Deus abençoe o Brasil!
“Feliz o povo cujo Deus é o Senhor e a nação que escolheu por sua henrança”. (Sl 32, 12).
Essa frase do Salmo 32 me acompanhou neste período eleitoral que a nação brasileira viveu. Creio que o desejo do coração de cada brasileiro é ver a nação prosperando, a pobreza sendo erradicada, o respeito a liberdade religiosa e de imprensa, a defesa da vida, e tantas outras realidades que fazem parte da nossa vida e da nossa história.
Queremos segurança pública, saneamento básico, uma saúde que corresponda com a necessidade do povo e uma educação de qualidade. Meu Deus, como queremos que os nossos jovens sejam cuidados pelos nossos governantes, que exista um empenho para ajudar os que estão viciados no crack e em outras drogas, desejamos Senhor, uma ação orquestrada contra o tráfico de drogas e o crime organizado. O que dizer da necessidade de desarticular a ação da corrupção na política.
Senhor, somos um povo que trazemos no coração a esperança. Amamos o Brasil e precisamos amar mais a nossa nação, temos que ser realmente patriotas. Queremos proclamá-Lo como Senhor do Brasil e desse povo lindo. Seremos felizes se te declararmos e assumirmos como único e verdadeiro Senhor!
O Brasil é um país democrático, e no dia 31 de outubro de 2010, foi escolhida por maioria de votos, a Presidenta que vai governar nossa nação por mais quatro anos, o povo escolheu Dilma Rousseff. Tudo acontece sob a permissão de Deus. Numa democracia cada um tem seu papel: os aliados do governo, a oposição, o povo. Temos que vigiar e exigir que as promessas de campanha sejam colocadas em prática na nação.
Creio que o papel fundamental do povo cristão seja o de sustentar a governabilidade da Presidenta com orações e súplicas, para que tenha sabedoria e capacidade de exercer a função que lhe foi confiada pelo voto da maioria do povo brasileiro. A Bíblia nos diz que “toda autoridade vem de Deus”, cremos na palavra do Senhor, e queremos caminhar nesta palavra.
É hora de liberarmos palavras de benção sobre a vida de Dilma Rousseff, é hora de pedirmos a Deus que a nação brasileira seja abençoada nestes próximos quatro anos, que exista um compromisso com a vida e com os valores morais, éticos e religiosos, mesmo que o Estado seja laico, mas é governado para um povo de fé, um povo religioso, um povo que acredita em Deus e na verdade. A maioria do Brasil é cristã, isso tem que ser levado em consideração.
Continuemos buscando a fidelidade a Deus e não deixemos de abençoar a nossa nação, o nosso povo, os nossos governantes. Somos chamados a abençoar e não a amaldiçoar.
Não abriremos mão das nossas convicções, não abriremos mão da verdade, não abriremos mão da defesa da vida e de tudo o que acreditamos.
O nosso hino nacional diz: “Verás que um filho teu não foge a luta”! Não vamos fugir à luta da oração, da profecia, da busca de um Brasil melhor. Arregacemos as mangas e combatamos o bom combate da fé. São Paulo vai nos lembrar que “as nossas armas são espirituais, capazes de derrubar fortalezas”. (2 Cor 10, 4).
Deus abençoe você, Deus abençoe o Brasil, Deus abençoe a nossa Presidenta!
Estamos unidos por um Brasil melhor.
“Feliz o povo cujo Deus é o Senhor e a nação que escolheu por sua herança”.
Seu irmão,
Pe.Roger Luis
Canção Nova
Programa "Sorrindo pra Vida" hoje (19/07/2010)
Lc 10, 38-42: “Jesus entrou num povoado, e uma mulher, de nome Marta, o recebeu em sua casa. Ela tinha uma irmã, Maria, a qual se sentou aos pés do Senhor e escutava sua palavra. Marta, porém, estava ocupada com os muitos afazeres e casa. Ela aproximou-se e disse: ‘Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha com todo serviço? Manda pois que ela venha me ajudar’. O Senhor, porém, lhe respondeu: Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada com muitas coisas. No entanto, uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”.
Jesus está na casa de seus grandes amigos, Lázaro, Marta e Maria, no povoado de Bethânia, bem próximo de Jerusalém. Era costume do Senhor visitá-los, estar com eles. Maria coloca-se aos pés de Jesus para escutá-lo, para beber de seu ensinamento, de suas palavras, enquanto Marta fica ocupada com as realidades da casa, e fica incomodada com a postura de sua irmã que ao invés de ajudá-la, permanecia sentada aos pés de Jesus. Por isso pede ao Senhor que faça alguma coisa para que Maria pudesse ajudá-la. Com certeza ela ficou surpresa com a resposta de Jesus, dizendo que Maria havia escolhido a melhor parte e que está não lhe seria tirada.
Há um detalhe interessante de se destacar: nenhum mestre ou doutor ensinava a Lei às mulheres, isso era inconcebível, e Jesus estava exatamente ensinando a Maria e também gostaria que Marta experimentasse tudo o que alí estava sendo anunciado, proclamado, partilhado, por isso Ele diz: “Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada com muitas coisas. No entanto, uma só é necessária”!
