Quando estamos diante de um conflito juvenil procuramos a causa dos problemas fora e quase nunca dentro, esquecendo-nos de que a maioria dos problemas dos jovens nasce do ambiente onde vivem e onde desenvolvem a própria personalidade. A família continua sendo o centro essencial da serena realização dos jovens, portanto, nada e ninguém pode interferir positiva ou negativamente nas escolhas e no futuro destes jovens. O saudoso Santo Padre João Paulo II, durante seu pontificado, quando se referia à família, várias vezes destacou este aspecto importante e, ao mesmo tempo, delicado na formação e na vida das novas gerações. Por este motivo, gostaria de propor o testemunho de Fausto e Paola, um casal que teve a experiência da importância de se tornarem testemunhos autênticos dos valores humanos e cristãos em família, para assim, evitar a perda dos filhos. Estes pais perderam uma filha para o mundo das drogas, a qual foi reencontrada na luz de Cristo por intermédio da Comunidade Cenáculo, onde também este casal reencontrou o sentido de ser família.

Vamos escutar o testemunhos deles:

Pai: A descoberta que fizemos de que a nossa filha estava fazendo uso de drogas foi um drama para nós dois. Mas, na verdade, os problemas já existiam desde antes, já chegamos à conclusão de que o núcleo familiar que tínhamos interferiu sobre o comportamento da nossa filha. Quando minha esposa se deu conta de que a nossa filha se drogava, foi uma cruz que nos pegou de improviso e naquele momento posso dizer que provei sensações terríveis como pai, as quais jamais pensei provar: primeiro a de muita raiva ao ver o desespero da minha filha e segundo a da minha própria aflição como pai, já que me culpava por tudo e repensava angustiadamente em toda a minha vivência como pai e marido.

De fato, depois que minha esposa ingressou na comunidade, vi que aconteceu um verdadeiro milagre: De um lado, pela minha filha e do outro, no que diz respeito a nós como família. Um dia, pedi que uma moça me contasse em que estado se encontrava quando entrou na comunidade e ela me respondeu que esteve em estado bem pior do que a minha filha. A partir dessa afirmação, meu coração se abriu e comecei a confiar na salvação da minha filha, mesmo que, para mim, fosse difícil acreditar em algo que estava além da minha razão. Entretanto, diante daqueles testemunhos resolvi também abraçar o caminho que me estava sendo proposto. O milagre maior foi que minha filha entrou na casa que ficava localizada vizinha a Lourdes, na França. No dia em que a acompanhei, parei diante daquela Nossa Senhora que nunca tinha visto ou sonhado encontrar, já que meu trabalho, sucesso e presunção nunca haviam me permitido me dobrar diante daquele presença celestial, e rezei um rosário em lágrimas, vendo, ao mesmo tempo, escorrer diante de mim toda a minha vida vazia de verdadeiros valores e de compromissos sérios, visto que estes estavam sempre ligados ao trabalho e ao reconhecimento.

Mãe: Agradeço à Comunidade Cenáculo por aquilo que fez e está fazendo por nós. Em mim aconteceu e continua acontecendo esta transformação. Apesar das dificuldades que encontro todos os dias, hoje tenho confiança e encontro a força para enfrentá-las dia a dia.

Eu me volto agora às mães e aos pais que, neste momento, estão desesperados. Quero gritar a alegria de ter encontrado o Senhor! Quero voltar-me aos pais que não se dão conta de que os filhos estão ma:, eu sei que vocês não se dão conta, porque, muitas vezes, eles escondem, dizem mentiras e você acredita neles ou porque nunca pensam que eles serão capazes de fazer certas coisas, afinal de contas são seus filhos, entretanto, mesmo assim digo: Abram os olhos! Preciso ser sincera, depois de várias tentativas com psicólogos, com assistentes de serviços sociais, quando eles me tranquilizavam e minha filha era aceita pela sociedade e por todos mesmo sendo drogada. Da minha parte, eu não aceitava isso e todos os insucessos das tentativas. Foi quando finalmente encontrei uma luz na Comunidade Cenáculo, onde as mães de outros jovens que ali estavam me diziam: “Coloque-se em oração, pois desta forma você verá que a oração é capaz de sustentar. A oração te ajudará”. Mas, mesmo assim, minha resposta era: “Isso é um absurdo! Sim, posso rezar, inclusive já rezava antes, mas…”. Depois, comecei a fazer o que elas me diziam e comecei a rezar com o coração.

