Chegamos ao fim da primeira fase de partilha da história de minha família. Essa fase foi marcada pelo início da gestação do nosso primeiro filho, o André. Foi um caminho difícil, pois, ao sexto mês de gestação, minha esposa enfrentou a eclâmpsia. Nosso filho nasceu nesse susto. A Elisa passou 22 dias hospitalizada, dentre os quais, 15 dias na UTI com muitas complicações. Ao mesmo tempo, nosso filho ficou 76 dias na UTI infantil.

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Um caminho duro, mas fecundo

Durante todo esse caminho, não foi fácil parar para descrever exatamente o que se passou em nossos corações. Para você fazer a experiência, transcrevo três dos mais de 50 pequenos textos que escrevi, a fim de atualizar nossos irmãos de comunidade e familiares sobre a situação de saúde de nosso filho:

05/06/2009
“Família,

Hoje nosso filho está com 1,480 kg, portanto, menos que ontem.
Segundo a médica, o bebê normalmente ganha cerca de 25g
por dia. Ganha-se mais do que isso; no outro dia, pode perder um
pouco. Ele está mamando 29ml por vez.
A Elisa não está muito bem por causa de um mal-estar que a ataca.
Ontem, precisou passar no Posto Médico Pe. Pio; à noite, ela melhorou.
Deus abençoe.

16/06/2009
“Família,

Vamos a mais um capítulo da História de Salvação do André:
Ele já pesa 1,940kg. Ontem, ele que mamava (pela mamadeira)
apenas 5ml, hoje conseguiu mamar 25ml. Deus é bom!
Ontem, a pediatra conversou bem com a Elisa e o Roger sobre o estado do André.
Fazendo uma retrospectiva, se ele estivesse na barriga da

Elisa, estaria com 34 semanas (lembrando que o bebê nasce com 40
semanas de gestação). A doutora não quer correr riscos liberando-o
da UTI antes disso. Ela se surpreendeu como o André ganhou peso e tamanho tão rápido
e sem complicações de infecções ou inflamações, dizendo que foi algo
incomum. O Roger pôde testemunhar para ela sobre a força da oração.
Não vamos parar de rezar!
Deus abençoe.”

03/07/2009
“Bom dia!
Aos titios e titias da Canção Nova.
Oi! Meu nome é André.
Sou filhinho da Elisa e do Roger.
Muito prazer. Muito obrigado por você que rezou por mim enquanto eu
estava na UTI. Agora, eu tô muito feliz, porque mamãe tá comigo!
Ela tá indo muito bem, cuidando de mim bem direitinho. Estamos
aprendendo muitas coisas um com o outro!
Estamos juntinhos desde ontem de tarde aqui no hospital!
Sabe, eu sou muito pequeninho e muito frágil (se bem que já estou mais
do que o dobro de quando eu nasci rsrsrsr), por isso não vou poder
receber visitas por um bom tempo, para não ter perigo de ficar dodói. Por
isso, tô mandando umas ‘fotinhas’ que papai tirou de mim, pra você me
conhecer.
Um abracinho!
André, o Guiborzinho.”

A Elzinha, sobre quem comentei nos primeiros textos do nosso testemunho, era quem repassava essas informações para os irmãos da Comunidade Canção Nova.

Leia mais.

:: Deus não faz o milagre pela metade
:: Eclâmpsia, uma notícia fulminante
:: Lutamos para o nosso filho viver
:: Foram mais de sessenta dias na UTI

Finalmente em casa

No dia 10 de julho de 2009, o André recebeu alta e veio para casa.

Com o tempo, fomos acompanhando a saúde de minha esposa e do nosso filho. Nenhum deles carregava sequela nenhuma, para a Honra e Glória de Deus!

Temos a certeza de que tudo o que passamos foi para que, hoje e até o fim de nossa vida, testemunhemos os milagres de Deus em nossa família, a fim de levarmos esperança às pessoas que sofrem, de que Deus tudo vê!