A tradição vê nesta passagem de Marta e Maria, os símbolos da vida ativa e da vida contemplativa na vida Cristã.
É importante salientar que Marta amava Jesus tanto quanto Maria, ela somente se envolveu no grande desejo de serví-Lo, e que por isso estava perdendo uma das grande oportunidades de sua vida: escutar a Palavra do Mestre, do Senhor. Ela deveria estar cozinhando algo gostoso para Jesus se alimentar, arrumando a casa para Ele se sentir mais acolhido, ela não o estava desprezando, estava distraída com a hospitalidade que falava forte ao seu coração, porém, naquela hora, era o coração de Marta que precisava acolher, hospedar a Palavra do Senhor.
As vezes corremos esse risco de estar tão ocupados em fazer algo para Jesus que deixamos de estar em comunhão com Ele. Nos distraimos no trabalho, no serviço ao Senhor, e não bebemos da graça, não o escutamos, não nos colocamos aos seus pés para sermos restaurados. Jesus não condenou a atitude de Marta, só tentou despertá-la para que desse prioridade ao mais importante: estar com Ele. Ela estava servindo a Jesus, mas é possível um serviço a Jesus perder a essência, tornando-se um mero trabalho cheio de tarefas, totalmente desprovido do contato necessário com o Senhor na oração e na escuta da Palavra.
Quando o Papa Bento XVI visitou San Giovani Rotondo onde se encontra o corpo do Pe.Pio, ele tocou em algo muito importante que hoje temos diante de nossos olhos: “Os riscos do ativismos e da secularização estão sempre presentes…muitos de vós estão totalmente ocupados pelas mil solicitações de serviço, e correm o risco de esquecer o que é verdadeiramente necessário: ESCUTAR A CRISTO PARA CUMPRIR A VONTADE DE DEUS”. E no Angelus deste domingo (18/07/2010) ele disse que temos que nos colocar em escuta e vivência da Palavra, pois todo o resto vai passar, somente a Palavra do Senhor permanece para sempre.
O ativismo muitas vezes previlegia o fazer, mas dificulta a fecundidade da nossa evangelização, pois vamos nos esvaziando em fazer, portanto, a evangelização precisa estar alicerçada na oração e na meditação da Palavra de Deus. “Quando o ativismo toma o lugar da oração, nada sobra além de uma alma vazia”.
Quantas coisas tem ocupado o lugar do Senhor na nossa vida? Na organização da nossa vida diária, temos tempo para o trabalho, para o lazer, para a convivência, para o cuidado com a saúde, para a academia, porém, temos que nos perguntar: tem lugar para o Senhor, para a escuta da Palavra e da oração no nosso dia? Jesus está em primeiro lugar na minha agenda? Ele tem sido priorizado?
Temos que ter um equilibrio, ser um pouco de Marta e um pouco de Maria. Temos que servir, que trabalhar, que assumir pra valer nossas responsabilidades, mas também, temos que buscar a Deus em oração todos os dias, nos alimentar de sua Palavra, escutá-Lo, viver a mesma intimidade que Maria ali tinha com o Senhor, sentada aos Seus pés: “Maria escolheu a melhor parte, e isso não lhe será tirado”. Experimente começar o seu dia na presença do Senhor, lendo a Palavra, e você vai perceber um grande renovar do Espírito na sua vida e em tudo o que fizer.
Um dos maiores teólogos do séc.XX chamado Karl Rahner tem uma frase muito famosa: “O CRISTÃO DO FUTURO SERÁ UM MÍSTICO, OU NÃO EXISTIRÁ MAIS”.
Temos que dar esse passo, de sermos místicos, contemplativos na ação, fazendo da nossa vida uma constante atitude de oração. Aqui na Canção Nova aprendemos com o Mons.Jonas Abib a orar ao ritmo da vida. Se faz necessário pararmos aos pés de Jesus todos os dias para escutar Sua Palavra, sua direção, para estarmos em comunhão de oração com Ele.
O Catecismo nos ajuda nesta reflexão e chama nossa atenção para a determinação da oração em nossa vida: “No inconsciente de muitos cristãos, rezar é uma ocupação incompatível com tudo o que eles devem fazer: não têm tempo. A tentação mais comum, mais oculta, é a nossa falta de fé, que se exprime não tanto por uma incredulidade declarada quanto por uma opção de fato. Quando começamos a orar, mil trabalhos ou cuidados, julgados mais urgentes, apresentam-se como prioritários; de novo, é o momento da verdade do coração e de seu amor preferencial. Com efeito, voltamo-nos para o Senhor como último recurso; mas de fato acreditamos nisso? As vezes tomamos o Senhor como aliado, mas o coração ainda está na presunção. Em todos os casos, nossa falta de fé revela que não estamos ainda na disposição do coração humilde: ‘Sem Mim, nada podeis fazer’ (Jo 15, 5).” (CIC 2726 e 2732).