dito para mim que eu não tinha vocação para ser padre diocesano, meu mundo caio naquele dia, e a promessa de Deus, e a profecia da minha tia? Deus desistiu de mim e de minha vocação? Depois de todo resgate de Deus em minha vida e do grande perdão em relação ao meu pai (você pode ler toda essa historia na página que fala de Minha Historia), de ter experimentado a Deus e decidido: “Não posso dar a Deus a metade, é preciso dar a Deus tudo!”
Na quarta-feira de cinzas de 1993 entrava para o seminário Propedêutico Santa Terezinha do Menino Jesus em Salvador Bahia, esse período era um noviciado, uma preparação para o seminário maior no ano seguinte, onde também me preparava para o vestibular na Universidade Católica para cursar Filosofia. Este ano foi mais tranqüilo, tive uma forte crise de saudade de casa e dificuldade nos estudos, mas aconteceu uma intervenção de Santa Terezinha. Depois de grandes questionamentos se Deus queria-me padre mesmo, decidi ir para Missa das 7:00h da manhã e pedi um sinal, pois estava fazendo a novena das rosas de Santa Terezinha e naquele dia estava servindo ao altar como acolito. Passou-se a Missa toda e nada aconteceu, depois da benção final, o padre beijou o altar e íamos voltando para a sacristia, quando olhei atrás da cadeira que estava sentado e vi uma Rosa Salmon, olhei para todo o altar e não havia nenhuma flor natural na ornamentação da Igreja, era o sinal de Santa Terezinha, resposta para que eu continuasse no seminário!
Neste ano fiz grandes amizades, o Cícero, o José Carlos, os dois hoje também são padres, e a Elzinha japonesinha da Canção Nova, ela sempre fazia a leitura na Missa. Conheci também a Salete Ferreira, o Pedro Roberto, o Chiquinho, todos jovens da Comunidade Canção Nova, eles trabalhavam na Rádio Excelsior da Arquidiocese de Salvador, que ficava ao lado do seminário. Antes de conhecer esses jovens nunca tinha ouvido falar da Comunidade, era a Providência de Deus se revelando para mim, mais adiante você vai entender. Esse ano terminou e consegui passar no vestibular para a filosofia no seminário de minha então diocese de Feira de Santana, Seminário Santana Mestra. Neste ano de 1994 começam as grandes provações de minha vocação, “pois os homens agradáveis a Deus são provados como a prata e o ouro” Eclesiástico 2. Uma de minhas maiores dificuldades chamava-se Reitor, ele implicava comigo por ser desse jeito carismático, tudo queria rezar, sempre que tinha tempo estava na capela e queria fazer no seminário o que fazia nos grupos de oração, é claro precisava de um pouco mais de discernimento e maturidade, mas eu estava em formação e ele deveria me ajudar. Ele pegava no meu pé mesmo, implicava, criticava e algumas vezes me humilhava na frente dos outros colegas. Fui para este seminário a pedido do meu diretor espiritual, o Padre Jessé Torres, um homem santo, um modelo de sacerdote, que me deu catequese e incentivou minha vocação, apresentou-me a Nossa Senhora, é por grande parte culpa dele que hoje estou aqui.
