Maria, a obra-prima de Deus

São Luís Maria nos apresenta a Virgem Maria como a obra-prima de Deus.

A Virgem Maria, obra-prima do Deus AltíssimoSão Luís Maria Grignion de Montfort ensina, no seu livro “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, que Maria é a obra-prima por excelência do Altíssimo, cuja posse e conhecimento Deus reservou para si (cf. TVD 5). Nossa Senhora é a Mãe admirável do Filho de Deus, Jesus Cristo, que quis humilhá-la e escondê-la durante a vida para favorecer a sua humildade. Por isso, o Filho tratava sua Mãe pelo nome de “Mulher” (cf. Jo 2, 4; 19, 26), como a uma estranha, embora no seu Coração a estimasse mais do que a todos os anjos e a todos os homens. A Santíssima Virgem Maria é a fonte selada e a esposa do Espírito Santo, onde só Ele tem entrada. “Maria é o Santuário e o Repouso da Santíssima Trindade, onde Deus está mais magnífica e divinamente que em qualquer outro lugar do universo. Neste santuário nenhuma criatura, por mais pura que seja, pode entrar, a não ser por grande privilégio.” (TVD 5).

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Nossa Senhora, a nova Eva, é o Paraíso Terrestre do novo Adão, onde Ele encarnou por obra do Espírito Santo, para aí operar maravilhas incompreensíveis. A Santíssima Virgem é o grande e divino mundo de Deus, onde há belezas e tesouros inefáveis. A Virgem de Nazaré é a magnificência do Altíssimo, onde Ele escondeu, como em seu Seio, o seu Filho Único e n’Ele tudo o que há de mais excelente e precioso. Que grandes e misteriosas coisas fez o Deus todo poderoso nesta admirável criatura, segundo Ela mesma é forçada a dizer, a respeito da sua profunda humildade: “O poderoso fez em mim grandes coisas!” (Lc 1, 49).

A sublimidade dos méritos da Virgem Maria, que chegam até o trono da Divindade, não se pode perceber. A extensão da caridade de Maria, maior que a Terra, não se pode medir. A grandeza do poder de Nossa Senhora, que até sobre o Deus se estende, não se pode compreender. “A profundeza da sua humildade e de todas as suas virtudes e graças é um abismo insondável” (TVD 7). Todos os dias, de um extremo a outro da Terra, no mais alto dos céus, no mais profundo dos abismos, tudo proclama e publica a admirável Virgem Mão de Deus. “Os nove coros dos anjos, os homens de ambos os sexos, idades, condições ou religiões, os bons e os maus, e até os mesmos demônios, são forçados a chamá-la bem-aventurada” (TVD 8).

São Luís diz, com os santos que “’De Maria numquam satis!‘, isto é, Maria não foi ainda suficientemente louvada e exaltada, honrada, amada e servida. Merece ainda muito maior louvor, respeito, amor e serviço” (TVD 10). Por isso, “toda a glória da Filha do Rei lhe vem do interior” (Sl 44, 14). Toda a glória exterior que o Céu e a Terra lhe tributam com insistência não fosse nada em comparação com aquela que recebe interiormente do Criador! As pequenas criaturas desconhecem a glória dessa Rainha por não poderem penetrar no mais íntimo segredo do Rei.

Portanto, contemplando a obra-prima de Deus que é a Virgem Maria, temos de exclamar com o Apóstolo São Paulo: “Nem os olhos viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração do homem compreendeu…” (1 Cor 2, 9) “as belezas, as grandezas e a excelência de Maria, o mais sublime milagre da graça, da natureza e da glória” (TVD 12). São Luís Maria escreveu tudo isso, por inspiração do Espírito Santo, a fim de mostrar como Maria Santíssima tem sido insuficientemente conhecida até agora e como é esta uma das razões porque Jesus Cristo não é conhecido como deve ser (cf. TVD 12). Apesar disso, o conhecimento e o Reino de Jesus Cristo se estabelecerão no mundo, como consequência necessária do conhecimento e do Reino da Santíssima Virgem Maria. “Ela deu Jesus Cristo ao mundo a primeira vez, e há de fazê-lo resplandecer também segunda vez” (TVD 12).

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