Lidando com a experiência do Luto

Luto: Como viver bem este tempo de dor e incertezas?

Quem nunca passou pela dor da perda de um ente querido, ou mesmo, está passando neste momento? 

Diante dessas perguntas, precisamos primeiro entender o significado do Luto: a palavra Luto vem do Latim “lucto” e significa um sentimento profundo de pesar e angústia pela morte de alguém.

Para a Psicologia, o luto está relacionado aos processos que envolvem perdas em várias áreas de nossas vidas, as quais nos causam sentimento de tristeza profunda. Ao longo da nossa existência, experimentamos várias vezes o luto, seja pela perda de um ente querido ou de um objeto com o qual nos relacionamos e temos um forte vínculo; pelo término de um relacionamento ou distanciamento de alguém próximo e por muitos outros motivos.

Porém, o luto pela morte de alguém que amamos é, sem dúvida, o que nos traz maior sofrimento; por isso, ainda é um tabu falar sobre isso pelo medo que nos causa pois, desde o nosso nascimento, somos preparados para vida, para a felicidade e para as conquistas e não para as perdas, mesmo sabendo que a vida é finita.

Neste tempo de pandemia, em que a vida se mostrou tão frágil e a morte está tão presente no nosso dia a dia, é preciso mais do que nunca falarmos sobre o luto. Cada um tem um jeito de vivenciá-lo, ou seja, cada pessoa tem um jeito de lidar com a dor, mas ninguém estará pronto para este momento tão difícil, e isso é um fato. Contudo, podemos utilizar algumas estratégias para enfrentá-lo melhor.

A aceitação é a primeira delas; é preciso aceitar a perda e elaborá-la, chorar e sofrer o tempo necessário, buscar auxílio nos amigos, nos familiares, na fé, até na ajuda profissional, se preciso, mas não podemos reprimir a tristeza. Não vivenciar o luto pode causar transtornos psicológicos, como depressão e ansiedade.

A fé ajuda muito neste processo de luto; nós, católicos, temos a graça da esperança do reencontro com nosso ente querido no céu. Sabemos que não somos deste mundo e existe um mundo muito melhor a nossa espera; enfim, precisamos transformar a dor e saudade em gratidão pelo tempo que passamos com a pessoa que se foi.

A palavra de Deus nos ensina a importância de nos permitirmos viver a tristeza e o choro, de vivermos o luto e nos chama a voltar para a vida:

“Meu filho, derrama lágrimas sobre um morto, e chora como um homem que sofreu cruelmente. Sepulta o seu corpo segundo o costume, e não descuides de sua sepultura. 17.Chora-o amargamente durante um dia, por causa da opinião pública, e depois consola-te de tua tristeza;* 18.toma luto segundo o merecimento da pessoa, um dia ou dois, para evitar as más palavras. 19.Pois a tristeza apressa a morte, tira o vigor, e o desgosto do coração faz inclinar a cabeça. 20.A tristeza permanece quando o corpo é levado; e a vida do pobre é o espelho de seu coração.* 21.Não entregues teu coração à tristeza, mas afasta-a e lembra-te do teu fim. 22.Não te esqueças dele, porque não há retorno; de nada lhe servirás e só causarás dano a ti mesmo.“ Eclesiástico, 38 –

Ainda que a Palavra de Deus nos exorte a não fazer da tristeza o motivo da nossa vida, sabemos que a morte abre uma ferida profunda na nossa alma e leva tempo para cicatrizar, e que este tempo pode variar de pessoa para pessoa. Mas a certeza é que essa ferida cicatriza, deixando espaço para saudade.

Telma Lúcia

Comunidade Canção Nova