Educar no Amor

Tem duas frases de Dom Bosco maravilhosas para nós pais:

1- Na arte de ensinar, não podemos deixar de repetir.

2- Não basta amar o jovem, é preciso que ele saiba que é amado.

O Monsenhor Jonas, numa formação para os casais da comunidade, nos confortou muito, nos falando que, “na adolescência, é duro para os pais cristãos quando seus filhos começam a querer derrubar todos os valores que construíram nele com tanto esforço e sacrifícios. Mas que não devemos nos desesperar, porque depois, quando esse mesmo adolescente for construir seus próprios valores, construirá utilizando das peças que tem: os mesmos valores que recebeu de seus pais”.

A graça da fé, da esperança e do amor são virtudes do cristão, são virtudes nossas: pais cristãos.

Um testemunho meu…

Quando o meu filho fez quatro anos e mudou de escola, passou a assumir um comportamento muito agressivo com os coleguinhas: não tinha um dia que não batia em uma ou mais crianças. Eu e meu esposo sabíamos que ele estava assumindo o comportamento de uma criança da sala, hiper-ativa, com uma história de rejeição muito triste. Mas eu e um esposo nos avaliamos como pais: em que nós estamos errando. Então concluímos que nosso tempo com nosso filho acordado não chegava há quatro horas e meia por dia e, que nesse tempo, fazíamos muitas coisas que não o envolviam, como ver jornal, pintar um quadro, fazer estudo bíblico ou rezar o rosário. Foi duro, mas percebemos que muitas vezes estávamos com ele ali por perto, mas não nos dando a ele. Suprindo suas necessidades materiais: janta, banho, escovar os dentes. Mas não totalmente as necessidades emocionais de atenção. Nessa avaliação, percebemos que continuamos hábitos que trouxemos de casa, da formação que tivemos, pois somos de uma geração onde a TV foi a grande novidade: nossas famílias, assim que puderam comprar uma, ligavam a TV toda noite e, mesmo quando não paravam em frente dela para assisti-la, ficava sempre aquele som dela de fundo. Por condicionamento, continuamos isso em nossas casas, não é mesmo? Claro que hoje, não vemos novelas ou outras porcarias que ofendem nossa moral cristã, mas tomamos consciência que, estando em casa, acabávamos ligando a TV. Mesmo sendo a Canção Nova, um jornal ou um programa educativo, isso nos tirava um tempo precioso onde poderíamos estar convivendo nosso filho. Mudamos radicalmente e passamos a dedicar todo o nosso tempo com ele em atividades que envolvem nós três. Meu marido o pega na escola e leva no treino de futebol e ele se sente o máximo, porque é um dos poucos meninos que o pai assiste o treino. Brincamos, rimos, contamos história, fazemos bagunça, rezamos juntos… Mas também estipulamos que 9:30 é hora de dormir. Só depois vamos cuidar de outras coisas. Não é nem preciso dizer que ele melhorou muito o comportamento.

Tem coisas que eu e meu esposo consiguimos com o nosso filho, aos pés do Santíssimo, rezando todos os dias por ele. As intenções vão mudando conforme as necessidades e desafios vão aparecendo, mas são sempre insistentes e, enquanto não alcançamos a graça, não paramos de pedir. Além disso, peço às avós que rezem também por nosso filho. Oração de avó é uma beleza, elas são muito mais persistentes que nós e o Estêvão tem a graça de duas avós que são mulheres de oração. Uma das graças que alcançamos aos pés do Santíssimo, foi a do meu filho ter amor pela Eucaristia. Pela Palavra de Deus ele sempre se interessou, pois gosta de ler e de histórias as histórias. Mas na Igreja se portava muito mal, só queria saber de ficar correndo lá fora com as outras crianças. Eu pensava: “Isso é pra eu lembrar de que não posso esmorecer de interceder por ele.” – Numa Missa depois de fazer pirraça na frente de minha mãe, ela me convidou para fazermos uma hora de adoração e intercedermos por essa intenção específica no Santíssimo. Naquela semana já, um dia meu filho acordou cedo e pediu para ir a Missa comigo. Eu disse a ele: “Está bem, mas terá que fazer genuflexão, pois a gente não entra na casa de alguém sem dizer ‘oi’. Terá que ficar em pé na hora do Evangelho e ajoelhar quando Jesus chegar na Eucaristia. Rezar o Pai Nosso em pé, de mão dada com a mamãe. E não ficar rindo e correndo para fora. Você aceita?” – Ele aceitou e, daquele dia em diante, o mau comportamento deixou de ser a regra, para ser a exceção. De vez em quando até ajuda como coroinha com os outros meninos da vila onde moro.

Outra “arma secreta” poderosa é pedir o batismo no Espírito Santo para nossos filhos. Numa noite o Estêvão me disse: “Mamãe, eu não quero mais bater nos meus amiguinhos, nem fazer pirraça, porque eu quero ir para o Céu. Só que eu não consigo…” – Então eu respondi a ele: “Eu sei, meu filho. Eu também não consigo ser sempre boa, eu peço ajuda do Espírito Santo. Sozinho é muito difícil à gente fazer sempre o que é certo, mas se você pedir o Espírito Santo, Ele vai te ajudar a ser um vencedor!” – Na mesma hora, o Estevão rezou de todo coração: “Espírito Santo, me ajude a não fazer mais pirraça, a não bater, nem brigar com meus amiguinhos. Me ajude também que o meu pé de feijãozinho cresça logo (ele tinha plantado um feijãozinho, como motivação numa formação das crianças da comunidade, e andava muito interessado pelo crescimento do feijão) e que eu pare de roer a unha. Obrigado Espírito Santo!”

Assim, todas as noites fez essa oração. Eu dizia: “Hoje você quer rezar falando, ou cantando?” – Quando era cantando era assim: “Vem, vem, vem, Espírito Santo, transforma a minha vida…”. – E o Estêvão também orava em línguas bem forte!

Então começou a comemorar comigo: “Obrigado Espírito Santo: 2 dias sem fazer pirraça!” – “…5 dias…” – “10 dias!” – “Ops: fiz pirraça hoje…” – Ou: “Ops: hoje bati no meu vizinho…” – Vamos começar tudo outra vez… Ah: Obrigado Espírito Santo: parei de roer a unha”

Tudo que é difícil, fica fácil com a ajuda do Espírito Santo! Então, mãos a obra: Rezemos “por” e “com” nossos filhos. Em uma formação para evangelizados de criança.

Padre Jonas Abib nos disse: “Peçam o batismo no Espírito Santo para as crianças, é o que de melhor podem fazer com ela. Todos os recursos que usam, materiais didáticos, recursos audiovisuais, cores, etc…, são como a cobertura de chocolate de um bolo, mas a massa do bolo que leva ovos, trigo, leite, o alimento, é o batismo no Espírito Santo que vai dar continuidade à graça de Deus na vida da criança, que vai cuidar da semente que vocês plantaram, mesmo quando não estiverem por perto para protegê-la.”

Adelita Frulane – Comunidade Canção Nova

Você já fez a experiencia de pedir o Batismo no Espirito Santo para os seus filhos? Partilhe.

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