No final do ano de 94, no dia 12 de dezembro o Reitor me chamou em seu escritório e deslicou-me do seminário dizendo que não tinha vocação. Lembrei-me da frase que a Salete havia dito alguns dias antes: “Deixa tudo e vem para Canção Nova!” Eu não tinha coragem para fazer isso, hoje eu endento que mesmo de maneira dolorosa Deus havia me empurrado para fazer a sua Vontade. Voltei para casa de minha mãe e fui procurar o Walmir Motta, responsável da Canção Nova na Bahia. Contei toda minha historia para ele e depois de ouvir tudo me disse: “Os dons e a Vocação de Deus são irrevogáveis.” E continuou Deus não volta atrás quando chama alguém!. Romanos 11,29Aqui a Palavra de Deus ressuscitou minha vocação e no mesmo dia o Walmir ligou para o Pe. Jonas Abib contando toda historia, e o PE. Jonas disse: “Se for de Deus a Providência vai ver tudo”. E foi assim, três senhoras da Renovação Carismática, Eneida, Inédite e Cristina Dorea me ajudaram a cursar todo o segundo ano de Filosofia em 95 e em 1996 entrei para o Noviciado da Comunidade Canção Nova. Por isso, há exatamente nove anos o meu lema sacerdotal é um grito de fé e de vitória: “Tudo posso naquele que me dá força.” Filipenses 4, 13
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No inicio do meu seminário diocesano, no ano de 93 conheci a Canção Nova na missão de Salvador, através dos jovens e seu jeito alegre, fraterno de viver a Vida Consagrada e do trabalho que eles faziam na Rádio Excelsior de Salvador. Fui me aproximando da comunidade através da Divina providência, quando fui dispensado do seminário, uma situação muito dolorosa, onde quase perdi minha vocação. Busquei ajuda do responsável de missão da casa de São Gonçalo dos Campos, próximo à Feira de Santana e fui acolhido com estas Palavras: “A vocação e os dons de Deus são irrevogáveis, Deus não volta atrás quando chama alguém” (cf. Rm 11,29). O carisma estava salvando a minha vocação sacerdotal através da Palavra de Deus e do acolhimento cheio de misericórdia, manifestação da Divina Providencia para que eu encontrasse o meu lugar na Igreja.
“Desde o inicio a canção Nova foi sendo formada por homens e mulheres, jovens e adultos; por solteiros, casados e celibatários; por sacerdotes e diáconos. Hoje percebemos que esta era a Vontade de Deus: apresentar ao mundo uma família que congregasse os vários estados de Vida na Igreja”. (Nossos Estatutos). Providência Divina é a sabedoria de Deus que rege todas as coisas. É um dos princípios de vida que rege a Comunidade Canção Nova.
A primeira graça que experimento em ser padre da Comunidade Canção Nova é a espiritualidade eucarística, faz-me ser homem de Deus, da Palavra e da Eucaristia, rezamos ao ritmo da vida, sempre em função do povo que é minha missão. Outra característica que me atraiu na comunidade foi e é a Vida Fraterna, ou seja, a vida comunitária, somos antes de tudo homens e mulheres de Deus, somos irmãos. “O masculino e o feminino vivido juntos em sadia convivência”, esse é o meio que Deus se utiliza para nos formar, curar, equilibrar a nossa afetividade no concreto da vida, nos prepara como homens e mulheres de Deus para o apostolado. Sou livre, sou alegre, sou o que sou dentro de minha comunidade, ela é uma escola de formação. Na Canção Nova aprendi a ser um padre orante, fraterno e trabalhador e isso tempera a minha vida e me realiza. A primeira missão da comunidade fora de São Paulo na Bahia, salvou a minha vocação, pois o chamado de Deus é irrevogável, Ele não volta atrás quando chama alguém: “SER PADRE CANÇÃO NOVA É BOM DEMAIS!”
Hoje posso dizer, através do Jeito de ser Canção Nova tenho sido fiel a Deus no meu chamado e na minha missão, encontrei o meu lugar na Igreja, a minha escola de santidade. E você faz parte da nossa história, você com a sua contribuição permitiu que eu estudasse e hoje possa dizer, sou feliz por ser padre da Igreja na Canção Nova. Hoje nós somos uma grande família, mesmo que você não faça compromisso conosco no dia 02 de fevereiro, mas por tudo que realizamos juntos, podemos dizer: “Só pode conhecer o que é a Canção Nova quem teve a vida transformada por este Carisma”.
Oração: Obrigado Senhor, porque na Vossa infinita misericórdia vieste em auxilio a Igreja e ao homem do nosso tempo com o Carisma Canção Nova colocado no coração do servo zeloso servo o padre Jonas Abib. E através de muitos jovens que responderam o seu sim ao desafio de entregar sua vida pelo anuncio de Jesus Cristo pelo poder do Espírito Santo eu também conheci a minha vocação. Que muitos outros homens e mulheres tenham a coragem de conhecer pelo nosso testemunho Jesus e dar a sua vida pelo anuncio de Seu Evangelho. Com Maria mãe da Canção Nova. Amém
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Ao passar, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Ele se levantou e seguiu-o. (cf. Mateus 9, 9).
