O Papa Leão XIII e a sua devoção a Maria

O Sumo Pontífice Papa Leão XIII nutriu uma profunda devoção a Virgem Maria desde a sua infância.

O Papa Leão XIII e a sua devoção a Maria

Papa Leão XIII

Durante o seu pontificado, o Papa Leão XIII frequentemente deu ao povo de Deus públicas provas de confiança, piedade e devoção para com a Santíssima Virgem Maria. O Santo Padre, Gioacchino Pecci (1878-1903), sempre nutriu esta devoção, desde os seus mais tenros anos, e depois, durante toda a sua vida, se esforçou para alimentar e aumentar seu amor para com a Mãe de Deus. O Pontífice não somente tinha uma particular devoção para com Nossa Senhora, mas também recomendou com fervor apostólico o amor a Virgem Maria. Considerando que ele viveu em tempos difíceis para a Igreja e cheios de perigos para a sociedade civil, compreendemos facilmente o quanto era útil recomendar, com máximo calor, esse baluarte de salvação e de paz, que Deus, na sua infinita misericórdia, quis dar à humanidade, na pessoa de sua augustíssima Mãe. Esta, que depois Ele tornou insigne na história da Igreja por uma série ininterrupta de acontecimentos favoráveis.

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Leão XIII muito falou e escreveu sobre a Virgem Maria, incentivando sempre a sua devoção. Durante o seu pontificado, ele escreveu 26 cartas somente sobre o Santo Rosário da Virgem Maria. Todos os anos, nos meses de setembro e outubro, o Papa escrevia sobre esta devoção, sendo um dos grandes propagadores do Rosário do século XX. Os fiéis católicos corresponderam aos seus votos e às suas exortações com múltiplas e solícitas iniciativas, especialmente reavivando a devoção do Rosário, com abundantes missões de esplêndidos frutos. Segundo o Pontífice, nós não podemos cansar de exaltar a Mãe de Deus, que é verdadeiramente digníssima de todo louvor, nem de manifestar um terno amor para com ela, que também é Mãe dos homens, e que é cheia de misericórdia e cheia de graça. Quanto mais a sua alma, fatigada pelas solicitudes apostólicas, sente aproximar-se a hora da sua partida, tanto mais ardente e confiantemente volveu o seu olhar para aquela que é a aurora bendita da qual surgiu o dia de uma felicidade eterna, de uma alegria sem ocaso1.

No quinquagésimo aniversário da sagração episcopal de Leão XIII, católicos de todo o mundo, juntos como filhos em torno do Pai, fizeram-se presentes numa esplêndida manifestação de fidelidade e de amor. Por isso, com renovada gratidão, o Santo Padre reconheceu e exaltou um desígnio da Divina Providência sumamente benévolo para com ele, e, ao mesmo tempo, muito proveitoso para a sua Igreja. Nessa ocasião, sentiu-se impelido a saudar e louvar também a augusta Mãe de Deus, que deste benefício foi a poderosa mediadora junto a Deus. A singular bondade da Virgem Maria, que no longo e mutável período da sua vida ele experimentou, de vários modos eficaz, brilhava cada dia mais e manifestava-se diante dos seus olhos, ferindo suavissimamente o seu coração, robustecendo-o com confiança sobrenatural.

O Papa Leão XIII parecia ouvir a própria voz da Rainha do Céu, que ora benevolamente encorajava-o no meio das terríveis adversidades da Igreja, ora ajudava-o, com abundância de inspirações, nas decisões a tomar para o bem comum, ora também advertia-o a estimular o povo cristão à piedade e ao culto da virtude2. Muitas vezes, foi para ele um grato dever de corresponder a estes desejos da Virgem Maria. Entre estas moções, que com a bênção da Mãe de Deus recebemos em suas exortações, justo é recordar o extraordinário desenvolvimento da devoção do Santo Rosário, pelo seu incremento, pela constituição de confrarias sob este título e pela divulgação de escritos doutos e oportunos, ou ainda pela inspiração dada para a criação de verdadeiras obras-primas artísticas.

O Papa Leão XIII sempre exortava a consagrarmos o mês de Outubro a beatíssima Virgem Maria, o que acarretou em toda parte uma poderosa floração do Rosário entre os católicos. Tendo em vista que os tempos, prenunciadores de desgraças para a Igreja e para a sociedade, exigiam o auxílio poderoso de Deus, o Santo Padre achou seu dever implorá-lo justamente mediante a intercessão de Nossa Senhora, especialmente com a oração do Rosário, cuja salutar eficácia o povo cristão sempre experimentou. Desde as origens, o Rosário mariano manifestou sua eficácia na defesa da fé e no reavivar das virtudes que haviam sido sufocadas pela corrupção do mundo. Em nossos dias, suas palavras continuam a ecoar como um contínuo apelo à oração: “olhando em volta, Veneráveis Irmãos, vós mesmos vedes que ainda permanecem, e em parte agravados, os motivos para convidarmos, ainda este ano, os vossos fiéis a reavivarem o fervor das suas súplicas para com a Rainha do Céu”3. Recorramos ao Santo Rosário, à sua excelência e utilidade, conforme a recomendou Leão XIII, difundindo sempre mais o conhecimento e a prática desta oração mariana. Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós!

Referências:

2 PAPA LEÃO XIII. Carta Encíclica Laetitiae Sanctae, 1.

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