Falei do meu desespero para Nossa Senhora e pedi que ela me ajudasse. Aos poucos fui vendo que isso me sustentava e me enchia de confiança. A grande força que esta comunidade deu a mim e a nós como casal foi a de termos confiança, não termos medo e confiarmos inteiramente em Jesus. Nossa Senhora nos deu essa força! Estivemos em Lourdes, depois em Medjugorje e em ambos os lugares senti a força da presença da Virgem Maria e o dom que ela nos deu por meio da comunidade. Naquele lugar pude conhecer outros pais, rezar junto com eles e orar diante do ícone de Nossa Senhora Mãe da Ternura, que passa por todas as nossas casas. A força da nossa família hoje está em acreditar que, apesar dos insucessos, tentações, raivas que tivemos por não termos conseguido salvar nossa filha sozinhos, foi o amor de Deus que nos salvou.

Senhor Jesus, dê a cada família a consciência da própria missão de educar e conduzir os filhos à vida e à esperança. Faça, Senhor, com que cada família seja reflexo do Teu amor misericordioso e o lugar da abertura dos jovens a Cristo, luz e vida do mundo. Amém!

21. julho 2010 · 3 comments · Categories: Textos · Tags: , , ,

A crise de valores e a perda da identidade parecem caracterizar a vivência atual da sociedade. Neste contexto de grande dispersão e profunda crise social, os jovens, juntamente com a família, são o anel mais exposto e mais vulnerável de toda a cadeia social. Entre as muitas questões que surgem frequentemente, existe uma em particular que parece atrair o interesse: “É hoje possível a coerência com os valores cristãos para os jovens?” A resposta está na multiplicidade de experiências positivas e encorajadoras de muitos dos nossos jovens brilhantes que escolhem caminhos para reafirmar a centralidade de Deus e do homem em uma sociedade que favorece o exterior e aquilo que é desumano.

Tenhamos sempre muito cuidado quando – na televisão e nos jornais – ouvimos falar de jovens desajustados e destruídos que se tornam os protagonistas de cenas de violência, de solidão e de conflitos. Isso revela apenas uma parte de uma realidade que, muitas vezes, é diferente. Todos os anos no verão centenas de jovens se encaminham aos principais santuários da fé católica: Lourdes, Fátima, Santiago de Compostela, entre outros, para nos dizer que a realidade não é como imaginamos e que ainda há espaço para a esperança e a confiança, as quais não podemos ignorar.

Além dos objetivos da fé, existem relevantes trabalhos de voluntariado exercidos pela juventude em todas as partes do mundo, constituindo um verdadeiro serviço à vida. Portanto, se você fizer as contas, os jovens que escolhem caminhos diferentes da usual rotina vazia e triste são realmente muitos, uma silenciosa multidão de almas que dão uma resposta clara e forte ao nosso questionamento. Não só é possível viver a experiência da juventude como um cristão, mas também descobrir um novo caminho, o caminho da luz e da vida. Em vez de perguntar se é possível que os jovens vivam como cristãos, deveríamos gastar menos tempo em considerações inúteis e olhar ao redor para tentar ver essa multidão silenciosa de esperança, que cresce se dirigindo a Deus. Se você olhar bem e escutar bem não será difícil localizar jovens comprometidos e ansiosos para crescer no conhecimento da verdade, empenhados em servir a Cristo no próximo, capazes de escolher momentos fortes de crescimento  consciente do que é belo e importante e de doar tempo e habilidades para Deus.