Vocação é o ato de chamar, escolha, pré-destinação. Parte de alguém que chama e outro que ouve o chamado, portanto, requer uma resposta, uma atitude como a de Mateus diante de Jesus. Vamos refletir quem era Mateus, um cobrador de impostos, que prestava um serviço terceirizado para o governo Romano, tinha uma vida toda baseada naquilo que fazia, tinha amizades, vida social e com certeza muitos inimigos, pois além de cobrar imposto tirava aquilo que o povo não tinha. Jesus é a primeira pessoa a não julgar Mateus pela aparência e por aquilo que ele fazia. Jesus lança um olhar de confiança, que vai além, que enxerga Mateus por dentro, não exclui, chama, convoca para algo novo que nem ele pensava que era capaz de dar. Quem chama confia, capacita, tem a coragem de ariscar, na certeza de que o outro é um grande mistério a ser desvendado.
“Vocação é o olhar de amor de Deus para uma pessoa!”. O Papa João Paulo II com essa frase define exatamente o que aconteceu com Mateus e o que continua acontecendo com muitas pessoas. Bastou Jesus dar um voto de confiança para Mateus, acreditar nele, dizer que era possível ele verdadeiramente ser diferente, ser feliz. Vocação é essa possibilidade de sair de si, de encontrar o significado fora de si, numa oblação da vontade, uma entrega total, que com certeza, se é uma vocação verdadeira, acaba sendo fonte de realização pessoal. Não é fuga, nem um plano puramente pessoal, vocação é vontade de Deus, ela é uma aliança entre a vontade de Deus e daquele que é chamado.
Quando não se esta no lugar certo, a pessoa não é plenamente realizada em sua vocação. Vocação é a realização da vontade de Deus, mas Ele não retira a nossa liberdade de escolha e opção por algo que pode dar certo ou não, mas nem por isso, deve me privar de tentar, de buscar, de descobrir. Vocação é um passo de coragem, de maturidade, de sair de si e colocar muitas pessoas dentro do seu plano de felicidade. É a capacidade de fazer renuncias, de perder para ganhar depois, “pois quem quiser salvar sua vida vai perdê-la, mas quem perder sua vida por causa do evangelho vai salvá-la”. È saber ouvir e responder no tempo certo, pois vocação é missão, é vida e com a vida não se brinca.
Vocação é algo sério, fala sério não é proibido ser diferente! É algo para jovens, mas que não se limita à idade e sim a mente e o coração. Vocação é algo para quem tem o coração do tamanho do mundo, dilatado pelo amor e capaz de alargar fronteiras, porque a origem de toda vocação é o amor, ele não tem fronteiras nem limites. Existem muitas vocações, profissionais, medicina, advocacia, engenheiro, pedreiro, assistente social, diarista, professor, dona de casa etc., um serviço, que precisa ser abraçado por amor. Existem também as vocações pessoais, pai e mãe, sacerdote, religiosa, celibatário, casados, vocações diretamente ligadas ao serviço do Reino de deus, do evangelho, porque o mundo tem sede de Deus e finge que não têm, as pessoas estão em busca do verdadeiro sentido da vida. Você já se perguntou qual é a sua vocação? O que você sente quando se trata deste assunto, teria coragem de perguntar e responder?
É um Mistério que o homem acolhe e vive no mais íntimo do seu ser, que quando plenamente vivida transborda para os outros e para o mundo. Ela é uma descoberta pessoal, mas que atinge seu sentido mais profundo, quando vivida em função de um povo, de uma missão. Os dois discípulos de João começaram a seguir Jesus, este voltando para trás e, vendo que eles o seguiam perguntou-lhes: “Que procuras?” Eles responderam: “Mestre onde moras?” Ele respondeu: “Vinde e vede!” Foram, e viram onde morava e permaneceram com ele aquele dia. (cf. João 1,35-39) Sempre é tempo de responder, vem e segue-me!
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