Papa Bento XVI eleva mais três santos aos altares da Igreja
Neste domingo, 23, na Praça de São Pedro, dia em que a Igreja celebra o Dia Mundial das Missões, Papa Bento XVI celebrou a solenidade que deu de presente a Igreja três novos santos: os italianos, Dom Guido Maria Conforti e padre Luis Guanella, e a espanhola, irmã Bonifácia Rodriguez de Castro.
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.: NA ÍNTEGRA: Homilia de Bento XVI
Durante a homilia, o Papa Bento XVI destacou, a luz da Liturgia de hoje, que a exigência principal para cada um de nós é que Deus esteja presente na nossa vida: “Ele deve, como diz a Escritura, penetrar todos os cantos do nosso ser e preencher-nos completamente”.
“Jesus leva a entender que a caridade pelo próximo é tão importante quando o amor a Deus. De fato, o sinal visível que o cristão pode mostrar para testemunhar ao mundo o amor de Deus é o amor pelos irmãos”, disse, assinalando que os três novos santos, canonizados hoje, se deixaram transformar pela caridade divina e a ela dedicaram sua existência.
Mencionou o Salmo 17 que diz que o Senhor é fiel ao seu consagrado e recordou a vida de São Guido Maria Conforti. “Desde quando, ainda criança, teve que superar a oposição do pai para entrar no Seminário, deu prova de um caráter firme no seguir a vontade de Deus, no corresponder por completo àquela caritas Christi que, na contemplação do Crucificado, o atraía a si”.
Falando de São Luís Guanella, sublinhou: “O testemunho humano e espiritual dele é, para toda a Igreja, um particular dom de graça. Durante a sua existência terrena, ele viveu com coragem e determinação o Evangelho da Caridade, o “grande mandamento” que também hoje a Palavra de Deus nos recordou”.
O Papa remeteu-se a Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses e comparou a metáfora dos trabalhos manuais na ação evangelizadora as virtudes de Santa Bonifácia Rodríguez de Castro: “Quando São Paulo escreve a carta, trabalhe para ganhar o pão; parece evidente, pelo tom e exemplos empregados, que é no trabalho que ele prega e encontra seus primeiros discípulos. Esta mesma intuição moveu a Santa Bonifacia, que desde o início soube aliar seu seguimento a Jesus Cristo com o esmerado trabalho cotidiano”.
“Te amo, Senhor, minha força”, conclui Bento XVI pedindo que a exemplo do amor dos novos santos para com Deus, os cristãos deixem-se guiar por seus ensinamentos. “Que a nossa existência torne-se testemunho de autêntico amor por Deus e pelo próximo”, finalizou.
Os novos santos
São Guido Maria Conforti
– Nasceu em Ravadese (Parma, It) em 30/03/1865. Foi batizado no mesmo dia.
– Com 11 anos ingressou no seminário, mas uma doença atrasou dua ordenação
– Ainda seminarista, foi nomeado vice-reitor do seminário e orientou os jovens a santidade
– Ordenado em 1888
– Jovem sacerdote, nomeado diretor da Pia Obra da Congregação da Fé e, antes de completar 30 anos, chamado a ser vigário geral.
– Fundou a Pia Sociedade de São Francisco Xavier
– Em 1902, com 37 anos, foi chamado pelo Papa Leão XIII a dirigir Arquidiocese de Ravenna
– Em 1907, o Papa o fez bispo da Diocese de Parma, onde permaneceu por 24 anos e promoveu a instrução religiosa
– Morreu em 5 de novembro de 1931. Os milagres para sua beatificação foram verificados no Barundi e no Brasil
– Foi beatificado por João Paulo II em 17 de março de 1996
São Luís Guanella
– Nasceu em Frascicio, Campodolcino, Diocese de Como, em 19 de dezembro de 1842. Recebeu o Sacramento do Batismo no dia seguinte.
– Filho de cristãos exemplares, dedicados a família, ao trabalho do campo e pastoreio. Juntos recitavam o rosário e liam sobre a vida dos santos
– Foi ordenado sacerdote na Diocese de Como
– Por um triênio foi estar com Dom Bosco, em Turim
– Regressou para sua Diocese e fundou as “Filhas de Santa Maria da Providência”
– A expansão da obra deu origem a “Casa da Divina Providência” e para auxiliar na assistência aos pobres se reuniu a um grupo de sacerdotes: “Servos da Caridade”
– Frase deste santo: “Não se pode parar enquanto houver pobres a socorrer”
– As congregações se espandiram na Itália, países vizinhos e América do Norte
– Em 1915 ajudou as vítimas do terremoto no Abruzzo, na Itália
– Morreu em 24 de outubro de 1915. “ A morte é uma mãe que abraça seu filho (…) é o anjo que nos reconduz a pátria”.
Santa Bonifácia Rodriguez de Castro
– Nasceu em Salamanca, na Espanha, em 6 de junho de 1837
– é a primogênita de 6 irmãos
– Precisou trabalhar cedo, pro ocasião da morte de seu pai. Trabalhou fazendo terços e depois um simples laboratório de artesanato
– Seu testemunho começa nesta fase, quando suas amigas iam a sua casa- laboratório para se sentirem protegidas dos perigos da época. Elas a tinham como uma mestre-espiritual. Passavam parte do domingo rezando a Nossa Senhora e a São José
– Em 1970, partilhou com um jesuíta, sua experiência com estas jovens. Ele propôs que ela fundasse uma congregação. Se tornariam, em 10 de janeiro de 1874, as Servas de São José
– Passou por muitas provações, precisou unir-se a outra congregação
– Para resolver os problemas precisou fundar uma nova comunidade. Em Zamora, cumpre fielmente o objetivo de sua primeira congregação: recolher jovens abandonadas, dar trabalhos a domesticas, proporcionar uma vida digna para encontrar Deus
– Em 1901, Papa aprova sua congregação
– Morre em 18 de agosto de 1905