Amizade como reciprocidade
abr 09
A amizade implica reciprocidade de afeição
No artigo “Davi e Jônatas, uma amizade não corrompida” vimos um pouco da vivência da amizade no Antigo Testamento bíblico. A partir deste, veremos o que foi dito sobre a amizade antes do nascimento de Jesus Cristo. Começaremos com a visão filosófica de Aristóteles, ele diz que a amizade é uma virtude essencial e necessária à vida.
A condição básica para se formar uma amizade seria o desejo pelo bem do outro por ele mesmo. Os que desejam o bem aos seus amigos por eles mesmos são amigos no sentido mais próprio.
A amizade perfeita é a que existe entre os homens que são bons e semelhantes na virtude, pois tais pessoas desejam o bem um ao outro de modo idêntico. Só é possível amizade entre pessoas que se conhecem mutuamente, amizade implica reciprocidade de afeição, essa acontece à medida que um conhece ao outro. Segundo ele, se eu quero o bem de uma pessoa e essa pessoa não quer o meu bem, a amizade não existe, não existe porque não há reciprocidade.
Para Aristóteles um desejo de amizade pode surgir depressa, mas a amizade não. Ela exige um pouco mais de tempo e intimidade, só assim surge a reciprocidade. Aristóteles nasceu por volta do ano 384 a. C., mas a maneira com que ele definiu amizade continua bem atual.
Sabemos que a amizade não surge de uma hora pra outra, fiquemos atentos para cultivá-la. A descoberta da reciprocidade na amizade a gente só percebe com o tempo, mas isso não nos impede de darmos os passos necessários para uma aproximação dos que ainda não percebemos uma reciprocidade de afeição. Cultivemos a amizade porque ela é essencial à nossa vida.
Deus abençoe você.
Referência
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Pietro Nassetti. 4. ed. São Paulo: Martin Claret, 2001,