Os sinais de Deus nos nutria para ter outro filho

Inverno de 2009. Foi ali que parei a narrativa da primeira fase de nosso testemunho de família.

Agora, vamos adiante! Após sete anos, finalmente consegui colocar para fora grande parte do que se passou no coração de nossa família: os sentimentos, os ensinamentos e a experiência de Deus que tivemos no momento da prova e da dor. Nosso filho nasceu com seis meses de gestação devido à eclâmpsia que minha esposa passou. Foram muitas complicações que nos colocaram frente a frente com a morte. Para a glória de Deus, ambos superaram esse tempo!

1600x1200Foto:  Darrya/ by Getty Images

“A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já não se lembra da aflição, pelo prazer de haver nascido um homem no mundo” (João 16,21).

A presença de nosso bebê em casa trouxe-nos uma alegria imensa, tal e qual o versículo acima. Tanto quanto ele precisava de nós, sua presença era a nossa necessidade. Estar com ele era mais intenso do que os sentimentos que tínhamos com as lembranças dolorosas. Os sinais de Deus que vivemos nos nutriam e mantinham em pé.

Tudo o que vivemos nos colocou mais atentos e ligados ao essencial. Paramos de perder tempo com as coisas que passam e com as mesquinharias. Ter uma experiência pessoal com o Senhor nos dá a graça de refletirmos mais a Face de Deus; e isso provoca um olhar e um julgamento diferente frente à vida. A vocação à santidade, a família, os amigos, dentre outras poucas coisas, são o que realmente fazem a diferença. Tudo isso nos motivou a querer ter mais um filho. Porém, precisávamos pensar bem, pois era mais importante cuidar daquele que Deus nos assegurou, do que morrer tentando outro.

Assim, essa decisão não foi do dia para noite, mas um caminho de três anos!

“Honra o médico por causa da necessidade, pois foi o Altíssimo quem o criou. Meu filho, se estiveres doente não te descuides de ti, mas ora ao Senhor, que te curará. Em seguida, dá lugar ao médico, pois ele foi criado por Deus; que ele não te deixe, pois sua arte te é necessária” (Eclo 38,1.9.12).

Prudência

Logo após a recuperação da Elisa, foram meses e meses tomando remédios neurológicos e de controle de pressão. Seu acompanhamento foi feito por um endócrino, neuro, nefro e ginecologista. Nós dois fizemos terapia psicológica. Só com muito tempo isso foi se espaçando. Em 2012, verificamos a possibilidade de nova gestação. O discurso era bem semelhante entre eles: “Um raio não cai no mesmo lugar duas vezes, mesmo assim, vamos fazer um acompanhamento mais rigoroso durante a gestação. Nada deverá nos pegar de surpresa!”.

Temos pessoas que nos acompanham dentro da Comunidade Canção Nova. São formadores, coordenadores, conselheiros… e também a eles fomos consultar. Mediante o discernimento dos fatos até ali, tivemos também o consentimento deles.

Por fim, em oração, percebíamos inumeráveis sinais de que Deus também nos aprovava em nossa decisão. O sinal derradeiro seria alcançar o milagre de nova gravidez, pois, como disse em textos anteriores, a minha fertilidade era drasticamente abaixo do mínimo necessário. E essa demonstração se fez, pois, em dois meses, após nossa tomada de decisão. Minha esposa já se encontrava grávida!

Leia a primeira fase desse testemunho:

:: Deus não faz o milagre pela metade
:: Eclâmpsia, uma notícia fulminante
:: Nasce o nosso filho ao sexto mês de gestação
:: A realidade do ser humano: ter sofrimentos

Apesar de toda aprovação dos médicos e dos sinais de Deus, carregávamos nossas fragilidades. Instalou-se em nosso coração um estado de tensão contínua, que, de certa forma, era esperada; e todos haviam nos preparado para isso.

A medicina é uma profissão abençoada por Deus! Mas essa situação toda com nosso primeiro filho mostrou-nos que ela sabe muito pouco ainda sobre os mistérios da vida. Ela mesma nos ensinou que nosso conforto precisa estar nas mãos de Deus, e não nela mesma. Pois, logo nos primeiros meses da gestação de nossa filha, a pressão da Elisa começou a sofrer alterações, mostrando-nos que é, sim, possível que um raio caia duas vezes no mesmo lugar. Os medicamentos que poderiam ajudar a baixar a pressão dela, por meio do “afinamento” do sangue, não puderam ser tomados, pois a Elisa era alérgica a eles.

Nosso conforto deve estar somente quando colocamos a nossa vida nas mãos de Deus!

Até o próximo trecho.
Roger de Carvalho

Próximo texto.


Roger de Carvalho, natural de Brasília – DF, é membro da Comunidade Canção Nova desde o ano 2000. Casado com Elisangela Brene e pai de dois filhos. É estudante de Teologia e Filosofia.

 

1 comentário

  1. Josilene Mercês

    Louvado seja Deus por sua família! Obrigada pelo testemunho, estou encantada com a forma que Deus foi trabalhando na vida de vocês! Que esse testemunho possa chegar a todos aqueles que passaram e passam por situações semelhantes e possa lhes dar esperança e fortalecer a fé!

  2. Pingback: Nasceu com seis meses de gestação e não ficou com sequelasRoger de Carvalho

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