Nem mesmo a intensa chuva deste domingo em Roma impediu milhares de pessoas de participar da Celebração da Solenidade da Páscoa com o Papa Bento XVI. A celebração eucarística teve início com o rito da Ressurreição: a abertura da neo Acheropita, uma imagem realizada segundo o modelo medieval original, que representa o Salvador sentado no trono; dois diáconos, nas notas do Surrexit Dominus, mostraram a imagem do Ressuscitado primeiro ao Santo Padre e depois aos fiéis, propondo a antiga tradição segundo a qual o Bispo de Roma, no início da celebração eucarística, encontra o Senhor Ressuscitado na imagem do Santíssimo Salvador e se torna a primeira testemunha diante de toda a Igreja do evangelho da ressurreição. Neste ano, em que Oriente e Ocidente festejam a Páscoa no mesmo dia, que destaque o anúncio conjunto da Ressurreição de Cristo, depois do Evangelho, foi entoado o canto típico da liturgia bizantina, que antigamente era cantado diante do Santo Padre.

Logo após o rito o Cardeal Angelo Sodano, Decano do Colégio Cardinalício, dirigiu ao Papa Bento XVI seus votos de Páscoa, em nome de todos os Cardeais, sacerdotes e a Igreja a sua solidariedade a Bento XVI que vem sofrendo ataques neste tempo. “Nesta Festa Solene de Páscoa a liturgia da Igreja nos convida a uma santa alegria”. “Com este espírito hoje nós nos unamos com o senhor, o Sucessor de Pedro, o Bispo de Roma, a rocha inabalável da Santa Igreja de Cristo, para cantarmos juntos o Aleluia da fé e da esperança cristã. Afirmou o cardial.

Dom Angelo Sodano assegurou ao Papa “a solidariedade dos irmãos Bispos espalhados por todo o mundo, que guiam as três mil circunscrições eclesiásticas do planeta, dos quatrocentos mil sacerdotes que generosamente servem o povo de Deus em paróquias, oratórios, escolas, hospitais e missões nas regiões mais remotas do mundo” . “O povo de Deus está ao lado do Papa, e não se abala por certas ‘especulações’ e nem por provações que por vezes atingem a comunidade de fiéis”, garantiu. Enfim, o cardeal disse em nome de todos, que farão tesouro das palavras do Pontífice e rezarão por ele, para que o Senhor Bom Pastor continue sustentando-o em sua missão a serviço da Igreja e do mundo.

No final da celebração o Papa Bento XVI, foi até o balcão central da Basílica Vaticana para a bênção Urbi et Orbi. Aos milhares de fiéis presentes na Praça e os milhões de telespectadores que acompanharam a celebração através de mais de 40 emissoras, fez um apelo de paz e de vida, para que sejam “respeitadas e acolhidas”. O Pontífice destacou a “crise profunda” que a humanidade está sofrendo, e que necessita da “salvação do Evangelho” e das “profundas mudanças”, a partir das consciências, uma espécie de êxodo de conversão espiritual e moral.

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A Vigília Pascal, missa mais importante do ano litúrgico, atrai católicos do mundo inteiro, que vem ao Vaticano para celebrarem juntos com o Sucessor de Pedro.

A celebração iniciou do lado de fora da basílica com o convite do Santo Padre aos fieis para viverem a
Páscoa de Jesus através da escuta da Palavra e da participação aos Sacramentos. O primeiro rito é o da Bênção do Fogo, seguido da preparação do Círio Pascal.

A procissão de entrada aconteceu com as luzes da Basílica apagadas. A frente o Círio Pascal levado pelo diácono que anunciou Cristo como luz do Mundo. Já com a Basílica iluminada foi cantado exultante o anuncio Pascal.

Outro momento significativo da celebração foi a liturgia da Palavra. Intercaladas por uma breve oração de Bento XVI, as leituras fizeram um resumo da historia da Salvação, partindo do Genesis ate o Evangelho. Na passagem das leituras do antigo testamento para o novo testamento se cantou o Gloria.

Na Homilia o Papa partiu de uma antiga lenda judaica sobre a morte de Adão, para falar da luta que o homem, desde sua existência, trava para não morrer, ou encontrar um remédio para que sua vida seja mais longa e sem dor. Mas o verdadeiro remédio existe e foi encontrado,  disse o Pontífice. No Batismo se inicia uma vida nova, que se realizará em plenitude na vida eterna. A celebração do Batismo demonstra esta realidade com símbolos e ritos, continuou Bento XVI.

Desde o século II a Igreja viveu a Vigília Pascal como momento especial para celebrar a Ressurreição de Cristo. Nela também são administrados os sacramentos da iniciação crista: batismo, comunhão e crisma.

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De mais nada nos gloriaremos a não ser na Cruz de Jesus Cristo Nosso Senhor, dizia o canto de ingresso na missa de Lava Pés, presidida pelo Santo Padre Bento XVI nesta tarde na Basílica de São João de Latrão. A Vida, O Nome e a Unidade foram três palavras ressaltadas por Bento XVI na homilia. Sobre a Vida, aquela que Cristo dá quando se entra em relação com ele.

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O Nome, revelado aos homens, sinal de um Deus que sai de si mesmo para ser um com o seu povo. O Mistério Eucarístico, disse o Papa, é o cume deste esvaziar-se de Deus para estar bem perto dos homens. E a Unidade pela qual Jesus rezou ao Pai, pedindo por seus discípulos e por aqueles que futuramente o seguiriam.

A Unidade é o testemunho para a missão de Jesus Cristo, afirmou Bento XVI. Esta unidade que só pode ser vivida mediante a fé e uma vida doada aos outros. Foi o que se realizou no gesto eloqüente da Ultima Ceia, repetido e atualizado na Igreja em todo o mundo. Enquanto o Santo Padre lavava os pés dos doze sacerdotes da diocese de Roma, todos os presentes foram convidados a realizar um ato de caridade para a reconstrução do Seminário de Porto Príncipe  no Haiti, que foi entregue ao Santo Padre no momento do Ofertório.