Quem não tem confiança nos jovens é cego e surdo, porque  não sabe ver a realidade  nem ouvir a verdade, que são muito diferentes de como nós imaginamos. O mal faz sempre mais barulho que o bem.

Rezemos: Jesus, dá-nos olhos claros que superem as turvas sugestões do mal, fazendo com que podamos ver a riqueza de inúmeros jovens que continuamente Te escolhem, que se doam para aqueles que são mais fracos e que, com suas vidas, Te louvam, a Ti que reinais agora e para sempre. Amém!

Nem mesmo a intensa chuva deste domingo em Roma impediu milhares de pessoas de participar da Celebração da Solenidade da Páscoa com o Papa Bento XVI. A celebração eucarística teve início com o rito da Ressurreição: a abertura da neo Acheropita, uma imagem realizada segundo o modelo medieval original, que representa o Salvador sentado no trono; dois diáconos, nas notas do Surrexit Dominus, mostraram a imagem do Ressuscitado primeiro ao Santo Padre e depois aos fiéis, propondo a antiga tradição segundo a qual o Bispo de Roma, no início da celebração eucarística, encontra o Senhor Ressuscitado na imagem do Santíssimo Salvador e se torna a primeira testemunha diante de toda a Igreja do evangelho da ressurreição. Neste ano, em que Oriente e Ocidente festejam a Páscoa no mesmo dia, que destaque o anúncio conjunto da Ressurreição de Cristo, depois do Evangelho, foi entoado o canto típico da liturgia bizantina, que antigamente era cantado diante do Santo Padre.

Logo após o rito o Cardeal Angelo Sodano, Decano do Colégio Cardinalício, dirigiu ao Papa Bento XVI seus votos de Páscoa, em nome de todos os Cardeais, sacerdotes e a Igreja a sua solidariedade a Bento XVI que vem sofrendo ataques neste tempo. “Nesta Festa Solene de Páscoa a liturgia da Igreja nos convida a uma santa alegria”. “Com este espírito hoje nós nos unamos com o senhor, o Sucessor de Pedro, o Bispo de Roma, a rocha inabalável da Santa Igreja de Cristo, para cantarmos juntos o Aleluia da fé e da esperança cristã. Afirmou o cardial.

Dom Angelo Sodano assegurou ao Papa “a solidariedade dos irmãos Bispos espalhados por todo o mundo, que guiam as três mil circunscrições eclesiásticas do planeta, dos quatrocentos mil sacerdotes que generosamente servem o povo de Deus em paróquias, oratórios, escolas, hospitais e missões nas regiões mais remotas do mundo” . “O povo de Deus está ao lado do Papa, e não se abala por certas ‘especulações’ e nem por provações que por vezes atingem a comunidade de fiéis”, garantiu. Enfim, o cardeal disse em nome de todos, que farão tesouro das palavras do Pontífice e rezarão por ele, para que o Senhor Bom Pastor continue sustentando-o em sua missão a serviço da Igreja e do mundo.

No final da celebração o Papa Bento XVI, foi até o balcão central da Basílica Vaticana para a bênção Urbi et Orbi. Aos milhares de fiéis presentes na Praça e os milhões de telespectadores que acompanharam a celebração através de mais de 40 emissoras, fez um apelo de paz e de vida, para que sejam “respeitadas e acolhidas”. O Pontífice destacou a “crise profunda” que a humanidade está sofrendo, e que necessita da “salvação do Evangelho” e das “profundas mudanças”, a partir das consciências, uma espécie de êxodo de conversão espiritual e moral.

Veja as fotos da celebração

A Vigília Pascal, missa mais importante do ano litúrgico, atrai católicos do mundo inteiro, que vem ao Vaticano para celebrarem juntos com o Sucessor de Pedro.

