Jubileu 2025

“Jubileu” é o nome de um ano particular:

Parece derivar do instrumento que se usava para indicar o seu início; trata-se do yobel, o chifre do carneiro, cujo som anuncia o Dia da Expiação (Yom Kippur). Esta festa recorre a cada ano, mas assume um significado especial quando coincide com o início do ano jubilar. Encontramos uma primeira ideia disto na Bíblia: o ano jubilar tinha que ser convocada a cada 50 anos, já que era o ano “extra”, a mais, que se vivia cada sete semanas de anos (cf. Lv 25,8-13). Ainda que fosse difícil de realizar, foi proposto como ocasião para restabelecer uma correta relação com Deus, entre as pessoas e com a criação, e implicava a remissão de dívidas, a restituição de terrenos arrendados e o repouso da terra.

Caminho para o Jubileu

Por vontade do Papa Francisco, os dois anos que precedem o Jubileu são dedicados à redescoberta do ensinamento do Concílio (primeiro ano) e à oração (segundo ano).  Em 2023 foi proposto caminhos e momentos de reflexão sobre as quatro constituições conciliares: Dei Verbum, Sacrosanctum Concilium, Lumen Gentium, Gaudium et Spes e com relação a 2024, refere-se o Papa: «Desde já, apraz-me pensar que o ano que precede o evento jubilar, 2024, possa ser dedicado a uma grande ‘sinfonia’ de oração”. Um tempo para reaprender a centralidade da oração.

Histórico dos Jubileus

Primeiro Jubileu – Em 22 de fevereiro de 1300, Papa Bonifácio VIII proclamou o Ano Jubilar de 1300, enfatizando que os romanos que visitassem as basílicas de São Pedro e São Paulo trinta vezes durante um ano receberiam uma indulgência plenária, enquanto que para os peregrinos que vinham de fora de Roma eram suficientes quinze visitas. A partir daquela data os jubileus aconteceriam a cada 50 anos.

Em 19 de abril de 1470, com a bula Ineffabilis Providentia, Papa Paulo II, mencionando expressamente a visita das basílicas de São Pedro, São Paulo, São João de Latrão e Santa Maria Maior, estabeleceu que a partir de 1475, os jubileus eram celebrados­ a cada 25 ano.

Tivemos na história 27 jubileus entre ordinários e extraordinários.

O último foi em 2015. Com a bula Misericordiae Vultus de 11 de abril de 2015, o Papa Francisco declarou um Jubileu para o 50º aniversário do fim do Concílio Vaticano II. O Jubileu foi dedicado à misericórdia.

Sinais do Jubileu – Peregrinação

A etimologia da palavra “peregrinação” é eloquente e passou por poucas mudanças de sentido. A palavra, na verdade, deriva do latim para ager que significa “através dos campos”, ou para eger, que significa “travessia de fronteira”: ambas as raízes lembram o aspecto distinto de embarcar em uma jornada.

Abraão, na Bíblia, é descrito como seguir, como uma pessoa em uma jornada: “Afastamento-se de sua terra, de seus parentesco e da casa de seu pai” (Gen 12:1), com estas palavras começa sua aventura, que termina na Terra Prometida, onde ele é lembrado como “arameu errante” (Dt 26:5). O caminho, na realidade, é construído progressivamente: há vários itinerários para escolher, lugares para descobrir; situações, ritos e liturgias, companheiros de viagem permitem enriquecer-se com novos conteúdos e perspectivas. A contemplação da criação também faz parte de tudo isso e é uma ajuda para aprender que cuidar dela “é uma expressão essencial de fé em Deus e obediência à sua vontade” (Francisco, Carta para o Jubileu 2025).

Sinais do Jubileu – Porta Santa

Do ponto de vista simbólico, a Porta Santa assume um significado particular: é o sinal mais característico, porque o objetivo é ser de capaz atravessá-la. Sua abertura pele Papa constitui o início oficial do Ano Santo. Originalmente, havia uma única porta, na Basílica de São João Latão, que é a catedral do bispo de Roma. Para permitir que os muitos peregrinos fizessem o gesto, as outras Basílicas Romanas também ofereceram essa possibilidade.

Ao passar por esse limiar, o peregrino se lembra do texto do capítulo 10 do Evangelho segundo João: “Eu sou a porta: se alguém entrar através de mim, ele será salvo; ele vai entrar e sair e encontrar pasto. O gesto expressa a decisão de seguir e deixar-se guiar por Jesus, que é o Bom Pastor.

Sinais do Jubileu – Oração

Os momentos de oração feitos durante a viagem mostram que o peregrino tem os caminhos de Deus “em seu coração” (Sl 83,6). Também para esse tipo de descanso servem as paradas e as várias etapas, muitas vezes fixadas em torno de edículas, santuários ou outros lugares particularmente ricos do ponto de vista do significado espiritual, onde se percebe que – antes e ao mesmo tempo – outros peregrinos passaram e que caminhos de santidade percorreram essas mesmas estradas.  As estradas que levam a Roma, na verdade, muitas vezes coincidem com a jornada de muitos santos.

Sinais do Jubileu  Reconciliação

O Jubileu é um sinal de reconciliação, pois abre um “tempo favorável” (cf. 2 Cor 6:2) para a própria conversão. Coloca-se Deus no centro de sua existência, movendo-se em direção a Ele e reconhecendo Sua primazia. Concretamente, é uma questão de viver o sacramento da reconciliação, de aproveitar esse tempo para redescobrir o valor da confissão e receber pessoalmente a palavra do perdão de Deus.  Existem algumas igrejas jubilares que oferecem essa possibilidade continuamente

Roma – Jubileu 2025  

«Spes non confundit – a esperança não engana» (Rm 5, 5). Com estas palavras o Santo Padre Papa Francisco promulgou oficialmente o Jubileu de 2025. O Papa espera que seja um momento de encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, «porta» de salvação

O tema é: Peregrinas da Esperança. Que o Jubileu seja, para todos, ocasião de reanimar a esperança, almeja o Santo Padre.

Sergio Coutinho – Comunidade Canção Nova

Fonte: https://www.iubilaeum2025.va/pt.html