Mesmo em meio às derrotas, Deus está sempre ao nosso lado, para nos ajudar no sofrimento. Nem sempre acontece o que desejamos; às vezes, aparentemente o mal vence. Mas, ao aceitar a realidade, Deus pode fazer florescer em meio ao árido deserto.

Não acaba por aqui

Não pense que acabou! Depois de toda essa experiência, três anos depois decidimos, com o apoio de cinco opiniões médicas, engravidar novamente. Foi uma gravidez muito bem acompanhada, mas também com complicações. Após o nascimento de nossa filha, ela foi para a UTI, pois também era prematura. Lá, ela contraiu uma infecção. Durante a madrugada, recebemos a notícia de que precisávamos ir ao hospital para nos despedirmos dela, pois não iria aguentar.

O testemunho continua.

Próximo texto.


Roger de Carvalho, natural de Brasília – DF, é membro da Comunidade Canção Nova desde o ano 2000. Casado com Elisangela Brene e pai de dois filhos. É estudante de Teologia e Filosofia.

 

4 Comentários

  1. Roger, não o conheço pessoalmente, sou Ronaldo Sartorelli de São Caetano do Sul-SP e faço parte de um Ministério de música na Paróquia Santo Antonio nesta mesma cidade. Seu ministério nos inspira em nosso serviço ao Altar.
    Gostaria de te parabenizar por esta iniciativa de compartilhar conosco essa sua experiência… Que testemunho maravilhoso! Como Deus é bom e não nos desampara…
    Também sou pai da pequena Luana, hoje com 1 ano e 9 meses. Graças a Nosso Senhor, ela não teve quaisquer complicação desde seu nascimento até hoje.

    Lendo seus relatos cheguei a me emocionar várias vezes imaginando a aflição e angústia que vocês passaram. Acompanhei essa sua jornada desde o primeiro post e todas as semanas entrava em seu blog ávido pela continuação, e depois o lia para minha esposa e depois fiávamos ali meditando sobre o quanto de sofrimento passaram, mas sempre com a lembrança de que tudo no final faz parte dos planos de Deus e que no final certamente tudo faria sentido, como vc mesmo disse.

    Mais uma vez parabéns por essa iniciativa, e deixo aqui meu agradecimento por partilhar esse testemunho conosco. Este é o típico relato que nos engrandece e nos faz acreditar um pouquinho a mais por dia, da tão conhecida frase, de que para Deus NADA é impossível.

    Louvado seja nosso Senhor! Para sempre!!

    Grande abraço, e até semana que vem, porque a jornada continua!

    • Roger de Carvalho

      Oi Ronaldo!

      Muito obrigado meu irmão! Realmente não foi fácil, tanto que levei 7 anos pra conseguir colocar a coisa no papel. Reze por mim e minha família! Isso tudo é para a Glória de Deus!

      Grande abraço!
      Roger de Carvalho.

  2. Oi Roger!
    Também gostaria de lhe agradecer por esse testemunho maravilhoso. Há quase um mês fui internada com miocardite. Ainda estou fazendo o tratamento, mas fiquei onze dias no hospital. Não foi fácil. Tive medo, angústia, ansiedade, frustração. Mas seu testemunho foi uma das coisas que me ajudaram a superar esse período crítico, pois é uma demonstração clara do amor de Deus por nós, e da Sua grandeza. Que Ele continue abençoando sua família!
    Abraços,
    Louise Mota

  3. Roger muitas vezes me emocionei com seus relatos, pois coicidencia ou não ,tenho uma amiga que passou exatamente o que vocês passaram, hoje ela tem 17anos (a filha) e muito amada, me chama de vó Sandra ,comentei e repassei todas suas postagens pra minha amiga , elá ficou impressionada como o distino de voces foram identicos. (Dostino ou nao, sao historias de vida muito parecidas.

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