A celebração iniciou do lado de fora da basílica com o convite do Santo Padre aos fieis para viverem a
Páscoa de Jesus através da escuta da Palavra e da participação aos Sacramentos. O primeiro rito é o da Bênção do Fogo, seguido da preparação do Círio Pascal.

A procissão de entrada aconteceu com as luzes da Basílica apagadas. A frente o Círio Pascal levado pelo diácono que anunciou Cristo como luz do Mundo. Já com a Basílica iluminada foi cantado exultante o anuncio Pascal.

Outro momento significativo da celebração foi a liturgia da Palavra. Intercaladas por uma breve oração de Bento XVI, as leituras fizeram um resumo da historia da Salvação, partindo do Genesis ate o Evangelho. Na passagem das leituras do antigo testamento para o novo testamento se cantou o Gloria.

Na Homilia o Papa partiu de uma antiga lenda judaica sobre a morte de Adão, para falar da luta que o homem, desde sua existência, trava para não morrer, ou encontrar um remédio para que sua vida seja mais longa e sem dor. Mas o verdadeiro remédio existe e foi encontrado,  disse o Pontífice. No Batismo se inicia uma vida nova, que se realizará em plenitude na vida eterna. A celebração do Batismo demonstra esta realidade com símbolos e ritos, continuou Bento XVI.

Desde o século II a Igreja viveu a Vigília Pascal como momento especial para celebrar a Ressurreição de Cristo. Nela também são administrados os sacramentos da iniciação crista: batismo, comunhão e crisma.

Veja as fotos da celebração

O princípio de autoridade e submissão, a sadia convivência, o viver da providência, a partilha e a transparência : estes são os princípios de vida da comunidade Canção Nova que no dia 2 de fevereiro, renovou o seu sim diante de Deus e da Igreja. Nós aqui em Roma renovamos o nosso compromisso de uma maneira especial por ser este o primeiro depois do Reconhecimento Pontifício; que a Comunidade Canção Nova de Roma teve a grande alegria e graça de acompanhar todo o processo desde o inicio. O nosso compromisso deste ano é também marcado pela alegria de acolher mais um membro na comunidade de aliança, Maria Milagros Carbajal, peruana que vive na Itália a aproximadamente 15 anos. Perguntei a ela como ela se sentiu em seu primeiro compromisso na Comunidade Canção Nova e ela respondeu:

Colocar a própria vida nas mãos de Deus a serviço da Evangelização é para mim motivo de grande alegria. Levar em frente o chamado que Deus fez é também para mim evangelizar segundo o carisma que Ele mesmo deu a Comunidade Canção Nova, o recebo como dom e uma responsabilidade. Sinto que ser missionário de Cristo, exige de mim uma vida vivida segundo o seu evangelho, mas trabalhar para o seu reino junto com os irmãos da comunidade injeta em mim o entusiasmo e a alegria de me consumir sem reservas. Agradeço a Deus e a Comunidade Canção Nova por esta possibilidade.

Anna Maria e Milagros fazendo o compromisso para a comunidade de Aliança

Os membros da comunidade de vida renovando seu compromisso.

Depois do ato de consagração assinamos a ata para formalizar a nossa entrega, nossa consagração.

No momento do ofertório os membros da comunidade entregaram simbolicamente o violão por sermos uma comunidade de amor e adoração entregando ao Senhor a nossa própria vocação: formar homens novos para o mundo Novo; uma caixinha oração ofertando ao Senhor as pessoas que nos pedem oração e sócios benfeitores; um computador representando os meios que Deus escolheu para realizar a nossa missão: Radio, Tv e Internet e as diversas tecnologias a serviço da Evangelização; o Pão e o vinho para que o Senhor aumente o nosso desejo de encontrar-lo e unirmo-nos a Ele na Eucaristia.

Na certeza de que a vinda do Senhor é certa, queremos ser os profetas que anunciam a Boa Nova do Evangelho.