Os peregrinos em Portugal têm um destino certo: Fátima.
Os espaços que recordam os acontecimentos em torno das aparições de 1917 formam o complexo do Santuário, constituído pela Capelinha das Aparições, Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima (onde estão os túmulos dos pastorinhos); Basílica da Santíssima Trindade; Valinhos; casas dos videntes; entre outros.
Outro local pouco visitado é a Paróquia de Fátima, onde Jacinta, Francisco, Lúcia e suas famílias vivenciaram sua vida de fé e devoção. Na igreja paroquial, estão a pia batismal em que receberam o primeiro sacramento da Iniciação Cristã e os mesmos sacrário e púlpito diante dos quais adoravam o Santíssimo Sacramento.
Entre a paróquia e o Santuário, existe um grande marco: maio de 1917, quando deu-se a primeira aparição da Virgem Maria na Cova Iria. Em 1916, aconteceram as primeiras visitas do céu com três aparições do Anjo de Portugal, que preparam as do ano seguinte.
Muitas são as reflexões a serem feitas sobre o fenômeno Fátima, que marcou profundamente a história e a Igreja no século XX. Uma mensagem simples e, ao mesmo tempo, profética. Jacinta e Lúcia morreram pouco tempo depois das aparições, mas Lúcia ficaria “mais algum tempo” porque teria a missão de propagar ao mundo a devoção ao Imaculado Coração de Maria.
Uma responsabilidade anunciada pela Mãe de Deus em junho de 1917:
– Sim; a Jacinta e o Francisco levo-os em breve. Mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-Se de ti para me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. [A quem a abraçar, prometo a salvação; e serão queridas de Deus estas almas, como flores postas por Mim a adornar o Seu trono].
– Fico cá sozinha? – perguntei, com pena.
– Não, filha. E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus.
(Das Memórias de Irmã Lúcia)
De uma vida de pastora à clausura de consagração religiosa. No final de um intenso percurso espiritual, Lúcia morreu em 13 de fevereiro de 2005 no Carmelo, em Coimbra, aos 97 anos. Ao longo de sua vida religiosa foi a grande propagadora da devoção ao Imaculado Coração de Maria, conforme o que a Virgem Santíssima lhe revelou também, numa aparição somente a ela em 1925:
– Olha, minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos, que os homens ingratos a todos os momentos Me cravam, com blasfémias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que todos aqueles que durante cinco meses, ao primeiro sábado, se confessarem, receberem a Sagrada Comunhão, rezarem o Terço e me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 Mistérios do Rosário com fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes, na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas.
Muitos são os fiéis de diversas nações que praticam tal devoção e se veem muito mais íntimos da Mãe do Céu. Uma veneração individual ou para o mundo inteiro.
Após os apelos de Nossa Senhora na Cova da Iria e indicações dadas por Lúcia, vários papas promoveram a consagração ao Imaculado Coração de Maria. Contudo, a consagração que cumpriu os requisitos foi a realizada por São João Paulo II a 25 de março de 1984. Um papa que teve uma forte ligação com a Virgem de Fátima, sobretudo depois do atentado sofrido em 13 de maio de 1981.
Naquela ocasião de 1984, a Imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima foi deslocada ao Vaticano, a pedido do próprio João Paulo II, especialmente para a realização da consagração em união com os bispos de todo o mundo.
Os olhos que viram Nossa Senhora e debruçaram-se sobre milhares de cartas escritas e recebidas. O serviço de Lúcia de Jesus Rosa dos Santos foi intenso numa vida dedicada aos seus compromissos no convento e a divulgar a veneração ao Imaculado Coração de Maria. Uma das formas foi através de correspondências e variados escritos, constituindo um acervo riquíssimo, considerado um precioso patrimônio de fé e histórico.
Lúcia deixa um legado de uma grande missão e, ao mesmo tempo, uma vida simples, apesar de ter sido protagonista de importantes acontecimentos. Conservava sempre a humildade e a fidelidade à missão confiada.
Que como a futura beata da Igreja, saibamos levar uma vida centrada em Cristo por meio do Imaculado Coração de Maria!
Gracielle Reis –Missionária da Comunidade Canção Nova
JORNALISTA – TV Canção Nova Portugal.
Carioca, jornalista pela Universidade Federal Fluminense (UFF); Bacharel e Licenciada em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ): pós-graduação em Logoterapia, pela Associação de Logoterapia Viktor Emil Frankl (ALVEF).
Profissional com trabalho específicos voltado ao público feminino e famílias. Instrutora do Método de Ovulação Billings e Consultora de Imagem, Estilo e Coloração Pessoal.