Desde 8 de dezembro de 2019, vários casos de pneumonia de etiologia desconhecida foram relatados em Wuhan, província de Hubei, China. A maioria dos pacientes trabalhava ou morava no mercado atacadista local de frutos do mar de Huanan, onde também eram vendidos animais vivos. Nos estágios iniciais dessa pneumonia, ocorreram sintomas graves de infecção respiratória aguda, com alguns pacientes desenvolvendo rapidamente a síndrome do desconforto respiratório agudo, insuficiência respiratória aguda e outras complicações graves.
Em 7 de janeiro, um novo coronavírus foi identificado pelo Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças a partir da amostra de esfregaço na garganta de um paciente e, posteriormente, foi nomeado Covid-19 pela Organização Mundial de Saúde.
Os coronavírus podem causar infecções em vários locais do organismo, além da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) e Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), quadros graves que podem levar a morte. Felizmente, a maioria dos pacientes infectados pelo coronavírus, apresentam sintomas leves e a doença tem um bom prognóstico.
Pessoas com doenças cardiovasculares e idosos no entanto, são mais propensos a desenvolver complicações do Covid-19. Segundo dados do American College of Cardiology, de fevereiro de 2020, 40% dos hospitalizados com resultado positivo para essa infecção apresentavam alguma patologia cardiovascular ou cerebrovascular prévia. Além disso, 6,7% dos pacientes manifestaram arritmia e 7,2%, uma lesão no miocárdio.
De acordo com relatos, além de insuficiência respiratória, o desenvolvimento de insuficiência cardíaca contribuiu para a primeira morte registrada associada ao Covid-19.
No Brasil já existem alguns casos confirmados da infecção pelo Covid-19, sendo que o primeiro deles era um homem de 61 anos portador de hipertensão arterial e cardiopata.
É bem provável que a susceptibilidade para a infecção do Covid-19 dos idosos e cardiopatas esteja relacionada a baixa imunidade que esses pacientes apresentam. Uma vez infectados, eles correm um maior risco de apresentarem complicações sérias. No entanto, isso não acontece apenas com o coronavírus, pois qualquer infecção terá mais chances de afetar gravemente pacientes com enfermidades que comprometem as defesas do corpo. A gripe, virose comum e sazonal, quando afeta idosos e portadores de doenças crônicas, tem mortalidade aumentada nesses pacientes.
Por conta de ser recente, a infecção pelo coronavírus ainda não esta totalmente esclarecida, mas tendo em vista o conhecimento do comportamento das viroses de maneira geral, é bem possível que o Covid-19 possa afetar o coração de uma forma direta, levando a miocardite viral, como pode acontecer com a dengue.
Como ainda não existem vacinas e tampouco medicamentos específicos para essa virose, a solução é a prevenção, adotando-se:
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
- Evitar contato próximo com pessoas doentes.
- Ficar em casa quando estiver doente.
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
- Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
- Evitar procurar serviços de saúde sem necessidade.
Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).